Encostado à parede pelas nossas revelações e o mal-estar que ex-agentes israelitas estavam a provocar na Unita, ACJ utilizou uma técnica de marketing político e fez o que se chama “come clean”. Veio confessar que era verdade o segredo que toda a gente já sabia: contratou os serviços de Adi Timor (ex agente da Mossad) e seus associados para intervirem nas eleições angolanas.
Para justificar essa contratação, Adalberto deu exemplos de países africanos onde os israelitas tinham trabalhado e mudado o poder. Mencionou o Malawi, o Botswana, a Zâmbia e o Gana.
No Botswana enganou-se redondamente sobre o papel de Adi Timor.
Desde a independência (1966) e até à data, todos os primeiros-ministros e presidentes representaram o Partido Democrático do Botswana (BDP). Todos.
Adi Timor não promoveu mudança nenhuma.
Aliás a sua passagem pelo Botswana foi bem controversa. Adi Timor foi contratada pelo partido no poder para as eleições de 2014, mas entrou em choque com eles devido a questões financeiras. Segundo se escreveu na época (jornal Sunday Standard) o partido que Adi Timor assessorou não lhe quis pagar porque considerou que ela não tinha cumprido os objectivos e levava demasiado caro.
Aparentemente, a desavença deveu-se ao facto do partido ter baixado para 46% dos votos quando queria 70%. É capaz de ser este o caminho da Unita, uma derrota estrondosa, pois as eleições não se decidem nas redes sociais.
Fraco exemplo que ACJ foi arranjar. Um trabalho caro e mal feito para manter o partido do poder no Botswana.
Na Zâmbia, a intervenção de Adi Timor foi em 2016, não nas actuais eleições, e foi descrita pela imprensa como “desonesta” e declarada indesejada. Aparentemente, cobrou 1,4 milhões de USD.
Um jornal escreveu: “A relação cordial que existe entre a
Zâmbia e Israel será arruinada se a Timor Consulting for autorizada a
permanecer no país e desempenhar um papel nas eleições gerais de 11 de Agosto
de
A presença de Adi Timor levou a graves dificuldades nas relações entre a Zâmbia e Israel.
Na Zâmbia, temos tal como no Botswana, Adi Timor a tentar manter um partido no poder, a ser acusada de levar dinheiro a mais, e sobretudo, isso é que é grave, a ser acusada de preparar a fraude eleitoral.
Há que haver verdade. Não é uma invenção de gabinetes psicológicos, é uma realidade nos outros países africanos. As acusações de fraude eleitoral a Adi Timor repetem-se em vários órgãos de imprensa de diversos países.
No Malawi, Adi Timor conseguiu explorar a fragilidade das instituições e ajudar a eleger o Presidente que se tem notabilizado por nomear familiares para cargos políticos e de topo.
Finalmente, onde ainda foi mais polémica do que no Botswana e Zâmbia, foi no Gana. As acusações sobre o seu papel e de mais 14 agentes israelitas que desembarcaram para perturbar as eleições no Gana sucedem-se e são referidas em vários órgãos da imprensa mundial.
A própria imprensa israelita conta a história escrevendo acerca de Adi Timor e do seu grupo que não estavam lá para reuniões de negócios comuns, mas tinham vindo com uma agenda para influenciar a eleição nacional do Gana. Adiantando mais à frente que a sua função era defraudar a eleição para garantir a eleição do Presidente, que ganhou por uma curtíssima margem e acusações generalizadas de fraude.
Adalberto acertou nos países
Na verdade, com este historial, Adi Timor deveria ser colocada debaixo de investigação em Angola, e proibida de entrar, quanto à Unita-ACJ, há uma sombra de ilegalidade a investigar.
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