domingo, 26 de junho de 2022

ATRITOS EM CASCATA

DESDE AS BOMBAS ATÓMICAS LANÇADAS SOBRE HIROSHIMA E NAGASAKI QUE A IIIª GUERRA MUNDIAL ESTÁ EM CURSO, EM JEITO DE GEOMETRIA VARIÁVEL E AS CHAMADAS GUERRAS HÍBRIDAS…

Martinho Júnior, Luanda

COM A MUDANÇA DE PARADIGMA MULTILATERAL, A RÚSSIA COMEÇOU A ASSUMIR A SUA IIª GRANDE GUERRA PÁTRIA

O poder dominante que se cristalizou em “hegemon” unipolar, até agora foi bárbara e arrogantemente exercido sobre o que foram sendo consideradas na gíria da arrogância de “repúblicas bananas”, que opuseram resistências variáveis, localizadas, com umas poucas vitórias que não puseram contudo em risco o império, o seu cortejo de vassalos e a sistematização do seu exercício cada vez mais distante da Carta das Nações Unidas.

A lógica do complexo militar-armamentista foi-se tornando preponderante no “hegemon” dominante, apesar do alerta de Dwight David “Ike” Eisenhower e desde os contenciosos com Gorbatchev agravados pela “era” Ieltsin, que essa lógica se tornou (neo)liberal nos seus moldes que incluíam a propaganda massiva além da economia e das finanças e (neo)nazi na sua expressão no âmbito das regras impostas nos relacionamentos internacionais, que agora ficam mais expostas com a russofobia e o “apartheid global” enquanto seu nutriente ideológico.

Bastou a emergência multilateral soprar mais forte no imenso continente euroasiático contudo, para que face a um desafio cada vez mais explícito, o “hegemon” se decidisse a tirar partido dos “avanços” conseguidos pelo zombi-híbrido UE/NATO na direcção leste, para, como a “cereja em cima do bolo”, ainda que tivessem saído frustradas muitas das provas anteriores, a Federação Russa começasse a ser também tratada como mais uma “república das bananas”!

Para tal a manobra na Ucrânia foi sintomática: o regime instalado pelo golpe de estado Euro Maidan em Kiev, prefigura uma “república das bananas” totalmente dependente de Washington e de Londres, a ponto de levianamente contrariar os outros vassalos europeus (Berlim, Paris, Roma…) e “rebocar” a própria NATO nas suas mais agressivas motivações!…

De atrito em atrito (incluindo atritos intestinos), o “hegemon” unipolar começa a ser remetido a uma cada vez mais fragilizada defesa estratégica, pois alimenta seu ego numa cascata de ilusões, provocações, tensões, contradições e artificiosos conflitos que, em relação à Rússia e às suas fronteiras, começaram nas duas guerras da Chechénia que ocorreram entre 1991 e 2007 e desembocaram por fim na Ucrânia do após golpe de estado de 2014 na Praça Maidan em Kiev.

Desde as guerras na Chechénia que os atritos em cadeia se foram sucedendo contra a Rússia nas suas fronteiras sul e ocidental, envolvendo em tempos distintos e numa “primeira linha” alguns dos novos estados surgidos da decomposição implosiva da União Soviética, do Cazaquistão à Geórgia, da Geórgia à Ucrânia e numa segunda linha por via de países que tendo tido estados socialistas, tiveram um papel no Pacto de Varsóvia até à sua abolição.

A Rússia detentora de imensas fontes de matérias-primas que têm como vector principal produtos energéticos como o petróleo e o gás, sabe que a geoestratégia está a seu favor, face a um zombi-híbrido animado de valores especulativos, sem matérias-primas no seu solo, com um deficit crónico de petróleo e gás baratos e carregado de contradições!

O esforço multilateral e Não-Alinhado euroasiático esbateu na Ásia Central e no Médio Oriente Alargado esses atritos em cascata socorrendo-se das capacidades energéticas, conforme a contenção que a Rússia estimulou na Síria e no Irão, mas a evolução cada vez mais remetida à defensiva do génio do “hegemon” unipolar, está a obrigar que a Europa, o extremo ocidental do imenso continente EurÁsia, se empertigue fanaticamente em toda a linha, de novo como “carne para canhão” do poder dominante de cultura anglo-saxónica, herdeira do largo espectro do império colonial britânico e mentora do zombi-híbrido UE/NATO!

Se a “primeira linha” desse zombi-híbrido UE/NATO passou a ser formada pelos estados que haviam feito parte do ocidente da União Soviética, descaradamente absorvidos pela “dilatação” em direcção a leste (Estónia, Letónia, Lituânia, Ucrânia e Geórgia, estes dois últimos a preencher o “fecho da abóbada” como estados em vias de absorção formal. Mas já absorvidos de facto), a “segunda linha” é formada pela Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Roménia e Bulgária, ex membros do extinto Pacto de Varsóvia, além das repúblicas dos Balcãs ocidentais, surgidas da destruição pela NATO da Jugoslávia, tal como a Albânia e a “terceira linha” formada pelos membros originais da NATO, tendo o Reino Unido, a Alemanha reunificada e a França como suas componentes consideradas como as mais decisivas, subordinadas ao Pentágono que além do mais mantém bases e efectivos próprios de ocupação da Europa fora do âmbito da Organização Trans-Atlântica.

A entrada da UE/NATO nesses estados foi correndo assim temporalmente de forma progressiva: a 12 de Março de 1999, a fornada da República Checa, Hungria e Polónia, depois a da Bulgária, Estónia, Letónia, Lituânia, Roménia, Eslováquia e Eslovénia (em Março de 2004) e por fim, em Abril de 2009, a Croácia e a Albânia, preparando as mentalidades arregimentadas para a exclusão e a agressão.

A Rússia passou a ser ameaçada no Cáspio, no Mar Negro e no Báltico, de acordo com a perspectiva dum olhar euroasiático voltado à progressão UE/NATO desde o extremo ocidente.

A Insólita Carta da Savimbi de Saias – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A reunião do G7 (países mais industrializados do ocidente) foi contestada hoje por milhares de pessoas em Munique. Os Media não deram uma única imagem. Censura pura e dura. O governo de Berlim anunciou hoje que pôs a funcionar centrais a carvão, encerradas no âmbito do combate às alterações climáticas. Grupos ecologistas manifestaram-se contra este crime ambiental. Os Media ocidentais não mostraram uma só imagem. Nem chamaram os “peritos” habituais que dão palpites sobre tudo e mais algumas coisa. Censura total.

O nazi Zelensky despediu a embaixadora da Ucrânia em Lisboa. Se o governo português fosse constituído por gente com coluna vertebral, a senhora tinha sido despedida quando participou em manifestações partidárias e excrementou partidos políticos portugueses, nomeadamente o Partido Comunista Português (PCP) por se declarar contra a guerra da OTAN (ou NATO) e o estado terrorista mais perigoso do mundo, contra a Federação Russa. Hoje tiveram de engolir mais uma manifestação contra a guerra, na Avenida da Liberdade, em Lisboa

O ditador de Kiev despediu a sua activista em Portugal porque não está a fazer nada. A despedida aceitou o despedimento e declarou que é uma questão de agenda. Os Media portugueses não chamaram professores universitários e generais a explicar o insólito despedimento. Nem o To Célito protestou contra o saneamento da sua amiga e companheira de apoio à guerra. Insólito.

Mais estranho ainda. Segundo a Bloomberg os países da União Europeia estão a comprar à Federação Russa mais petróleo do que antes da guerra. O preço é que aumentou desalmadamente e os consumidores guincham de dor. O senhor presidente Macron, enrolado na duríssima derrota eleitoral, disfarça dizendo que o estatuto de “país candidato à União Europeia” atribuído à Ucrânia é um forte sinal para Moscovo”. Os russos borraram-se todos. Estão de joelhos. Imploraram ao presidente francês para que os ocidentais não continuem a humilhá-los. Coitadinhos dos russos. 

António Costa roncou forte: Estamos prontos a enfrentar os russos na região dos países bálticos! Ele quer, tem vontade, está cheio de guzo para caçar russos. Mas o insólito estragou tudo. Afinal o governo português não vai mandar tanques de guerra para a Ucrânia porque não tem dinheiro para o transporte. A última verba disponível foi para pagar a viagem do primeiro-ministro até aos braços de Zelensky. Os ricaços exibem tantos milhares de milhões e os países pobrezinhos nem conseguem matar a fome aos seus cidadãos.

A agência UNICEF, no seu relatório de 2021 refere que 28,6 por cento das crianças portuguesas estão em risco de pobreza e “muitas não têm acesso aos mínimos da alimentação, educação e proteção social”. O Instituto Nacional de Estatística revelou em Março passado que a percentagem da população portuguesa que se encontra em risco de pobreza subiu para os 18,7 por cento. Trocado por miúdos: 1.961.122 portugueses estão nestas condições. Agora podem comer uns tanques de guerra aos matabicho. Já que os mastodontes não vão para a Ucrânia, que sirvam para alguma coisa útil. Insólito.

A guerra no Dombass está no fim. Hoje o porta-voz das tropas da Federação Russa anunciou que 800 civis que serviam de escudos humanos na fábrica Azot, cidade de Severodonetsk começaram a ser evacuados. Mas os nazis de Kiev bombardearam a fábrica quando decorria a evacuação. Já ouviram falar em crimes de guerra? O Guterres, o Johnson, a Úrsula, o Costa e outros pigmeus vão a Severodonetsk ver os crimes dos nazis capitaneados pelo Zelensky. Lá se vai o estatuto de país candidato!

Muito insólita é a carta aberta de Mihaela Webba, a Savimbi de saias, aos militantes e votantes no MPLA. Diz que decidiu imitar “o veterano militante, Francisco Gentil Viana”. Veterano na aldrabice, na vigarice, no encher a pança à custa do povo angolano. Pouco tempo esteve no partido. Tal como o pai. Entre as saídas, entradas, fugas e traições, pouco tempo restou para a militância do “Afrique”.  

A Webba diz que em 2007, “quando frequentava o mestrado em Direito Constitucional, na Universidade de Coimbra, também remeti a minha carta de desvinculação do MPLA ao núcleo da JMPLA em Portugal”. Pois claro. Ganhou banha balofa à custa do partido e quando lhe acenaram com mais dinheiro, foi parar ao Galo Negro sendo agora uma galinácea savimbista. Ainda bem. Enquanto a Oposição angolana for dominada por gente desta, ganhamos tempo para construir a Angola do futuro. 

Webba diz que “a grande família do MPLA, é tida como sendo constituída por todos aqueles cidadãos de origem etnocultural Kimbundu”. Lúcio Lara era do Huambo. Mário Pingo de Andrade era do Cuanza Norte. 

O General Matias Lima Coelho (Nzumbi) é de Benguela. O meu saudoso amigo Joaquim Kapango, assassinado friamente por Jonas Savimbi, era filho do Planalto Central. O comandante Dangereux era do Moxico. O comandante Toka (almirante e embaixador) é do Uíge. O comandante Ndozi era do Zaire. O comandante Bolingô era do Nzeto.

O comandante Pedalé era de Cabinda. Paulo Jorge era de Benguela. Pepetela é de Benguela. Fernando Costa Andrade (Ndunduma) era do Lépi. Manuel Rui é do Huambo. O General Higino Carneiro é do Libolo. Maria Mambo Café era de Cabinda. A física nuclear Maria Cândida Teixeira, embaixadora de Angola em Cuba, é do Moxico. A embaixadora de Angola na ONU, Maria de Jesus Ferreira é do Moxico, Carolina Cerqueira é do Cuanza Norte, João Ernesto dos Santos "Liberdade” é do Moxico. Joana Lina é do Cuanza Norte. Aníbal Rocha, o meu amigo Zázá, é do Sanza Pombo e do Negage. Podia citar milhares, mas destas e destes  lembro-me da província ou do lugar onde nasceram.  

A “carta” de Mihaela Webba mostra que ela não tem ética. Nem sabe o que isso é. É um insulto a todas e todos os que votam no MPLA ou militam no partido. Ela é a prova de que as e os savimbistas que apareceram depois das fogueiras da Jamba e os assassinatos dos dirigentes que faziam sombra a Savimbi, são ainda mais tenebrosas e tenebrosos do que os originais. 

Descer mais baixo do que Mihaela Webba é impossível. Ela é o estádio supremo da vigarice política. Diz que votar nela é votar por Angola e pela unidade nacional. Recomendo a todos os indecisos a leitura daquela lista de insultos e agressões â honra das e dos angolanos. Aquela carta é a garantia da vitória esmagadora do MPLA. Ninguém lhe vai perdoar a afronta.

*Jornalista

KIEV EM CHAMAS: MÍSSEIS RUSSOS ATINGEM ÁREA MILITAR

REPRESÁLIA POR ATAQUES SANGRENTOS EM DONBASS

#Traduzido em português do Brasil 

26 de junho começou com um ataque de mísseis na capital da Ucrânia. Vários foguetes teriam atingido Kiev na madrugada. O Ministério da Defesa russo ainda não comentou os ataques. 

Os ataques com mísseis foram realizados no distrito de Shevchenko, no centro de Kiev. É relatado que a capital foi atingida por pelo menos quatro mísseis. Segundo alguns relatos, pelo menos 14 mísseis atingiram a cidade. De acordo com Yuriy Ignat, porta-voz da Força Aérea Ucraniana, Kiev foi atingida por mísseis russos X101 de aeronaves Tu-95 e Tu-160 que descolaram de Astrakhan e o lançamento de mísseis ocorreu sobre o Mar Cáspio.

Mísseis russos atingiram as instalações da fábrica de construção de máquinas militares Artyom. A zona militar foi danificada. 

Ao mesmo tempo, o ataque atingiu uma casa de civis localizada nas proximidades. O edifício do complexo residencial “Lviv Quarter” também foi atingido por um míssil durante outro ataque em 29 de abril. Em seguida, os primeiros andares do arranha-céu do lado esquerdo foram atingidos. Hoje, o míssil atingiu o lado direito do prédio.

De acordo com os relatórios locais, os civis foram evacuados desta casa meses atrás devido à sua localização perto da instalação militar. Vídeos do local confirmam que nenhum civil foi visto saindo do prédio após o ataque.

No entanto, de acordo com o prefeito da cidade, Sr. Klitschko, 25 moradores foram evacuados da casa, quatro pessoas foram hospitalizadas, incluindo uma menina de sete anos que foi retirada dos escombros.

Alguns vídeos mostrando a evacuação da menina foram ativamente divulgados pela mídia ucraniana. Imediatamente após o ataque, o notório propagandista ucraniano Anton Gerashchenko apareceu no local. Ele milagrosamente encontrou um passaporte russo vencido de uma mulher que supostamente estava saindo de casa e que estava hospitalizada. Ele acrescentou que acredita que seu marido tenha sido morto no ataque.

Assim, há a hipótese de que o prédio civil estava vazio durante o ataque, nenhum civil foi ferido ou morto e o regime de Kiev está novamente espalhando relatórios falsos, como vem fazendo desde o início da guerra na Ucrânia anos atrás. Infelizmente, se os relatos da mídia ucraniana forem verdadeiros, não está claro por que as autoridades locais não evacuaram dezenas de civis da casa localizada na área perigosa.

Os sistemas de defesa aérea na capital ucraniana confirmaram sua incapacidade. Vários mísseis teriam sido interceptados, mas os alvos foram atingidos. Um dos vídeos mostrou um fragmento caindo de um míssil ucraniano defeituoso em Kiev, que tinha como objetivo derrubar mísseis de cruzeiro russos.

Os militares russos já alertaram o regime de Kiev de que as instalações militares estrategicamente importantes, inclusive na capital ucraniana, serão alvos se as Forças Armadas da Ucrânia implantadas na região de Donbass não interromperem os ataques a civis na cidade de Donetsk e assentamentos próximos.

O regime de Kiev continua a sacrificar a segurança dos ucranianos em diferentes regiões e não impediu os ataques terroristas aos assentamentos na DPR e LPR que visam apenas ameaçar os civis locais.

Em 26 de junho, a AFU atingiu a vila de Stakhanov no LPR com outro míssil Tochka-U. Pelo menos 9 casas foram destruídas. Nenhuma vítima foi relatada.

De acordo com o escritório de representação da DPR no JCCC, as AFU dispararam mais de 200 projéteis de lançadores de foguetes múltiplos BM-21 Grad, artilharia de canhão de 155, 152 e 122 mm, bem como morteiros de 120 mm no território da República .

13 assentamentos da República foram alvejados. Como resultado do bombardeio, 2 civis ficaram feridos. 21 edifícios residenciais e 1 instalação de infraestrutura civil foram danificados.

O ataque russo à capital ucraniana pode ser uma resposta ao recente ataque da AFU ao hospital militar em Donbass, realizado pelo HIMARS, recentemente fornecido, fabricado nos EUA. Militares russos, DPR e LPR foram tratados lá, bem como civis feridos.

Pelo menos duas pessoas morreram e várias outras ficaram feridas, de acordo com repórteres militares russos. No entanto, o número real de vítimas não foi revelado oficialmente.

South Front

COM VÍDEOS NO ORIGINAL

720 MILITARES UCRANIANOS ABATIDOS, ATAQUE À ILHA DE ZMEINY FRUSTRADO

ALÉM DE OUTROS DESAIRES DAS FORÇAS UCRANIANAS REGISTADAS ONTEM E AINDA HOJE

#Traduzido em português do Brasil 

Em 26 de junho, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que mais de 720 militares ucranianos foram mortos, 12 tanques e outros veículos blindados de combate, bem como 16 veículos especiais foram destruídos no último dia na Ucrânia.

O número de baixas nas fileiras ucranianas é maior do que o habitual. Este é provavelmente o resultado dos recentes ataques russos às bases militares das Forças Armadas da Ucrânia (AFU) em diferentes regiões ucranianas.

O Ministério da Defesa russo confirmou os ataques das Forças Aeroespaciais Russas e mísseis Kalibr:

- no Centro de Treinamento do Exército Ucraniano 169 perto de Desna na região de Chernigov,

- o 199º Centro de Treinamento de Tropas de Assalto Aéreo perto de Teterevka na região de Zhitomir,

- bem como no 184º Centro de Treinamento das Forças Armadas da Ucrânia, perto de Starichi, na região de Lvov.

Como resultado dos ataques, a redistribuição planejada das 65ª, 66ª brigadas mecanizadas e 46ª Brigada Aeromóvel das reservas estratégicas da AFU para as linhas de frente do Donbass foi frustrada.

Em 25 de junho, a AFU realizou outra tentativa de contra-ataque às forças russas implantadas na Ilha da Cobra. Aviões de guerra ucranianos e MLRS foram usados. No entanto, o ataque não levou a nenhum resultado.

Foi repelido pelo sistema de defesa aérea russo Pantsir-S. Como resultado, 1 Su-25 da Força Aérea Ucraniana e 12 foguetes ucranianos foram destruídos. Por sua vez, o lado russo não sofreu danos.

Os sistemas russos de defesa aérea Tor-M2 e Pantsir foram implantados na ilha para fornecer defesa aérea na área.

Outro MiG-29 da Força Aérea Ucraniana foi abatido durante um combate aéreo perto de Zelenodolsk, na região de Dnepropetrovsk.

No total, os seguintes ativos AFU foram destruídos pelos militares russos:

- mão de obra ucraniana e equipamento militar em 286 áreas,

- unidades de artilharia e morteiros em 62 áreas,

- 2 postos de comando perto de Visunsk e Barmashovo na região de Nikolayev,

- 4 depósitos de munições perto de Verkhnekamenka, Lisichansky e subúrbios ocidentais de Lisichansk, na República Popular de Lugansk.

- 10 pelotões do sistema de lançamento múltiplo de foguetes (MRLS) perto de Avdeyevka, Ukrainsk, Ivanovka, Novosyolovka Pervaya e Vozdvizhenka na República Popular de Donetsk.

- 8 veículos aéreos não tripulados ucranianos perto de Varvarovka, Ray-Aleksandrovka na República Popular de Lugansk, Belyayevka na região de Kherson, Malaya Kamyshevakha e Malyie Prokhody na região de Kharkov.

No total, 215 aviões e 132 helicópteros, 1.363 veículos aéreos não tripulados, 350 sistemas de mísseis antiaéreos, 3.809 tanques e outros veículos blindados de combate, 682 veículos de combate equipados com múltiplos sistemas de lançamento de foguetes, 3.012 canhões e morteiros de artilharia de campanha, além de 3.864 unidades de equipamento militar especial foram destruídas durante a operação militar especial.

South Front

“Há um contexto histórico que explica encurralamento da Rússia” - Annie Lacroix-Riz

Entrevista com Annie Lacroix-Riz*

Esta entrevista com uma notável historiadora é mais uma ilustração da razão porque os media dominantes - e o pensamento dominante em geral - operam uma sistemática rasura da história, ou tentam a sua mais fraudulente reescrita. É que é a história que ajuda a entender em profundidade não só os interesses em confronto como os antecedentes e a real natureza dos protagonistas em presença. No caso da Ucrânia, todos os antecedentes falam por si.

Nesta entrevista, Annie Lacroix-Riz analisa a situação na Ucrânia à luz da história dos imperialismos do início do século XX e da sua perduração. O que nos é dito, vezes sem conta, nos meios de comunicação social dominantes não permite compreender o conflito e, por conseguinte, impossibilita-nos de procurar uma solução para a paz.

Nos meios de comunicação social, fica-se com a impressão de que a guerra na Ucrânia aconteceu a partir do nada. O que nos pode dizer sobre o contexto histórico desta guerra?

Em primeiro lugar, os elementos históricos estão praticamente ausentes daquilo que nos é frequentemente descrito como uma “análise” da situação. No entanto, há dois aspetos importantes a ter em conta nos acontecimentos atuais. Em primeiro lugar, existe uma situação geral, ou seja, uma agressão da NATO contra a Rússia. Depois, há uma espécie de obsessão contra a Rússia – e até contra a China. Esta obsessão não é nova e, portanto, permite relativizar o atual frenesim anti-Putin. A essência da alegada “análise ocidental” assenta na ideia de que Putin é um lunático paranóico e/ou um novo Hitler. Mas o ódio contra a Rússia, assim como o facto de não se suportar que esta possa ter um papel mundial, são tão velhos quanto o imperialismo americano.

Como é que explica esta obsessão?

É uma obsessão característica de um imperialismo dominante que foi hegemónico durante, praticamente, todo o século XX. Este imperialismo não quer perder a sua hegemonia, ainda que, na realidade, a esteja a perder. Com efeito, hoje já não estamos na mesma situação em que estávamos na década de 1950, quando os Estados Unidos representavam 50% da produção mundial. A China está a aproximar-se do primeiro lugar, no mundo, e isso não agrada aos Estados Unidos. Nos últimos anos, atingimos um momento particularmente agudo neste confronto, marcado por uma série de ataques surpreendentes. Neste confronto, a Rússia também é um alvo. Temos a impressão de que haveria uma espécie de rancor contra os bolcheviques, mas é preciso saber que esta Russofobia do imperialismo americano remonta à era czarista, e continuou depois, incluindo após a dissolução da União Soviética. Os compromissos assumidos pelos Estados Unidos de não avançar militarmente na zona ex-soviética foram, desde então, todos violados. De 1991 a fevereiro de 2022, a NATO estabeleceu-se nas fronteiras da Rússia e a nuclearização da Ucrânia tornou-se numa realidade imediata.

Qual é o lugar da Ucrânia nos conflitos entre potências imperialistas?

A Ucrânia é inseparável da história da Rússia, desde o início da Idade Média. A Rússia, com toda a sua riqueza natural, é uma gruta de Ali Baba e a Ucrânia foi a sua mais bela jóia: é uma fonte extraordinária de carvão, de ferro e de tantos outros recursos minerais, e um formidável depósito de trigo e de outros cereais - o que, aliás, atraiu a cobiça de muitos, desde há muito tempo. Para nos mantermos no período imperialista (desde a década de 1880), podemos dizer que foi a Alemanha que, num primeiro momento, se interessou pela Ucrânia. Antes da guerra de 1914, o Reich alemão tinha decidido, a fim de controlar o Império Russo, garantir o controlo dos seus “mercados” mais desenvolvidos: a Ucrânia e os Estados bálticos. Durante o conflito, a Alemanha fez destes Estados e da Ucrânia um verdadeiro reduto militar, a base do seu ataque ao Império Russo. Durante a Primeira Guerra Mundial, se a Alemanha falhou na Frente Ocidental, logo em 1917, o mesmo não se pode dizer da Frente Oriental, a qual foi dominada pela Alemanha até à sua derrota. E, apesar de, desde janeiro de 1918, a recém-soviética Rússia estar a sofrer uma agressão adicional de todas as outras potências imperialistas (14 países invadiram a União Soviética, sem que tenha havido uma declaração de guerra), Berlim conseguiu impor-lhe, em março de 1918, o Tratado de Brest-Litovsk, confiscando-lhe a Ucrânia. A derrota da Alemanha no final da Primeira Guerra Mundial não fez com que a Ucrânia fosse devolvida à União Soviética, dada a guerra travada no seu solo pelos “Aliados”, apoiada por todos os elementos anti-bolcheviques, russos e ucranianos. A Ucrânia conheceu, então, uma curta independência… De 1918 a 1920, houve, de facto, um curto período de “independência” folclórica, tendo como pano de fundo a agressão dos exércitos brancos (pogromistas) de Denikin, e do pogromista Petlyura, oficialmente “independentista” e aliado da Polónia (que pretendia, para si, toda a Ucrânia ocidental). A Ucrânia continuou, então, a ser alvo do Reich, o qual sucedeu ao império austríaco, depois “austro-húngaro” dos Habsburgos (possidentes da Galicia oriental, a oeste da Ucrânia, depois de dividida a Polónia[1]). Esta tutela germânica constituiu, assim, desde o tempo dos Habsburgos, uma base preciosa para o enfraquecimento da Rússia e do Eslavismo Ortodoxo, tendo-se baseado, sobretudo, no Uniatismo[2], liderado pelo Vaticano.

25º Fórum Económico Internacional de São Petersburgo -- Sessão Plenária, 17.06.22

Vladimir Putin

“O mundo foi levado à situação em que está hoje, pouco a pouco, por muitos anos de políticas macroeconômicas irresponsáveis adotadas pelos países do G7, incluindo a emissão descontrolada e acúmulo de dívida sem cobertura. Esses processos intensificaram-se com o início da pandemia de coronavírus em 2020, quando a oferta e a procura por bens e serviços caíram drasticamente em escala global. Nesse caso, surge a questão: o que nossa Operação Militar Especial no Donbass teria a ver com isso? Nada. Rigorosamente nada”. - Vladimir Putin

Presidente Tokayev, amigos e colegas,

Dou as boas-vindas a todos os participantes e convidados do 25º Fórum Económico Internacional de São Petersburgo.

Este Fórum ocorre num momento difícil para a comunidade internacional, quando a economia, os mercados e os próprios princípios do sistema económico global sofreram um golpe. Muitas cadeias comerciais, industriais e logísticas, deslocadas pela pandemia, foram submetidas a novas provações. Além disso, noções empresariais fundamentais como reputação empresarial, inviolabilidade da propriedade e confiança nas moedas globais foram seriamente prejudicadas.

Lamentavelmente, essas noções foram minadas pelos nossos parceiros ocidentais, que o fizeram deliberadamente, em nome das próprias ambições e para preservar ilusões geopolíticas obsoletas.

Hoje, vamos dar a nossa – quando digo “nossa”, refiro-me à liderança russa – nossa própria visão da situação económica global. Gostaria de falar com mais profundidade sobre as ações que a Rússia está a empreender nas atuais condições e como planeia desenvolvê-las nestas circunstâncias de mudança dinâmica.

Quando falei no Fórum de Davos há um ano e meio, salientei também que… a era de uma ordem mundial unipolar chegou ao fim. Quero começar com isso, pois não há como contornar esse fato. Aquela era terminou, apesar de todas as tentativas para mantê-la e preservá-la a todo custo.

A mudança é processo natural da história, pois é difícil conciliar a diversidade de civilizações e a riqueza de culturas do planeta, com estereótipos políticos, económicos ou outros – que não funcionam aqui, são impostos por um centro, de modo grosseiro e sem qualquer concessão.

A falha está no próprio conceito, pois o conceito diz que há um poder, embora forte, com um círculo limitado de aliados próximos, ou, como dizem, de "países aos quais se concede acesso". E todas as práticas comerciais e relações internacionais, quando conveniente, são interpretadas unicamente no interesse daquele poder. Essencialmente, trabalham numa só direção, em jogo de soma nula. Um mundo construído sobre uma doutrina deste tipo é mundo fatalmente instável.

Depois de declarar vitória na Guerra Fria, os EUA proclamaram-se mensageiros de Deus na Terra,… sem quaisquer obrigações, só interesses – declarados sagrados. Parecem ignorar o facto de que, nas décadas passadas, formaram-se novos centros poderosos e que se afirmaram cada vez mais.

Cada um desses centros desenvolve um sistema político próprio e instituições públicas de acordo com um modelo de crescimento económico também próprio; e, naturalmente, tem direito de protegê-los e de garantir a soberania nacional. São processos objetivos e mudanças tectónicas genuinamente revolucionárias na geopolítica, na economia global e na tecnologia, em todo o sistema de relações internacionais, onde o papel de países e regiões dinâmicos e potencialmente fortes cresce substancialmente. Já não é possível ignorar os seus interesses.

Repito, essas mudanças são fundamentais, inovadoras e rigorosas. Seria erro supor que num momento de mudança turbulenta, bastasse nada fazer ou esperar que tudo volte a entrar na ordem e volte a ser tal como antes. Não acontecerá.

Mesmo assim, a elite governante de alguns Estados ocidentais parece abrigar esse tipo de ilusão. Recusam-se a perceber coisas óbvias, teimosamente agarrados às sombras do passado. Por exemplo, parecem crer que o domínio do Ocidente na política global e na economia é um valor imutável e eterno. Nada é para sempre.

Nossos colegas não estão apenas negando a realidade. Mais que isso, estão tentando reverter o curso da história. Parecem pensar em termos do século passado. Ainda são influenciados pelos próprios equívocos sobre os países não incluídos no chamado “bilião de ouro”: para eles, tudo é atraso fora do “bilião de ouro”, tudo é o seu quintal. Ainda tratam aqueles países como colónias, e as pessoas que vivem lá, como pessoas de segunda classe. Isso, porque nossos colegas consideram-se excecionais. Se eles são excecionais, os demais são segunda divisão.

Daí o desejo irreprimível de punir, de esmagar economicamente quem não se encaixe na corrente dominante, quem não queira obedecer cegamente. Além disto, impõem grosseira e descaradamente a ética deles, seus pontos de vista sobre cultura, ideias e sobre história, às vezes questionando a soberania e a integridade dos Estados e ameaçando a própria existência dos Estados. Basta lembrar o que aconteceu na Jugoslávia, na Síria, na Líbia, no Iraque.

Se acontece algum Estado “rebelde” não poder ser suprimido ou pacificado, tentam isolá-lo, ou “cancelá-lo”, para usar seu termo moderno. Vale tudo, até nos desportos, nas Olimpíadas, na proibição de obras de arte e cultura só porque aqueles criadores vêm do país “errado”.

Esta é a natureza da atual russofobia no Ocidente e das insanas sanções contra a Rússia. São loucos e, eu diria, incapazes de pensar. As sanções não têm precedentes, nem no número nem no ritmo em que o Ocidente as produz copiosamente.

A ideia estava clara como o dia – contavam com esmagar repentina e violentamente a economia russa, atingir a indústria, as finanças e os padrões de vida das pessoas da Rússia, destruindo cadeias de negócios, retirando à força empresas ocidentais do mercado russo e congelando ativos russos. Não funcionou. Obviamente, não deu certo. Não aconteceu.

Empresários e autoridades russas agiram de maneira coletiva e profissional, e os russos demonstraram solidariedade e responsabilidade. Passo a passo, normalizámos a situação económica. Já estabilizamos os mercados financeiros, o sistema bancário e a rede comercial. Agora estamos ocupados saturando a economia com liquidez e fundos de maneio, para manter estável a operacionalidade de empresas e sociedades, empregos e serviços.

As previsões sombrias para o andamento da economia russa, feitas no início da primavera, não se concretizaram. Compreendemos por que toda essa campanha de propaganda foi alimentada e de todas as previsões do dólar a 200 rublos e do colapso da nossa economia. Este foi e continua sendo instrumento na luta pela informação e um fator de influência psicológica sobre a sociedade russa e os meios empresariais nacionais.

Alguns dos nossos analistas cederam a essa pressão externa e basearam as suas previsões num dito "inevitável colapso" da economia russa, com crítico enfraquecimento da moeda nacional – o rublo. A vida real desmentiu essas previsões. No entanto, gostaria de enfatizar que, para continuar a ter sucesso, devemos ser explicitamente honestos e realistas ao avaliar a situação, ser independentes no trabalho de buscar as conclusões e, claro, ter espírito positivo, o que é muito importante. Somos pessoas fortes e podemos lidar com qualquer desafio.

Como nossos predecessores, podemos dar conta de qualquer tarefa. A história de mil anos de nosso país confirma isso. Em apenas três meses do pacote massivo de sanções, demos cabo dos picos de inflação. Como se sabe, depois de atingir o pico de 17,8%, a inflação agora está em 16,7% e continua caindo. Esta dinâmica económica vai-se estabilizando, e as finanças do Estado são agora sustentáveis. Adiante, compararei com números de outras regiões. E, sim, mesmo esse número é demais para nós – 16,7% é inflação alta. Devemos e vamos trabalhar nisso e, tenho certeza, conseguiremos resultado positivo.

Após os primeiros cinco meses desse ano, o orçamento federal tem um superavit de 1,5 milhões de milhões de rublos; o orçamento está consolidado com um superavit de 3,3 milhões de milhões de rublos. Só no mês de maio, o superavit orçamentário federal atingiu quase 500 mil milhões de rublos, superando o número de maio de 2021 em mais de quatro vezes.

Hoje, a nossa tarefa é criar condições para que a produção aumente e para que aumente a oferta no mercado interno, além de restabelecer a procura e o financiamento bancário na economia, na proporção em que a oferta cresça.

Mencionei que tomamos medidas para restabelecer os ativos flutuantes das empresas. Na maioria dos setores, as empresas passaram a poder adiar os prémios de seguro para o segundo trimestre do ano. As empresas industriais têm ainda mais oportunidades – também poderão adiá-los até o terceiro trimestre. Na verdade, é como obter do Estado um empréstimo sem juros.

No futuro, as empresas não terão de pagar em prestação única prémios de seguro atrasados. Poderão pagá-los em parcelas iguais ao longo de 12 meses, a partir de junho do ano seguinte. A partir de maio, a taxa de hipoteca subsidiada foi reduzida. Agora é de 9%, e o programa foi estendido até o final do ano. Como mencionei, o programa visa a ajudar os russos a melhorar sua situação habitacional, ao mesmo tempo que se apoia a indústria de construção de habitações e indústrias relacionadas, que empregam milhões de pessoas. Após um pico nesta primavera, as taxas de juros vêm caindo gradualmente, à medida que o Banco Central reduz a taxa básica. Creio que isso permite reduzir para 7% a taxa de hipotecas subsidiadas.

O que é importante aqui? O programa durará até o final do ano, sem alterações. Significa que os nossos compatriotas russos que buscam melhorar as próprias condições de vida devem aproveitar o subsídio antes do final do ano. O limite de empréstimo também não mudará: 12 milhões de rublos para Moscovo e São Petersburgo; e 6 milhões para o resto da Rússia.

Devo acrescentar que temos de tornar mais acessíveis para as empresas, os empréstimos de longo prazo. O foco deve mudar, de subsídios do orçamento para empresas, para empréstimos bancários, como meio de estimular a atividade empresarial.

Precisamos apoiar isso. Vamos alocar 120 mil milhões de rublos do Fundo de Riqueza Nacional para aumentar a capacidade do ProjetoVEB Fábrica de Financiamento de Projetos. Haverá empréstimos adicionais para iniciativas e projetos muito necessários, no valor de cerca de 500 mil milhões de rublos.

Portugal | A SAÚDE DO ESTADO QUE TEMOS

Domingos de Andrade | TSF | opinião

Governo tomou posse em março. O Orçamento do Estado para 2022 foi apresentado e discutido entre abril e maio deste ano. A guerra na Ucrânia já durava, os avisos sobre a escalada de inflação que alarmaram as economias da União Europeia também já davam sinais desde o ano passado, bem como o anúncio de que o Banco Central Europeu deixaria de cobrir o financiamento da dívida soberana portuguesa, que é a terceira mais elevada da UE.

Sabia-se também da insatisfação dos portugueses com o serviço prestado pelo Estado Social em áreas como a Saúde e a Educação. Também não é de ontem haver cada vez mais investidores a apostarem em novos colégios e hospitais privados. Fazem-no porque sabem que há procura e acreditam no retorno do investimento. E há procura porque as famílias têm hoje novas expectativas e necessidades, para as quais não encontram a resposta que esperam.

A realidade é que hoje muitos trabalhadores que podem suportam dois serviços de saúde e dois serviços de educação. Pagam-nos através dos impostos, e depois através do rendimento que têm após os impostos que pagam.

Mais violento. Para quem não pode sobra o Estado que temos, que vai enfraquecendo porque também médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico têm hoje oportunidades de carreira mais aliciantes fora do Serviço Nacional de Saúde, desfalcando-o e empobrecendo-o.

Quando António Costa apresentou ao país a sua proposta de Orçamento esta realidade já existia. Os indicadores estavam todos lá. O país é o mesmo, com a diferença de que as pessoas ainda não sentiam a dor dos sintomas.

O Orçamento aprovado este ano foi, por assim dizer, um ato de fé de que Portugal e o mundo eram os mesmos de 2015. Mas não são.

Se uma maioria absoluta não serve para encarar de frente e agir sobre esta realidade, então para que serve?

A Semana: Aborto divide os EUA em semana de crise em França e Israel

Portugal -- Rock in Rio regressa com chuva e com a "revolta" dos Muse

Foram 74 mil as pessoas que não quiseram perder o primeiro dia do Rock in Rio. Depois de quatro anos de paragem, também devido à pandemia, o festival regressou agora e nem a chuva fez arredar pé a quem foi ver os Muse. A banda de Matt Bellamy era cabeça de cartaz deste primeiro dia e não desiludiu os fãs. Num dia que começou com a energia contagiante dos Xutos & Pontapés, prosseguiu com Liam Gallagher a alternar músicas dos Oasis e da sua carreira a solo e ainda trouxe os The National ao Palco Mundo, os Muse encerraram com um grito de revolta. Com Uprising puseram todos a cantar "They will not control us. We will be victorious" e foi um Bellamy tão encharcado como as dezenas de milhares de pessoas que o acompanharam na apoteose final de Knights of Cydonia quem agradeceu a todos por "terem ficado connosco apesar da chuva". O fogo de artifício de encerramento do primeiro dia do festival não podia vir mais a calhar a seguir.

França -- Com Macron sem maioria, França mergulha na incerteza

As sondagens não auguravam nada de bom para Emmanuel Macron na segunda volta das legislativas, mas a realidade foi pior. A Ensemble!, coligação que junta o partido do presidente e seus aliados de centro, elegeu 245 deputados, bem longe dos 289 da maioria absoluta. E, confirmando a polarização da sociedade francesa, em segundo lugar ficou a NUPES, que junta a França Insubmissão, de Jean-Luc Mélenchon (esquerda radical), socialistas, comunistas e ecologistas, com 131 lugares. Mas talvez a maior surpresa da noite fosse a União Nacional, de Marine Le Pen, que passa de 8 para 89 deputados, fruto do fim da frente republicana. Com a direita tradicional (Os Republicanos) pouco disposta a apoiar o governo com os seus 61 deputados, Macron terá muita dificuldade em avançar com as suas propostas, a começar pelo polémico aumento da idade da reforma para 65 anos. A França mergulhou na incerteza. Para já, Macron rejeitou a demissão da primeira-ministra, Élizabeth Borne, mas resta saber quanto tempo este governo durará.

Israel -- Governo cai e Israel prepara-se para 5.ª eleição em 4 anos

Afastar Benjamin Netanyahu do poder. Essa parecia ser a principal razão que unia os oito partidos - da direita à esquerda, passando pelo partido árabe, que assim entrou pela primeira vez num governo em Israel - que há um ano se juntaram numa coligação inédita. Mas um desacordo em relação ao estatuto dos colonatos israelitas na Cisjordânia veio pôr fim a esta união. O governo caiu, e Yair Lapid substitui, assim, Naftali Bennett como primeiro-ministro - o que estava previsto no acordo de coligação. E tudo indica que Israel caminha para as quintas eleições em quatro anos. Se tal se confirmar, Lapid tem quatro meses para provar que é o homem certo para liderar os destinos do país. E sobretudo não permitir aquilo que o levou a construir esta coligação: impedir Netanyahu de regressar ao poder, após ter liderado governos durante 13 anos. Nada menos certo, segundo os analistas.

Rússia -- O dia em que Kaliningrado entrou na guerra

Fundado em 1255, Kaliningrado foi a casa dos reis da Prússia e terra natal de Emmanuel Kant. Mas o enclave russo, conquistado pelo Exército Vermelho à Alemanha na reta final da II Guerra Mundial e situado a mais de mil quilómetros de Moscovo, fez esta semana a sua entrada na guerra. Tudo porque a Lituânia anunciou não aceitar mais a passagem pelo seu território de bens russos sujeitos a sanções e com destino a Kaliningrado. Com a tensão já alta devido à entrega de armas alemãs aos ucranianos e à decisão da UE de dar o estatuto de país candidato à adesão à Ucrânia, a resposta de Moscovo não se fez esperar, garantindo "duras consequências" para as autoridades lituanas. Qual vai ser a resposta exata do Kremlin a esta provocação de Vilnius ninguém sabe, mas muitos apostam que chegará por estes dias, antes talvez das cimeiras do G7 e da NATO que decorrem na próxima semana.

Portugal -- Costa em defesa de dois ministros num regresso tenso à AR

No regresso dos debates parlamentares sobre política geral - o último fora em outubro de 2021 -, António Costa teve de sair em defesa de dois membros do seu governo: a ministra da Saúde, Marta Temido, e o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro. Numa semana em que o ritmo das notícias foi marcado pela crise nas Urgências de obstetrícia e pelas longas filas de espera no aeroporto de Lisboa, o primeiro-ministro considerou a situação nas Urgências "inaceitável", mas, face às exigências de demissão da ministra feitas pela oposição, lembrou que quem escolhe os membros do governo é ele. Já quanto ao aeroporto, foi categórico: a culpa foi do SEF, que não ativou o plano de contingência, e apoiou o ministro na sua intenção de demitir responsáveis deste serviço caso o caos se repita. Um regresso tenso de Costa ao Parlamento, após a maioria absoluta conquistada nas eleições de janeiro.

Portugal -- A pedra portuguesa e os coches num diálogo inevitável

Uma espreguiçadeira de Siza, a Conversadeira de Souto Moura, o primeiro diorama em pedra de Vhils, um dance floor de Frith Kerr, com direito a música, ou um autorretrato de Ai Weiwei, estas são algumas das 74 obras em pedra portuguesa reunidas para a exposição Primeira Pedra 2016/2022, que até setembro podemos ver no interior e no exterior do Museu dos Coches, em Lisboa. Numa visita guiada pela curadora, Guta Moura Guedes, ficamos a saber que a parceria entre a experimentadesign e o museu é antiga. E, neste caso, o culminar de um trabalho de seis anos, que envolveu 36 artistas de 15 nacionalidades: "O contraste enorme entre o objeto que é um coche histórico do século XVII, XVIII e estas peças muito contemporâneas, em pedra, é irresistível. O diálogo tornou-se irresistível." Por isso é não resistir e ir descobrir esta volta ao mundo em pedra portuguesa e ver como ela se relaciona com os coches do museu.

EUA -- Supremo reverte acesso ao aborto e divide os EUA

6 contra 3. Foi assim, seguindo a linha de divisão entre conservadores e liberais que os juízes do Supremo Tribunal dos EUA votaram ontem para reverter o acesso ao aborto. O argumento: "A Constituição não faz qualquer referência ao aborto". Com o fim de Roe vs Wade a interrupção voluntária da gravidez torna-se ilegal nos EUA, cabendo a cada um dos 50 estados decidir se a autoriza ou não. Estima-se que estes se dividam ao meio, um pouco como a própria América que reagiu entre a euforia da direita conservadora e as lágrimas da esquerda liberal. E 13 estados proibicionistas tinham já prontas leis para entrar em vigor assim que fosse conhecida a decisão do Supremo. "Um dia triste", considerou o presidente Joe Biden, que admitiu que agora só o Congresso pode legislar para proteger o acesso das americanas ao aborto. Mas a deriva conservadora do Supremo ameaça não se ficar por aqui: um juiz já ameaçou reverter o casamento gay.

Helena Tecedeiro | Diário de Notícias

60 anos da FRELIMO: "Não fizemos nada errado", defende Mariano Matsinhe

A FRELIMO completou, a 25 de junho, 60 anos desde a sua criação. À DW África, o general e membro fundador da FRELIMO, Mariano de Araújo Matsinhe, recorda que "quem traísse a luta de libertação nacional era fuzilado".

A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido que dirige o estado moçambicano desde a proclamação da independência, há 47 anos, comemora este ano 60 anos desde a sua fundação, na Tanzânia, em 1962. O partido dirigiu a luta pela libertação de Moçambique. 

A FRELIMO teve "os seus pecados", ao longo do percurso, alguns dos quais as mortes de Uria Simango, Joana Simeão, Lázaro Kavandame, Padre Mateus Gwenjere, entre tantos outros notáveis que foram considerados "traidores" pelo próprio partido.

Por outro lado, outro "erro de percurso" da FRELIMO, foi o programa Operação Produção, lançado em 1983, que acabou por transformar- se num "verdadeiro corte" de laços familiares, cujos seus entes queridos foram enviados para o Niassa e alguns nunca mais regressaram.

No âmbito dos 60 anos da FRELIMO, a DW África conversou com o antigo ministro moçambicano da Segurança, nos anos de 1980, Mariano de Araújo Matsinhe, sobre estes e outros temas.

General na reserva e membro fundador da FRELIMO, Mariano de Araújo Matsinhe reafirma, sem hesitar, que "quem traísse a luta de libertação nacional era fuzilado", fazendo referência às mortes de Uria Simango, entre outros.

Sobre a Operação Produção, Matsinhe entende que o projeto tinha o seu mérito. E defende que a FRELIMO não tem de pedir "perdão" pelas violações de direitos humanos causadas por este projeto, como sugerem alguns analistas moçambicanos.

Angola | O BEM FEITO DEVE SER CONHECIDO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Governo de Angola acaba de tornar público, timidamente, o RELATÓRIO NACIONAL DE BALANÇO DO MANDATO 2017-2022. Um documento de mão cheia que devia ser divulgado profusamente para ser conhecido em pormenor e depois reconhecido, recusado, aplaudido ou apupado. Mas, sobretudo, para ser analisado, avaliado e criticado. Claro que não adianta nada levar a todas as casas de Angola, a todas as instituições as 87 páginas do relatório. Ninguém vai ler. Li eu porque sou obrigado a informar-me, para informar.

O melhor que foi feito é, indubitavelmente do Projecto Cafu. O titular do Poder Executivo e Chefe de Estado, João Lourenço, fica na História de Angola como o político que matou a sede e a fome a pessoas e gado, na província do Cunene. Melhor, é impossível. Com esta obra foram beneficiados 250 mil pessoas e milhões de cabeças de gado. Bem-estar e criação de riqueza.

Algumas políticas sociais são muito importantes, fundamentais, porque mudaram a vida de milhões de angolanos. Estão no patamar do Projecto Cafu. Os níveis de pobreza foram reduzidos e de forma significativa. Um dos instrumentos para chegar a esse sucesso foi, sem dúvida, o Programa Kwenda. Vai beneficiar quase dois milhões de famílias e já chegou a 631.034. O Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza (PIDLCP) visa integrar angolanas e angolanos em actividades que geram rendimentos. Já abrangeu 75,000 beneficiários, dos quais 12 mil são antigos militares. A luta continua!

O combate à pobreza, à desertificação humana e à exclusão também passou, entre 2017 e 2022, pelo acesso aos serviços de saúde. A oferta aumentou de 50 para 60 por cento! Um avanço importante que não admite retrocessos. Vitória em progresso. Um dado importantíssimo tem a ver com a percentagem de Unidades Sanitárias Municipais com o pacote integrado de cuidados e serviços de saúde. A taxa aumentou de 30 por cento em 2017 para 100 por cento. Vitória total.

A taxa de cobertura nacional de vacinação em crianças menores de um ano com a vacina “Penta 3” aumentou de 40 por cento, em 2017, para 59 por cento até final do primeiro trimestre de 2022. Neste período entraram em funcionamento 51 unidades de saúde. 

Importantíssimo: A taxa de mortalidade por malária foi reduzida de 43,3 por cento em 2017, para 19 por cento este ano. A esperança de vida à nascença melhorou, ao passar de 60,8 anos, em 2017, para 61,2, em 2020. A luta continua!

Na Educação, entre 2017 e 2022 Angola viveu uma autêntica revolução. Mais e melhor é impossível. As salas de aulas do Primeiro Ciclo do Ensino Secundário passaram de 10.857salas existentes em 2017, para 20.732 em 2022. No Ensino Secundário passaram de 3.203, em 2017, para 8.692 este ano. A taxa de conclusão no Ensino Secundário Geral subiu de 18 por cento em 2017, para 35,37 por cento este ano, quase o dobro! O número de alunos que concluíram cursos do Ensino Técnico-Profissional subiu de 29.650 em 2017, para 47.068 alunos diplomados. 

Na formação profissional, entre 2018 e o fim do primeiro trimestre de 2022 foram formados 230.479 técnicos no Sistema Nacional de Emprego e Formação Profissional (SNEFP). Abriram sete novos Centros de Formação Profissional, na Matala (Huíla), Cabinda, Malanje, Luena, Kikolo (Luanda) e Songo (Uíge), No Huambo abriu um Pavilhão de Artes e Ofícios, perfazendo um total de 149 Centros de Formação Profissional em funcionamento no país.

No Ensino Superior o número de graduados em 2017 era de 20.027.  Em 2022 passámos para 50.962 alunos.  As bolsas de estudo internas de graduação subiram de 5.500 em 2017, para 25.500 bolsas atribuídas até 2021, cinco vezes mais.

A Ciência avança em grande. Foram aprovados e financiados 59 projectos de investigação científica até ao primeiro Trimestre de 2022, face aos 26 financiados em 2017. Angola, entre 2017 e 2022 viu nascer 11novas Instituições de Ensino Superior privadas e um instituto Público. Vejam a lista:

Instituto Superior Politécnico do Bengo (criado em 2020 público), Instituto Superior Politécnico Ombaka (criado em 2021 privado, Benguela), Instituto Superior Politécnico do Bita (criado em 2021 privado, Luanda),  Instituto Superior Politécnico do Bié (criado em 2020, privado, Bié), Instituto Superior Politécnico Ndunduma (criado em 2019 privado, Bié), Universidade do Cuanza (criado em 2020 privada, Bié),  Instituto Superior Politécnico Crescente (criado em 2019 privado, Huambo), Instituto Superior Politécnico Nelson Mandela (criado em 2019 privado, Luanda),  Instituto Superior Politécnico do Moxico (criado em 2020 privado, Moxico), Instituto Superior Politécnico Zenzo Estrela (criado em 2021 privado, Uíge), Instituto Superior Politécnico Nimi Ya Lukeni (criado em 2021, privado, Zaire). 

Neste mandato foi inaugurado o Instituto Superior de Tecnologia Agroalimentar e concluídas as infraestruturas do Instituto Superior Politécnico do Bengo. Foram reabilitados 54 laboratórios de química, física e biologia em escolas do ensino secundário das 18 províncias, para apoiar a formação de base e promover o acesso ao ensino superior nas áreas das ciências, tecnologias, engenharias, matemática, ciências médicas e da saúde. Está em curso o processo de reabilitação e apetrechamento de seis laboratórios do Centro Nacional de Investigação Científica (CNIC). Eis os seus nomes:

Laboratório de Biomedicina, Laboratório de Biotecnologia Agroalimentar, Laboratório de Princípios Activos, Laboratório de Química, Laboratório de Microbiologia e Laboratório de Informática. 

Mais instituições de apoio e promoção da Investigação e Desenvolvimento: Academia de Ciências de Angola e Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNDECIT), instituição que vai financiar actividades de investigação científica. 

Atenção. Em 2018, arrancaram as políticas de Protecção Social Obrigatória. Aprovação da legislação, abertura de novos serviços em todo o país e acções concretas que já beneficiaram milhares de trabalhadores e idosos. Estão inscritos 215.430 contribuintes no Sistema de Protecção Social Obrigatória (PSO). Uma revolução tranquila.

Querem mais? Entrou em funcionamento o SIMPLIFICA que facilitou e muito a vida dos cidadãos quando têm de recorrer à Administração Pública.

Na produção interna Angola mudou. Aqui se vê claramente que foi corrigido o que estava mal e melhorado o que já estava bem. Aumentou a produção de cereais, raízes e tubérculos, leguminosa e oleaginosas, frutas, cana-de-açúcar, carne, ovos (de 564 milhões, em 2017, para 1.244,96 milhões em 2022), leite, captura de pesca industrial e semi-industrial, captura de pesca artesanal marítima, captura de pesca artesanal continental e sal.

Estradas e transportes públicos. Entre 2018 e 2022 foram asfaltados 1.445,11 quilómetros de estradas da rede primária. Construídos ou reabilitados 3.817 metros de pontes. Construídas 1.293,3 quilómetros de estradas de terra batida. Asfaltados 249,00 Km de estradas da rede secundária. Asfaltados 147,2 quilómetros de vias urbanas. Conservados 1.553 quilómetros de estradas. Entraram em circulação 1.471 novos autocarros, para reforço do transporte urbano colectivo. No sector ferroviário entraram em operação mais 1.154 vagões.

O Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto está na fase final e em testes. A construção do Porto do Caio em Cabinda registou um avanço espectacular. O mesmo com o novo aeroporto de M’Banza Congo. Um pormenor: A rede Nacional de Aeroportos está concluída em 50 por cento. Já só falta a outra metade. 

Ordenamento do Território e Habitação. Nunca se fez tanto em tão pouco tempo. As infraestruturas das Novas Centralidades sofreram um impulso nunca registado. Foram construídos ou reabilitados 18 edifícios públicos. Os equipamentos sociais construídos ou reabilitados passaram de 12, em 2017, para 144 em 2022. Foram criados novos lotes para as reservas fundiárias que travaram com êxito a especulação imobiliária e garantiram  o controlo dos preços.  

Atenção juventude! Foram concluídos 5.015 fogos de habitação social. Cedidos 1.708 lotes para auto-construção dirigida. Construídas duas urbanizações, no Cazenga, Marconi e Calauenda. Concluída a construção de 12 centralidades no Zango 0 e Zango 5 (Luanda); Baía Farta, Luhongo e Lobito (Benguela); Andulo (Bié); Quibala (Cuanza-Sul); Caála (Huambo); Quilemba (Huíla); 5 de Abril e Praia Amélia (Namibe), Quilomoço (Uíge). Estão em execução 28 Planos Directores Municipais. Casas dignas, para todos! Vamos arrumar os sonhos, a realidade chegou.

As e os esquinados (da Frente Podre da UNITA) de serviço gostam muito de nos atirar à cara a água e a luz. Leiam o que diz o relatório:

Expansão da taxa de electrificação de 36,0 por cento, em 2017, para 42,0 por cento. Expansão da taxa mínima de electrificação provincial de 8,0 por cento, em 2017, para 9,5 por cento. Aumento da potência instalada das Centrais PRODEL de 2,467 GW, em 2017, para 5,873 GW. Aumento do grau de cobertura em todos os sistemas de produção de 104 por cento em 2017, para 110,8. Transportados 311,70 MW de Energia pelo Sistema Norte. Aumento da taxa de cobertura de águas nas áreas urbanas de 60 por cento, em 2017, para 72 por cento. Aumento da produção de água potável nas sedes provinciais e municipais de 828 mil m3 por dia em 2017, para 1.319 mil m3 por dia. Aumento da taxa de cobertura do abastecimento de água nas áreas rurais de 66,0 por cento em 2017, para 70,0 por cento.

O sector empresarial do Estado na área da Comunicação Social está de parabéns. O índice de pluralidade atingiu uma média de 68,22. O Índice de isenção chegou aos 72,42 por cento. Aumentou o número de comunicações institucionais na televisão, rádio e jornais, de 50 em 2017, para 1.055. Aumentou a percentagem de jornalistas em acções de formação, de 7,0 por cento em 2017, para 32,35 por cento. Alcançados 47,5 por cento da taxa de cobertura do sinal de rádio. A taxa de cobertura do sinal de televisão atingiu 69 por cento. Aumentou o número de municípios em que os títulos das Edições Novembro são distribuídos, de 23 em 2017, para 32 este ano.

Da Cultura não há nada de realce. Nos próximos cinco anos tem de ser o parente mais rico do Executivo, já que neste mandato ficou abaixo do limiar da pobreza.

O Presidente da República, João Lourenço, desempenhou uma diplomacia política e económica activa nas arenas bilateral, regional e internacional. Foi distinguido com um prémio de grande prestígio pela sua dedicação na defesa do Ambiente, pela International Conservation Caucus Foundation (ICCF). Também foi distinguido com o Prémio da Integração Africana como reconhecimento da sua acção na Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL). Eleito o Campeão da Paz e Reconciliação em África, em Malabo, Guiné Equatorial, pelo seu empenho em questões do desenvolvimento e a estabilidade no continente africano.

Agradeço que o próximo relatório não tenha erros de ortografia, acentuação e sintaxe. 

*Jornalista

Angola depositou na CPLP diploma que ratifica Acordo de Mobilidade


Angola é o oitavo dos nove Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a depositar na sede da organização a Carta de Ratificação do Acordo de Mobilidade.

O ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, depositou esta sexta-feira (25.06) na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a Carta de Ratificação do Acordo de Mobilidade, tornando-se o oitavo dos nove Estados-membros da organização a fazê-lo.

Em declarações à agência Lusa, o secretário-executivo da CPLP, Zacarias da Costa, regozijou-se com essa iniciativa e disse que agora falta apenas a Guiné Equatorial.

"Naturalmente isto satisfaz-nos bastante porque, enfim, a celeridade assinalável deste processo levou com que seis meses após a sua adoção na Cimeira de Luanda, em julho do ano passado, hoje temos o acordo em vigor e obviamente em 01 de janeiro de 2022 já quatro Estados-membros tinham depositado e hoje temos o oitavo Estado-membro, o que significa que falta apenas um Estado-membro, que é a Guiné Equatorial que, segundo nos informaram, tem o processo já na fase final”, disse.

Guiné-Bissau: República do Tráfico de Droga e Plataforma de Instabilidade

MAGISTRADO AFIRMA QUE SE REGISTA AUMENTO DE TRÁFICO DE DROGA E CONSUMO DE CANABIS NA GUINÉ-BISSAU

O vice- Coordenador do Gabinete de Coordenação do Combate ao Tráfico de Drogas, Mário Yala, afirmou esta sexta-feira, 24 de junho de 2022, que se registou o aumento de tráfico de drogas e do consumo de canabis na Guiné-Bissau, embora não tenha avançado dados. 

A informação foi revelada durante a cerimónia de investidura de sete magistrados que vão integrar o Gabinete de Coordenação do Combate ao Tráfico de Drogas.

Os sete magistrados empossados terão a missão de investigar supostos atos criminais ligados às práticas de tráfico de drogas, com base nas convenções de Viena sobre o combate aos estupefacientes, às quais a Guiné- Bissau está vinculada desde 1993.

O magistrado, Mário Yala, defende que o Estado utilize todos os mecanismos necessários para diminuir esse flagelo, tendo apelado também esforços do Ministério Público e dos órgãos de policiais criminais para combater o fenômeno para o bem da sociedade guineense.

Presidindo à cerimónia, o Vice-Procurador-Geral da República, Rui Sanhá, disse que os membros do recém-criado gabinete vão reforçar o papel do Ministério Público no combate ao tráfico de drogas no país.

Explicou que a sua direção quis dar mais impulso ao combate ao tráfico de drogas, permitindo que o país tenha uma imagem positiva, apelando ao maior engajamento dos recém-empossados.

“Com esse ato queremos mostrar a nossa cara no combate ao tráfico de drogas e práticas nefastas. Temos consciência de que é difícil acabar com o tráfico de drogas e outros males que afetam a nossa sociedade, nomeadamente a excisão feminina, mas com a vontade de todos os atores podemos diminui-los”.

Sanha reconheceu que, apesar de haver uma lei que criminaliza as práticas nefastas, sobretudo a excisão feminina, a Guiné-Bissau não registou ainda grandes avanços no combate a esse fenômeno.

Tiago Seide | O Democrata (gb)

Crimes de Marrocos: Resistência dos saharauis à ocupação marroquina em El Aaiún

"Aqui é muito difícil viver, obrigam-nos a calar"

Ivan AlejandroHernandez* | Rebelión

Sob o controle de Rabat, ativistas saharauis continuam a lutar apesar das represálias que dizem sofrer, seja por apoiar publicamente a Frente Polisario e o referendo de autodeterminação, exibir a sua bandeira nas ruas, ou simplesmente celebrar uma vitória da equipa de futebol argelina .

Na entrada de El Aaiún de Tarfaya (cerca de 100 quilômetros ao norte), depois de passar por um posto de controle de acesso, um mural estreito perto de uma rotatória representa a Marcha Verde e, ao lado, o mapa de Marrocos pintado em vermelho de sua bandeira inclui o Saara Ocidental. Sua localização lembra a invasão da cidade por milhares de pessoas em 6 de novembro de 1975, evento que o rei Mohamed VI comemora todos os anos. Essa data deu início à ocupação de Rabat do território que a Espanha deixaria pouco depois de quase 100 anos sob sua soberania. Quase meio século depois, nas fachadas das casas dos bairros distantes do centro, podem-se ver linhas pretas que desenhavam a bandeira da República Árabe Saharaui Democrática, toda riscada ou coberta, como os únicos símbolos que mostram a resistência do habitantes da cidade. 

Entre as ruas da capital do Saara Ocidental, um morador cumprimenta: "Bem-vindo ao Marrocos". A poucos metros de distância, em outro bairro, um vizinho diz: "Bem-vindo ao Saara". Na cidade de cerca de 200.000 habitantes, encontra-se a sede da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (Minurso), rodeada por um muro e uma vedação, vigiada pelas forças de segurança marroquinas. O edifício lembra-nos que ainda é um território não autónomo pendente de descolonização, apesar de Estados Unidos, França ou Espanha apoiarem a proposta de Rabat, que se recusa a realizar um processo de autodeterminação e defende o estabelecimento de autonomia sob a sua soberania.

Mohamed VI já o reiterava no seu discurso à nação a 6 de Novembro, no quadro do 46º aniversário da Marcha Verde: "Para Marrocos, o Sahara não pode ser objecto de negociação" e "representa a essência da unidade nacional da Reino". Sublinhou ainda a "importação geral de desenvolvimento" que diz estar a levar a cabo em "infraestruturas, projectos económicos e sociais" nas "províncias do sul". Seis anos antes, ele comemorou o aniversário em El Aaiún com um banho coletivo e até com uma partida de futebol com a presença de Diego Armando Maradona.

Não é à toa que a avenida principal de El Aaiún se chama Mohamed VI. Atravessa a cidade de uma ponta à outra e corre paralelamente ao Saguía el Hamra, um rio intermitente que desagua no Oceano Atlântico e que, por sua vez, deu nome à região norte do Saara Ocidental quando pertencia à Espanha. Também faz parte do nome da Frente Polisario: Frente Popular de Libertação de Saguía el Hamra e Río de Oro; a segunda, a região sul. Sob a superfície marroquina, activistas saharauis resistem a aceitar a ocupação apesar das represálias que dizem sofrer, seja por apoiar publicamente o representante do povo saharaui e o referendo de autodeterminação, exibir a bandeira da RASD nas ruas ou simplesmente celebrar uma vitória para a seleção argelina de futebol.

A Argélia, que apoia a Frente Polisário desde a sua criação em 1973, rompeu relações diplomáticas com Marrocos em agosto de 2021. Entre outras razões, pela política que Rabat está a desenvolver no Sahara Ocidental. E, recentemente,  fez o mesmo com o Governo de Espanha , um dia depois de Pedro Sanchez ter confirmado a sua posição no Congresso dos Deputados: apoiar a proposta de Marrocos para resolver o conflito porque lhe parece a "mais séria e credível" para resolver o conflito no Sahara Ocidental, contra todo o Parlamento. 

“O Governo de Espanha é um traidor dos saharauis”, diz Mohamed Mayara. Ele é o coordenador da  Equipe Media , um meio de comunicação criado em 2009 que realiza seu trabalho no Saara Ocidental. Entre outros reconhecimentos, obteve o Prêmio Internacional  Julio Anguita Parrado de Jornalismo Internacional  em 2019 por seu trabalho na denúncia da violação dos direitos humanos da população que habita o território ocupado. “O Governo de Espanha foi um traidor porque deixou os saharauis numa situação miserável”, recorda, e agora, com o seu apoio público à tese de Rabat, “está mais uma vez a falhar na sua responsabilidade histórica e moral com o território” . 

“Distinguimos o que a população civil faz, que é forte e nos oferece ajuda, do Governo; (O Executivo) diz que eles nos dão apoio, nos dão comida, mas não queremos essa ajuda, precisamos que as obrigações internacionais sejam cumpridas. Se você apoia os saharauis, dê-lhes apoio político”, diz Mayara. Além da Equipe Media, trabalhou como funcionário da Prefeitura de El Aaiun e como professor de história em uma escola secundária. Ele diz que foi demitido de ambos. Em 2007, ele participou de uma reunião de direitos humanos da ONU em Genebra e, ao retornar, perdeu o emprego “sem explicação”. Depois de cinco anos lecionando, foi demitido em 2015 por, acrescenta, seu trabalho na Equipe Media. Naquela época, sua esposa também perdeu o emprego, mesmo não sendo ativista.

Mayara foi também uma das fundadoras do Comité das Famílias dos Mártires Saharauis nas Prisões Secretas Marroquinas. Ele diz que até os 16 anos ele não sabia o que aconteceu com seu pai. Foi então que três dos seus tios saíram da prisão de Agdez, no quadro dos acordos de cessar-fogo de 1991, e disseram-lhe que tinha sido detido em 1976 e, depois de protestar que uma das suas sobrinhas de 21 anos tinha sido "estuprada e assassinada" também foi "assassinada". Estas prisões foram criadas por Marrocos clandestinamente para prender activistas e apoiantes da Frente Polisário.

Líderes africanos desprezaram Zelensky. Não sofreram lavagem cerebral do Ocidente

#Traduzido em português do Brasil

Ao desprezar Zelensky, a África deu vários exemplos muito importantes para o resto do mundo.

Andrew Korybko* | One World

Zelensky foi totalmente humilhado depois que apenas quatro líderes africanos das 55 nações do continente sintonizaram sua reunião virtual com a União Africana, um dos quais era o presidente do grupo e, portanto, teve que fazê-lo devido ao protocolo. Essa proporção nunca seria replicada no Bilhão de Ouro , já que os líderes desses países estão trabalhando horas extras para retratar sua contraparte ucraniana como o “Segundo Jesus”, que faz parte de seu esquema para controlar seu povo através da criação de uma nova “ religião secular ”. depois que o anterior conectado ao COVID-19 finalmente começou a perder seu domínio sobre as massas.

Os africanos, no entanto, não têm interesse em aderir a esse culto pós-moderno e, portanto, não se sentem obrigados a ouvir esse falso “deus”, especialmente porque não têm interesse em ouvir suas mentiras sobre a Rússia. Embora alguns deles tenham votado contra Moscou na ONU sob pressão ocidental, nenhum deles uniu as sanções daquele hegemon unipolar em declínio contra ela. Além disso, o presidente Macky Sall se reuniu com o presidente Putin no início de junho, período em que condenou as sanções anti-russas do Ocidente como contribuindo para a crise alimentar global , o que contradiz a falsa narrativa dos EUA sobre isso.

Na mesma época, o embaixador ucraniano na Turquia expôs inadvertidamente a natureza artificial dessa crise quando disse que seu país não retomaria a exportação de grãos por mar a menos que recebesse certas armas primeiro. Nenhum país que se preze poderia prestar respeito a Zelensky depois disso, já que agora não há dúvida de que alguns de seus povos podem experimentar mais insegurança alimentar simplesmente porque o líder ucraniano está chantageando o Sul Global exigindo armas do Ocidente em troca da exportação de trigo para África e outros lugares.

Ao desprezar Zelensky, a África deu vários exemplos muito importantes para o resto do mundo. Primeiro, apesar de serem comparativamente pobres, esses países têm auto-respeito suficiente para não ouvir alguém cujo país está chantageando alguns de seus povos com fome. Em segundo lugar, seus líderes são racionais o suficiente para não aderir à nova “religião secular” do Bilhão de Ouro que está se formando em torno de Zelensky, que esmaga o estereótipo racista de que os africanos são facilmente manipulados. E terceiro, eles estão arriscando bravamente a ira da Guerra Híbrida do Ocidente ao “blasfemar” seu “novo deus” para coletivamente defender um ponto de vista.

Os observadores não devem esquecer que mais de um bilhão de pessoas vivem na África, que compreende uma grande faixa da humanidade. Ao se unirem para esnobar Zelensky quando ele menos esperava, seus líderes estão enviando a mensagem de que não vão desrespeitar a si mesmos e a seu povo, prestando respeito a alguém que não merece isso depois que seu embaixador na Turquia admitiu que está chantageando o Global Sul exigindo armas em troca de trigo. De uma só vez, eles mostraram ao Bilhão de Ouro que rejeitam o status de “parceiro júnior” de seus países e continuarão lutando pela soberania .

*Andrew Korybko -- analista político americano

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