Artur Queiroz*, Luanda
Exalgina Gamboa demitiu-se da presidência do Tribunal de Contas. Fez bem porque foi constituída arguida num processo em que é suspeita de ter cometido três crimes. Alguém explique aos comilões do banquete da TPA, que essa situação processual é para lhe garantir todas as condições de defesa e não o reconhecimento de qualquer crime.
Nunca esqueçam um ponto
importantíssimo assinalado no comunicado da Procuradoria-Geral da República: É
preciso respeitar escrupulosamente a presunção de inocência a que todos temos
direito até uma sentença judicial transitar
Por agora não adianta usar o Maka Angola como Tribunal da Inquisição. Tenham paciência e esperem o dia do julgamento, se o processo chegar a esse ponto. Mas não se esqueçam das provas. Ordens superiores não chegam. Olhem Para a manifestação de magistrados judiciais e agentes do Ministério Público que hoje decorreu em frente ao Palácio Dona Ana Joaquina. A palavra de ordem foi exigir condições de trabalho e mais independência nos Tribunais.
O Presidente João Lourenço deu uma entrevista à RFI herdeira da “Radio Poste Colonial”, que Paris usou para atingir o seu império colonial. A France Internacional continua a ser um instrumento do neocolonialismo francês. Em certos aspectos é mil vezes pior do que Voz da América, estação da CIA.
Problemas no seio do Poder Judicial são tratados pelo Conselho Superior da Magistratura e pela Procuradoria-Geral da República. Se a Presidência da República se meter (como meteu no caso de Exalgina Gamboa) está a violar gravemente a separação de poderes, pedra de toque do regime democrático. Para essas iniquidades já nos bastam os sicários da associação de malfeitores UNITA.
Combater a corrupção corrompendo magistrados judiciais e agentes do Ministério Público é péssimo. Ditar sentenças aos juízes é fazer recuar os Tribunais à repugnante situação que existia no tempo do colonialismo. O regresso dos famigerados Tribunais Plenários onde a PIDE ditava as sentenças contra os presos políticos. Biden e Macron não querem que o tempo volte tanto para trás.
O Povo Angolano libertou a Humanidade desse crime hediondo chamado apartheid, o regime da África do Sul. Deu um impulso decisivo para a libertação do Zimbabwe e da Namíbia. Libertou Nelson Mandela e a maioria negra sul-africana. O povo heróico e generoso também não vai aceitar que as sentenças dos Tribunais sejam redigidas ao sabor das ordens superiores. Nunca se esqueçam que o 4 de Fevereiro de 1961 aconteceu em nome da Liberdade, da Justiça e da Dignidade. Ninguém suporta injustiças muito tempo sem revolta.
Um rapazola que chegou a ministro dos negócios com estrangeiros em Portugal por ser filho do papai Cravinho ameaçou a República Popular da China se enviar armas para a Federação Russa. Berrou ele: Cuidado! Nós os portugueses somos danados para a porrada. Temos um passado glorioso de esclavagismo e colonialismo.Em Pequim soaram pedidos de desculpas. Todos ajoelhados implorando perdão ao intrépido moçoilo. É assim que o “ocidente alargado” põe na ordem quem quer um mundo livre da patorra do estado terrorista mais perigoso do mundo. Ponham-se a pau, seus comunistas!
Um dia destes partem da ocidental praia lusitana fuzileiros navais, comandos e paraquedistas baixotes, atarracados, braços peludos, bigode fininho, canela rapada, que dão porrada à mulher ou à namorada. Desembarcam em Pequim e depõem o regime. Depois vão entregar a cabeça do Presidente Xi Jinping ao comediante Zelensky e aproveitam para matar uns quantos russos.
Os portugueses são danados para a brincadeira.
*Jornalista
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