sábado, 30 de abril de 2022

O GENERAL AS RUÍNAS E O BURRO -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Era uma vez um velho, um rapaz e um burro. Foram da Chikuma à Ganda ver em que paravam as modas e se o sisal do Cubal já tinha chegado às plantações de café. O burrinho ia à frente, marcando o passo, e os dois atrás. Na primeira aldeia todos se riram imenso da figura que faziam. Uma voz falou alto:

- Que matumbos! O burro folgado e os dois a pé!

Um pouco mais à frente o velho disse ao rapaz para montar no burro e ele seguia à frente, marcando o passo. O rapaz montou. Quando passaram por outra aldeia ouviram grande alarido. E uma voz trovejou fortíssimo:

- O mundo está perdido. Venham só, o rapaz vai de burro e o velho a pé!

Nova paragem na picada. O velho disse ao rapaz para desmontar e ele ia de burro. Assim foi. O moço ia atrás, acompanhando a passada pachorrenta do burrinho. Ao atravessarem mais uma aldeia ouviram grande galhofa. E uma vos potente berrou:

- Velho desalmado! Vais de burro e o rapazinho a pé. Não tens vergonha?

Mal saíram da aldeia, o velho disse ao rapaz que o melhor era irem os dois de burro. E assim se fez. Antes de chegarem à Ganda entraram na sanzala grande onde planeavam beber água. Ninguém nega o precioso liquido a viajantes e a um burrinho sequioso. Mal chegaram às primeiras casas ouviu-se um clamor crítico. E uma voz irada berrou:

- Que selvagens! Dois homens em cima de um burrinho. Querem matar o animal!

Os viajantes nem pararam. Seguiram viagem e o velho disse ao rapaz:

A partir daqui não ouvimos mais ninguém. Não tarda nada, vão exigir que levemos o burrinho às costas. Voltamos ao princípio. Nós vamos a pé. Foi assim que o engenheiro à civil Adalberto da Costa Júnior, o burrinho de Chikuma, chegou a chefe dos galos.

Toque de recolher no aniversário do massacre de Odessa que provocou rebelião

Odessa impôs um toque de recolher de dois dias no aniversário da queima viva de manifestantes anti-Maidan em 2 de maio de 2014, relata Joe Lauria. 

Joe Lauria -- Especial para o Consortium News -- COM VÍDEOS

Autoridades da cidade portuária ucraniana de Odessa estabeleceram um toque de recolher de 24 horas de 1 a 3 de maio para evitar protestos em comemoração à queima viva em 2 de maio de 2014 de 48 pessoas que rejeitaram o golpe apoiado pelos EUA em Kiev no início daquele ano.

A cidade, que está “(sob o controle das tropas ucranianas) anunciou a introdução de um 'toque de recolher' na cidade das 22h00 de 1º de maio às 5h00 de 3 de maio. não têm permissão para sair de suas casas”, disse o grupo Repressão à Esquerda e Dissidentes na Ucrânia em um post do Telegram . “ Obviamente, esta decisão das autoridades se deve ao fato de que 2 de maio é uma data muito importante para os habitantes de Odessa.”

Naquele dia, oito anos atrás, hooligans e grupos de extrema-direita incendiaram deliberadamente um prédio sindical onde manifestantes contra o golpe se refugiaram. A polícia não interveio. Imagens de vídeo mostram pelo menos um policial e outros disparando suas armas contra o prédio. A multidão está aplaudindo como muitas das pessoas presas dentro pularam para a morte.

Os eventos daquele dia “ainda não foram investigados pelas agências policiais da Ucrânia”, disse o grupo. Na época, os apelos das Nações Unidas e da União Européia para que a Ucrânia investigasse foram ignorados. Três investigações do governo local ucraniano foram frustradas pela retenção de documentos secretos.

Um relatório sobre o incidente do Conselho Europeu (CE) na época deixa claro que não realizou sua própria investigação, mas contou com investigações locais, especialmente pela Comissão de Investigação Temporária da Verkhovna Rada. A CE reclama em seus relatórios que também foi impedida de ver informações classificadas. Baseando-se nas investigações locais, a CE relata que manifestantes pró-russos, ou pró-federalistas, atacaram uma marcha pró-unidade à tarde, provocando batalhas de rua. Então:

“Por volta das 18h50, os pró-federalistas arrombaram a porta [do prédio do sindicato] e trouxeram vários materiais, incluindo caixas contendo coquetéis molotov e os produtos necessários para fazê-los. Usando paletes de madeira que sustentavam barracas na praça, bloquearam as entradas do prédio por dentro e ergueram barricadas. Quando chegaram à praça por volta das 19h20, os manifestantes pró-unidade destruíram e incendiaram as tendas do acampamento Anti-Maidan. Os restantes manifestantes pró-federalismo entraram no prédio do Sindicato, de onde trocaram tiros e coquetéis molotov com seus oponentes do lado de fora. …

Por volta das 19h45 ocorreu um incêndio no Edifício do Sindicato. Perícias forenses indicaram posteriormente que o incêndio tinha começado em cinco locais, nomeadamente no átrio, nas escadas à esquerda e à direita do edifício entre o rés-do-chão e o primeiro andar, numa sala do primeiro andar e no patamar entre o segundo e o terceiros andares. Além do incêndio no saguão, os incêndios só poderiam ter sido iniciados pelos atos das pessoas dentro do prédio. Os relatórios forenses não encontraram nenhuma evidência para sugerir que o incêndio tenha sido pré-planejado. As portas fechadas e o efeito chaminé causado pela escadaria resultaram na rápida propagação do fogo aos pisos superiores e num rápido e extremo aumento da temperatura no interior do edifício.”

A investigação local culpou os manifestantes anti-Maidan por iniciarem o incêndio em todo o prédio. Mas este vídeo, que mostra eventos naquele dia que levaram ao incêndio, mostra o incêndio principal no saguão. Mostra extremistas do Setor Direita jogando coquetéis molotov no prédio e um policial atirando nele. Não mostra nenhum coquetel jogado do prédio. Não mostra confrontos no início do dia, embora um manifestante pró-unidade diga que eles foram atacados na Praça da Catedral e vieram queimar os manifestantes anti-Maidan no prédio por vingança.

O FIM DO DOMÍNIO OCIDENTAL

Thierry Meyssan*

As sanções ocidentais contra a Rússia, decididas unilateralmente por Washington, são apresentadas como uma justa punição da agressão contra a Ucrânia. Mas, sem falar da sua ilegalidade face ao Direito Internacional, todos podem constatar que elas não atingem o alvo. Na prática, os Estados Unidos isolam o Ocidente esperando manter a hegemonia sobre os seus aliados.

Os Estados Unidos, que só tardiamente participaram nas Guerras Mundiais e não sofreram quaisquer danos no seu território, saíram vitoriosos dos conflitos mundiais. Herdeiros dos impérios europeus, elaboraram um sistema de dominação que os tornou os « gendarmes do mundo ». No entanto, a sua hegemonia era frágil e não podia resistir ao desenvolvimento de grandes nações. Desde 2012, politólogos começaram a descrever a « armadilha de Tucídides » por analogia com a explicação que o estratega grego havia dado das guerras que opuseram Esparta a Atenas. Segundo eles, o aumento de poderio da China tornava assim inevitável o confronto com os Estados Unidos. Constatando que, se a China se tornara a primeira potência económica mundial, a Rússia se tornou a primeira potência militar, Washington decidiu combatê-las uma a seguir à outra.

É neste contexto que surge a guerra na Ucrânia. Washington apresenta-a como « agressão russa », adopta sanções e força os seus aliados a adoptá-las também. A primeira ideia que salta ao espírito, é que os Estados Unidos achando-se inferiores militarmente, mas superiores economicamente, decidiram escolher o seu campo de batalha. No entanto, a análise de forças em presença e das medidas tomadas desmente esta leitura dos acontecimentos.

O AUMENTO DA POBREZA E DAS DESIGUALDADES EM PORTUGAL

O aumento da pobreza e das desigualdades em Portugal, e a ausência de medidas do governo em relação a elas

Eugénio Rosa * | Diário

A pobreza e as desigualdades já eram elevadas em Portugal antes da pandemia e da guerra, e com o COVID e com o efeito bumerangue das sanções aplicadas à Rússia estão a tornar a vida para a maioria dos portugueses cada vez mais difícil e insuportável. Se juntarmos o congelamento ou o aumento irrisório dos salários e pensões e o escalar da inflação, o disparar da pobreza no nosso país era inevitável, como os próprios dados divulgados pelo INE confirmam. 

Na “nova” proposta do O.E.-2022 apresentada pelo governo as pessoas são de novo esquecidas, o apoio às famílias pobres é ridículo e mesmo ofensivo, o controlo dos preços da energia é uma ilusão. O ministro das Finanças, com a insensibilidade e arrogância que o caracteriza, e que caracteriza também um governo de maioria absoluta, declara ao “Expresso” que “deixei de ser ministro político e despesista em 15 dias”, como se apoiar os mais vulneráveis fosse ser “despesista”.

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NUTRIR AS RAÍZES DO SINDICALISMO

Manuel Carvalho Da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Este ano, a evocação do Dia Internacional do Trabalhador, dia 1.º de Maio, ocorre num quadro político e social de enorme complexidade e carregado de riscos. A história mostra-nos que em contextos como o que estamos a viver, em que a humanidade parece caminhar para o abismo, é imprescindível uma atenção redobrada ao mundo do trabalho e à importância da organização e da ação coletiva dos trabalhadores.

Que economia vamos ter no rescaldo da guerra em curso na Ucrânia que, tendo por consequência imediata o massacre de um povo e a destruição de um país, se situa no cerne dos movimentos tectónicos da geopolítica, com disputas interimperialistas que alimentam não só aquela, mas muitas outras guerras à escala global? Que economia é esta que gera a brutal concentração de riqueza que permite ao senhor Elon Musk oferecer 44 mil milhões de euros (mais de 3 PRR) pelo Twitter? Que democracia, que direitos humanos, que emprego e direitos laborais e sociais sobrevirão se prosseguirem estas selvajarias? Que Estado social teremos se permitirmos que, como está a ser preparado, parte significativa da riqueza produzida possa ser sacrificada no altar da escalada belicista em curso?

Os perigos que se perfilam são grandes, mas ultrapassáveis. É preciso vencer medos pela ação cívica e política. A democracia ganha vida, e as alternativas germinam, a partir da participação organizada dos trabalhadores, dos cidadãos, do povo. As respostas aos problemas difíceis são complexas e trabalhosas, não surgem repentinamente de um superdotado qualquer, nem se coadunam com os quadros a preto e branco que os poderes político e comunicacional instalados manipulam.

António Guterres, na sua passagem pela Ucrânia, criticou os que entendem a política como "uma feira de vaidades". Oxalá os governantes europeus, e também os grandes meios de comunicação, se comportem, não como vassalos de um império, mas antes como defensores empenhados dos valores humanistas e da paz, dos interesses dos povos que representam, da sua cultura e valores no cenário daquelas disputas interimperialistas.

Suécia começou a tributar cerca de 2500 residentes em Portugal

A Suécia identificou 2500 cidadãos que beneficiavam da Convenção para evitar a dupla tributação entre este país e Portugal e que, com o fim desta, começaram a ser tributados na Suécia, mas o número pode aumentar.

Em resposta à Lusa, fonte oficial a autoridade tributária sueca afirmou ter identificado "cerca de 2500 pessoas que estavam sujeitas a responsabilidade fiscal limitada na Suécia" por se encontrarem ao abrigo da Convenção para evitar a dupla tributação, e que, devido ao fim desta Convenção, começaram "a ser tributadas desde 1 de janeiro de 2022".

A mesma fonte oficial ressalva, que além destas cerca de 2500 já identificadas, há um conjunto de pessoas, cujo número ainda se desconhece, que estão agora a declarar o seu rendimento de 2021 - ano em que a Convenção ainda esteve em aplicação - e que poderão também passar a reunir condições para serem tributadas na Suécia.

A Convenção para evitar a dupla tributação entre Portugal e a Suécia terminou em 31 de dezembro de 2021 e um dos efeitos mais imediatos foi o de devolver a este país o direito de tributar os pensionistas suecos residentes em Portugal cujas pensões são pagas por fundos privados.

Antes de avançar para o fim da Convenção, a Suécia manifestou intenção de rever os seus termos como resposta ao facto de discordar do regime fiscal que Portugal atribui às pensões pagas por outros países ao abrigo do regime do Residente Não Habitual (RNH).

O POVO DO IÉMEN TAMBÉM SOFRE ATROCIDADES

Kathy Kelly*

Grupos de direitos humanos criticaram a coligação liderada pela Arábia Saudita/EAU por bombardear estradas, zonas de pesca, instalações de esgotos e saneamento, casamentos, funerais e até mesmo um autocarro escolar infantil. Num ataque recente, os sauditas mataram sessenta migrantes africanos mantidos num centro de detenção em Saada.

A meta das Nações Unidas era arrecadar até 15 de março mais de US$ 4,2 mil milhões para o povo do Iémen devastado pela guerra. Mas quando esse prazo terminou, apenas US$ 1,3 mil milhões tinham chegado. 

“Estou profundamente desapontado”,disse Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês para Refugiados. “O povo do Iémen precisa do mesmo nível de apoio e solidariedade que vimos para o povo da Ucrânia. A crise na Europa afetará drasticamente o acesso dos iemenitas a alimentos e combustível, tornando ainda pior uma situação já terrível.”

Com o Iémen a importar mais de 35% do seu trigo da Rússia e da Ucrânia, a interrupção do fornecimento de trigo causará aumentos crescentes no preço dos alimentos.

“Desde o início do conflito na Ucrânia, vimos os preços dos alimentos dispararem mais de 150%”, disse Basheer Al Selwi, porta-voz da Comissão Internacional da Cruz Vermelha no Iémen. “Milhões de famílias iemenitas não sabem como fazer a sua próxima refeição.”

O terrível bloqueio e bombardeio do Iémen, liderado pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, está agora a entrar no seu oitavo ano. As Nações Unidas estimaram, no outono passado, que o número de mortos no Iémen chegaria a 377.000 pessoas até o final de 2021.

Os Estados Unidos continuam a fornecer peças sobressalentes para os aviões de guerra da coligação saudita/EAU, juntamente com a manutenção e um fluxo constante de armamentos. Sem esse apoio, os sauditas não poderiam continuar os seus ataques aéreos assassinos.

OS EUA E O CARDÁPIO DOS CRIMES DE GUERRA COMETIDOS - foram muitos mais

Soldados americanos posam para foto junto a uma vala com os cadáveres de civis filipinos mortos no Massacre de Bud Dajo, em 7 de março de 1906

Crimes de guerra dos Estados Unidos da América na impunidade

 Wikipédia, a enciclopédia livre

Os crimes de guerra dos Estados Unidos são violações de leis da guerra que desrespeitam princípios básicos da proteção aos direitos humanos previstos no direito internacional. O termo engloba crimes perpetrados pelas Forças Armadas, pela Guarda Nacional ou por outras forças de segurança e serviços de inteligência dos Estados Unidos contra sua própria população ou contra cidadãos de países signatários das Convenções de Haia de 1899 e 1907, bem como as violações análogas à definição de crime de guerra acordada durante as Convenções de Genebra. Tipificam-se como crimes de guerra, entre outros, o genocídio, as execuções sumárias de combatentes inimigos capturados, maus-tratos de prisioneiros durante interrogatórios, estuprostortura e uso de violência contra populações civis e não-combatentes.[1]

Consideram-se crimes de guerra de responsabilidade dos Estados Unidos aqueles ocorridos após a independência do país em 1776. Os primeiros registros historiográficos de violações análogas a crimes de guerra cometidos por militares norte-americanos remontam ao século XVIII. Ao longo do século XIX, vários crimes foram perpetrados contra combatentes, civis e nativo-americanos no contexto da Guerra de Secessão, da Marcha para o Oeste e da Doutrina do destino manifesto. A partir do século XX, com a consolidação de uma política intervencionista, recrudescimento do belicismo e o desenvolvimento do complexo militar-industrial, os Estados Unidos tornam-se protagonistas de uma série de conflitos internacionais marcados pela ocorrência de atrocidades e violações das leis da guerra. É nesse contexto que surgem as acusações sobre o genocídio filipino (durante a Guerra Filipino-Americana) e sobre crimes de guerra ocorridos na Segunda Guerra Mundial (incluindo-se o debate sobre os bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki com armas nucleares), na Guerra Fria (abusos ocorridos durante as operações de mudança de regime na América Latina e massacres de civis na Guerra do Vietnã e na Guerra da Coreia) e nas intervenções norte-americanas no Oriente Médio (vide as alegações de estupro e execuções extrajudiciais na Guerra do Golfo e na Guerra do Iraque), entre outros conflitos.[2][3]

Malgrado o longo histórico de crimes de guerra, o sociólogo Joachim Savelsberg afirma que as atrocidades associadas aos Estados Unidos costumam atrair menos condenação e escrutínio público e estão menos sedimentadas no imaginário dos norte-americanos, em função de uma abordagem mais condescendente da imprensa, da mídia, da indústria do entretenimento e dos livros didáticos, gerando, nas palavras de Savelsberg, "uma amnésia coletiva no que diz respeito aos capítulos negros da história da nação".[4] A legislação norte-americana trata da punição a essas violações por meio da Lei de Crimes de Guerra de 1996 e de vários artigos do Código Uniforme de Justiça Militar. Não obstante, o governo federal dos Estados Unidos historicamente se opõe à Corte Penal Internacional, sob a alegação de que o tribunal internacional não seria balizado por um sistema de freios e contrapesos,[5] rejeitando dessa forma a jurisdição da corte sobre seus cidadãos.[6][7] Em março de 2020, a Corte Penal Internacional autorizou a abertura de uma investigação para apurar alegações de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade cometidos por tropas norte-americanas durante a Guerra do Afeganistão.[8] Em retaliação, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a aplicação de sanções econômicas e restrições de viagem aos membros do tribunal.[9]

DEPRAVAÇÕES E IMPUNIDADE DOS EUA NOS SEUS IMENSOS CRIMES DE GUERRA

Kirby, o actor, "comovido" pela "depravação" da Rússia, pretendendo branquear os crimes dos EUA

Porta-voz do Pentágono diz que comportamento de Putin é "depravado"

O porta-voz do Pentágono, equivalente ao Ministério da Defesa nos países europeus, acusou o Presidente da Rússia de "depravação" e "brutalidade" pela maneira como as tropas russas estão a comportar-se na Ucrânia.

Questionado durante uma conferência de imprensa sobre o comportamento do líder russo, John Kirby teve de interromper a frase para segurar as lágrimas e afirmou que "é difícil olhar para algumas das imagens e imaginar um líder sério a fazer isso", referindo-se às atrocidades de que as tropas russas têm sido acusadas de cometer na invasão à Ucrânia.

"É difícil olhar para o que ele está a fazer, para o que as suas tropas estão a fazer, e pensar que qualquer indivíduo ético, moral, pode justificar isso; é difícil olhar para as imagens... e imaginar que qualquer líder pensante, sério, maturo, faria isso", acrescentou John Kirby, concluindo: "Não posso falar sobre o seu estado psicológico, mas penso que todos percebemos a sua depravação".

"DEPRAVADO" - crimes de guerra... Perguntando: E OS EUA NÃO SÃO MUITO MAIS DEPRAVADOS. NÃO TÊM COMETIDO CRIMES DE GUERRA IMPUNEMENTE. TANTOS, TANTOS PELO MUNDO… RESUMINDO RECORDEMOS: IRAQUE, AMÉRICA LATINA, VIETNAME May Lai. 

Olhemos por exemplo a Wikipedia: "O massacre de Mỹ Lai (em vietnamita: thảm sát Mỹ Lai) foi um assassinato em massa de civis sul-vietnamitas desarmados por tropas dos Estados Unidos no distrito de Sơn Tịnh, província de Quảng NgãiVietnã do Sul, considerado um crime de guerra dos Estados Unidos, onde em 16 de março de 1968 cerca de 504 civis sul-vietnamitas, sendo 182 mulheres (17 grávidas) e 173 crianças, foram executados por soldados do exército dos Estados Unidos no maior massacre de civis cometido por tropas americanas durante a guerra no Vietname." 

A história e as imagens às vezes conseguidas mostra os crimes dos EUA, impunes (não por acaso os EUA nada quer com o Tribunal Penal Internacional, sabem os crimes de guerra e contra a humanidade que têm no seu macabro historial. My Lai e muitas mais imagens AQUI.

É evidente que os crimes praticados pelos EUA por todo o mundo não ilibam a Rússia nem outras nações dos crimes que cometeram e cometem. Indubitavelmente e impunemente os EUA têm um longo historial de crimes de guerra cometidos e continuam a gozar de escandalosa e incompreensível impunidade. Assumem a asquerosa figura de putas fingidas. Kirby, e os EUA, estado terrorista, que tenham vergonha e que assumam os seus crimes na Justiça, no TPI. São imensos! (PG)


"Viagem de Guterres foi essencial apesar das baixas expectativas"

A viagem do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a Moscovo e a Kiev foi "essencial", apesar das expectativas para "impactos práticos e tangíveis serem muito baixas", disse à Lusa Jeffrey Feltman, ex-subsecretário-geral da organização.

Para o diplomata norte-americano, que foi subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos e ex-secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos da América (EUA) para o Médio Oriente, Guterres não deverá ser julgado sobre se a sua viagem foi um sucesso ou um falhanço, mas sim sobre se representou os valores e os princípios das Nações Unidas.

"Acho que António Guterres tinha a obrigação de fazer estas deslocações. Penso que as expectativas que todos tínhamos para impactos práticos e tangíveis eram muito baixas, mas isso não minimiza a importância desta viagem, que foi essencial e simbólica", observou Feltman.

Empresa nuclear russa enviou especialistas para Zaporijia

As autoridades ucranianas informaram a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) de que a empresa estatal nuclear russa Rosatom enviou um grupo de especialistas para Zaporijia, a maior central nuclear da Europa, no sul da Ucrânia.

Segundo um comunicado, os especialistas têm "exigido à direção do complexo relatórios diários sobre 'questões confidenciais', como a operação da central nuclear, que abrange aspetos relacionados com (...) atividades de manutenção e reparação, segurança e controlo de acesso e gestão de combustível nuclear".

O grupo foi enviado pela Rosenergoatom, uma subsidiária da empresa Atomenergoprom, que faz parte do grupo estatal nuclear russo Rosatom, referiram as autoridades ucranianas.

EUA começaram a treinar militares ucranianos na Alemanha

Os Estados Unidos iniciaram na Alemanha a formação militar às forças ucranianas, para que estas aprendam a manusear o equipamento de combate que Washington está a enviar para Kiev, divulgou este sábado o Departamento de Defesa (Pentágono) norte-americano.

Os militares ucranianos estão a receber formação sobre o uso de veículos blindados e sistemas de radar que os norte-americanos anunciaram recentemente que estão a transportar para a Ucrânia, referiu o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

TSF | Lusa

O OCIDENTE NUNCA ESTEVE TÃO SOZINHO

Enquanto a Europa e os EUA nunca estiveram tão alinhados, o 'Ocidente' paradoxalmente também nunca esteve tão sozinho

Alastair Crooke*

Aí está – a linha de fundo: permitir que a carnificina na Ucrânia continue; ficar sentado a observar os 'heróicos ucranianos a sangrarem a Rússia até secar'; fazer o suficiente para sustentar o conflito (fornecendo algumas armas), mas não o suficiente para intensificá-lo; e interpretá-lo como a luta heroica pela democracia, para satisfazer a opinião pública.

Muito ocasionalmente, uma única anedota pode resumir quase completamente um momento da história. E est fê-lo: em 2005, Zbig Brzezinski, o arquiteto do Afeganistão como atoleiro para a União Soviética, e autor de O Grande Tabuleiro de Xadrez (que incorporou a máxima de Mackinder segundo a qual “aquele que controla o coração da Ásia controla o mundo” na política externa dos EUA), sentou-se em Washington com Alexander Dugin, filósofo político russo e defensor de um renascimento cultural e geopolítico do “território central” .

Brzezinski já tinha escrito no seu livro que, sem a Ucrânia, a Rússia nunca se tornaria uma potência do território central; mas, com ela, a Rússia pode e quer. O encontro realizou-se  tendo por cenário o suporte fotográfico de um tabuleiro de xadrez colocado entre Brzezinski e Dugin (para promover o livro de Brzezinski). Essa ilustração com um tabuleiro de xadrez levou Dugin a perguntar se Brzezinski considerava o xadrez um jogo para dois: “Não, retorquiu ele: é um jogo para um. Sempre que  uma peça de xadrez se move você vira o tabuleiro e move as peças de xadrez do outro lado. Não há 'outro' neste jogo”, insistiu Brzezinski.

É claro que o jogo de xadrez com uma só mão estava implícito na doutrina de Mackinder: "Aquele que controla o território central" era uma mensagem para as potências anglo-americanas nunca permitirem uma potência central unida. (Isso, claro, é precisamente o que está a acontecer a cada momento).

E, na segunda-feira, Biden citou Brzezinski em voz alta, enquanto discursava na Mesa Redonda dos Negócios nos EUA. Chegou ao final do seu breve discurso, onde falou sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia e o futuro económico da América:

“Acho que isto nos apresenta algumas oportunidades significativas para fazer algumas mudanças reais. Estamos num ponto de inflexão, acredito, na economia mundial: [e] não apenas na economia mundial – [que] ocorre no mundo a cada três ou quatro gerações. Como um dos meus, como me disse um dos principais militares numa reunião reservada no outro dia, morreram 60 milhões de pessoas entre 1900 e 1946; e desde então estabelecemos uma ordem mundial liberal o que não acontecia há muito tempo. Muitas pessoas morreram, mas em parte nenhuma se chegou perto do caos. E agora é a hora em que as coisas estão a mudar. Haverá uma nova ordem mundial lá fora; e temos de liderá-la e de unir o resto do mundo livre para fazê-lo.”

Novamente, não há 'outro' no tabuleiro. Quando os movimentos se realizam, o tabuleiro  gira 180º para jogar do outro lado.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

PARA ACABAR DE VEZ COM A GUERRA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Stepan Bandera foi o líder da Organização dos Nacionalistas Ucranianos e do seu braço armado, Exército Rebelde Ucraniano. Durante a II Guerra Mundial serviu as forças nazis da Alemanha na Frente Oriental (Operação Barbarrossa) durante a invasão da União Soviética. A História Universal regista que Bandera e as suas tropas assassinaram milhares de judeus, polacos e comunistas. 

Após o triunfo do golpe de estado de 2014, o assassino exterminador ganhou o estatuto de herói nacional. É o herói do presidente Zelensky que pateticamente foi à televisão dizer aos ucranianos que é judeu e perdeu familiares no Holocausto. Logo, se ele ama Bandera, o seu amado não pode ser nazi. Como se não existissem judeus nazis. Olhem para o que se passa, neste momento, em Jerusalém e têm a mais eloquente resposta. Tropas israelitas matam jovens palestinos na Esplanada das Mesquitas, como se fossem cães vadios.

Um pormenor. O Exército Rebelde Ucraniano (UPA) é ainda hoje uma das organizações da extrema-direita ucraniana. Mas há mais. Zelensky foi eleito, em 2019, presidente com 73 por cento dos votos. A sua primeira medida foi dar a todos os antigos membros das milícias nazis o estatuto de combatentes e veteranos da pátria. Todos passaram a usufruir das mordomias e subsídios atribuídos aos militares que se bateram contra o nazismo no Exército Vermelho.

Os beneficiários são antigos membros da Organização dos Nacionalistas Ucranianos, do Exército Rebelde Ucraniano (de Stepan Bandera), do Exército Revolucionário Popular Polaco/Sich/Ucraniano. E também apanharam esta boleia, os nazis do Batalhão de Azov, que nasceu com o golpe de estado de 2014. O partido Svoboda, o Pravyi Sektor (Sector de Direita) e outros grupos neonazis também formaram, a partir de 2014, as suas milícias armadas. Quase todas passaram a integrar forças regulares ucranianas como o Exército, a Polícia de Patrulha para Operações Especiais da Ucrânia e a Guarda Nacional.

O VERDADEIRO ZELENSKY AO ESTILO DO DITADOR PINOCHET -- Olga Baysha

#Traduzido em português do Brasil

O verdadeiro Zelensky: de populista de celebridades a neoliberal ao estilo de Pinochet impopular

Natylie Baldwin* | The Grayzon

A acadêmica ucraniana Olga Baysha detalha a adoção de Volodymyr Zelensky por políticas neoliberais amplamente odiadas, sua repressão de rivais e como suas ações alimentaram a atual guerra com a Rússia.

Ator cômico que alcançou o cargo mais alto do país em 2019, Volodymyr Zelensky era praticamente desconhecido para o americano médio, exceto talvez como um ator secundário no teatro do impeachment de Trump. Mas quando a Rússia atacou a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, Zelensky foi subitamente transformado em uma celebridade de primeira linha na mídia dos EUA. Os consumidores de notícias americanos foram bombardeados com imagens de um homem que parecia  superado pelos eventos trágicos, possivelmente em cima de sua cabeça, mas em última análise simpático. Não demorou muito para essa imagem evoluir para o herói incansável, vestido de caqui, governando uma pequena democracia desconexa e afastando sozinho os bárbaros da autocracia do leste.

Mas além dessa imagem cuidadosamente elaborada da mídia ocidental, há algo muito mais complicado e menos lisonjeiro. Zelensky foi eleito por 73%  dos votos com a promessa de buscar a paz, enquanto o resto de sua plataforma era vaga. Na véspera da invasão, no entanto, seu índice de aprovação havia caído para  31%  devido à busca de políticas profundamente impopulares.

A acadêmica ucraniana Olga Baysha, autora de  Democracy, Populism, and Neoliberalism in Ukraine: On the Fringes of the Virtual and the Real , estudou a ascensão de Zelensky ao poder e como ele exerceu esse poder desde que se tornou presidente. Na entrevista abaixo, Baysha discute o abraço de Zelensky ao neoliberalismo e ao crescente autoritarismo, como suas ações contribuíram para a guerra atual; sua liderança contraproducente e egocêntrica durante a guerra, as complexas visões e identidades culturais e políticas dos ucranianos, a parceria entre neoliberais e a direita radical durante e após Maidan, e se uma tomada russa de toda a região de Donbass poderia ser menos popular entre os população local do que teria sido em 2014.

Conte-nos um pouco sobre o seu passado. De onde você é e como se interessou pela sua área de estudo atual?

Eu sou um ucraniano étnico nascido em Kharkov, uma cidade ucraniana na fronteira com a Rússia, onde meu pai e outros parentes ainda vivem. Antes da guerra atual, Kharkov era um dos principais centros educacionais e científicos da Ucrânia. Os moradores da cidade se orgulham de viver na “capital intelectual” da Ucrânia. Em 1990, ali se estabeleceu a primeira empresa de televisão livre do controle partidário; logo, seu primeiro programa de notícias foi ao ar. Naquela época, eu já havia me formado na Universidade de Kharkov e, um dia, fui convidado para trabalhar como jornalista neste programa por um amigo da universidade. No dia seguinte, sem experiência anterior, comecei a relatar. Em alguns meses, eu era um apresentador de notícias. Minha carreira meteórica não foi exceção.

A nova mídia descontrolada, cujo número aumentava a um ritmo enorme diariamente, exigia cada vez mais trabalhadores da mídia. Na esmagadora maioria dos casos, eram jovens ambiciosos sem qualquer formação jornalística ou experiência de vida. O que nos uniu foi o desejo de ocidentalização, a falta de compreensão das contradições sociais que caracterizam a transição pós-soviética e a surdez às preocupações dos trabalhadores que se opunham às reformas. Aos nossos olhos, estes eram “retrógrados”: não entendiam o que era civilização. Nós nos víamos como uma vanguarda revolucionária e escolhemos reformadores progressistas. Somos nós – trabalhadores da mídia – que criamos um ambiente favorável à neoliberalização da Ucrânia, apresentada como ocidentalização e civilização, com todas as consequências desastrosas para a sociedade que trouxeram. Apenas anos depois,

Mais tarde, enquanto supervisionava a produção de documentários históricos em uma empresa de televisão de Kiev, reconheci que a mitologia do progresso histórico unidirecional e a inevitabilidade da ocidentalização para os “bárbaros” forneciam uma base ideológica para experimentos neoliberais não apenas nos antigos estados soviéticos, mas em todo o mundo. . É esse interesse pela hegemonia global da ideologia da ocidentalização que me levou primeiro ao programa de doutorado em estudos críticos de mídia na Universidade do Colorado em Boulder e depois à pesquisa que estou fazendo agora.

De acordo com o trabalho acadêmico  de alguns sociólogos ucranianos, pesquisas mostraram no passado recente que a maioria dos ucranianos não estava muito interessada na questão da identidade, mas estava mais preocupada com questões como empregos, salários e preços. Seu trabalho se concentra muito nas reformas neoliberais que foram decretadas na Ucrânia desde 2019 – contra o sentimento popular. Você pode falar sobre qual é a visão sobre questões econômicas para a maioria dos ucranianos e por quê?

Nos meios sociais [em que] eu vivia – leste da Ucrânia, Crimeia e Kiev – havia muito poucas pessoas preocupadas com a questão da identidade étnica. Não enfatizo em vão “meus meios sociais”. A Ucrânia é um país complexo e dividido, com seu extremo leste e extremo oeste com visões diametralmente diferentes sobre todas as questões socialmente significativas. Desde a declaração da independência da Ucrânia em 1991, duas ideias de identidade nacional competem na Ucrânia: “ucraniano étnico” versus “eslavo oriental”. A ideia nacional étnica ucraniana, baseada na noção de que a cultura ucraniana, a língua e a história centrada na etnia devem ser as forças integradoras dominantes no estado-nação ucraniano, tem sido muito mais popular no oeste da Ucrânia. A ideia eslava oriental, que prevê a nação ucraniana como fundada em dois grupos étnicos primários, línguas e culturas - ucraniano e russo - foi aceito como normal no sudeste ucraniano. No entanto, em geral, posso concordar que a maioria dos ucranianos está muito mais preocupada com questões econômicas, o que sempre foi o caso.

Na verdade, a independência da Ucrânia em 1991 foi, em grande medida, também uma questão de preocupação econômica. Muitos ucranianos apoiaram a ideia do divórcio político da Rússia por causa da expectativa de que a Ucrânia estaria melhor economicamente – isso é o que os folhetos propagandísticos nos prometiam. Essa esperança econômica não se concretizou. De muitas maneiras, o colapso da União Soviética mudou radicalmente a vida das pessoas para pior por causa da neoliberalização da Ucrânia – a mercantilização da esfera social e a ruína do estado de bem-estar soviético.

E as reformas neoliberais iniciadas por Zelensky? Você pode avaliar sua popularidade por pesquisas de opinião – até 72% dos ucranianos não apoiaram sua reforma agrária nem o rumo do programa neoliberal de Zelensky. Depois que seu partido aprovou, apesar da indignação das pessoas, a classificação de Zelensky caiu de 73% na primavera de 2019 para 23% em janeiro de 2022. A razão é simples: um profundo sentimento de traição. Em sua plataforma eleitoral não oficial – o programa “Servo do Povo” – Zelesnky-Holoborodko [Holoborodko era o personagem de Zelensky no programa de televisão – NB] prometeu que se ele pudesse governar o país por apenas uma semana, ele “faria o professor viver como presidente, e o presidente vive como professor”. Para dizer o mínimo, essa promessa não foi cumprida.

Boyz grego de Nuland-Pyatt branqueia Ukronazis de Azov

# Traduzido em português do Brasil

Evans Aggelissopoulos* | One World

Tendo comprado a perna de Zelensky da turnê europeia para a 3ª Guerra Mundial, o governo grego superou todos os outros promovendo a ala Azov do exército Ukronazi pouco antes de Mariupol cair para as forças combinadas russas e de Donetsk e suas principais unidades militares serem derrotadas.

Em uma daquelas ironias que a história gosta de jogar com os políticos, aqueles da autodenominada 'flecha democrática' (partidos gregos que fizeram campanha pela prisão dos retro-fascistas Golden Dawn) trouxe Zelensky com um discurso pré-gravado ao parlamento grego e ele por sua vez, trouxe um combatente Azov de suposta herança grega, provando além de qualquer dúvida razoável, como observado em um artigo anterior, que a Grécia é uma causa perdida da OTAN.

Quando Pyatt afirmou que a melhor coisa desde o pão fatiado é o primeiro-ministro grego Mitsotakis e ele deveria ser exportado para os EUA, o que me veio à mente foi justamente isso, quando outro ativo de política externa dos EUA Saakashvilli da Geórgia após ameaçar a Rússia durante as Olimpíadas de Pequim 2008 acabou exilado nos EUA e depois que o roadshow Pyatt-Nuland assumiu a Ucrânia mudou-se para Odessa para se tornar prefeito da cidade histórica. Obviamente Saakashvilli não tem o relacionamento de quase oito décadas como o clã Mitsotakis, mas não por não se esforçar o suficiente, é só que a era de ser um quisling dos EUA não é mais realmente benéfica e acaba criando mais problemas do que fornecendo soluções como ele agora está pedindo ajuda dos EUA para tirá-lo de uma prisão georgiana.

O conceito tradicional de república das bananas era o quintal dos EUA da América Central, ou seja, Honduras e Guatemala, mas a Grécia do pós-guerra é a república das bananas europeia por excelência , tendo concordado em ambos serem o primeiro campo de testes para guerra química por napalm dos EUA durante o Guerra civil grega no final da década de 1940, a saga chemtrail de nossa era e os experimentos de covid da Big Pharma na forma de jabs da Pfizer e Modena.

Tendo comprado a parte de Zelensky da turnê europeia para a 3ª Guerra Mundial, o governo grego superou todos os outros promovendo a ala Azov do exército Ukronazi pouco antes de Mariupol cair para as forças combinadas russas e de Donetsk e suas principais unidades militares serem derrotadas. Quando Zelensky citou o canto "Liberdade da Morte" da Revolução Grega de 1821, deveríamos ficar impressionados como se um bantustão da OTAN tivesse alguma coisa a ver com liberdade e não simplesmente com a morte.

Ucrânia | ASSIM VAI A GUERRA POR PROCURAÇÃO DOS EUA-NATO-UE

Ministro ucraniano critica NATO por não abrir a porta da adesão à Ucrânia. Jornalista ucraniana morta após ataque com míssil em Kiev

Um posto de controlo na vila russa de Krupets, na região de Kursk, foi atacado, de acordo com o governador regional. Ucrânia diz que está planeada evacuação de civis em Mariupol esta sexta-feira.

Reino Unido envia 8000 soldados para o leste europeu

O Reino Unido anunciou esta sexta-feira que vai enviar cerca de 8000 soldados para exercícios militares no leste europeu, no que é considerado uma demonstração de força após a invasão da Ucrânia por parte da Rússia.

Os exercícios, em países como Finlândia e Macedónia do Norte, também envolvem aliados da NATO como França e Estados Unidos.

O Reino Unido vai a enviar 72 tanques Challenger 2 e 120 veículos blindados de combate, juntamente com canhões de artilharia, helicópteros e drones para os exercícios.

"A segurança da Europa nunca foi tão importante", disse o secretário de Defesa britânico Ben Wallace.

AFP

Jornalista ucraniana morta na sequência de ataque com míssil em Kiev


A jornalista ucraniana Vera Girich, da Radio Liberty, morreu na sequência do um ataque russo com míssil em Kiev que destruiu a casa onde residia, adianta a Rádio Svoboda.

Embora o bombardeamento tivesse ocorrido esta quinta-feira, o corpo apenas foi encontrado debaixo dos escombros na manhã desta sexta-feira.

David Pereira

Ucrânia diz que está planeada evacuação de civis em Mariupol esta sexta-feira

A presidência ucraniana anunciou que existem planos para evacuar civis esta sexta-feira a partir da central siderúrgica Azovstal, na cidade sitiada de Mariupol.

"Está planeada uma operação para evacuar civis da fábrica de Azovstal hoje", refere um comunicado, um dia depois de o secretário-geral da ONU, António Guterres, ter afirmado que a organização estava a "fazer tudo" para facilitar o resgate de civis da cidade portuária do sul da Ucrânia.

AFP

Ministro ucraniano critica NATO por não abrir a porta da adesão à Ucrânia

O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros escreveu esta sexta-feira no Twitter a pedir garantias da segurança e a criticar a NATO por não abrir a porta da adesão à Ucrânia.

"A Ucrânia desistiu das armas nucleares por causa da paz mundial. Nós temos batido na porta da NATO, mas ela nunca abriu. O vácuo de segurança levou à agressão russa. O mundo deve a segurança à Ucrânia e pedimos aos estados que decidam que garantias de segurança estão prontos a dar", escreveu Dmytro Kuleba.

Ucrânia ataca posto de controlo na Rússia

Um posto de controlo na vila russa de Krupets, na região de Kursk, foi atacado, de acordo com o governador regional, Roman Starovoyt.

A agência de notícias russa RIA diz que não houve vítimas e que as forças da Rússia contra-atacaram.

Krupets fica perto da fronteira com a Ucrânia, perto da região de Sumy, no nordeste do país.

Human Rights Watch diz que refugiados na Polónia são alvo para tráfico humano

A organização não governamental (ONG) Human Rights Watch alertou hoje que os refugiados ucranianos na Polónia, sobretudo mulheres e crianças, enfrentam um maior risco de violência de género, tráfico humano e outras formas de exploração.

"O acolhimento na Polónia daqueles que fogem da guerra na Ucrânia é uma mudança positiva em relação à resposta a outras crises, mas a falta de medidas básicas de proteção corre o risco de expor os refugiados a sérios abusos", disse Hillary Margolis.

A investigadora de direitos das mulheres da Human Rights Watch (HRW) disse que o governo polaco tem deixado o acolhimento nas mãos de voluntários e ativistas, o que "coloca o ónus da segurança dos refugiados em pessoas bem-intencionadas, mas maioritariamente sem formação nem os sistemas ou apoio necessários".

Lusa

David Pereira | Diário de Notícias

O OCIDENTE DECLARA GUERRA À RÚSSIA

# Publicado em português do Brasil

Washington forma aliança militar de dezenas de países para enviar armas pesadas à Ucrânia, internacionalizar conflito e esgotar Moscou – o único adversário militar à sua altura. Celso Amorim analisa novo tabuleiro geopolítico, sexta-feira, às 15h

Antonio Martins | Outras Palavras

Duas narrativas, opostas entre si, buscavam até agora interpretar a invasão da Ucrânia por tropas russas, iniciada em 24 de fevereiro. Segundo os governos do Ocidente e a mídia associada a eles, trata-se de um ato brutal do regime de Vladimir Putin para projetar sua força sobre uma nação mais débil, recorrendo a meios violentos e buscando desviar as atenções da opinião pública sobre suas dificuldades internas. Os que buscam compreender a posição de Moscou argumentavam, no entanto, que o país foi forçado à guerra pela expansão incessante da OTAN, pelo cerco a seu território por bases militares inimigas e pela opressão das populações russas majoritárias no leste da Ucrânia.

Ambas as visões, contudo, podem ter se tornado obsoletas esta semana. Uma série de fatos novos deu à guerra um caráter inteiramente novo e a transformou num conflito que opõe à Rússia, agora sem disfarces, uma coalizão de mais de trinta países alinhados a Washington. O objetivo, também anunciado abertamente, é minar as forças da único Estado hoje capaz de se opor militarmente às pretensões norte-americanas. Se isso ocorrer, os EUA estarão de mãos livres para tentar resolver por meios bélicos o declínio de seu poder econômico e o desgaste de sua hegemonia geopolítica.

O acontecimento mais importante se deu terça-feira (26/4), na base militar de Ramstein, que Washington mantém desde 1948 no sudoeste da Alemanha. O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin III, reuniu-se com autoridades militares de 33 países, mais a União Europeia e a OTAN. Como resultado, formou-se um Grupo Consultivo sobre a Segurança da Ucrânia, que se reunirá todos os meses. As declarações de Austin sobre os objetivos da coalizão são reveladoras: “vencer a luta atual e as que virão”, garantindo de imediato o envio do maior volume possível de armamento a Kiev. Mas houve antecedentes. No fim de semana, o próprio Austin, chefe do Pentágono, havia visitado a capital ucraniana na companhia do secretário de Estado, Anthony Blinken, em viagem mantida em sigilo até o último momento. Lá, encontraram-se com o presidente Zelensky, e mantiveram conversações cujo teor não foi revelado. De Kiev, ambos rumaram para Berlin, onde obtiveram da ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, o compromisso de abastecer a Ucrânia com material bélico pesado – ao menos 50 tanques.

QUEM QUER COMER CRIANCINHAS AO PEQUENO ALMOÇO?

Bom dia nesta quase boa tarde. Mas mais vale tarde que nunca.

Eis a seleção do Expresso Curto que está pior que antes e a condizer com os tempos dos lambe botas, lambe traseiros e penduricalhos. A autoria é do diretor-adjunto Miguel Cadete, na grelha de partida para mais altas velocidades proporcionadas pelo tio Balsemão – esse sábio democrata de lombada salazar-marcelista. É o que temos. É aquilo a que se sujeitam. Até mesmo que pensem NÃO dizem SIM e sorriem, sujeitando-se, aquiescendo “assertivos”, “modernos”, “civilizados”, “democratas”, “humanistas”… Quanto mais se baixam mais se lhes vê quanto percebemos as suas hipocrisias de estimação e as sua febres de se safarem na vida atropelando o interesse comum. Pior que a pandemia covid, este contágio trouxe-nos ao descalabro que se vê, se cheira, se sente e nos vitima. Que perigosamente cresce…

Pois. “Mas isso agora não interessa nada” – como dizia a “lançadora” do Big Brother e outras futilidades populares em Portugal. Vamos ao resto, que são quase horas de almoço. Aliás, de maioritariamente passarmos por debaixo da mesa. Ora, ora, quantos ignoram o que é que essa frase significa? Claro, são modernos. Mal comem, mas não sabem. Escravos modernos. Pertencem aos milhões de humanóides da UE. Muitos até com cursos universitários, que usam fato e gravata, mas que continuam escravos da modernidade bacoca. Ttodos aperaltados, bonitinhos, felizes da vida de trampa e pobres de espírito… Adiante.

Portugal está repleto de mentes cujas crenças e ideologia se mantêm como antes de Abril de 1974, talvez não tarde o tempo de regressarmos ao horripilante cenário de que na Rússia “comem criancinhas ao pequeno almoço”. Muitos padrecas por este país o disseram, alguns jornalistas, doutores, engenheiros, plebeus estúpidos e analfabetos assim acreditavam e o diziam. Calhaus empedernidos, era o que era. Era o salazarismo, o anticomunismo primário fruto do nazifascismo de Salazar, do cardeal Cerejeira - esse biltre – e tantos outros que em Abril de 1974, ouviram, aprenderam e gritaram a palavra liberdade que nem conheciam, nem sabiam o que era para além do nome de uma avenida sob o olhar de um marquês: a Avenida da Liberdade. A “lavagem ao cérebro”, o anti-Rússia, o anti comunismo invadiu-os e passou-lhes para os genes. Ocorre que na atualidade se constata que não aprenderam quase nada de útil para as comunidades. Continuam a olhar egoistamente para os seus umbigos, e serem muito mais hipócritas, a dizer o que lhes possa dar vantagens, a fazer que são o que não são. Nem equacionam que afinal são escravos modernos e que a liberdade é o consumismo exacerbado, o Macdonalds, os vários telemóveis, computadores, os chaços em que se deslocam e as traquitanas todas da atualidade. São miseráveis mas julgam-se ricos ao principio do mês e quando lhes são concedidos os créditos bancários agiotas… A liberdade não é só isso. A maioria continua a ser enganada. A enganar-se a ela própria. A iludir-se. A crer nas loas de políticos e quejandos da mesma seita que enchem a boca com a palavra democracia mas agem com imensos critérios e práticas salazaristas “modernas”. Com papas e bolos se enganam os tolos. Sois tolos, e então?

Sigam para o dizer do Curto do Expresso que trazemos aqui parcialmente, por nada e por tudo. Pensem… Pensar não dói nada, e se doer… Abram a pestana.

Faça-se notar que temos portugueses e europeus dos que não vão em balelas. Ainda existem. Urge colocar os pontos nos is e não deixar silenciar a razão. O unanimismo é adversário da verdadeira democracia e da liberdade. Mas é oque se vê, se sente e se cheira nestes tempos de luxúria neoliberal extremista a caminho do nazifascismo. Abram a pestana. Afinal não há quem coma criancinhas às refeições. Nunca houve. O que existe demasiado são antidemocrata, charlatães, que envenenam ingénuos e estúpidos. "Comer" criancinhas tem sido coisa de padralhada nojenta e de outros pedófilos, como é vulgo ficarmos a saber.

Bom dia, se conseguirem depois de lerem curtas do Curto, a seguir.

Mário Motta

EM DEFESA DO JORNALISTA BRUNO AMARAL DE CARVALHO

Alfredo Maia* | Nave dos Dias 

Prossegue em ritmo feroz a campanha de perseguição ao jornalista Bruno Amaral de Carvalho, o único repórter português que ousou ir observar a guerra na Ucrânia num território que mais nenhum camarada nacional seu quis ou pôde cobrir.

Fá-lo num teatro de operações de elevado risco, do outro lado da linha da frente. Fá-lo, sobretudo, porque leva às últimas consequências o que sente ser seu dever de contribuir para que o público disponha de informação o mais completa possível.

Por isso, Bruno Amaral de Carvalho atua em cenários atacados por forças ucranianas, do mesmo modo que os outros, a maioria, trabalham em cenários atacadas por forças russas e separatistas. É esse o seu arriscado contributo para o pluralismo.

Deveríamos todos agradecer a enorme coragem do Bruno, que se lançou sozinho numa missão muito arriscada, em zonas de combate, e sem qualquer suporte – laboral, material, financeiro, logístico e até moral – de qualquer órgão de informação: apenas vendendo a quem aceita os trabalhos que vai fazendo.

Se estivesse noutro local, num “outro lado” da guerra, o Bruno Amaral de Carvalho teria sido alçado pelos seus pares à categoria de herói como repórter de guerra e as revistas de “people” já lhe teriam dedicado catadupas de capas glamorosas e vasculhado as aventuras da sua intrepidez por esse mundo fora.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

O VELHO QUE VIU AS NETAS NAS RUÍNAS DA UCRÂNIA -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

António Guterres foi alto comissário da ONU para os refugiados entre 2005 e 2015. No último ano do seu mandato começaram os naufrágios em massa, no Mediterrâneo, de refugiados provocados pelas agressões da OTAN (ou NATO), dos países da União Europeia e do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA). O Iraque foi destruído. A Líbia foi destruída. A Síria foi destruída. Guterres não foi às “Bucha” desses países ver os efeitos da guerra. 

Segundo a Organização Internacional das Migrações (OIM) morreram seguramente 20.014 refugiados desses países nos naufrágios. Porque foram recuperados os cadáveres. Mas alertou para os “naufrágios invisíveis” de embarcações muito precárias, carregadas de refugiados e que naufragam sem que ninguém saiba da tragédia. E como os náufragos são pobres, os familiares nunca reclamam os corpos. Nem têm familiares! Esses náufragos são aos milhares. São os “barcos fantasmas” que desaparecem a caminho da Europa muito civilizada. António Guterres nunca foi ver esses desgraçados, nunca imaginou que cada um fosse seu filho, cada uma sua filha, as crianças mortas seus netos. 

Como António Guterres é muito piedoso vou fazer-lhe uma sugestão. Ainda ele era alto-comissário para os refugiados e uma menina queniana, refugiada, grávida de gémeos, chegou a Itália na rota do Mediterrâneo. Após desembarcar no país do grande humanista Mário Draghi foi obrigada a prostituir-se. Quando tiver uma oportunidade vá visitá-la, leve a criadagem dos Media, faça um ar compungido e diga-lhe que olha para ela, como se fosse sua filha. É mentira, mas faz o mesmo papel que fez para os donos na visita à Ucrânia e assim ficamos todos a pensar que é decente e tem bom coração. Não será o único crápula a fazer-se passar pelo que não é. Nem o último a fazer figura de pacifista para agradar aos seus donos, sejam da OTAN ou do estado terrorista mais perigoso do mundo.

Um dia fui aos campos de refugiados dos palestinos no Líbano. Mordi os lábios, engoli insultos aos que criaram aquela desumanidade e reportei o que vi. António Guterres nunca foi visitar esses seres humanos que já nasceram no meio daquela desgraça. Ou foram para lá crianças e entretanto envelheceram na precariedade. Israel mata todos os dias palestinos. António Guterres papa uma hóstia, benze-se, reza o Pai Nosso, arrota, caga e dorme em paz. Nunca foi ver as destruições em Gaza e na Cisjordânia. Nunca quis saber da situação de seres humanos que viram o seu país transformado num campo de concentração. E agora até foi murado.

António Guterres não deu conferências de imprensa ao lado do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Zeidan Abbas, nem do presidente do Hamas e primeiro ministro da Faixa de Gaza, Ismail Haniyeh. Nunca disse que há tropas de Israel na Palestina mas não há tropas palestinas em Israel. Nunca falou na invasão de Israel à Palestina. Nada. Porque os donos não deixam. Falou da invasão russa à Ucrânia porque os donos puxaram pelo cordel que o põe a falar e ele despejou o que lhe mandaram dizer. Um homem na idade da reforma, em fim de vida, tem alguma necessidade de se apresentar como a voz dos donos? Nenhuma. Faz isso porque gosta.

António Guterres, enquanto secretário-geral da ONU nunca foi ao Afeganistão, onde a guerra DA OTAN e do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) acabou em 2022. Só em 2021 as tropas da OTAN e dos EUA mataram 42.223 civis. Este ano 593. Quando Guterres foi lá? Nunca. Quis lá saber das famílias que viviam nas casas esventradas, dos refugiados e dos mortos. Nunca lhe deram ordens para fazer figura de piedoso e coerente na hipocrisia. Em Myanmar morreram 11.114 civis em 2021. Este ano já morreram 4360. Guterres nunca foi lá com a criadagem dos Media. Nunca apelou ao Tribunal Penal Internacional para verificar se houve crimes de guerra. No Iémen morreram 31 048 civis ano passado. Este ano já foram assassinados 14 200. No total da guerra liderada pelos seus donos, já morreram 377 000 pessoas. Guterres não viu em nenhum a sua família, os seus filhos e as suas netas. 

"Não testem a nossa paciência". Rússia avisa sobre envio de armas para a Ucrânia

É a segunda vez esta quinta-feira que o Kremlin faz um aviso ao Ocidente sobre o apoio ao armamento da Ucrânia.

A Rússia avisou novamente o Ocidente sobre o aumento do fornecimento de armas para a Ucrânia, depois de tanto a Bulgária como a Alemanha terem confirmado que enviariam armas aos ucranianos, e do Reino Unido ter pedido aos aliados para aumentar a produção bélica.

Esta quinta-feira, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, afirmou que o Ocidente está "a pedir abertamente a Kyiv para atacar a Rússia com as armas recebidas dos países da NATO".

"Aviso-vos que não testem mais a nossa paciência", rematou Zakharova.

O aviso surge também depois de Mykhailo Podolyak ter dito no Twitter que os EUA reconheciam o esforço de guerra ucraniano, incluindo os recentes ataques a infraestruturas militares em território russo.

"A Ucrânia vai defender-se de qualquer maneira, incluindo com ataques a armazéns e bases dos assassinos. O mundo reconhece este direito", escreveu Podolyak.

Ao ucraniano, Maria Zakharova respondeu dizendo que "Kyiv e as capitais ocidentais devem considerar que esta declaração do ministério da Defesa significa que incitar mais a Ucrânia a atacar o território russo irá definitivamente levar a uma resposta dura da Rússia".

Zelensky alertou para "genocídio" e Guterres admitiu "falhas" no CS da ONU

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, está em Kyiv, onde esteve reunido com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, esteve reunido com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, esta quinta-feira. O português esteve antes em Moscovo - onde admitiu que as negociações com Vladimir Putin não correram tão bem quanto o esperado.

Em declarações aos jornalistas, findada a reunião, Zelensky diz que Guterres “já viu que aquilo que forças ocupantes russas fizeram aos cidadãos ucranianos é genocídio”.

O presidente ucraniano pediu um "tribunal internacional" contra a Rússia, bem como registo dos "crimes que estão a ser cometidos contra a humanidade", crimes estes que "não testemunhávamos" desde a II Guerra Mundial. 

Zelensky referiu ser imperativo evacuar da fábrica Azovstal os civil que lá permanecem, dizendo que a Ucrânia está pronta para negociar.  "Esta missão do secretário-geral da ONU está a ser bastante eficaz", admitiu, e é preciso continuar a impedir a deportação ilegal de ucranianos para a Rússia. 

O presidente ucraniano e Guterres discutiram ainda a crise alimentar e o aumentos dos preços a nível mundial. 

Interveio depois o secretário-geral da ONU, que diz ter testemunhado os crimes na Ucrânia, frisando que Mariupol "é uma crise dentro de uma crise". Guterres assegura que estão a fazer "todos os possíveis para retirar pessoas da Azovstal".

Lamenta ainda a violação dos direitos humanos e reitera que a ONU "vai procurar responsabilização" pelo que aconteceu nos arredores de Kyiv.

“É absolutamente essencial que TPI faça o seu trabalho no sentido de haver uma real responsabilização” pelos crimes cometidos na Ucrânia, disse, lamentando: "O Conselho de Segurança falhou em prevenir a guerra".

"Deixe-me ser bem claro: o Conselho de Segurança falhou em fazer tudo o que estava ao seu alcance para prevenir e acabar com esta guerra. Esta é uma fonte de grande decepção, frustração e raiva", disse Guteres a Zelenksy, em Kiev, capital ucraniana.

António Guterres destacou o trabalho que os funcionários das Nações Unidas têm feito em 9 unidades espalhadas pelo país e em coordenação com as autoridades ucranianas. “Esta guerra tem de terminar. A paz tem de ser estabelecida de acordo com a Carta das Nações Unidas e da lei internacional”, disse o secretário-geral da ONU, garantindo a Zelensky que a ONU não desistirá. 

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