quinta-feira, 3 de março de 2022

Putin reitera a Macron determinação em continuar invasão da Ucrânia

Macron terá indicado que a conversa deu a entender que "o pior pode estar para acontecer" e que a Rússia ficará cada vez mais isolada.

Presidente Vladimir Putin falou, esta quinta-feira, com Emmanuel Macron informando o Presidente francês que a invasão da Ucrânia está a decorrer "como previsto" e que o avanço militar da Rússia vai continuar caso os ucranianos não se rendam.

"Esta chamada permitiu ao Presidente da República [francês] defender a alternativa diplomática às operações militares, de dizer a verdade ao Presidente Putin de como vemos esta guerra e as suas consequências para a Rússia a longo prazo e esta conversa, infelizmente, serviu também para ouvir a determinação do Presidente russo para continuar esta operação militar até ao fim", afirmou fonte do Eliseu aos jornalistas.

A chamada com o Palácio do Eliseu foi pedida por Moscovo e aconteceu esta manhã, tendo durado cerca de uma hora e meia. Os dois líderes continuam a tratar-se por tu, falam através de tradução simultânea e a conversa desta quinta-feira foi "concentrada, séria, difícil, mas estruturada", segundo fonte da presidência francesa.

Vladimir Putin disse que a chamada servia para informar o Presidente Emmanuel Macron de que a invasão da Ucrânia decorre como "previsto" e que se os ucranianos não aceitarem a desmilitarização e um estatuto neutro pela via diplomática, Moscovo "ia conseguir estes objetivos através da via militar".

O que explica os números de vítimas oficialmente relatados da Rússia na Ucrânia?

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

Os números de baixas oficialmente relatados pela Rússia podem ser explicados por uma combinação de três fatores: mísseis antitanque Javelin dos EUA; o desejo da Rússia de travar uma guerra limpa; e a justificativa histórica do presidente Putin para o supracitado.

O Ministério da Defesa russo procurou pôr de lado a especulação imprudente incentivada pelos EUA sobre as baixas que sofreu ao longo de sua operação especial em andamento na Ucrânia , revelando os números oficiais na quarta-feira. O porta-voz Igor Konashenkov disse que 498 militares sacrificaram suas vidas para desnazificar e desmilitarizar o país desde 24 de fevereiro, enquanto 1.597 ficaram feridos. Em contraste, ele disse que 2.780 membros das Forças Armadas Ucranianas (UAF) e forças fascistas-nacionalistas foram mortos junto com 3.700 feridos. Os números de baixas oficialmente relatados pela Rússia podem ser explicados por uma combinação de três fatores: mísseis antitanque Javelin dos EUA; o desejo da Rússia de travar uma guerra limpa; e a justificativa histórica do presidente Putin para o supracitado.

Começando com o primeiro desses três, a presença em larga escala de armas de guerra de alta qualidade e de última geração sempre afetaria as taxas de baixas da Rússia. Javelins são considerados entre as melhores munições em seu campo. Esperava-se, portanto, que eles acabassem matando um certo número de militares russos. Isso não é surpreendente, mas é importante ter em mente que o número de vítimas relatadas está muito abaixo de números tão selvagens quanto aqueles que foram propagados pela mídia mainstream ocidental liderada pelos EUA, alegando falsamente que milhares e milhares já foram mortos por esses meios. . Esses números factualmente imprecisos foram divulgados como parte da guerra de informações anti-Rússia em andamento, projetada para reduzir a credibilidade militar de Moscou, ao mesmo tempo em que dava falsas esperanças aos combatentes de Kiev.

ZELENSKI QUER NEGOCIAR DIRETAMENTE COM PUTIN

O Presidente ucraniano considera que, depois da Ucrânia, outros países serão alvo da Rússia e que falar diretamente com o Presidente russo é a única forma de parar o conflito.

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou, esta quinta-feira, que quer negociar diretamente com o Presidente russo, Vladimir Putin, assumindo que essa é "a única forma de parar com a guerra".

"Tenho de falar com Putin [...] porque essa é a única forma de parar esta guerra", disse Zelensky, numa entrevista coletiva, declarando-se "aberto" e "disposto a abordar todos os problemas"

Sublinhando que os ucranianos não fogem dos seus problemas e irão sempre defender "o território que é seu por direito", o Presidente ucraniano reafirmou a importância de estabelecer compromissos para a paz e notou que as conversações exigem muito trabalho.

Afirmando que os russos têm emitido sinais que não transmitem confiança nas alegadas pretensões de cessar-fogo, Zelensky frisou, apesar de tudo, que "a palavra é mais importante do que qualquer tiro de arma".

O Presidente ucraniano voltou ainda a defender a necessidade de apoio da comunidade internacional à Ucrânia. Volodymyr Zelensky insistiu que, ao ajudar a Ucrânia, a comunidade internacional está a ajudar-se a si própria também, evitando outros conflitos futuros.

"Se nos destruírem, que Deus não permita, a seguir serão a Letónia, a Lituânia e a Estónia", declarou o Presidente da Ucrânia.

A Rússia lançou na madrugada de há uma semana uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

Rita Carvalho Pereira com Gonçalo Teles | TSF

ACOMPANHE NA TSF TUDO SOBRE O CONFLITO ENTRE A RÚSSIA E A UCRÂNIA

Putin afirma que soldados russos detidos na Ucrânia estão a ser torturados

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, esta quinta-feira, que as tropas russas detidas na Ucrânia estão a ser alvo de tortura e que os "neonazis" integrados nas forças ucranianas dispararam mortalmente sobre estudantes estrangeiros no país.

De acordo com Vladimir Putin, os militares russos estão a criar corredores de fuga para os estudantes estrangeiros, entre os quais chineses, que estão a ser alvo das forças da Ucrânia.

Putin referiu ainda que a população ucraniana está a ser assustada com a propaganda nacionalista de Kiev e que as forças neonazis estão a ser "brutais" com a população local, usando "escudos humanos", estando até a reforçar a presença militar junto a creches e jardins-de-infância, onde se encontram "crianças, os maiores inocentes".

O Presidente sublinhou que o povo russo orgulha-se das forças armadas que estão a lutar pela "desmilitarização e pela desnazificação" da Ucrânia e que é dever da Rússia apoiar os seus militares - aos quais estão até a juntar-se elementos de outros partidos, como a Arménia, a Tchetchénia e a Síria.

Reafirmando que a operação na Ucrânia está "a correr como planeado", Vladimir Putin lamentou a perda das vidas de combatentes e garantiu que todas as famílias de militares feridos ou mortos na Ucrânia irão receber compensações financeiras.

Rita Carvalho Pereira | TSF

A CONVERSÃO DA RÚSSIA E A ALIANÇA NAZI

Artur Queiroz*, Luanda

Lúcia Santos, também conhecida por Irmã Lúcia, uma pastorinha que em Fátima, Portugal, viu, ouviu e falou com Nossa Senhora, no ano de 1941 publicou este texto, citando a Mãe de Deus:

“ Vistes o Inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração (...) Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo pelos seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a Comunhão Reparadora nos Primeiros Sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz."

Já está. Nossa Senhora de Fátima converteu a Rússia, respondendo aos pedidos lancinantes do Tio Célito, de António Costa e dos nazis do partido Chega. Não tarda nada as tropas da Federação Russa metem o rabo entre as pernas e abandonam a Ucrânia. Assim ganham todos. A União Europeia sai da falência porque com as “sanções” roubaram triliões dos ricaços russos. Ladrões que roubam a ladrões têm mil anos de perdões e ainda a indulgência da Mãe de Deus. Ganham os EUA que também roubam os triliões dos russos e facturam com a venda das armas mais o gás líquido. Ganha a Ucrânia que adere imediatamente à OTAN (ou NATO) e à União Europeia. As Máfias de Leste ficam cobertas pela democracia. A Rússia empata.

Grande vitória para os ucranianos nazis e mafiosos que operam por toda a Europa! Eu cá não sou de intrigas. Falo pelos Media portugueses. O jornal “Público” garante que as Máfias de Leste, constituídas por ucranianos, moldavos e romenos “torturam as suas vítimas com choques eléctricos, espancamentos macabros, corpos esquartejados. À Direcção Central de Combate ao Banditismo da PJ e ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) chegam fotografias medonhas das vítimas e as primeiras armas apreendidas: metralhadoras, revólveres, espingardas, “teasers” (espécie de pistola que produz descargas eléctricas), matracas e até luvas de boxe. A violência estende-se de Faro a Barcelos”.

Mais esta notícia: “Os grupos do Leste, organizados em máfias, são preocupação para as autoridades portuguesas. São indivíduos oriundos da zona balcânica do Leste da Europa, usam documentos falsos e dedicam-se a furtos junto às caixas multibanco, em casas e viaturas (...) É possível estabelecer rotas e associar certos grupos criminosos a alguns crimes. Há dez anos, a grande preocupação focava-se nas chamadas Máfias do Leste (vindas da Moldávia, Ucrânia e outras ex-repúblicas da União soviética) que se dedicavam a crimes contra a própria comunidade residente em Portugal, como tráfico humano e extorsão com recurso a grande violência”.

RÚSSIA E UCRÂNIA À MESA PARA DISCUTIR A PAZ

Começou a segunda ronda de negociações de paz

As conversações entre russos e ucranianos para assegurar um cessar-fogo nos combates na Ucrânia começaram na fronteira Bielorrússia-Polónia, disse quinta-feira o conselheiro presidencial de Kiev, Mikhailo Podolyak.

Podolyak publicou uma foto dos representantes russos e ucranianos no Twitter, dizendo que um "cessar-fogo imediato", bem como "corredores humanitários" para civis, estavam na agenda, uma semana após o Presidente russo Vladimir Putin ter lançado uma invasão da Ucrânia.

Jornal de Notícias

Ucrânia | “As disputas internacionais têm de ter uma resolução pacífica”

Várias organizações humanitárias reclamam uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia, em clara oposição à corrida armamentista que se vem anunciando um pouco por todo o mundo.

A deliberação assumida, ontem, pela ampla maioria dos deputados do Parlamento Europeu (PE), na resolução contra a guerra da Ucrânia, contrasta com as posições assumidas por dezenas de organizações humanitárias por toda a Europa.

«O PE reitera que os estados membros da UE devem aumentar os seus gastos na área da defesa (...), para fortalecer a base europeia dentro da NATO, aumentando, desta forma, a segurança da NATO e da União Europeia», defende o ponto 22, seguido pelo parecer de que «os estados membros da UE devem acelerar a provisão de armas defensivas à Ucrânia» (ponto 25).

A solução armamentícia foi reforçada ontem pelo enorme consenso das grandes famílias políticas europeias, da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas ao Partido Popular Europeu, passando pelas bancadas do grupo político de extrema direita: Identidade e Democracia (em que participa Frente Nacional francesa e a Liga Norte italiana) e do partido Fidesz, de Viktor Órban. Segundo o Conselho Dinamarquês para os Refugiados (CDR), a escalada só «trará sérias consequências humanitárias para a população civil».

«Os esforços diplomáticos devem prevalecer sobre a intensificação da conflito armado já existente, impedindo o agravar do sofrimento humano», afimou Charlotte Slente, secretária-geral do CDR, em declarações feitas nos dias que se seguiram à invasão, «todas as partes envolvidas no conflito devem acordar um cessar-fogo duradouro, é a única maneira de proteger os civis e impedir a violação dos seus direitos».

«A comunidade internacional tem de se bater, unida, por uma solução diplomática»

«Às populações deve ser concedido o direito de se moverem livremente, e as associações de apoio devem ter o acesso, sem limitações, a todos os que precisem de ajuda», defende também o Comité Internacional de Resgate. Na pior das hipóteses, o mundo «tem de se preparar para o pior, investindo em ajuda humanitária, dentro e fora da Ucrânia», não gastando milhares de milhões de euros a afogar a região em armas.

Num comunicado divulgado ontem, a Oxfam, uma das maiores organizações não-governamentais de luta contra a pobreza no mundo, reiterou os compromissos da carta das Nações Unidas: «Os membros da Organização deverão resolver as suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de modo a que a paz e a segurança internacionais, bem como a justiça, não sejam ameaçadas».

Lavrov acusa Ocidente de pensar em "guerra nuclear". Negociações esta tarde

Chefe da diplomacia russa lembrou as declarações recentes dos seus homólogos de França e Reino Unido.

Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, acusou esta quinta-feira os políticos ocidentais de ponderar uma "guerra nuclear".

"Todo o mundo sabe que uma terceira Guerra Mundial só pode ser nuclear, mas gostaria de chamar a atenção para o facto de essa ideia de guerra nuclear estar na cabeça dos políticos ocidentais, não na cabeça dos russos", explicou Sergei Lavrov numa conferência de imprensa, exatamente uma semana depois do início da invasão da Ucrânia.

O chefe da diplomacia russa lembrou as declarações recentes dos seus homólogos de França e Reino Unido, Jean-Yves Le Drian e Elizabeth Truss, respetivamente, que mencionaram a dissuasão nuclear.

"Se alguns elaboraram um plano de guerra real contra nós, e penso que elaboraram, devem refletir bem. Não deixaremos que ninguém nos desestabilize.

Angola | O NINHO DO TRIBALISMO EM CABINDA E NO LESTE

Artur Queiroz*, Luanda

A democracia é muito mais do que eleições. Para mim é, acima de tudo, o regime que garante as condições que dão expressão à liberdade: Saúde, Educação, Emprego, Cultura, Habitação para todos. Sou frontalmente contra as eleições para o Poder Local em Angola, porque esse instrumento democrático vai seguramente servir para fomentar o regionalismo e o tribalismo. Aliás, já começaram as manobras nesse sentido, nas eleições nacionais. UNITA e CASA-CE vendem a soberania nacional para conseguirem deputados pelo círculo eleitoral de Cabinda.  O PRS segue o mesmo caminho em relação às províncias do Leste de Angola. 

» VER TRATADO DE LOANDA «

A História não pode ser ignorada. A Independência Nacional não foi um presente da potência colonial, pelo contrário, resultou da luta armada de libertação dirigida pelo MPLA. Cabinda (II Região Político-Militar) foi palco de heroicos combates. Os guerrilheiros naquela frente conquistaram grandes vitórias. 

Agostinho Neto dizia que Cabinda era um laboratório de quadros do movimento. E é verdade. Alguns dos mais extraordinários combatentes da guerrilha nasceram para a luta revolucionária naquela província. Iko Carreira, Hoji ia Henda, Pedalé, Ndozi, Nzaji, Bolingô, Eurico, Margozo, Delfim, Foguetão, Max, António Jacinto e tantos outros, que já não estão entre nós.  Mas também Kianda, um dos poucos comandantes do Maiombe ainda vivo (que seja por mais mil anos). Ou os jovens que em 1974 se juntaram à guerrilha, como Pedro Sebastião ou Bornito de Sousa.  O laboratório de quadros está a ser corroído por doses maciças de oportunismo e tribalismo. 

Depois a Frente Leste. Um passo extraordinário na luta armada com a abertura da Rota Agostinho Neto. Ainda estão entre nós homens que escreveram no terreno da luta, algumas das mais brilhantes páginas da História de Angola. Estão entre nós, heróicos comandantes como Xiyetu, Toka, Ndalu, Omambwe, Nvunda, Kito, Kasesa, Liberdade. Após grandes vitórias, surgiram movimentos tribalistas, capitaneados por Daniel Chipenda. Causaram retrocessos que exigiram gigantescos esforços para serem ultrapassados.

O PRS de uma forma encoberta e um autodenominado Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe (MPPLT) querem fazer o ninho do tribalismo no território da antiga Frente Leste, que incluía as províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, partes do Bié e do Cuando Cubango. Como sempre, exploram a ignorância e a negligência de políticos distraídos, que estão a fazer do MPLA uma espécie de comissão liquidatária do nacionalismo revolucionário, que conduziu Angola à Independência Nacional.

A agência noticiosa Lusa, sempre atenta ao banditismo político, deu destaque a um comunicado do “movimento” no qual faz ameaças veladas. Leiam: “Inviabilizando o debate sobre a questão (autonomia do protectorado), não há espaço para o diálogo e concertação no momento em que a reivindicação é ainda pacífica”. O Presidente João Lourenço, dizem os tribalistas no seu comunicado, tem de dar a autonomia ao “protectorado” porque “é um direito histórico divino e legítimo do povo tchokwe”.

CONTOS POPULARES ANGOLANOS -- O Canto Lúgubre da Perdiz

Seke La Bindo*

Naquele tempo o Sol perdia luz no arvoredo cerrado das montanhas do Bailundo e os raios das trovoadas partiam rochedos. Entre o rio e a montanha existiam grandes perdizes que faziam voos rasantes nas chanas lançando no ar um canto trágico que pressagiava desgraças. 

Sitaluka nasceu na terra pobre, onde o massango definhava e as crias morriam de fome. Mas os caminhos eram percorridos por grandes caravanas de carregadores e comerciantes que levavam as riquezas até ao mar de Benguela. Nesses tempos de tristeza, o homem já era burro e o burro ainda não era homem.

Sitaluka cresceu comendo os grãos de massango deixados pelo sungwangongo, definhava com o pirão que o diabo amassou. Estava magrinha como um osso de galinha quando os velhos da aldeia lançaram um estratagema para alimentar as crianças. Ao entardecer, escondiam-se por trás do espesso arvoredo e lançavam os lúgubres gritos da grande perdiz que enchia o ar dos piores presságios.

Os carregadores ouviam aquele canto trágico, largavam os fardos de mercadorias e fugiam esbaforidos. Os comerciantes disparavam as suas escopetas contra o arvoredo, tentando aniquilar as almas danadas que arrepiavam os corações. 

Angola | ONG condena discriminação da minoria San

Sem apoios do Governo e ameaçados pela fome, os San enfrentam muitas dificuldades, denuncia a Mbakita. Exclusão das comunidades deve-se à falta de vontade política, segundo a organização.

Desde 2002 a trabalhar na inclusão, proteção e promoção das minorias étnicas no Cuando Cubango, Moxico, Huíla, Namibe e Cunene, a organização não-governamental (ONG) Missão de Beneficência Agropecuária Kubango Inclusão Tecnologia e Ambiente (Mbakita) denuncia discriminação e lamenta a falta de apoio do Governo, particularmente aos San, desde a alimentação à saúde, passando pela agricultura.

"Esta falta de inclusão deve-se exatamente à falta de políticas ou da própria falta de vontade política de quem governa, por serem um grupo maioritário. Os indígenas ou autóctones em Angola são excluídos por serem minoritários", afirma o diretor-geral da ONG, Pascoal Samba.

Severino Cassanga, de 26 anos, membro da etnia San da comunidade do Bundo, a 30 quilómetros de Menongue, queixa-se: "O apoio que recebiamos [parou], agora estamos há 5 meses sem freceber nada."

Segundo o censo populacional de 2014, cerca de 14 mil pessoas pertencem a etnia San em Angola, sendo que a maioria vive no Cuando Cubango. "A província oferece recursos faunísticos florestais e hídricos invejáveis, então o San vê-se obrigado a residir maioritariamente nesta província", justifica Samba.

Daí, continua, a "vontade, missão e intenção" da ONG de "investir toda a força no Cuando Cubango, porque é onde está o maior número, visando a promoção e proteção destas minorias étnicas".

Moçambique | Julgamento das dívidas ocultas: Alegações finais são hoje

O julgamento do caso das dívidas ocultas do Estado, o maior processo judicial sobre corrupção na história de Moçambique, está na reta final.

Aproxima-se um desfecho do processo, pelo menos numa primeira fase, dado que outras podem surgir com a possibilidade de recurso da sentença, cuja data deverá ser, entretanto, anunciada.

Ao mesmo tempo, há outros processos autónomos a decorrer, relacionados com o caso.

"Prevejo uma sessão de alegações finais muito antagónica: por um lado, o Ministério Público a ir pelo caminho de penas elevadas para os arguidos e a defesa a pugnar pela absolvição, apontando, por exemplo, erros processuais", disse Fernando Lima, jornalista e presidente da Mediacoop, primeiro grupo de 'media' privado de Moçambique.

Por sua vez, Paulino Cossa, jurista e comentador, disse à agência Lusa que "a produção e discussão da prova durante o julgamento", que decorreu desde agosto, "produziu material suficiente para a condenação dos 19 arguidos ou maior parte deles".

Borges Nhamire, jurista e pesquisador do Centro de Integridade Pública (CIP), também considera que foi produzida prova bastante para justificar o pedido de condenação da maioria dos arguidos nas alegações finais.

Entre os 19 arguidos está Armando Ndambi Guebuza, filho mais velho do antigo chefe de Estado, a antiga secretária particular do ex-presidente Inês Moiane e o seu antigo conselheiro político Renato Matusse. São também arguidos o antigo diretor-geral do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE, a "secreta" moçambicana) Gregório Leão, e o antigo diretor da Inteligência Económica da instituição António Carlos do Rosário.

Deutsche Welle | Lusa

"Dívida" á Rússia obriga países africanos a calarem-se face à invasão russa?

GUERRA NA UCRÂNIA

O "cordão umbilical" de muitos governos africanos com as elites russas, desde a antiga União Soviética, os impedem de condenar os ataques russos contra a Ucrânia, entende politólogo angolano Olívio N'Kilumbu.

O que explica o silêncio de muitos países africanos na condenação da invasão russa à Ucrânia? A DW África falou sobre o tema com o especialista angolano em relações internacionais, Olívio N'Kilumbu. 

O analista recorda, primeiro, os laços que ligam a Rússia aos movimentos de libertação em Angola ou Moçambique, desde os tempos da ex-União Soviética, onde os partidos no poder em ambos os paises - MPLA e FRELIMO - receberam apoio militar durante a luta contra o colonialismo português e ajuda económica e financeira depois da independência, em 1975.

A GUERRA NA UCRÂNIA PELA MANHÃ

Do Diário de Notícias retirámos os apontamentos mais recentes da guerra na Ucrânia em forma de resumos. De salientar que além do exposto há ainda a assinalar que existem provas de que a Rússia está a cometer crimes de guerra ao atingir premeditadamente objetivos civis que têm levado a morte e prejuízos inerentes a populações civis. As averiguações continuam. São crimes de guerra e crimes contra a humanidade que o TPI irá julgar e a que Putin não escapará, segundo o TPI – Tribunal Penal Internacional. (PG)

Autoridades locais confirmam tomada russa de Kherson. Prevista para hoje segunda ronda de conversações

DN -- Ao oitavo dia da ofensiva militar de Moscovo na Ucrânia, está prevista uma segunda ronda de conversações entre as delegações dos dois países, isto numa altura em as tropas russas já tomaram o controlo da cidade de Kherson. O número de refugiados da Ucrânia para países vizinhos atingiu o milhão de pessoas, diz a ONU.

»» 03 mar08:36

Sofia Fonseca

Os novos explosivos criados numa fábrica militar caseira

O enviado Pedro Cruz faz o relato, todos os dias, dos acontecimentos na zona do conflito. LEIA AQUI.

»» 03 mar08:36

Susete Henriques

Rádio independente russa Ekho Moskvy anuncia dissolução após ser banida do ar

A rádio independente russa Ekho Moskvy (Eco de Moscovo), uma emissora histórica no cenário dos média russos, anunciou esta quinta-feira a sua dissolução, após ter sido banida do ar pelas autoridades por causa da cobertura da invasão da Ucrânia.

"A maioria do conselho de administração da Ekho Moskvy tomou a decisão de dissolver a rádio e o site da Ekho Moskvy", escreveu o seu editor-chefe, Alexei Venediktov, na sua conta no Telegram.

Na terça-feira, as autoridades bloquearam o acesso ao Ekho Moskvy e ao canal de televisão 'online' independente Dojd, culpando-os pela maneira como estavam a cobrir a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Os média russos foram proibidos de usar informações diferentes das fornecidas pelas autoridades, que apresentam a invasão da Ucrânia como uma mera "operação especial".

Lusa

»» 03 mar08:23

Susete Henriques

Atletas russos e bielorrussos banidos dos Jogos Paralímpicos de Inverno

O Comité Paralímpico Internacional (IPC) anunciou esta quinta-feira que os atletas da Rússia e da Bielorrússia não vão poder participar nos Jogos Paralímpicos de Inverno Pequim2022, um dia antes do início da competição.

Na quarta-feira, o IPC tinha decidido que os atletas da Rússia e da Bielorrússia podiam participar nos Jogos, mas sob bandeira neutra e sem serem incluídos no quadro de medalhas, devido à invasão russa da Ucrânia, alegadamente com apoio bielorrusso.

"Nas últimas 12 horas, um esmagador número de membros entrou em contacto connosco", disse o presidente do IPC, o brasileiro Andrew Parsons, em conferência de imprensa.

"Disseram-nos que, se não reconsiderássemos a nossa decisão, é provável que tivesse graves consequências", acrescentou Parsons, referindo-se à potencial recusa de muitos atletas de competir contra russos ou bielorrussos.

Aos atletas da Rússia e Bielorrússia, Parsons disse: "lamentamos muito que sejam afetados pelas decisões que os vossos governos tomaram na semana passada de violar a trégua olímpica. São vítimas das ações dos vossos governos".

"O que foi claro é que a situação, a agravar-se de forma rápida, nos colocou em uma posição singular e impossível tão perto do início dos Jogos", disse o responsável.

Lusa

»» 03 mar08:15

Susete Henriques

"É possível que o pior esteja à nossa frente", diz ministro francês

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, mostrou esta quinta-feira preocupação sobre o cerco a cidades ucranianas pelas forças de Moscovo.

"É possível que o pior esteja à nossa frente", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Paris à televisão pública France 2.

O chefe da diplomacia francesa realçou que se pode temer "uma lógica de cerco", recordando que se trata de uma tática russa.

"Lembremo-nos de Alepo [Síria], ou Grozny [Chechénia]", afirmou Jean-Yves Le Drian.

Lusa

»» 03 mar08:09

Susete Henriques

Alemanha vai entregar mais 2700 mísseis antiaéreos à Ucrânia

A Alemanha vai aumentar o número de armas entregues à Ucrânia, após a invasão russa, ao enviar mais 2700 mísseis antiaéreos para a zona de conflito, disse esta quinta-feira uma fonte do governo alemão à AFP.

O governo aprovou "apoio suplementar à Ucrânia", envolvendo a entrega de mísseis antiaéreos do tipo STRELA de fabricação soviética.

A primeira remessa de armas da Alemanha de 1000 mísseis antitanque e outros 500 mísseis antiaéreos já foi despachada para a frente do conflito, informou o governo alemão na na quarta-feira.

AFP

»» 03 mar07:56

Susete Henriques

França aconselha os seus cidadãos a sair da Rússia

O governo francês aconselhou esta quinta-feira os cidadãos que estão na Rússia a abandonarem o país assim que possível, noticia a Reuters.

»» 03 mar07:47

Susete Henriques

Jerónimo Martins retira 16 produtos russos e bielorussos dos supermercados na Polónia

A Biedronka, a cadeia da Jerónimo Martins na Polónia, retirou de venda 16 produtos de origem russa e bielorussa, e desceu preços de cerca de 50 produtos de primeira necessidade em 43 lojas localizadas perto da fronteira com a Ucrânia.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Jerónimo Martins, dona da Biedronka na Polónia, país que tem acolhido milhares de refugiados ucranianos, disse que, "até ao momento", a atividade da cadeia de supermercados "não foi afetada".

Questionada sobre se registou alguma alteração nos hábitos de compra dos consumidores polacos, a mesma fonte adiantou que para já não.

"O que verificámos é uma grande mobilização dos nossos clientes para apoiar os cidadãos ucranianos através da compra para a doação de brinquedos, produtos de higiene e comida", adiantou a Jerónimo Martins.

Lusa

»» 03 mar07:34

Susete Henriques

Autoridades locais confirmam tomada russa de Kherson

Autoridades ucranianas confirmaram hoje a tomada da cidade portuária de Kherson, no sul do país, por parte de tropas russas, uma captura que a Rússia tinha anunciado na manhã de quarta-feira.

Kherson, com cerca de 290 mil habitantes, é o maior centro urbano capturado pelas forças russas desde que a invasão começou, em 24 de fevereiro.

O chefe da administração regional de Kherson, Gennadi Lakhouta, pediu aos moradores, através da plataforma Telegram, que fiquem em casa, indicando que "os ocupantes estão em todas as partes da cidade e são muito perigosos".

O presidente da câmara municipal da cidade, Igor Kolykhaiev, anunciou que se havia reunido com tropas russas num prédio da administração de Kherson.

"Não tínhamos armas e não fomos agressivos. Mostramos que estamos a trabalhar para proteger a cidade e a tentar lidar com as consequências da invasão", disse, numa publicação na rede social Facebook.

"Estamos a ter enormes dificuldades com recolha de corpos e enterros, entrega de alimentos e remédios, recolha de lixo, gestão de acidentes, etc.", acrescentou Kolykhaiev.

O responsável assegurou que "não fez promessas" aos russos e "simplesmente pediu para não disparar contra as pessoas" e para que seja permitido a recolha dos corpos que se encontram nas ruas de Kherson.

Lusa

»» 03 mar07:25

Susete Henriques

Bombardeamento russo a Kharkiv atingiu três escolas e a catedral

Os ataques aéreos russos atingiram várias infraestruturas na cidade ucraniana de Kharkiv, incluindo três escolas e a catedral, noticiou esta quinta-feira a cadeia de televisão CNN Internacional.

Pelo menos três escolas na segunda maior cidade da Ucrânia foram atingidas por ataques aéreos russos nos últimos dias, de acordo com vídeos e fotografias publicadas nas redes sociais, verificadas pela cadeia de televisão norte-americana.

Na quarta-feira, as autoridades ucranianas informaram que o bombardeamento russo tinha resultado na morte de pelo menos 21 pessoas, destruindo diversos prédios.

"Kharkiv é hoje a Estalinegrado do século XXI", disse Oleksiy Arestovich, conselheiro da Presidência ucraniana, fazendo a comparação com um episódio histórico, quando, durante cinco meses, o Exército soviético defendeu a cidade russa das forças nazis, durante a Segunda Guerra Mundial.

Os ataques russos, muitos com mísseis, fizeram explodir o telhado do prédio da sede da polícia regional em Kharkiv e também atingiram a sede dos serviços de informações e um prédio da universidade, além de edifícios residenciais, detalharam.

Lusa

»» 03 mar07:20

Susete Henriques

Invasão russa causou mais de um milhão de refugiados

A invasão russa da Ucrânia causou mais de um milhão de refugiados, informou esta quinta-feora o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

"Em apenas sete dias assistimos ao êxodo de um milhão de refugiados da Ucrânia para os países vizinhos", escreveu, esta manhã, Filippo Grandi na rede social Twitter.

"Para muitos milhões mais, dentro da Ucrânia, é tempo de as armas se calarem, para que possa ser prestada assistência humanitária que salve vidas", acrescentou.

Grandi irá avaliar a situação dos refugiados numa visita à Roménia, Moldova e Polónia, três dos países que estão a acolher os refugiados, para assegurar o apoio dos governos ao ACNUR, adiantou.

Mais de metade dos refugiados já chegou à Polónia e alguns milhares a países terceiros, como a República Checa, onde existe uma grande comunidade ucraniana.

Lusa

»» 03 mar07:17

Susete Henriques

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Faz hoje uma semana que começou a ofensiva militar russa, levando ao êxodo de um milhão de refugiados da Ucrânia para os países vizinhos.

Esta é a primeira página da edição desta quinta-feira do DN

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