segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Angola | PARÓDIA SOBRE O ORÇAMENTO DE ESTADO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O grupo parlamentar da UNITA organizou hoje um “seminário” sobre o Orçamento Geral do Estado 2023. Um dos moderadores da festa foi Faustino Mumbika que teve um papel fulcral na derrota estrondosa da UNITA mais o resto do mundo pequenino da Oposição Angolana, contra o MPLA. Moderou o Fernando Heitor; que manobra muito bem entre os sicários do Galo Negro e os marimbondos caídos em desgraça. Bolsos cheios sem fazer nada, é com ele. Mas também é dos poucos savimbistas com juízo. Como e cala o mais que pode. De vez em quando faz coisas destas. Falou sobre o tema OS PRINCÍPIOS E REGRAS PARA A ELABORAÇÃO DO OGE e PRIORIDADES DO OGE-2023. As “prioridades” dele e seus parceiros são sacar, sacar, roubar.

Olívio N’kilumbo (será Kiombo?) “moderou o Carlos Vaz que perorou sobre a VISÃO SOBRE A AFECTAÇÃO DOS RECURSOS DO OGE-2023; PERSPECTIVA DAS RECEITAS E  DESPESAS POR FUNCÕES,  SECTORES,  ORGÃOS, POR TERRITÓRIO,  PROGRAMAS E PROJECTOS DE INVESTIMENTOS PÚBLICOS

A deputada Clarice Kaputo também moderou. A sua cegueira ideológica levou-a a dizer, um ia destes, que Jonas Savimbi tinha um excelente plano de gestão para Luanda. É uma espécie de amanuense do Abílio Camalata Numa que como se sabe, ainda não consegue escrever mais do que monossílabos. 

No “seminário” da UNITA que hoje aconteceu no Complexo SOVISMO em Luanda, a Kaputo moderou o Carlos Rosado de Carvalho quer recebeu um balúrdio dos fundos de diamantes de sangue para perorar sobre O PESO DA DÍVIDA PÚBLICA NO OGE-2023 E O SEU IMPACTO INTER-GERACIONAL. Depois do intervalo quis falar da influência do piolho do púbis nas eleições de Agosto passado mas a Clarice pediu-lhe para guardar essa parte para outras intimidades. A senhora é uma piranha insaciável!

Minhas senhoras e meus senhores. Aquilo não foi um seminário sobre o Orçamento Geral do Estado. Foi sim um sinédrio de miseráveis mentais. Um congresso miniatura de traidores e trânsfugas. Uma confissão pública da indigência política da UNITA. Mas foi bom. Porque de fora da quadrilha ficaram os grandes economistas Justino Pinto de Andrade e Filomeno Vieira Lopes. Bons rapazes (entregam todo o dinheiro que ganham às esposas e amantes) mas que já estão a ser atirados borda fora, porque não fizeram o tirocínio de assassinos, nas fileiras do Galo Negro com o criminoso de guerra Jonas Savimbi.

Vamos por partes. O “seminário” foi uma mistificação. Uma aldrabice. Mais uma pirueta da UNITA para mostrar que, para além de matar e destruir, também organiza coisas giras. Para isso arranjou uns quantos actores de quinta categoria na representação. Vamos começar pelo Fernando Heitor. Para tratar da vidinha rompeu com o savimbismo e mais tarde com a UNITA de Samakuva. Mas sempre com um pé na lixeira. E aí está ele, de novo com a camisola do Galo Negro, a falar do que lhe encomendam. 

A sua intervenção é uma espécie de lição sobre a forma de elaborar um OGE. Não é demasiado cedo, Heitor? Tens cinco anos para ensinar a quadrilha. Ainda que seja um desperdício porque os sicários nunca serão chamados pelos angolanos a apresentar na Assembleia Nacional um Orçamento do Estado. Quando muito, podem fazer o orçamento do Sovismo ou da casa do Adalberto, esse incapaz de somar votos e que confunde um sinédrio de sacanas com uma “frente patriótica”.

A seguir entrou em campo o Carlos Vaz, que pontifica no lóbi da UNITA aninhado na Universidade Católica de Angola. Este foi falar chinês e no meio ainda ensinou à maralha como se distribui dinheiro pelas regiões e autarquias. Quem manda na Universidade Católica permite que os seus professores se prestem a vigarices publicamente? Responda quem sabe. E sobretudo respondam os pais dos alunos que frequentam aquela escola superior.

O melhor bocado está guardado para o fim. A Clarice Kaputo moderou o Carlos Rosado de Carvalho. Missão impossível. Este glutão foi corrido pelos patrões portugueses porque queria ganhar mais por baixo da mesa do que os donos do negócio. O “jornalismo” económico presta-se muito a essas vigarices. O “jornalista” faz os fretes e recebe directamente a massa em dinheiro vivo. O patrão fica a ver navios. O rapaz exagerou e cortaram-lhe a colecta.

Uns marimbondos meus amigos foram buscá-lo a Portugal e trouxeram-no para Angola. Ficou dono e senhor da massa toda, por cima e por baixo da mesa. É assim que enche desmesuradamente os bolsos. Em 2017, cuspiu no prato e escolheu novos donos. Apareceu logo, com a cara suja e a cheirar mal, na TPA e em tudo quanto é sítio, trabalhando à peça. Entregou à morte os donos do antigamente e aceitou ser criado às ordens do Miala. Com as suas mentiras e invenções atirou com gente decente e trabalhadora para a cadeia. Quando os novos donos perceberam o erro que cometeram ao usarem o estafermo, correram com ele. A UNITA foi buscá-lo.

De um dia para o outro apareceu disfarçado de “independente” mas reproduzindo o discurso dos sicários da UNITA. Mergulhou de cabeça no famoso Congresso da Nação onde já estavam os mais asquerosos crápulas da política angolana. Aquilo era a UNITA mas eles não queriam que se soubesse que estavam a receber fundos dos diamantes de sangue.

Este Carlos Rosado de Carvalho diz que a dívida do Estado Angolano pode causar graves danos às gerações futuras. Tomem nota. A dívida em Portugal, pais do sicário, é de 115 por cento do Produto. Em França é de 100 por cento. Em Espanha, 192,9 por cento. Em Itália 147,2 por cento. Na Alemanha 67,4 por cento. Nos EUA 124,9 por cento.

A diferença é que Angola tem com que pagar. Todos os outros países que citei estão exauridos. Não têm um centavo para comer. Continuam a viver à grande porque roubam países como Angola. 

No nosso país, UNITA e os restos que compõem a “frente patriótica” estão ao serviço dos falidos. O MPLA até agora nada disse sobre as intenções de termos os EUA como suseranos. Mas acredito que os seus dirigentes não vão aceitar essa indignidade. E nesse como em todos os outros combates que travámos ou venhamos a travar, a Vitória é Certa.

*Jornalista

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