domingo, 26 de junho de 2022

A Insólita Carta da Savimbi de Saias – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A reunião do G7 (países mais industrializados do ocidente) foi contestada hoje por milhares de pessoas em Munique. Os Media não deram uma única imagem. Censura pura e dura. O governo de Berlim anunciou hoje que pôs a funcionar centrais a carvão, encerradas no âmbito do combate às alterações climáticas. Grupos ecologistas manifestaram-se contra este crime ambiental. Os Media ocidentais não mostraram uma só imagem. Nem chamaram os “peritos” habituais que dão palpites sobre tudo e mais algumas coisa. Censura total.

O nazi Zelensky despediu a embaixadora da Ucrânia em Lisboa. Se o governo português fosse constituído por gente com coluna vertebral, a senhora tinha sido despedida quando participou em manifestações partidárias e excrementou partidos políticos portugueses, nomeadamente o Partido Comunista Português (PCP) por se declarar contra a guerra da OTAN (ou NATO) e o estado terrorista mais perigoso do mundo, contra a Federação Russa. Hoje tiveram de engolir mais uma manifestação contra a guerra, na Avenida da Liberdade, em Lisboa

O ditador de Kiev despediu a sua activista em Portugal porque não está a fazer nada. A despedida aceitou o despedimento e declarou que é uma questão de agenda. Os Media portugueses não chamaram professores universitários e generais a explicar o insólito despedimento. Nem o To Célito protestou contra o saneamento da sua amiga e companheira de apoio à guerra. Insólito.

Mais estranho ainda. Segundo a Bloomberg os países da União Europeia estão a comprar à Federação Russa mais petróleo do que antes da guerra. O preço é que aumentou desalmadamente e os consumidores guincham de dor. O senhor presidente Macron, enrolado na duríssima derrota eleitoral, disfarça dizendo que o estatuto de “país candidato à União Europeia” atribuído à Ucrânia é um forte sinal para Moscovo”. Os russos borraram-se todos. Estão de joelhos. Imploraram ao presidente francês para que os ocidentais não continuem a humilhá-los. Coitadinhos dos russos. 

António Costa roncou forte: Estamos prontos a enfrentar os russos na região dos países bálticos! Ele quer, tem vontade, está cheio de guzo para caçar russos. Mas o insólito estragou tudo. Afinal o governo português não vai mandar tanques de guerra para a Ucrânia porque não tem dinheiro para o transporte. A última verba disponível foi para pagar a viagem do primeiro-ministro até aos braços de Zelensky. Os ricaços exibem tantos milhares de milhões e os países pobrezinhos nem conseguem matar a fome aos seus cidadãos.

A agência UNICEF, no seu relatório de 2021 refere que 28,6 por cento das crianças portuguesas estão em risco de pobreza e “muitas não têm acesso aos mínimos da alimentação, educação e proteção social”. O Instituto Nacional de Estatística revelou em Março passado que a percentagem da população portuguesa que se encontra em risco de pobreza subiu para os 18,7 por cento. Trocado por miúdos: 1.961.122 portugueses estão nestas condições. Agora podem comer uns tanques de guerra aos matabicho. Já que os mastodontes não vão para a Ucrânia, que sirvam para alguma coisa útil. Insólito.

A guerra no Dombass está no fim. Hoje o porta-voz das tropas da Federação Russa anunciou que 800 civis que serviam de escudos humanos na fábrica Azot, cidade de Severodonetsk começaram a ser evacuados. Mas os nazis de Kiev bombardearam a fábrica quando decorria a evacuação. Já ouviram falar em crimes de guerra? O Guterres, o Johnson, a Úrsula, o Costa e outros pigmeus vão a Severodonetsk ver os crimes dos nazis capitaneados pelo Zelensky. Lá se vai o estatuto de país candidato!

Muito insólita é a carta aberta de Mihaela Webba, a Savimbi de saias, aos militantes e votantes no MPLA. Diz que decidiu imitar “o veterano militante, Francisco Gentil Viana”. Veterano na aldrabice, na vigarice, no encher a pança à custa do povo angolano. Pouco tempo esteve no partido. Tal como o pai. Entre as saídas, entradas, fugas e traições, pouco tempo restou para a militância do “Afrique”.  

A Webba diz que em 2007, “quando frequentava o mestrado em Direito Constitucional, na Universidade de Coimbra, também remeti a minha carta de desvinculação do MPLA ao núcleo da JMPLA em Portugal”. Pois claro. Ganhou banha balofa à custa do partido e quando lhe acenaram com mais dinheiro, foi parar ao Galo Negro sendo agora uma galinácea savimbista. Ainda bem. Enquanto a Oposição angolana for dominada por gente desta, ganhamos tempo para construir a Angola do futuro. 

Webba diz que “a grande família do MPLA, é tida como sendo constituída por todos aqueles cidadãos de origem etnocultural Kimbundu”. Lúcio Lara era do Huambo. Mário Pingo de Andrade era do Cuanza Norte. 

O General Matias Lima Coelho (Nzumbi) é de Benguela. O meu saudoso amigo Joaquim Kapango, assassinado friamente por Jonas Savimbi, era filho do Planalto Central. O comandante Dangereux era do Moxico. O comandante Toka (almirante e embaixador) é do Uíge. O comandante Ndozi era do Zaire. O comandante Bolingô era do Nzeto.

O comandante Pedalé era de Cabinda. Paulo Jorge era de Benguela. Pepetela é de Benguela. Fernando Costa Andrade (Ndunduma) era do Lépi. Manuel Rui é do Huambo. O General Higino Carneiro é do Libolo. Maria Mambo Café era de Cabinda. A física nuclear Maria Cândida Teixeira, embaixadora de Angola em Cuba, é do Moxico. A embaixadora de Angola na ONU, Maria de Jesus Ferreira é do Moxico, Carolina Cerqueira é do Cuanza Norte, João Ernesto dos Santos "Liberdade” é do Moxico. Joana Lina é do Cuanza Norte. Aníbal Rocha, o meu amigo Zázá, é do Sanza Pombo e do Negage. Podia citar milhares, mas destas e destes  lembro-me da província ou do lugar onde nasceram.  

A “carta” de Mihaela Webba mostra que ela não tem ética. Nem sabe o que isso é. É um insulto a todas e todos os que votam no MPLA ou militam no partido. Ela é a prova de que as e os savimbistas que apareceram depois das fogueiras da Jamba e os assassinatos dos dirigentes que faziam sombra a Savimbi, são ainda mais tenebrosas e tenebrosos do que os originais. 

Descer mais baixo do que Mihaela Webba é impossível. Ela é o estádio supremo da vigarice política. Diz que votar nela é votar por Angola e pela unidade nacional. Recomendo a todos os indecisos a leitura daquela lista de insultos e agressões â honra das e dos angolanos. Aquela carta é a garantia da vitória esmagadora do MPLA. Ninguém lhe vai perdoar a afronta.

*Jornalista

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