O presidente da União para a Mudança (UM), Agnelo Regala, prometeu continuar a denunciar os "desmandos e as inconstitucionalidades" na Guiné-Bissau, após ter sido reeleito para mais um mandato à frente do partido.
"Vamos continuar a lutar e a denunciar os desmandos e as inconstitucionalidades por um regime ilegítimo e por um Presidente ilegítimo, na medida em que não tomou posse perante a Assembleia Nacional e, portanto, não tem legitimidade, nem sequer para representar a Guiné-Bissau", afirmou Agnelo Regala no final de congresso do partido, que decorreu no domingo (30.10), em Bissau.
Agnelo Regala, cujo partido tem assento na Assembleia Nacional Popular do país, dissolvida em maio pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, foi reeleito para mais um mandato de quatro anos à frente do partido com 261 dos votos dos 272 delegados. "Continuamos a bater nessa tecla porque somos a favor da legalidade democrática", disse.
Afirmando que o partido respeita toda a gente, Agnelo Regala salientou, contudo, que aquilo que a União para a Mudança tiver de denunciar no "interesse da salvaguarda dos valores e dos interesses da Guiné-Bissau" vai continuar a fazer "quaisquer que sejam os riscos".
Ataque pessoal
O deputado sofreu um ataque em maio, quando vários tiros foram disparados contra si junto à sua casa, em Bissau, tendo ficado ferido numa perna.
Em relação às próximas legislativas, que estavam previstas realizar-se em 18 de dezembro, mas que vão ser adiadas, o líder da União para a Mudança disse que a não realização na data prevista "mostra a total incapacidade e incompetência do Governo".
"Aliás, não sei se este regime está interessado em que as eleições aconteçam", afirmou, manifestando preocupação com as dificuldades que o povo está a sentir, o aumento do custo de vida, a ausência de ensino público e as constantes greves no setor da educação e saúde.
O líder partidário manifestou também preocupação com o recrudescer do narcotráfico no país, que já estava a ser combatido.
Num discurso proferido na abertura do congresso, Agnelo Regala já tinha feito referência ao recente "escândalo da droga apreendida em que surgem acusações sobre o alegado envolvimento em práticas de narcotráfico de altas figuras do Estado guineense".
"Infelizmente, volta a colar o nosso país ao triste e desonroso epíteto de narcoestado", salientou. "Isto é grave e preocupante para qualquer guineense", afirmou Agnelo Regala.
Deutsche Welle | Lusa
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