PORTUGAL
O procurador do Ministério Público, Vítor Pinto, diz que o ex-banqueiro tinha uma "especial obrigação" de não cometer os três crimes de abuso de confiança de que foi acusado.
O Ministério Público (MP) pediu esta terça-feira a condenação do antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, a uma pena de prisão não inferior a 10 anos no processo que foi separado da Operação Marquês.
Na nona sessão do julgamento, que decorre no Juízo Central Criminal de Lisboa, o procurador do MP, Vítor Pinto, considerou que o ex-banqueiro tinha uma "especial obrigação" de não cometer os três crimes de abuso de confiança de que foi acusado, realçando ainda a "motivação manifestamente egoísta, dada a sua situação económica", a "persistência criminosa" e a "ausência de arrependimento" do arguido.
"Entendemos que a pena concreta a aplicar a cada um dos crimes não deve ser inferior a seis anos de prisão. Tendo em conta as regras do cúmulo jurídico, a pena aplicável não deve ser inferior a 10 anos de prisão", afirmou, perante o ex-banqueiro, de 77 anos, que marcou presença pela primeira vez no julgamento.
Ricardo Salgado responde neste julgamento por três crimes de abuso de confiança, devido a transferências de mais de 10 milhões de euros no âmbito da Operação Marquês, do qual este processo foi separado.
O antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, esteve esta terça-feira pela primeira vez presente no julgamento do processo separado da Operação Marquês, numa sessão para a qual está prevista a realização das alegações finais do Ministério Público e da defesa.
O ex-banqueiro, de 77 anos, nunca tinha marcado presença nas anteriores oito sessões do julgamento, devido ao contexto da pandemia de Covid-19.
"Meritíssimo, não estou em condições de prestar declarações", começou por dizer o antigo banqueiro, de 77 anos, justificando de seguida, após questão do presidente do coletivo de juízes, Francisco Henriques, sobre as razões na base dessa decisão: "Foi-me atribuída uma doença de Alzheimer".
TSF | Lusa
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São imputados ao antigo banqueiro três crimes de abuso de confiança, devido a transferências de mais de dez milhões de euros no âmbito da Operação Marquês, do qual este processo foi separado.
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