terça-feira, 19 de julho de 2022

Angola | OS ESTRAGOS DO GALO NEGRO E DA ADI TIMOR

Artur Queiroz*, Luanda

O General Matias Lima Coelho (Nzumbi) descreveu assim a parte final da operação policial e das Forças Armadas Angolanas (FAA) que pôs fim ao bando armado de Jonas Savimbi: “Foi criado um anel de fogo do qual nem as galinhas do mato conseguiam fugir. Os comandantes do cerco eram o coronel Faroeste, o coronel Kennedy e o brigadeiro Walla que, como era o mais graduado, ficou a comandar o cerco final. Este modelo foi proposto pelo comissário da Polícia Nacional Alfredo Eduardo Manuel Mingas (Panda), presente na Operação Kissonde desde o primeiro dia”.

Anos mais tarde, o comissário Panda viu-se envolvido num grave acidente de viação na sequência do qual pediu a exoneração de comandante-geral da Polícia Nacional. Ontem, quando fazia uma caminhada na Cidade do Kilamba, foi baleado por dois marginais que se puseram em fuga. Ainda conseguiu atingir um dos bandidos. 

Este episódio aconteceu apenas 24 horas depois de Adalberto da Costa Júnior anunciar que a ADI Timor, empresa servida por agentes dos serviços secretos israelitas, especialista em escutas ilegais e pirataria informática, está a orientar a campanha eleitoral da UNITA.  

E 48 horas depois do presidente do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido, lançar um ataque violentíssimo contra os profissionais que possam enfrentar a “voz de barragem” lançada nas redes sociais e outras kibangas da Internet, apresentadas como “jornais”. Para a golpada dar certo, ninguém pode opor-se às mentiras, manipulações e falsas notícias que estão a ser cozinhadas pelos agentes da ADI Timor. Puseram um líder sindical a atacar trabalhadores!

A ADI Timor actua no Gana, ao serviço do Presidente Nana Akufo-Addo. Naquele país, a Oposição tem maioria na Assembleia Nacional, por isso, o líder do órgão de soberania, Alban Bagbin (partido Congresso Nacional Democrático), foi eleito com 138 votos contra 136 do candidato do Novo Partido Patriótico, liderado pelo Chefe de Estado.  

No Gana a instabilidade política é permanente. John Dramani Mahama, líder da Oposição, acusa o presidente eleito de amordaçar a democracia. As forças armadas são constantemente chamadas a intervir para repor a ordem pública. Numa zona onde a Oposição tem a base social de apoio mais numerosa surgiram ontem casos de febre hemorrágica, causados pelo vírus de Marburgo, tão grave como o ébola. 

A doença do vírus de Marburgo é transmitida aos seres humanos por morcegos frugívoros. O que tem isto a ver com a ADI Timor? A direcção da UNITA que responda. Não se esqueçam da declaração de amor feita por Israel à Ucrânia, país onde existiam 17 laboratórios de armas biológicas, antes de 24 de Fevereiro.

Alfredo Eduardo Mingas (Panda) foi ontem baleado por dois marginais. Ao fim da manhã de um domingo calmo, na Cidade do Kilamba, uma zona calma. À noite, um grupo que se fazia transportar numa carrinha de caixa aberta retirou as bandeiras da UNITA que estavam na Avenida Deolinda Rodrigues e vias adjacentes. 

A equipa identificou-se a agentes da autoridade como estando ao serviço do Galo Negro para “renovação da propaganda”. A voz de barragem criada pelos espiões israelitas já pôs a circular que foi uma acção do MPLA. 

A técnica é simples e bem conhecida, chama-se “ troca do mártir”. Os autores do crime fazem-se de vítimas e acusam os adversários, fingindo-se mártires. Os seus crimes passam despercebidos! Entre essa actividade criminosa está o ataque ao comissário Panda, um Herói Nacional, na Cidade do Kilamba.

E quem tem o dever de reagir, forte e sem contemplações, fica a ver o filme. Espero que o crime contra o comissário Panda não caia no esquecimento das bandeiras da UNITA retiradas. Mas também espero que ninguém esqueça o exemplo do Gana. Vão a Acra e vejam com olhos de ver o que a ADI Timor fez num país africano onde há muitos anos reinava a estabilidade. 

Ana Sofia Cardoso, uma cómica de voz rasca que se faz passar por jornalista no canal do barqueiro do Douro, está em Luanda. Já fez um “directo” do Sambizanga. Como se pode ver pelo exemplo anexo, esta gentalha fica baratinha. O pagamento por aquela confusão na CNN Portugal foi uma viagem à capital angolana. A coisa está a descer ainda mais de nível.

O senhor General Furtado, ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança e Casa Militar do Presidente da República desmentiu publicamente o indígena William Tonet, de uma forma muito cordata, muitíssimo amigável. Se não fossem as aldrabices do Tonet/ADI Timor nunca saberíamos que sua excelência e o Procurador-Geral da República estão em Barcelona a tratar de assuntos do Estado Angolano e não a negociar seja com quem for. 

Espero que do outro lado não renasça a maka de sanzala. Nesta altura do campeonato precisamos muito de cuidar dos vivos. Para isso, há que fazer chegar ao eleitorado a mensagem do MPLA e o seu Programa de Governo. Como a ADI Timor/UNITA representa um perigo real para a democracia, espero que o General Furtado e o PGR Hélder Pita Grós regressem rapidamente a Angola e tratem da nossa segurança, perseguindo o banditismo político e social. Ser não for pedir muito…

Os patriotas querem cuidar dos vivos. Claro que também é preciso enterrar os mortos, mas, salvo melhor opinião, esse não é um problema premente do Estado Angolano, salvo se for uma questão de saúde pública. Mas não é, notoriamente, o caso. O cadáver está em Barcelona. Viva a Catalunha Livre e Independente, vi vi viva!

*Jornalista

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