MOÇAMBIQUE
As incursões rebeldes registadas em setembro em Nampula provocaram um total de 47 mil deslocados, mas a maior parte voltou às suas zonas de origem com a melhoria das condições de segurança, avança fonte oficial.
"Nós tínhamos registado um total de 47 mil pessoas deslocadas devido a estes ataques na província, mas a maior parte já voltou para as suas regiões de origem. Atualmente, contabilizamos 18 mil pessoas que continuam na condição de deslocados", explicou esta segunda-feira (03.10) à agência de notícias Lusa o delegado do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) em Nampula, Alberto Armando.
A vaga de deslocados registada no início de setembro em Nampula foi provocada por incursões rebeldes em aldeias e comunidades de dois distritos localizados no extremo norte da província, na linha de fronteira natural com Cabo Delgado, e as populações que fugiram foram acolhidas principalmente em Namapa, vila sede do distrito de Eráti, por familiares e pessoas de boa vontade.
"Já arrancaram várias iniciativas de apoio a estes deslocados, coordenadas pelo Governo e parceiros. Vamos apoiá-los em dois níveis: assistência alimentar e não alimentar", acrescentou o delegado do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) em Nampula.
Apoio a deslocados de Cabo Delgado
O distrito de Eráti já contava com perto de cinco mil deslocados provenientes de Cabo Delgado, um grupo que, segundo o INGD, também vai ser apoiado no âmbito destas iniciativas.
As incursões destes grupos, que terão atravessado de Cabo Delgado para a margem sul do rio Lúrio, tiveram como principais alvos na província de Nampula os distritos de Eráti e Memba.
O rio Lúrio é a fronteira natural entre as províncias de Cabo Delgado e Nampula, a sul.
Cabo Delgado enfrenta uma insurgência armada desde 2017 com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico. Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
Deutsche Welle | Lusa
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