quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

ONU - Guterres desistiu de qualquer pretensão de neutralidade em relação à Rússia

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

O diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Ghebreyesus, já profanou sua posição de prestígio ao abusar dela para promover a destrutiva agenda de dividir para governar do TPLF, designada terrorista, contra sua pátria, mas é ainda pior quando o próprio secretário-geral da ONU macula sua posição, indo abertamente contra um membro do Conselho de Segurança como Antonio Guterres acabou de fazer.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov lamentou que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, “se tenha mostrado suscetível à pressão do Ocidente e recentemente fez várias declarações incompatíveis com seu status e sua autoridade sob a Carta da ONU”. A resposta do principal diplomata foi motivada por Guterres condenando o reconhecimento da Rússia às Repúblicas do Donbass e a aprovação do presidente Putin de uma missão de paz para impedir o genocídio em andamento de Kiev contra o povo russo nativo de lá.

O líder da organização política mais importante do mundo se comportou de maneira partidária ao descrever os movimentos de Moscou como “uma violação da integridade territorial e da soberania da Ucrânia e inconsistente com os princípios da Carta das Nações Unidas”. Ele também deu a entender que a missão de manutenção da paz planejada pela Rússia era ilegítima porque “quando as tropas de um país entram no território de outro país sem o seu consentimento, elas não são mantenedoras da paz imparciais”. De forma bastante evidente, porém, ele nunca encorajou Kiev a implementar os Acordos de Minsk , que Lavrov disse ser “triste”.

O que tudo isso prova é que Guterres desistiu de qualquer pretensão de neutralidade em relação à Rússia. Não está claro se ele sempre foi assim, mas não há mais dúvidas de que esse é seu viés atual, o que corrói ainda mais a reputação já em declínio da ONU aos olhos do mundo como um ator neutro. O Conselho de Segurança nem sempre funciona de forma eficaz devido ao armamento do Ocidente liderado pelos EUA nesta plataforma, mas Guterres, por seu papel como Secretário-Geral da ONU, deveria se apresentar como uma figura apartidária que tenta orientar pragmaticamente todos para compromissos mútuos.

Tropas ucranianas abandonam suas posições, largando armas — defesa russa

O ministério enfatizou que nenhum ataque está sendo realizado nas posições das unidades das Forças Armadas ucranianas que depuseram suas armas

MOSCOU, 24 de fevereiro. TASS - Tropas ucranianas estão deixando suas posições em grande número, largando suas armas, disse o Ministério da Defesa russo em comunicado nesta quinta-feira, citando informações de inteligência.

"Segundo a inteligência, as tropas e militares das Forças Armadas ucranianas estão deixando suas posições em grande número, largando suas armas. Nenhum ataque está sendo realizado nas posições das unidades das Forças Armadas ucranianas que depuseram suas armas", disse.

Segundo o ministério, armas de precisão estão sendo usadas para desativar instalações de infraestrutura militar, defesas aéreas, aeródromos militares e aeronaves.

Na quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou uma operação militar especial com base em um pedido dos chefes das repúblicas do Donbass. O líder russo enfatizou que Moscou não tem planos de ocupar territórios ucranianos.

Imagem: © Stringer/TASS

A NATO PREPARA-SE PARA A GUERRA DAS ESTRELAS

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Estratégia Espacial da Otan

Em 17 de janeiro, a OTAN divulgou sua política espacial

Leonid Savin | Oriental Review

O documento afirma: “Potenciais adversários estão aumentando seu próprio uso do espaço, estendendo assim sua capacidade de projetar poder a distâncias maiores, com maior precisão, velocidade e eficácia. Eles também estão usando recursos espaciais para rastrear as forças, exercícios e outras atividades da OTAN e dos Aliados. A navegação por satélite e os serviços comerciais também são usados ​​para planejamento e direcionamento por adversários em potencial, inclusive por atores não estatais. As capacidades desenvolvidas por potenciais adversários podem ser utilizadas contra a Aliança para, nomeadamente:

Manter os recursos espaciais em risco, complicando assim a capacidade da OTAN de tomar medidas decisivas em uma crise ou conflito;

Negar ou degradar as capacidades espaciais dos Aliados e da OTAN críticas para a gestão do espaço de batalha e consciência situacional e a capacidade de operar eficazmente em uma crise ou conflito;

Criar impactos nos sistemas espaciais dos Aliados que são prejudiciais ou perturbadores para a vida econômica ou pública e violam o princípio do uso livre do espaço, mas ficam abaixo dos limites de ameaça de força, uso de força, ataque armado ou agressão.”

Na verdade, não diz quem podem ser os adversários da OTAN, mas não há dúvida de que se refere principalmente à Rússia, já que a China está longe. Também não menciona o fato de que a Rússia sempre se opôs à militarização do espaço e propôs a elaboração de um acordo nesse sentido.

De acordo com a nova estratégia, a abordagem da OTAN ao espaço incidirá nos seguintes papéis principais:

"uma. Integrar considerações espaciais e relacionadas com o espaço na execução das tarefas centrais da OTAN: defesa colectiva, gestão de crises e, se for caso disso, segurança cooperativa;

Servir como um fórum para consultas político-militares e compartilhamento de informações sobre dissuasão e desenvolvimentos espaciais relacionados à defesa, com o objetivo de informar a consciência situacional da Aliança, tomada de decisões, prontidão e gestão de postura em todo o espectro de conflito. Tais consultas podem abranger ameaças, desafios, vulnerabilidades e oportunidades e levar em conta o desenvolvimento de normas legais e comportamentais em outros fóruns;

Assegurar o fornecimento eficaz de apoio espacial e efeitos às operações, missões e outras atividades da Aliança;

Facilitando o desenvolvimento da compatibilidade e interoperabilidade entre os serviços, produtos e capacidades espaciais dos Aliados.”

O espaço deve ser visto como parte integrante da ampla abordagem da OTAN à dissuasão e defesa, utilizando todas as ferramentas à disposição da OTAN para fornecer à Aliança uma vasta gama de opções para responder a quaisquer ameaças, independentemente da sua proveniência.

Pequim diz que Rússia não precisa de apoio militar da China na Ucrânia

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O diplomata chinês observou que a posição de Pequim sobre esta questão difere das opiniões da liderança americana

PEQUIM, 24 de fevereiro. TASS - A Rússia é capaz de lidar sozinha com a situação na Ucrânia e não precisa do apoio militar da China, anunciou nesta quinta-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying.

"A Rússia é uma grande potência com poder. Não precisa do apoio da China ou de outros países", disse ela em um briefing, respondendo a uma pergunta correspondente de um jornalista ocidental.

O diplomata chinês observou que a posição de Pequim sobre esta questão difere da visão da liderança americana. "Não agiremos como os Estados Unidos, que fornecem à Ucrânia um grande número de armas", afirmou.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse em um discurso televisionado na manhã de quinta-feira que, em resposta a um pedido dos chefes das repúblicas do Donbass, ele tomou a decisão de realizar uma operação militar especial para proteger as pessoas "que sofreram abusos e genocídio pelo regime de Kiev por oito anos." O líder russo ressaltou que Moscou não tem planos de ocupar territórios ucranianos.

Ao esclarecer os desdobramentos, o Ministério da Defesa da Rússia assegurou que as tropas russas não estão atacando cidades ucranianas, mas estão limitadas a atacar cirurgicamente e incapacitar a infraestrutura militar ucraniana. Não há nenhuma ameaça à população civil.

Imagem: Ministério das Relações Exteriores da China Hua Chunying - © Artyom Ivanov/TASS

Ler na TASS:

Alto escalão revela que 74 instalações militares ucranianas foram danificadas pelos ataques da Rússia

Combatentes da 57ª Brigada de Infantaria Motorizada Separada da Ucrânia depõem armas e se juntam à LPR

EUA se recusaram a negociar com Rússia antes de início de operação na Ucrânia — diplomata

Reino Unido encena provocações militares no Mar Negro — MFA

Impossível trancar um país como a Rússia atrás da cortina de ferro — Kremlin

Kremlin enfatiza necessidade de libertar Ucrânia de neonazistas

FORÇA DA NATO PODE INTEGRAR ATÉ 1049 MILITARES PORTUGUESES

Questionado sobre a dimensão dos meios portugueses que poderão ser empregues pela NATO, o primeiro-ministro respondeu que "a composição da força está já definida e tem a devida autorização do Conselho Superior de Defesa Nacional".

A participação de Portugal numa força de elevada prontidão de até 7 dias que poderá ser ativada pela NATO prevê o empenhamento de até 1049 militares, 7 aeronaves, 1 navio e 162 viaturas táticas, segundo dados divulgados em janeiro.

O Conselho Superior de Defesa Nacional, entretanto, deu esta quinta-feira, por unanimidade, parecer favorável às propostas do Governo para a participação das Forças Armadas Portuguesas no âmbito da NATO.

Na sequência da operação militar da Rússia na Ucrânia, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que os meios militares portugueses empenhados nas forças de reação rápida da NATO poderão, "se for essa a decisão do Conselho do Atlântico Norte, ser colocados sob as ordens do comando da NATO" para a realização de "missões de dissuasão" em países membros da aliança.

António Costa ressalvou que "a NATO não intervirá nem agirá na Ucrânia" e que a sua atuação "em que as forças portuguesas poderão estar empenhadas" consistirá em "missões de dissuasão, em particular junto dos países da NATO que têm fronteira com a Ucrânia".

Portugal | Açores: Aumenta a pressão e a conflitualidade laboral na Base das Lajes

Vários trabalhadores da base militar norte-americana ganham menos do que o salário mínimo praticado nos Açores, denuncia o SITACEHT. Muitos acabam a ter de recorrer ao Rendimento Social de Inserção (RSI).

«A situação laboral dos trabalhadores portugueses na Base das Lajes é uma relação de trabalho única na região e no país», relembra, em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicatos das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comércio e Escritórios, Hotelaria e Turismo dos Açores (SITACEHT/CGTP-IN).

A complexidade e as dificuldades em matéria laboral na base, situada na Ilha Terceira, no arquipélago dos Açores, não impediram o sindicato de denunciar e intervir nas várias situações de abusos que se verificaram nesta base, «mesmo impedidos de entrar naquela infraestrutura». Alguns destes trabalhadores estão ao serviço das Forças Aéreas norte-americanas, que mantêm uma presença na ilha.

Na última década não têm parado os ataques a estes trabalhadores: «o primeiro foi a revisão do Acordo Laboral em 2009, em que as autoridades portuguesas cederam, como é hábito, acabando oficialmente com o Inquérito Salarial, depois de permitirem que este não fosse aplicado durante anos, roubando milhões de euros aos trabalhadores, à ilha Terceira e à região». O segundo foi o despedimento colectivo de cerca de 450 trabalhadores entre 2015 e 2016.

Portugal | Covid-19: 19 mortos. Menos internados, 11 636 novos casos em 24 horas

De acordo com o boletim da DGS, houve mais 11 636 novos casos nas últimas 24 horas, sendo que 1560 doentes estão internados (menos 86), dos quais 106 em unidades de cuidados intensivos (mais 5).

boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado esta segunda-feira indica que Portugal registou 11 636 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas.

O maior número de novas infeções foi registado em Lisboa e Vale do Tejo (3637), seguido pelo Centro (2574), Norte (2490), Açores (859), Alentejo (775) e Algarve (739).

O relatório indica ainda que foram declaradas 19 mortes, sendo que seis foram em Lisboa e Vale do Tejo, cinco no Norte, quatro no Algarve, três no Centro e uma na Madeira.

No que diz respeito a hospitais, há agora 1560 (menos 86 que no dia anterior), dos quais 106 em unidades de cuidados intensivos (menos 5 do que na véspera).

Há neste momento 468 534 casos ativos em Portugal (mais 2026 que no dia anterior). Há mais 9591 doentes recuperados e 448 694 contactos em vigilância (menos 10 640).

Traçando sequência geoestratégica da tentativa de contenção da Rússia pelos EUA

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

Apesar do sucesso dos EUA em sua Guerra Híbrida na Ucrânia, seus fracassos na Síria, Bielorrússia e Cazaquistão deram à Rússia espaço para se manter focado em neutralizar as ameaças às suas capacidades de segundo ataque nuclear que estão no verdadeiro coração desta crise.

A operação especial da Rússia na Ucrânia foi iniciada com o grande objetivo de restaurar a estabilidade estratégica global, como o autor explicou na análise de hiperlink anterior. A presente peça não irá refazer esses pontos, mas, em vez disso, traçará a sequência geoestratégica da tentativa dos EUA de “contenção” da Rússia até aquele ponto. Não será abrangente, pois exigiria um trabalho de doutorado, mas simplesmente abordará alguns dos principais desenvolvimentos de interesse para o público mais amplo.

Escusado será dizer que a contínua expansão da OTAN para o leste, a implantação de “sistemas antimísseis” e armas de ataque pelos EUA perto da fronteira com a Rússia e a retirada dos EUA de pactos de controle de armas, como o Tratado de Mísseis Anti-Balísticos (ABM), Alcance Intermediário O Tratado de Forças Nucleares (INF) e o Tratado de Céus Abertos contribuíram para desestabilizar a situação de segurança estratégica no mundo. O mesmo pode ser dito para as guerras da OTAN na Iugoslávia, Líbia, e suas guerras informais em muitos outros países também.

Esses desenvolvimentos estabeleceram o pano de fundo para a tentativa acelerada de “contenção” da Rússia que começou com seriedade em 2014. Os EUA apoiaram terroristas urbanos que derrubaram o governo ucraniano em fevereiro daquele ano. Em retrospectiva, o objetivo era assumir o controle desse estado para transformá-lo em uma plataforma de lançamento para ameaçar a Rússia. Moscou evitou as repercussões de segurança mais imediatas após a reunificação democrática da Crimeia com a Rússia, mas a ameaça ainda permanecia.

Os EUA gradualmente começaram a incorporar não oficialmente a Ucrânia na OTAN, estabelecendo bases militares lá sob a cobertura das chamadas “missões de treinamento”. Essa ameaça continuou a crescer até que o presidente Putin a chamou diretamente no início desta semana e justificou parcialmente a operação especial da Rússia na Ucrânia sob o pretexto da ameaça existencial que as atividades dos EUA e da OTAN representam para as linhas vermelhas de segurança nacional de seu país.

Guardas de fronteira ucranianos estão a passar para o lado russo -- informou FSB

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Dezenas de guardas de fronteira ucranianos que deixaram o serviço estão se mudando para o lado russo

MOSCOU, 24 de fevereiro - RIA Novosti - Os guardas de fronteira ucranianos estão chegando à Rússia, recusando-se a continuar servindo na Ucrânia, disse o Serviço Federal de Segurança .

“Os guardas de fronteira ucranianos que deixaram seus locais de serviço estão chegando ao território da Federação Russa”, disse o comunicado.

De acordo com o serviço de inteligência, às 11h15 , 26 militares do Serviço de Guarda de Fronteira do Estado da Ucrânia chegaram ao posto de controle de Troebortnoe na região de Bryansk e às 12h10 outros 16 militares chegaram ao posto de controle da Crimeia de Dzhankoy.

De acordo com o FSB, às 13h, horário de Moscou, os guardas de fronteira ucranianos deixaram todas as unidades na fronteira russo-ucraniana.

Anteriormente , Vladimir Putin anunciou uma operação militar especial no Donbass . Ele assegurou que os planos de Moscou não incluem a ocupação da Ucrânia , apenas sua desmilitarização e desnazificação. O presidente enfatizou que as circunstâncias exigem de Moscou "ação decisiva e imediata, as repúblicas populares de Donbass recorreram à Rússia com um pedido de ajuda".

O Ministério da Defesa observou que eles não infligem nenhum ataque a bens civis no território da Ucrânia, apenas à infraestrutura militar, nada ameaça a população civil.

Cerca de duas horas depois, o departamento acrescentou que os guardas de fronteira ucranianos “não oferecem nenhuma resistência”, os sistemas de defesa aérea ucranianos foram suprimidos e a infraestrutura militar das bases aéreas militares foi desativada. O Ministério da Defesa não confirmou as informações da mídia estrangeira sobre o avião russo abatido sobre a Ucrânia.

Imagem: Posto de controle na fronteira da Rússia e da Ucrânia // © RIA Novosti / Alexander Polegenko

Shoigu instruiu os comandantes a tratarem os militares ucranianos com respeito

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Ministro da Defesa da Rússia ordenou aos comandantes que os militares ucranianos fossem tratados com respeito

MOSCOU, 24 de fevereiro - RIA Novosti - O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, instruiu todos os comandantes das tropas russas a tratarem os soldados e oficiais ucranianos com respeito, disse o representante oficial do departamento, Igor Konashenkov.

"Os militares das Forças Armadas da Ucrânia, ao contrário dos nacionalistas, prestaram juramento ao povo ucraniano e obedeceram às ordens", disse o ministro.

Em particular, para todos os combatentes das Forças Armadas da Ucrânia que depõem suas armas, é necessário fornecer corredores seguros para deixar as áreas de operação para que possam se reunir com suas famílias.

De manhã, o presidente russo Vladimir Putin , em seu discurso ao povo, anunciou uma operação militar especial no Donbass . Ele assegurou que os planos de Moscou não incluíam a ocupação da Ucrânia , apenas sua desmilitarização e desnazificação, e acrescentou que toda a responsabilidade pelo derramamento de sangue estaria na consciência do regime de Kiev. O chefe de Estado chamou o objetivo da operação de proteção dos moradores da DPR e da LPR , que são vítimas de genocídio há oito anos.

O Ministério da Defesa russo enfatizou que eles não estão infligindo nenhum ataque a alvos civis no território da Ucrânia, apenas em infraestrutura militar. O departamento observou que nada ameaça a população civil.

Imagem: O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu. Foto do arquivo // © RIA Novosti / Serviço de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia

Ler em RIA Novosti:

O desenvolvimento da situação no Donbass — no relatório online >>

RÚSSIA E A CRISE UCRANIANA

Slavisha Batko Milacic* | One World

O fato de Kiev ter recebido pelo menos US$ 200 milhões em “ajuda letal” dos EUA, bem como outras armas fabricadas no Ocidente nos últimos dois meses, significa que Kiev rejeita uma solução pacífica. E o presidente russo, Vladimir Putin, oferece essa solução pacífica há anos.

A Ucrânia está firmemente na órbita geopolítica dos EUA desde que violentos protestos neonazistas na Praça Maidan de Kiev resultaram na derrubada do presidente supostamente pró-Rússia, Viktor Yanukovych, em 2014. No entanto, a Rússia não tentou ajudar o então líder ucraniano a permanecer no poder. Como resultado, forças anti-russas chegaram ao poder em Kiev, levando o povo da região de Donbass a votar a favor da saída da Ucrânia.

Em 2014, a Rússia também reconheceu os resultados da eleição presidencial ucraniana, organizada pelas autoridades pós-Maidan. Lavrov até chamou o recém-eleito presidente Petro Poroshenko de "melhor chance" para a Ucrânia. Oito anos depois, a Rússia mudou completamente sua retórica sobre a Ucrânia.

“Acho que ninguém pode afirmar que o regime ucraniano, desde o golpe de Estado de 2014, representa todas as pessoas que vivem no território do Estado ucraniano”, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, em 22 de fevereiro.

A razão para esta mudança de atitude russa são os atos que o governo ucraniano está cometendo contra os russos e todos os outros cidadãos que falam russo na Ucrânia. A Ucrânia travou uma espécie de ``jihad`` contra a língua e a cultura russas.

PUTIN FAZ DANÇAR OS LOBOS!

Agora é que são elas!

Martinho Júnior, Luanda

De tanto fazer dançar os outros, finalmente Putin faz dançar os lobos, na arritmia dantesca de suas próprias contradições, evitando (ainda) que por ora ninguém caia desamparado no tapete do grande salão global!

A dança é ainda em “slow”, sem o hipersónico rufar dos tambores Avangard, ou Kinzhal em último rufar, mas pode acelerar bruscamente se algum lobo-dançarino entrar em stress, para além da verborreia e da espuma!

Putin teve o prémio de “sansões” por esta introdução em “slow”, mas o que ele prognostica com um (aparente) mínimo de esforço, é o futuro para as “dalilas” emergentes irrevogáveis (haverá Sanção sem Dalila?), no chão dos que esgotaram sua arte para o humor, e passaram para o canto da sala para espumar de raiva com o volte-face que se operou!

Os “bebés gémeos” (obrigado Pepe Escobar pela microimagem do parto) que nasceram quando os histéricos lobos iniciaram finalmente a dança, pouco experimentados a quem os faça dançar, são por si filhos pródigos: eles podem crescer, lenta ou rapidamente, tudo depende dos fermentos, pois os nascituros são mesmo pequeninos, têm apenas 1/3 do tamanho dos Oblasts que constituíram o seu berço genético, cobrindo o leste da Ucrânia, a parte suculenta do agora “lobo-zombi 404”!...

Bom, a partir de agora tudo é possível entre o mínimo e o máximo, o que é próprio do grotesco da dança dos lobos pouco habituados a quem os faça dançar!

Unidades militares ucranianas que depuseram as armas não são bombardeadas

Dados de inteligência mostram que unidades do Exército ucraniano deixam suas posições, diz Rússia

De acordo com a Defesa russa, as posições de militares do Exército ucraniano que depuseram as armas não são bombardeadas.

"Segundo os dados da inteligência, as unidades e militares das Forças Armadas da Ucrânia estão deixando em massa suas posições, abandonando as armas. As posições das unidades Forças Armadas ucranianas que depuseram as armas não estão sendo atacadas", diz o comunicado da Defesa russa.

A entidade destacou que as declarações do chefe das Forças Armadas da Ucrânia sobre alegadas perdas de aviões russos e veículos blindados são "totalmente falsas".

Foi também sublinhado que não há ameaça para a população civil. "Não realizamos ataques contra as cidades da Ucrânia. Não há qualquer ameaça para a população civil".

Ministério da Defesa da Rússia declarou que as armas de precisão estão neutralizando a infraestrutura militar ucraniana, incluindo bases aéreas e as defesas aéreas. O ministério observou que as cidades ucranianas não estão sendo alvos de ataques, e apenas as instalações militares estão sendo neutralizadas.

As tensões na Ucrânia têm vindo a aumentar ao longo das últimas semanas, com os militares ucranianos realizando múltiplos ataques contra as repúblicas de Donbass.

Na sequência de um apelo dos líderes das repúblicas populares de Lugansk e Donetsk. Moscou reconheceu a independência e exortou Kiev a cessar a guerra na região.

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Situação na Ucrânia e em Donbass após Putin anunciar operação especial militar


# Publicado em português do Brasil

Em declaração nesta quinta-feira (24), o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o início de uma operação militar especial na região de Donbass, onde ficam as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL, respectivamente). (Ver vídeo da comunicação de Putin pt.br)

A Defesa russa informou que as Forças Armadas do país não realizam ataques aéreos, de mísseis ou de artilharia contra as cidades da Ucrânia.

As tensões entre os dois países já vinham aumentando nos últimos meses, devido a uma aproximação da Ucrânia com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e à possibilidade de instalação de poderosos armamentos ocidentais perto das fronteiras russas.

Para Moscou, a consideração de uma adesão da Ucrânia à aliança ocidental ultrapassa todos os limites aceitáveis, ameaçando gravemente a segurança russa. Apesar dos diversos apelos diplomáticos feitos pelo Kremlin na tentativa de que os Estados Unidos e seus aliados europeus levassem em conta as preocupações russas ligadas a esse avanço da organização militar liderada por Washington, não foram registrados progressos nas negociações.

A situação se deteriorou nos últimos dias, em meio a uma série de ataques das forças ucranianas contra o leste do país e de declarações polêmicas do governo de Vladimir Zelensky, de que Kiev poderia renunciar a seu status não nuclear, acordado em 1994 no Memorando de Budapeste.

A NOVA CEPA FASCISTA, NAZI E NEOCOLONIAL, “EM CASCATA”

Martinho Júnior, Luanda

Com o fim do Pacto de Varsóvia, a reunificação alemã e a implosão da União Soviética dando origem ao período de devassa neoliberal protagonizado pelo regime que teve Boris Yeltsin à cabeça, o “hegemon” unipolar engrenou o plano de expansão desde o norte do Atlântico na direcção leste, em função não só da ossatura “ultramarina” do Pentágono, mas sobretudo dos êxitos que obteve na formatação das oligarquias e elites europeias por via da gestação e afirmação da própria União Europeia.

As “democracias representativas” estavam neutralizadas nesse sentido, a ponto de ser possível que sensibilidades neofascistas e neonazis pudessem fermentar nos seus próprios sistemas, por que na profundidade eram processos fundamentalistas que subsistiam em função do “diktat” de domínio inteligente, militar e dos interesses do “hegemon” unipolar exclusivista sob um rótulo social-democrata de tanta conveniência!

Enquanto a Federação Russa se consumia na confusão do regime de Boris Yeltsin praticamente durante toda a década de 90 do século XX, para o século XXI os interesses do “hegemon” lançaram o plano global da formatação das oligarquias e elites nacionais, moldando-as aos seus projectos de domínio a longo prazo e ali, onde a institucionalização dos processos foi entendida como não podendo corresponder à moldagem em jeito de cenoura das “democracias representativas”, ao semear o choque e a terapia neoliberal deu passos largos para a introdução do caos, do terrorismo e dos processos intestinos que tinham tudo a ver com o refinamento local dos etno-nacionalismos, onde era mais fácil vitalizar as “redes stay behind” prontas finalmente a eclodir em novas cepas!

Esse fluxo incluiu além dos etno-nacionalismos de ocasião, os aspectos religiosos mais fundamentalistas recolhidos da conjuntura do “Le Cercle” em toda a linha da Opus Dei, inclusive em Angola!

Na Europa a decisão do alargamento a leste, de forma sincronizada, quer da União Europeia, quer da NATO, implicou na pressa na formatação das oligarquias e elites nacionais desenterradas do passado fiável aos interesses dominantes do “hegemon” e essa é a razão principal das “redes stay behind” repescadas a partir dos substractos mais feudais, mais fundamentalistas, mais retrógrados, mais “nazificados” das sociedades!... 

O “hegemon” unipolar teve que ir beber ao fascismo, aos nazis e a tudo que tivesse a ver com neocolonialismo para criar sob sua feição o ambiente antropológico, sociopolítico e psicológico da União Europeia e da NATO, mas também das disseminadas forças do Pentágono, qualquer que seja o seu comando regional, alimentando no caso europeu, a sua vocação de expansão a leste, que aliás foi tendo e continuará a ter muitos testes (no Afeganistão antes, como na inspiração do AUKUS agora)!

Angola | A PALAVRA SÁBIA DE DOM FILOMENO

Artur Queiroz*, Luanda

Nas eleições de 2008 trabalhei em Cabinda com uma equipa de grandes jornalistas locais, na época dirigidos por Alberto Coelho. Mais o reforço precioso de Adalberto Ceita e Eduardo Pedro. Começámos a trabalhar pouco depois do congresso eucarístico diocesano sob a liderança do bispo D. Filomeno Vieira Dias, hoje arcebispo de Luanda. No fim do caminho estavam as eleições gerais. 

O meu colega Alberto Coelho fez uma entrevista a D. Filomeno, um texto notável que deixo aqui esta parte:

Alberto Coelho - O congresso eucarístico diocesano realizou-se numa altura em que se aproxima a realização de eleições gerais. Como os cristãos católicos estão a ser preparados para este momento? 

D. Filomeno Vieira Dias - Há uma nota da Conferência Episcopal Angola São Tomé e Príncipe (CEAST) sobre essa matéria que diz o seguinte: “O voto é um instrumento extraordinário de expressão da vontade popular quanto aos destinos da própria nação e quanto ao figurino da governação”. Eu estou cem por cento de acordo. Por isso é um dever cívico, cada um exercer o direito de voto, manifestando e exprimindo justamente aquilo que sente. Nós convidamos os fiéis católicos a votar. Os fiéis católicos são convidados a viver esse momento com responsabilidade. 

Alberto Coelho - Tem alguma recomendação a fazer?

D. Filomeno Vieira Dias - Que ninguém faça das igrejas e dos púlpitos espaço de campanha ou disputa eleitoral. A Igreja deseja que esse momento seja um momento de grande serenidade, de grande civismo, de grande responsabilidade e de grande exercício de cidadania. É o que estamos a fazer e é aquilo que nós esperamos que aconteça. 

O então Bispo de Cabinda e actual arcebispo de Luanda não se coibiu de analisar a situação social na província, nestes termos: “Na província de Cabinda há dificuldades que são próprias de uma sociedade que se está a refazer, que se está a reconstruir depois de um processo turbulento. É um processo de reconstrução do tecido humano e do tecido social. O grande desafio que eu vejo actualmente aqui é o desemprego. Há necessidade de pensar e repensar este problema, com a ajuda de todos. A questão mais grave é o desemprego juvenil. Temos de encontrar saídas e respostas urgentes”.

Não vou maçar-vos enumerando todas as medidas tomadas, desde então, para resolver o gravíssimo problema que é o desemprego juvenil. Ainda hoje foram anunciadas mais medidas no sentido do empoderamento da Juventude pela via do auto emprego.

Também não vou repetir pela enésima vez que a guerra entre 1961 e 2002 causou gravíssimos danos, muitos irreparáveis, no tecido social. Entre Abril de 1974 e final de 1976, devido às pontes aéreas monadas pela CIA e Mário Soares, Angola ficou praticamente sem quadros superiores e intermédios. Sem operários especializados. Sem equipamentos sociais. O país nasceu com a administração pública paralisada. Com os circuitos de produção e distribuição destruídos. Até os cantineiros do mato desapareceram. Enquanto não for tudo reposto (mais 50 anos?), políticas sectoriais como o combate ao desemprego juvenil, terão sempre poucos resultados.

Por fim, reproduzo aqui a posição do então bispo de Cabinda e actual arcebispo de Luanda sobre o papel da Igreja na sociedade angolana:

“A Igreja não pretende qualquer protagonismo. Cristo não foi um protagonista, Cristo viveu na maior simplicidade e na maior humildade. Anunciou a palavra aos homens de boa vontade. Nós fazemos aqui (em Cabinda) o que a Igreja sempre fez. Se as nossas mensagens são escutadas, as pessoas sabem o significado e a força delas”.

Há oito dias decorreu na cidade do Lobito um “acto de massas” promovido pelo secretário municipal da UNITA, Juca Manjenje, durante o qual foi anunciada a estratégia eleitoral do partido “Voto Controlado Voto Garantido”. Tudo normal? Não. O dirigente do Galo Negro explicou o que quer dizer o controlo do voto: “ Cada militante controla dez votantes. E depois de votarem ficam nas assembleias de voto. Vamos todos levar a marmita e a kissangua. Depois de verificarmos se os dez votaram mesmo na UNITA, acampamos ali”.

Tradução: Um militante da UNITA vale o voto dele e mais dez. Depois sequestram as assembleias de voto e intimidam quem quiser ir votar nos outros partidos. Se for preciso os bispos e padres da UNITA andam de assembleia em assembleia dizendo aos eleitores: 

- Vota na UNITA e tem cuidado com o sítio onde pões a cruz! Deus está a ver-te e nós sabemos se cumpriste as ordens. 

Se for preciso também vão os feiticeiros. Quem não votar na UNITA vai morrer mesmo de veneno, doença na espinha, perda de potência sexual, casamento falhado e fata de dinheiro. Isto sim, Imbamba e Chissengueti, é transparência e lisura nas eleições.

Gustavo Costa, o opinante da UNITA por conta de Pinto Balsemão não lê atentamente os textos que lhe mandam. Assina de cruz. No último que publicou no Novo Jornal afirma que a UNITA nunca saboreou o poder do Estado. Mentira. Os escriturários do texto fingem que não sabem mas Gustavo não pode fingir. A UNITA fez parte do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN) enquanto ele durou. Aliás, acabou porque a direcção do Galo Negro assim exigiu. 

Portanto, esteve no Poder Executivo. Está no Poder Legislativo, ininterruptamente, desde 1992. E só não esteve na Presidência da República porque Jonas Savimbi rasgou o Protocolo de Lusaka assim que recebeu armamento sofisticado com o qual pensava que ia tomar o poder absoluto. 

A UNITA está representada no Poder Legislativo e até tem o importantíssimo papel de líder da Oposição. Nessa qualidade está permanentemente a invadir o Poder Judicial, violando gravemente a separação de poderes, pedra de roque do regime democrático. Jornalistas escrevendo e publicando aldrabices é demasiado grave. Pelos vistos, ninguém se preocupa, nem os jornalistas honrados. 

* Jornalista

CONTOS POPULARES ANGOLANOS -- A Avó com Coração de Saudade

Seke La Bindo

A avó Kalumbwambwa veio do tempo das máscaras ornamentadas com grandes bagos de ginguba e cresceu num mundo de adivinhas. Aprendeu caminhos antes mesmo que eles fossem abertos e pisou o chão que ninguém viu. Quando era criança ainda as lebres e as gazelas falavam. As tulhas estavam sempre cheias de milho e o tempo não envelhecia os rostos nem a força dos braços. 

Um dia, avó Kalumbwambwa, ainda mulher forte e com seis filhos pequenos, foi à lavra e encontrou a Lebre Saltadora e a Gazela Corredora à conversa. Logo se apercebeu que as maçarocas de milho que ia dar aos seus filhos tinham sido remexidas.

- Ene wanani epungu lyange! Disse a avó com voz ríspida.

- Etu, Hetuko! Responderam as duas amigas. 

Mas a avó, muito furiosa, disse que só elas podiam ter comido as maçarocas que queria assar para os filhos. Houve grande discussão na lavra e a avó pronunciou uma sentença terrível:

- Na próxima investida dos caçadores sereis mortas e atiradas para o caldeirão como conduto!

Angola | UNITA pretende provar em tribunal que Indra "tem antecedentes criminais"

UNITA diz que vai a tribunal para provar que a empresa selecionada pelo Governo para apoiar o processo eleitoral, a espanhola Indra, "tem antecedentes criminais contra a República de Angola".

O posicionamento da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) foi apresentado esta quarta-feira (23.02) pelo líder do seu grupo parlamentar, Liberty Chiaka, em conferência de imprensa, lembrando que a Indra foi condenada pelo fisco espanhol a pagar uma multa de três milhões de euros "por faturas que não conseguiu justificar das eleições [gerais angolanas] de 2012".

"Iremos provar que tal empresa ou grupo de empresas não vai resolver um problema concreto e fornecer uma solução tecnológica por si concebida e desenvolvida", referiu.

Segundo Liberty Chiaka, a solução já está pré-definida pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) "e a empresa contratada servirá apenas de testa de ferro, branquear atos pré ordenados e atuar como simples agente de compras de artigos que não produz, como caixas de plástico para servir de urnas, cabines de cartão, frascos de tinta, 'tablets' e maços de papéis na forma de boletins de voto e cadernos de atas eleitorais".

Ataque ao consulado de Angola em Lisboa foi interno ou feito por hackers?

Equipa angolana esteve em Lisboa para investigar a origem de ataque cibernético ao Consulado na capital portuguesa, em dezembro. Há suspeitas de boicote interno que contrariam a ideia de um ataque feito por hackers.

A base de dados do Consulado Geral de Angola em Lisboa foi alvo de um ataque cibernético a 16 de dezembro do ano passado. Vários serviços essenciais do Consulado ficaram afetados durante mais de um mês.

A DW sabe que o Ministério das Relações Exteriores de Angola (MIREX) mandou averiguar o que terá acontecido ao sistema informático do Consulado.

Fonte bem informada confirma que uma equipa técnica esteve em Lisboa dias depois do apagão informático, mandatada pelas autoridades angolanas para averiguar a ocorrência. A fonte adianta que "o problema está a ser ultrapassado" e devidamente analisado em Luanda.

Esta informação, revelada numa das últimas edições do diário angolano Novo Jornal, surpreendeu Franco Nhani, deputado da UNITA, principal partido da oposição em Angola, que está em Lisboa por estes dias a título privado. "A questão é importante e considero serem informações e esclarecimentos que nós vamos buscar ao Consulado para nos podermos precaver de uma situação que não foi boa para essa infraestrutura", afirma Nhani.

O deputado do partido que integra a Frente Patriótica Unida (FPU) promete levar o assunto ao Parlamento angolano, "vamos ter a conversa ao nível do Consulado, vamos reunir os dados para estarmos em condições de levantar esta questão ao nível da Assembleia Nacional de Angola".

Moçambique: "Não há registo de um ataque cibernético desta dimensão" - analista

Investigador considera que "só o tempo vai explicar a dimensão real dos ataques" cibernéticos sofridos por dezenas de instituições moçambicanas. E não descarta um relacionamento com a insurgência em Cabo Delgado.

No início da semana, piratas informáticos atacaram um número de portaisdo Governo de Moçambique. O ataque bloqueou e tornou inoperantes páginas da internet das principais instituições governamentais.

O executivo admitiu renovadas tentativas de ataques cibernéticos contra portais oficiais, avançando que está em curso a manutenção técnica do servidor principal para reforçar a segurança.

Entre os alvos estiveram os portais do Instituto Nacional de Gestão de Desastres, da Administração Nacional de Estradas, da Administração Regional de Águas do Sul e do Instituto Nacional de Transportes Terrestres.

O Instituto Nacional de Governo Eletrónico (INAGE) avança que estão a ser feitos esforços para reforçar a segurança, pelo que alguns dos portais do Governo estão temporariamente inoperacionais.

Para avaliar a dimensão dos ataques, a DW África conversou com o coordenador do Centro de Jornalismo de Investigação de Moçambique, Luís Nhachote.

Moçambique | DETIDOS SUSPEITOS LIGADOS A ONDA DE RAPTOS

Em Moçambique, três suspeitos foram capturados quando se preparavam para mais um rapto na capital moçambicana, anunciaram as forças de ordem. As autoridades dizem que os detidos são reincidentes neste tipo de crime.

O Serviço de Investigação Criminal de Maputo (SERNIC) acaba de desmantelar o que suspeita ser uma quadrilha de criminosos que alegadamente se preparava para levar a cabo mais um rapto na capital moçambicana.

Segundo o SERNIC, os três suspeitos, entre os quais duas mulheres, foram apanhados em flagrante quando preparavam o cativeiro para a vítima do sequestro no bairro de Triunfo, na zona nobre da cidade de Maputo.

O porta-voz do SERNIC, Hilário Lole, avançou que "um desses indivíduos neste momento também é indiciado pela prática de crime de rapto, que ocorreu no mês de abril de 2021".

"Estamos a falar de dois casos em que as vítimas foram raptadas; uma no bairro do Alto-Maé, no dia 11 de abril, e outra dois dias depois, em 13 de abril, próximo do consulado português. Essas vítimas já se encontram em liberdade", detalhou o porta-voz.

QUASE METADE DA POPULAÇÃO AFRICANA VIVE EM PAÍSES "NÃO LIVRES"

Quase metade da população africana vive em países "não livres", conclui o relatório anual da organização Freedom House, que alerta que quatro golpes de Estado em 2021 comprometeram ainda mais a luta pela democracia.

"Crises políticas e tomadas de poder comprometeram ainda mais a luta pelo progresso democrático em África, principalmente através do ressurgimento de golpes militares que afetaram Chade, Guiné-Conacri, Mali e Sudão", escrevem os autores do relatório "Liberdade no mundo 2022: A expansão global do regime autoritário".

O documento, que avalia o nível de liberdade em 195 países e 15 territórios em 2021, faz um retrato sombrio da democracia no mundo, concluindo que 60 países sofreram declínios democráticos, enquanto apenas 25 melhoraram. 

Numa escala em que avalia os direitos políticos e as liberdades civis dos países e os classifica como "livres", "parcialmente livres" ou "não livres", o relatório conclui que 38% da população mundial vive em países sem liberdade, 42% em liberdade parcial e apenas 20% em países livres.

Em África, a situação é ainda mais sombria. Segundo o relatório anual da organização não-governamental sediada em Washington, apenas 7% dos 1,4 milhões de africanos vivem em países "livres", enquanto 45% vivem em regimes "parcialmente livres" e 48% em Estados ou territórios "não livres".

Guiné-Bissau: PAIGC acusa Ministério Público de "irresponsabilidade"

PAIGC reagiu à medida de coação aplicada pelo Ministério Público contra Domingos Simões Pereira. Para o partido, o MP agiu com "incompetência e irresponsabilidade".

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) acusou esta quarta-feira (23.02), em comunicado, o Ministério Público guineense de "incompetência e irresponsabilidade" ao aplicar uma medida de coação ao líder do partido, Domingos Simões Pereira.

"No cumprimento da agenda política do regime, o Ministério Público pôs, desta vez, a nu toda a sua incompetência e irresponsabilidade, interpretando de forma errónea e invertida o Código de Processo Penal em matéria dos requisitos para aplicação de medida de coação", refere, em comunicado, o PAIGC, liderado por Domingos Simões Pereira.

Manifestando o seu "repúdio e indignação" ao despacho do Ministério Público, o PAIGC salienta que o "que até aqui era prenúncio de intimidação e perseguição política" para tirar a liderança do partido a Domingos Simões Pereira e impedir a realização do congresso "tornou-se uma realidade" para todos o que defendem a democracia e o Estado de Direito.

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