Artur Queiroz*, Luanda
Os angolanos querem um país mais justo e mais fraterno. Não querem viver na confusão. Os angolanos amam a paz. Não podem seguir aqueles que fazem tudo para que a violência se instale na sociedade. Os angolanos são fraternos. Não aceitam que políticos irresponsáveis os atirem contra os seus irmãos para que desse confronto fratricida nasça o caos.
O atentado contra o comissário Panda, antigo comandante-geral da Polícia Nacional, tem de ser muito bem explicado. A sociedade precisa de saber se esta acção criminosa é o cartão de apresentação da UNITA nesta fase em que aparece atrelada aos agentes secretos da ADI Timor, especialistas em pirataria informática, escutas ilegais e terrorismo urbano. As angolanas e os angolanos precisam de saber até que ponto um partido legal, que vai concorrer às eleições de 24 de Agosto, pode ser ao mesmo tempo uma fábrica de caos social e instabilidade política.
Adalberto da Costa Júnior e os seus apaniguados estão a agir como se Angola não fosse um Estado Soberano, os órgãos de soberania não tenham legitimidade democrática e exista um vazio de poder. O caminho que estão a seguir é perigoso porque a esmagadora maioria dos angolanos não quer a violência, não quer o caos, não quer a confusão.
Quem sufragou o Programa de Governo do MPLA, que está a ser aplicado, não admite que forças minoritárias perturbem a paz social. Quem deu uma maioria qualificada ao MPLA não vai admitir que forças políticas irresponsáveis façam tudo para colocar o poder na rua, recorrendo a agentes peritos na destabilização política e na criação do caos social.
Quem apoia o regime democrático não vai admitir que meia dúzia (serão tantos?) de políticos irresponsáveis ponha em causa a ordem pública e o Estado de Direito. Os angolanos sofreram muito para chegarem onde estamos. Não vão admitir que políticos cegos pela ambição ponham em causa a soberania nacional. Porque têm como programa político maior, o regresso ao regime de apartheid na África Austral e às agressões armadas contra Angola.
A política não pode ser uma actividade de oportunistas e irresponsáveis. Do interior da UNITA veio um grito de alerta. Gente ligada à direcção, devidamente treinada, com o apoio técnico da ADI Timor, pretende piratear o sistema de transmissão de dados eleitorais. Obtidos os elementos suficientes, a UNITA declara publicamente a vitória nas eleições antes dos resultados oficiais. Quando os verdadeiros resultados forem publicados, diferentes dos martelados pelo Galo Negro, brigadas treinadas avançam na guerrilha urbana. Guerra nas ruas!
Ana Sofia Cardoso, a cómica de
voz rasca e empregada do barqueiro do Douro, foi paga com uma viagem a Luanda
por ter feito um serviço de peixaria ante as câmaras da CNN Portugal. O
problema é que a artista é mesmo muito tonta e não sabe o que diz. Posta na
capital angolana foi ao Sambizanga. Pobreza! Ena tanta pobreza!| E perguntava a
quem apanhava pela frente como é isso da pobreza
Menina, Angola esteve em guerra desde o século XIX ((1872) até Fevereiro de 2002. Veio a paz e cinco anos depois surgiu a maior crise financeira do sistema a nível planetário. Em Portugal deu a desgraça da Troika, roubaram as pensões de reforma, confiscaram o subsídio de férias e o subsidio de Natal, cortaram nos salários dos funcionários públicos, atiraram com um milhão de jovens para a emigração , fabricaram milhões de desempregados, bancos faliram, Passos Coelho e Paulo Portas enriqueceram à bruta indo além da Troika. Álvaro Sobrinho já foi acusado de burla milionária, sabiam?
No resto do mundo ocidental, aconteceu mais do mesmo. Em Angola, foi possível amortecer os impactos negativos da crise financeira universal despejando milhões sobre os problemas. Não era justo que depois de décadas de guerra o Povo Angolano fosse chamado a pagar os efeitos do colapso do sistema financeiro.
Ontem à noite, a cómica de voz rasca, em vez de se limitar a gozar o prémio da viagem, deu uma de jornalista. Chamou para o seu lado um antigo empregado do Pinto Balsemão e bufo do Miala, Carlos Rosado de Carvalho. A piadética criatura, premiada com uma viagem a Luanda, apresentou a besta insanável como um “destacado jornalista em Angola e em Portugal”. O rapaz é apenas um moço de negócios e faz recados mediáticos a quem lhe paga.
A piadética premiada proclamou: Mais de metade da população angolana viva na pobreza extrema! E chancelou a sua afirmação com o Afrobarómetro! Sabes o que é isso, mulher? Uma arma de arremesso da CIA e do Pentágono contra os países africanos que não se submetem ou não pagam o imposto da chantagem.
Explicação necessária. Este Afrobarómetro nasceu no Gana no fim dos anos 90, para atacar forças políticas africanas desalinhadas de Washington, Paris e Londres. Em 2017, veio para Angola alegando que “o país já cumpre os critérios depois da chegada de João Lourenço à Presidência que permitiu uma abertura política e maior liberdade de expressão”.
O Afrobarómetro arranjou em Angola uma parceira, a Ovilongwa Consulting. Brincadeira de cómicos. O chefe chama-se Carlos Pacarolo (avençado por ninharias tipo roboteiro), o subchefe é David Boio (é mesmo com “o” no fim mas ficava melhor sem ele), Avelino Kiampuku, activista da oposição e o politólogo José Pedro, sem classificação especial mas dizem que é bom rapaz, todo o dinheiro que recebe, entrega logo em casa, não anda na bebedeira.
A alma da empresa angolana Ovilongwa Consulting é uma tal Elisabete Azevedo-Harman que vive em Quelimane, se ainda não foi expulsa de Moçambique. O artista principal é João António “um dos pilares das sondagens da Universidade Católica, em Portugal”. O mal desta gente é esse. Nem sequer são vigaristas. Apenas se limitam a vender fatos prontos a vestir que depois não servem a Angola. O modelo deles é um país com 92 milhões de quilómetros quadrados e uma população residente de dez milhões.
Angola tem uma área de 1.247.
A cómica de voz rasca entrevistou o Carlos Rosado de Carvalho e este entrou a matar: Em Angola não há sondagens! Portanto, o tal Afrobarómetro, lixo! Depois disse que o MPLA “tenta colar” a oposição à guerra! O rapaz é mesmo muito distraído. Ainda ninguém lhe disse que a UNITA fez a guerra contra a Independência Nacional ao lado dos colonialistas portugueses e depois fez a guerra contra a soberania e a integridade territorial aso lado dos racistas da África do Sul. Ler, o kaxiko profissional ainda não sabe. Mas é surdo. Nunca ouviu falar da guerra que só terminou com o Acordo de Nova Iorque. E diz que é angolano! Pode ser, mas pouco.
Não resisto a revelar esta parte. A Ana Sofia Cardoso ganhou uma viagem a Angla. Foi para Luanda de mãos a abanar. Reparem bem, ela não refere nos seus despachos quem é o repórter de imagem. Quis saber se foi uma distracção ou a rapariga foi apanhada pelo clima. Nada disso. A TPA fornece-lhe o repórter de imagem e dá-lhe todo o apoio técnico. Estão a perceber? Eu também não. Boas Festas e Feliz Natal.
*Jornalista
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