domingo, 30 de abril de 2023

Angola | OS MESES QUE MUDARAM ÁFRICA E O MUNDO – Artur Queiroz

Em Abril as Tropas do Apartheid e da UNITA Saíram de Angola

(Hoje é um dia grande. Um marco na História de Angola Contemporânea. Há 35 anos, as tropas da África do Sul e da sua unidade especial UNITA, abandonaram Angola. Estava em marcha a Operação Displace e foi aberto o caminho para o Acordo de Nova Iorque. Esta reportagem foi construída com factos recolhidos de livros publicados por autores sul-africanos ligados ao regime de apartheid. Conta o fim dos nazis e a libertação da África Austral protagonizada pelo Povo Angolano em armas)

Artur Queiroz*, Luanda

A Operação Displace, que teve início no dia 28 de Abril de 1988 (há 35 anos), marca o fim da invasão de Pretória e o início de negociações directas entre os governos de Angola, da África do Sul e de Cuba, sob mediação dos Estados Unidos da América. O ponto final da Batalha do Cuito Cuanavale foi no Triângulo do Tumpo, ao longo do dia 23 de Março de 1988. 

A derrota das tropas invasoras obrigou PW Botha a tomar medidas de emergência. Responsabilizou pela derrota o seu ministro da Defesa, Magnus Mallan, e o comando das forças armadas. Numa reunião em Pretória mandou o seu chefe dos serviços secretos (Neil Barnard) tirar Nelson Mandela do cárcere.

No Sul e Sudeste de Angola as tropas invasoras retiravam penosamente, vergadas ao peso da derrota. Os soldados que chegaram à Namíbia escreveram nas paredes das casas onde pernoitaram: “Viemos do inferno”. O arco-íris começou de imediato a ser “pintado”. Era preciso garantir na África do Sul uma transição para a democracia, num clima de paz social. Neil Barnard, um radical do apartheid, revelou mais tarde que trocou confidências e deu todas as garantias a Mandela. 

O futuro Presidente da África do Sul (Nelson Mandela) contou mais tarde em livro que já no fim das conversações com Neil Barnard, telefonou a PW Botha no dia do seu aniversário (12 de Janeiro). O chefe do apartheid, para retribuir a amabilidade, convidou-o para tomar chá e serviu-o. “Saí com a impressão de que tinha falado com um chefe de estado criativo, caloroso, que me tratou com todo o respeito e dignidade”, escreveu Nelson Mandela.

“No dia 29 de Março de 1988, os invasores punham-se a salvo rapidamente, temendo uma contra ofensiva fulminante das FAPLA. Antes quase conseguiam desalojar a 25ª Brigada, mal posicionada no terreno. A vitória esteve ao seu alcance e estiveram a ponto de desalojar as FAPLA atacando por trás das posições”. (Coronel Jan Breytenbach  “The Buffalo Soldiers: The Story of South Africa’s 32-Battalion 1975-1993” página 268). “No entanto, o Brigadeiro Numa, que tinha estacionado a 20 quilómetros da parte traseira e afastada do campo de batalha, ordenou uma retirada imediata”. (Coronel Jan Breytenbach – “The Buffalo Soldiers: The Story of South Africa’s 32-Battalion 1975-1993” página 269).

“Eles esperaram inutilmente. O Brigadeiro Numa, em vez de avançar, decidiu que a fuga era a melhor parte da operação e retirou, apressadamente, a sua brigada para uma posição 20 quilómetros mais distante em relação à posição da noite anterior. (Coronel Jan Breytenbach  “The Buffalo Soldiers: The Story of South Africa’s 32-Battalion 1975-1993” página 269).

Abílio Numa e outros oficiais da UNITA, que no início dos combates derradeiros recuaram para 20 quilómetros do Tumpo, no dia 23 de Março já tinham recuado mais 20. Estavam a salvo e podiam chegar a Mavinga sem grandes sobressaltos.

Mas os militares da UNITA que não recuaram, pouco tempo se aguentaram nos combates. O coronel Jan Breytenbach, no seu livro “The Buffalo Soldiers  The Story of South Africa’s 32º Battalion 1975-1993” faz este relato impressionante: “Um cínico oficial americano, uma vez comentou que a missão de um soldado de infantaria é aproximar-se do inimigo e morrer com ele. Bem, muitos soldados da UNITA morreram, naquele dia 23 de Março, mesmo antes de entrarem em contacto com as FAPLA. Os canhões de 23mm eliminaram os ocupantes dos tanques como palha, enquanto os estilhaços da artilharia e os obuses dos morteiros faziam grandes estragos”.

Esses militares das forças regulares de Savimbi não tiveram a sorte dos que iam recuando de 20 em 20 quilómetros, à medida que se desenrolavam os combates no Triângulo do Tumpo. A potência de fogo das FAPLA era tal, que só se via fumo e poeira, ainda que o céu estivesse limpo de nuvens.

O “pai” das forças da UNITA, Jan Breytenbach, foi testemunha privilegiada porque assistiu, desde o início, à derrocada das tropas invasoras: “Toda a potência defensiva das FAPLA foi dirigida contra o comando do Regimento do Presidente Steyn e contra uma UNITA já em fanicos”. 

O comandante do célebre Batalhão Búfalo, do seu posto de observação, verificou que as forças de artilharia invasoras recuavam para áreas mais seguras. Os comandantes perceberam que face à barragem de fogo das FAPLA e à intervenção dos MIG da Força Aérea Nacional, a derrota estava garantida. Só faltava saber a sua dimensão. 

Jan Breytenbach dá uma indicação no seu livro. Se os artilheiros se puseram ao fresco, “o mesmo não se pode dizer dos pobres soldados de infantaria da UNITA, que entraram em acção encavalitados nos tanques Oliphant e nos Ratels. Os seus corpos ficaram espalhados em grande número pelo campo de batalha”. (The Buffalo Soldiers The Story of South Africa’s 32º Battalion 1975-1993. Página 309).

Angola | OS CAMPEÕES DO DIÁLOGO E DA RECONCILIAÇÃO – Artur Queiroz


Artur Queiroz*, Luanda

Justino Pinto de Andrade, deputado da UNITA (e pensa assim!), alinhou umas palavras por alturas no Novo Jornal onde revela “Um pouco da minha vida: Preso pela PIDE; Deportado; Preso pela FNLA; Preso pelo MPLA; Deportado novamente.” A bosta tem 19 capítulos e ele acha que isso é “crónica”. Porque na cabeça destes falsários, qualquer um que seja capaz de juntar meia dúzia de palavras já é jornalista. Se garatujar umas palavrinhas é cronista. 

O 20º capítulo é um suspiro de alívio. Só mesmo eu era capaz de chegar ao fim daquela porcaria. Quando decidi abraçar a profissão de jornalista estava louco varrido. Até há alguns dias pensava que o pior era ler os balbucios do Agualusa. Engano de alma. O deputado da UNITA é uma carga mil vezes mais pesada. O preço que tenho de pagar por ser pecador.

No mesmo espaço, um dia destes o engenheiro agrónomo Fernando Pacheco insinuava que se há problemas na sociedade o MPLA tem que dialogar mais. Luzia Moniz e a Alexandra Simeão dizem o mesmo. Quando se atrevem a escrevinhar ficam com os pés inchados e com dores insuportáveis nos calcantes. Por isso, mal dispostas, irascíveis, cospem no prato onde sempre comeram, arrotaram e até vomitaram quando enchiam demasiado a pança. Poucas angolanas sacaram tanto dos cofes públicos como elas. Vou dar um exemplo. 

O Estado, após o Acordo de Bicesse, atribuiu uma vivenda ao dirigente da UNITA Alicerces Mango. Quando o criminoso Jonas Savimbi perdeu as eleições e voltou à guerra, a casa foi atribuída à então deputada Anália Vitória Pereira, minha amiga desde a adolescência. Mais tarde, a posse da propriedade foi transferida do Estado, legalmente, para a mamã da Alexandra Simeão. A escriba desalmada herdou a vivenda. Sem saber ler nem escrever.

Vigarista quanto baste, ousou um dia escrever que o MPLA governa Angola sozinho desde a Independência Nacional. Ela fez parte do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN) que incluiu membros de todos os partidos com representação na Assembleia Nacional. Uma mentirosa descarada. Faz esta figura porque lhe estão a encher o prato. Para abocanhar uns trocos atira com a honra para o lixo. Nem sequer respeita a memória do Pai, o meu amigo Manolo Simeão, e da Mãe, Anália Vitória Pereira.

UE: BORREL “VENDIDO” AOS INTERESSES DE MARROCOS CONTRA LUTA SAHAURI

Resposta à carta enviada pelo PUSL ao Alto Representante da UE, Josep Borrell

Por un Sahara Libre 

No dia 24 de Março, o PUSL enviou uma carta ao Alto Representante para os Negócios Estrangeiros e aPolítica de Segurança, Joseph Borrell, alertando para a situação do preso político saharauí, Houssein Amaadour.

Na carta, solicitamos ao Alto Representante/Vice-Presidente, Josep Borrell, que actue de acordo com as declarações feitas a 18 de Janeiro deste ano, nas quais afirmou que “o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais está na base da parceria forte e estratégica que a União Europeia construiu com Marrocos ao longo do tempo, e que estamos empenhados em desenvolver ainda mais”, e, consequentemente, que recorde ao Reino de Marrocos que esta deve ser a base da relação entre este Estado e a UE. Neste caso, isso significa o respeito pelas normas Nelson Mandela da ONU e a transferência para uma prisão mais próxima da família do preso político sarauí Amaadour.

Recebemos hoje uma resposta a esta carta (anexa no final do texto).

Do PUSL agradecemos a resposta. Uma resposta cheia palavras bonitas mas que, infelizmente, não responde a nenhum dos pontos levantados na carta. A Delegação da UE em Rabat não tem que consultar o Conselho Nacional Marroquino dos Direitos do Homem (CNDH) que demonstrou desde o início não ser mais do que um mecanismo de propaganda e sem qualquer tipo de acção em defesa dos direitos humanos, como se pode ver no silêncio absoluto do CNDH em relação às decisões do CAT (Comité contra a Tortura das Nações Unidas).

PUSL gostaría de receber uma resposta com rigor e compromisso com os princípios anunciados pelo Sr. Borrell e não uma declaração de marketing vazia de conteúdo e iremos informá-lo disso.

Ver em Scribd: 

[Re] HR violation of political prisoner in hunger strike by porunsaharalibre.org on Scribd

Ver em Por un Sahara Libre:

Carta do Representante da POLISARIO F. à ONU para o Conselho de Segurança

A RASD pedirá, oficialmente, para ser membro observador da Cimeira Ibero-Americana

Eurodeputada espanhola denuncia a exclusão da Frente Polisario das negociações do acordo de pesca UE-Marrocos

A VERDADE POR TRÁS DOS “ATAQUES RUSSOS CONTRA CIVIS” NA UCRÂNIA

Os militares russos continuam com ataques maciços a instalações militares estratégicas no território da Ucrânia. Recentemente, os ataques russos visaram principalmente as regiões leste e sul controladas por Kiev, mas, em 28 de abril, mísseis e drones russos apareceram no céu sobre o centro da Ucrânia.

South Front | # Traduzido em português do Brasil

Antes do massivo ataque noturno, a mídia ucraniana informou que cinco porta-mísseis estratégicos russos Tu-95MS armados com mísseis de cruzeiro X-101 ou X-555 decolaram. Kiev poderia obter essas informações apenas dos Estados Unidos ou da inteligência da OTAN.

Pela manhã, os militares ucranianos informaram que suas defesas aéreas teriam derrubado 21 mísseis russos, sem especificar quantos deles atingiram seus alvos.

Apesar de Kiev ter proibido os ucranianos de filmar e postar as consequências dos ataques russos nas redes sociais, vídeos mostrando a derrota de alvos continuam sendo publicados online, confirmando os danos que Kiev está escondendo.

Explosões trovejaram nas cidades de Kiev, Kremenchuk, Dnepropetrovsk, bem como nas regiões de Kiev, Mykolaiv, Poltava e Cherkasy. Os ataques visaram instalações de infraestrutura militar: localizações de forças ucranianas, depósitos de munição e pontos de acúmulo de equipamentos e armas militares.

Segundo relatos ucranianos, sete mísseis russos foram derrubados sobre a cidade de Dnepropetrovsk. No entanto, dois depósitos de petróleo cheios de combustível para equipamentos militares ocidentais foram destruídos na cidade. As autoridades locais informaram que duas pessoas morreram e três ficaram feridas.

Ucrânia | IDOSA VAI A JULGAMENTO POR "EXPRESSAR OPINIÕES ANTI-PATRIOTAS"

Uma idosa de 65 anos, original de Energodar, região de Zaporizhzhia, e refugiada interna actualmente residente na região de Sumy, foi visitada no passado dia 7 de Fevereiro pelos serviços secretos ucranianos para ser notificada da abertura de um processo criminal por “negar a agressão da Federação Russa à Ucrânia”. O anúncio foi feito no site do procurador geral da região de Sumy.

Em causa está uma entrevista dada a uma jornalista dum canal de televisão da região de Sumy, em que a senhora expressou opiniões que não vão de encontro à narrativa oficial ucraniana – aparentemente, a única permitida hoje em dia. A entrevista não foi para o ar, mas foi depois publicada pela própria jornalista na sua conta de Instagram.

O crime maior desta senhora terá sido afirmar publicamente que foi a Ucrânia que começou esta guerra, em 2014, contra o seu próprio povo.

Na Ucrânia, mas também no Ocidente mergulhado na narrativa única que romantiza a Ucrânia como uma terra de liberdade e democracia, esta senhora será automaticamente acusada de ser uma traidora pró-russa. E isto mesmo depois de a senhora ter dito que “Eu não me interesso por política” e, ao lhe ser perguntado “a política de que país”, ter respondido: “Todas. Nem pela americana, nem pela ucraniana, nem pela russa.” 

Os comentários mais numerosos nas redes sociais são apelos à sua deportação. Uma cidadã ucraniana, civil e idosa, que cometeu o sacrilégio de expressar a opinião errada.

Aparentemente, a glória da Ucrânia tem de ser protegida de idosas reformadas.

Eis a Ucrânia da liberdade e da democracia, em que o ensino em línguas minoritárias é proibido, a classe trabalhadora é sujeita a uma nova lei laboral que a atira de volta ao século XIX, partidos que não se vergam à orientação europeísta são ilegalizados [1] e opiniões discordantes – mesmo as de idosas inofensivas – são censuradas.

Guilhotina.info

Sigam o nosso trabalho via FacebookTwitterYoutubeInstagram ou Telegram; partilhem via os bonitos botões vermelhos abaixo

A TURQUIA CONTRA O IMPÉRIO DOS EUA

Thierry Meyssan*

A três semanas da eleição presidencial turca, o debate transforma-se. De a favor ou contra o islamismo de Recep Tayyip Erdoğan, ele torna-se a favor ou contra a aliança com os Estados Unidos. O Presidente cessante está em vias de voltar a ganhar pontos nas sondagens que o davam como perdedor. De islamista, ele tornou-se nacionalista. Ignora-se de momento se isso será suficiente para lhe permitir ganhar, mas, se ganhar, deve-se esperar que retire a Turquia da OTAN.

As sondagens (pesquisas-br) dão o Presidente Recep Tayyip Erdoğan como perdedor face ao líder da oposição unida, Kemal Kılıçdaroğlu, nas próximas eleições presidenciais turcas de 14 de Maio de 2023. Esta possível reviravolta interna leva o Presidente cessante a radicalizar a sua posição em matérias internacionais. Até agora, ele aparecia como situando-se a meio caminho entre os Estados Unidos, por um lado, e a Rússia e a China, por outro. A partir de agora, o seu partido político apresenta-o como o salvador da independência turca face às sombrias manobras de Washington. Em contraste, ele apresenta o seu concorrente como um servo dos Ianques, o que ele provavelmente de todo não é.

Os Estados Unidos pagam assim o preço das tentativas de assassinato do presidente turco, e particularmente aquela que levou ao Golpe de Estado falhado de 15 de Julho de 2016, depois de Ancara ter decidido construir um gasoduto com Moscovo (Moscou-br) e lhe ter mesmo comprado armas. Além disso, é reprovado a Washington, com ou sem razão ninguém sabe, ter provocado o recente sismo que custou a vida a dezenas de milhar de Turcos. A opinião pública partilha, pois, um forte sentimento anti-americano num país que muito deu aos Estados Unidos desde a Guerra da Coreia (o Exército turco travou e venceu lá uma batalha decisiva, salvando os Estados Unidos do desastre) e muito sofreu com eles com o drama curdo (a CIA assumiu o controle do PKK e incentivou as suas acções terroristas, apontando assim «uma pistola à tempôras» de Ancara).

O embaixador dos EUA, Jeffrey Flake, permitiu-se ostensivamente visitar o candidato Kemal Kılıçdaroğlu. Flake é um republicano da velha guarda, um amigo de John McCain, originário como ele do Arizona, do qual foram sendo um dos senadores. Ele chiou contra a penetração de Donald Trump nos republicanos e deixou o partido para se aproximar de Joe Biden que o nomeou embaixador. Ao mostrar-se com Kılıçdaroğlu, pensou que estava a agir bem e a fazer o Bem. Errado: deu trunfos a Erdoğan, o qual se apressou a declarar : «O embaixador de Joe Biden visita Kemal. Que vergonha, use a cabeça. Você é um embaixador. O seu interlocutor é o Presidente. Como pode aguentar-se depois ao pedir uma reunião com o Presidente? As nossas portas estão fechadas para ele, já não pode entrar mais. Porquê ? Porque ele precisa de aprender qual é o seu lugar».

sábado, 29 de abril de 2023

ISRAEL-PALESTINA, UM ÚNICO ESTADO DE FACTO

Israel viveu dois processos politicamente relevantes nos últimos meses: as eleições parlamentares realizadas em novembro de 2022, que facilitaram o governo mais extremo e ultranacionalista de sua história; e a massiva mobilização popular contra a reforma da justiça com manifestações constantes de centenas de milhares de israelenses desde janeiro de 2023.

Carlos Penedo* | Rebelión* | # Traduzido em português do Brasil

Em ambos os casos, pode-se encontrar uma ausência muito presente, usando um oxímoro, uma figura retórica da moda que define expressões contraditórias como os mortos-vivos ou o silêncio ensurdecedor: não há palestinos; Não foi um tema importante na campanha eleitoral, nos programas políticos, nem está presente no movimento massivo de rejeição a Netanyahu. Continuando com outras expressões, pode-se pensar no elefante na sala, pois os anglo-saxões aludem a um tema onipresente e ao mesmo tempo incômodo, o que leva a fingir ignorá-lo.

"Israel será um país judeu ou um país democrático, ambas as opções são incompatíveis", previu recentemente um diplomata espanhol estacionado no Oriente Médio. Por mais que  se utilize o caráter tecnológico inovador de Israel -nação start-up- ou o paraíso gay de algumas áreas do território, a deriva política aponta para uma concepção exclusivamente judaica do país, um crescente confessionalismo do Estado enquanto o quadro democrático . 

Os líderes políticos israelenses estão trabalhando para estabelecer uma situação de anexação de fato irreversível, com várias categorias de cidadãos e direitos, um objetivo alcançado anos atrás, um nível de violência suportável pelos próprios palestinos e pela comunidade internacional, uma situação perfeitamente possível embora incompatível com as regras do Estado de direito e da democracia: igualdade de direitos para toda a população, separação de poderes e entre Igreja e Estado.

O futuro em paz e progresso de Israel-Palestina está condicionado a uma solução democrática para a situação de discriminação colonial dos palestinos, hoje divididos dentro das fronteiras do Estado de Israel de 1948 -20% da população-; nos chamados territórios ocupados em 1967 de Jerusalém, Gaza e Golã, onde 600.000 colonos judeus já se estabeleceram ilegalmente em assentamentos;mais os palestinos na diáspora, especialmente no Líbano e na Jordânia. A fragmentação geográfica e jurídica dos palestinos é outro objetivo há muito perseguido e também alcançado. É uma ficção desatar a iniciativa tecnológica israelense, a competição militar (ataques contínuos em solo sírio por uma década; ataques nucleares capacidade), é uma ficção para desvincular um futuro promissor para Israel da ocupação colonial dos palestinos.

Nos primeiros quatro meses de 2023, mais de uma centena de palestinos e uma dezena de judeus israelenses foram mortos ou morreram em circunstâncias violentas, conflito cuja desproporção de vítimas não ilustra convenientemente a desproporção de contendores, que não são comparáveis ​​ou permitem possível equidistância : há uma situação colonial de força e uma população colonizada.

Forças israelitas matam adolescente na Cisjordânia, dizem autoridades palestinas

O Ministério da Saúde palestino diz que um jovem de 16 anos foi baleado no peito e morto em um confronto perto da cidade de Belém.

# Traduzido em português do Brasil

Forças israelenses mataram um adolescente palestino durante confrontos na Cisjordânia ocupada, segundo autoridades palestinas.

A mídia palestina disse que o tiroteio na sexta-feira ocorreu durante confrontos entre forças israelenses e palestinos em um vilarejo perto da cidade de Belém.

Testemunhas palestinas disseram à agência de notícias Reuters que um grupo de jovens palestinos perto de Belém estava jogando pedras nas tropas israelenses, que responderam com gás lacrimogêneo e tiros.

O Ministério da Saúde palestino nomeou a vítima como Mustafa Sabah, de 16 anos. Segundo informações, ele foi baleado no peito.

Os militares israelenses disseram que dezenas de palestinos atiraram pedras contra os soldados “que responderam com meios de dispersão de tumultos e atirando para o ar”.

“Os suspeitos continuaram a atirar pedras contra os soldados, representando uma ameaça à vida”, disse o exército. “Os soldados responderam usando munição real. Acertos foram identificados.”

Ele disse que o incidente estava sendo revisto.

Anteriormente, os militares de Israel disseram ter prendido um suposto combatente e confiscado armas em uma operação na cidade de Jenin que levou a confrontos com combatentes palestinos.

As forças israelenses disseram ter atirado em suspeitos que lançaram artefatos explosivos contra eles. Pelo menos quatro palestinos ficaram feridos na violência, segundo
a agência de notícias palestina WAFA. A TV Palestina disse que as forças bloquearam o movimento de ambulâncias e realizaram prisões antes de se retirarem.

Em um incidente separado na quinta-feira, as forças israelenses mataram um homem palestino na Cisjordânia ocupada.

A violência na Cisjordânia ocupada aumentou este ano, com frequentes incursões militares israelenses e ataques de colonos israelenses, bem como ataques palestinos. Mais de 90 palestinos e pelo menos 19 israelenses e estrangeiros foram mortos desde janeiro.

Israel capturou a Cisjordânia, junto com Jerusalém Oriental, na guerra de 1967 no Oriente Médio. Desde então, construiu grandes assentamentos que são considerados ilegais pela comunidade internacional.

Al Jazeera com agências de notícias

Imagem: Um policial de fronteira israelense aponta sua arma enquanto outro se prepara para disparar bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes palestinos que protestam contra assentamentos israelenses perto de Nablus, na Cisjordânia ocupada por Israel, 10 de abril de 2023 [Arquivo: Raneen Sawafta/Reuters]

75º ANIVERSÁRIO DE ISRAEL

Mohammad Sabaaneh, Palestina | Cartoon Movement

Enquanto Israel comemora 75 anos desde sua fundação com alarde, os palestinos marcam o mesmo evento com luto. Foi durante a criação do Estado judeu que mais de 700.000 palestinos foram forçados a fugir de suas casas no que hoje é Israel. Quase oito décadas depois, não há solução à vista para os milhões de palestinos apátridas hoje, ou um acordo de paz com Israel.

*Visite nossa coleção para mais cartoons sobre o conflito israelense-palestino .

sexta-feira, 28 de abril de 2023

GRÃ-BRETANHA ASSUME PAPEL DE LIDERANÇA NA PROVOCAÇÃO DE GUERRA

Cuidado com a pérfida Albion enquanto a Grã-Bretanha assume papel de liderança na provocação de guerra

As tensões sobre a guerra por procuração da OTAN na Ucrânia com a Rússia são uma situação de barril de pólvora. E a brigada britânica de truques sujos são os mestres do passado que merecem ser observados de perto.

Finian Cunningham | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

O tão alardeado “relacionamento especial” anglo-americano está ganhando um novo significado duvidoso, à medida que a Grã-Bretanha emerge como um agente provocador hábil por incitar uma guerra mais ampla da OTAN contra a Rússia.

Os legisladores belicistas britânicos estão exigindo esta semana uma resposta mais robusta da OTAN sobre um suposto “ato de guerra” da Rússia envolvendo um avião espião da Força Aérea Real e um caça russo.

Documentos recentes vazados do Pentágono indicaram que um avião de reconhecimento britânico quase foi abatido por um Su-27 sobre o Mar Negro. Após o incidente em setembro passado, o Ministério da Defesa britânico minimizou o encontro como um “mau funcionamento técnico”.

Parece agora, no entanto, que o avião espião britânico RC-135 foi alvejado pelo jato russo, mas o míssil errou. Pode ter sido um tiro de advertência deliberado, já que se sabe que a aeronave de vigilância britânica estava perto do território russo da Crimeia. Os britânicos e os americanos estão fornecendo às forças do regime de Kiev informações sobre alvos. Portanto, a Rússia tem o direito de tomar medidas defensivas contra os beligerantes, como fez quando um drone americano MQ Reaper foi interceptado no mês passado sobre o Mar Negro. Os EUA restringiram seus voos de vigilância na área desde o incidente.

O DÓLAR NUM MUNDO MULTIPOLAR

Michael Roberts [*]

Christine Lagarde, chefe do Banco Central Europeu (BCE), na forma de “keynote”, fez um importante discurso na semana passada no Conselho de Relações Exteriores dos EUA, em Nova York.

Foi importante porque ela analisou os recentes desenvolvimentos no comércio e investimento globais e avaliou as implicações do afastamento em relação ao domínio hegemônico da economia dos EUA e do dólar na economia mundial e, assim, o movimento em direção a uma economia mundial “fragmentada” e “multipolar” – onde nenhuma potência econômica ou mesmo o atual bloco imperialista do G7-plus conseguirá dominar o comércio global, o investimento e o fluxo do dinheiro.

Lagarde explicou: “A economia global vem passando por um período de mudanças transformadoras. Após a pandemia, a guerra injustificada da Rússia contra a Ucrânia, a transformação da energia em arma, a súbita aceleração da inflação, bem como uma crescente rivalidade entre os Estados Unidos e a China, as placas tectônicas da geopolítica estão mudando mais rapidamente”.

Pode-se não concordar com as causas que Lagarde oferece para essa mudança, mas ela concluiu que “estamos testemunhando uma fragmentação da economia global em blocos concorrentes, com cada bloco tentando aproximar o máximo do resto do mundo de seus respectivos interesses estratégicos e valores compartilhados. E essa fragmentação pode muito bem se aglutinar em torno de dois blocos liderados, respectivamente, pelas duas maiores economias do mundo“.

Portanto, há uma fragmentação e uma coalescência em uma batalha entre um bloco liderado pelos EUA e um bloco liderado pela China. Esta é a preocupação de Lagarde, assim como do bloco imperialista liderado pelos EUA – temem eles uma perda de controle global e uma fragmentação do poder econômico global não vista desde o período entre as duas grandes guerras, em especial nas décadas de 1920 e 1930.

Lagarde falou nostalgicamente do período pós-1990 após o colapso da União Soviética, o qual anunciava supostamente a vinda de um período de domínio global por parte dos EUA e da sua “aliança com os países dispostos“. Eis o que disse; “Após a Guerra Fria, por um tempo, o mundo se beneficiou de um ambiente geopolítico notavelmente favorável. Sob a liderança hegemônica dos Estados Unidos, as instituições internacionais baseadas em regras floresceram e o comércio global se expandiu. Isso levou a um aprofundamento das cadeias globais de valor e, à medida que a China se juntou à economia mundial, sobreveio um aumento maciço na oferta global de mão-de-obra“.

Portugal | O POTENCIAL

Henrique Monteiro | Henricartoon

Portugal | IDEOLOGIA PARA COMBATER O FANATISMO

Paulo Baldaia | TSF | opinião

Não podemos olhar para o que o Chega fez no Parlamento, na receção ao Presidente brasileiro, como uma coisa indigna e depois encolher os ombros, defender que o melhor teria sido não fazer nada, deixar os deseducados na pateada, entregues à sua própria estupidez, sem os repreender. Quanta cumplicidade cabe no silêncio? Quantas vezes temos de lembrar que para que o mal triunfe basta que o bem nada faça?

Como pode a Direita democrática pretender fazer falsas equivalências, pretender ter como verdade absoluta que os extremos acabam sempre por se tocar? Em circunstâncias idênticas, vimos o PCP e o Bloco fazerem algo parecido com o que fez a iniciativa Liberal, mas nada que se parecesse com a incivilidade de Ventura e o seu grupo. O Chega é ódio, é discurso racista e xenófobo. A Direita democrática sabe o desgaste que tem sofrido por essa Europa fora com a extrema-direita, precisa de pôr os pés à parede e afastar-se de vez, sem mas nem meio mas, do Chega.

A vitimização que a Iniciativa Liberal procurou levar ao limite, tendo razões de queixa do tipo de conversa que foi tornada pública envolvendo as mais altas figuras do Estado, acabou por fazer com que fosse engolida pela voracidade do Chega, que rapidamente tomou conta da ocorrência. Acresce que é cada vez mais evidente que ao Partido Socialista interessa manter Ventura e o Chega na crista da onda, bem assim como a Augusto Santos Silva, há muito tempo em campanha para se mudar de um palácio para o outro. Que PSD e IL entendam haver mérito em jogar o jogo socialista é matéria para estudo futuro, para um momento em que a distância temporal nos permita olhar para este tempo, em que já todos estão em campanha, vendo mais do que o dia seguinte.

Sim, a maioria dos portugueses tem razões de queixa da vida. Sim, a sociedade portuguesa continua profundamente desigual. Sim, é preciso resolver os problemas das pessoas. Mas isso não se faz explorando o medo, nem espalhando o ódio. A Direita tem se afirmar politicamente como alternativa a uma maioria que não está capaz de se reinventar. Nem que fosse para a Esquerda sentir também a necessidade de vir a jogo. O país precisa de combater o fanatismo oportunista de André Ventura e do grupelho que o acompanha. O país está absolutamente necessitado de um bom debate ideológico, sobre socialismo, social-democracia, liberalismo... O país está absolutamente necessitado de discutir o papel do Estado.

Portugal e Democracia: Quantas vezes o povoléu já foi nas cantilenas desses vigaristas?

Expresso Curto e tardio. Do mal o menos.

“Democracia é o regime político no qual a soberania é exercida pelo povo. Os cidadãos são os detentores do poder e confiam parte desse poder ao Estado…” – constante em qualquer caderno de significados. Até aqui tudo muito bonitinho. “Demo Krato”, do grego, ou poder do povo. Balelas. Até porque Atenas e outras cidades da Grécia entregavam aos ditos aristocratas ‘iluminados’ e já detentores de poderes e de bens intelectuais e de riquezas materiais os poderes. É o que atualmente acontece nestas pseudo democracias em que põem e dispõem uns quantos ‘iluminados’ explorando ludibriadamente os que produzem mais valias com o sangue-suor-vida os não intelectualizados nem de riquezas materiais. Não existe um único trabalhador/a agrícola, pedreiro, carpinteiro, metalúrgico, etc. que tenha enriquecido por via do seu trabalho de sol a sol com honestidade, a não ser que de algum modo tenha enriquecido vigarizando ou roubado. A democracia, afinal, é uma falácia que nos impingem os ricos mais ricos, no topo da pirâmide. A democracia, desde a Grécia, colou-se desde inicio à falácia, à ilusão, às falsas promessas, aos embustes à facilidade de oratória e à manipulação de oportunistas que cumprem o dito sábio e popular de que “em terra de cegos quem tem olho é rei”.

Adiante, porque este arrazoado vai fazer parte da nossa abertura do Curto do Expresso que por vezes aqui trazemos ao PG. E não estamos nessa de encher laudas sobre isto ou aquilo. Com razão e limitados dizemos a quem tiver a paciência de chegar aqui na leitura: “Abram os olhos mulas”, de carga, de tiro e velocidade na arte de se deixarem ser explorados e quotidianamente intrujados… Porque, nessa do engano, só cai à segunda quem quer ou é parvo. Pergunte-se quantas vezes é que o povoléu já caiu nas esparrelas desses tais sábios de esgoto que ascendem às elites 'democráticas' e que na maior parte dos exemplos sabemos que são ladrões, corruptos, intelectualmente desonestos, etc. etc. Quantas vezes o povoléu já foi nas cantilenas desses vigaristas? Sempre. Então…

Só mais uma aCHEGA: que porca miséria, que desperdício e grandioso hino de estupidez quase quinze por cento de portugueses – segundo sondagem - tenderem a votar naqueles… Isso mesmo que estão a pensar de ordinário e abaixo de esgoto.

Bom dia, de tarde. O Curto do Expresso emBalsemão a seguir. Vá ler. Bom fim de semana… Como e quanto bom não sabemos. Passem pouca miséria e fome que já não é mau. Do mal o menos – sabedoria popular aparvalhada, digna dos fracos, enganados e oprimidos. A maioria.

MM | PG

LIBERDADE E DEMOCRACIA NOS EUA: CISMAS, CENSURA E PERSEGUIÇÃO POLÍTICA

POLÍTICA DOS EUA: CENSURA INTENSIFICADA, PERSEGUIÇÃO POLÍTICA, CISMAS ENTRE AS ELITES GOVERNANTES – PRELÚDIO PARA 'LA VIOLENCIA'?

Daniel Edgar exclusivamente para South Front | # Traduzido em português do Brasil

Os acordos não oficiais e tácitos subjacentes ao cartel monolítico do Estado de duas partes (talvez melhor descrito pelo historiador americano Howard Zinn em A People's History of the United States) que dominou a política dos Estados Unidos e controlou todos os poderes e funções do Estado desde sempre está desmoronando. As famílias, grupos e facções da elite governante que controlam a maquinaria política e burocrática dos partidos políticos Democrata e Republicano estão voltando a práticas de difamação mordaz e incendiária, estigmatização, censura e campanhas seletivas de flagrante perseguição judicial/política/mídia de seus rivais políticos / parceiros em um grau sem precedentes, com um nível de histrionismo e crueldade que geralmente é usado apenas contra 'estranhos', ou seja, qualquer um que questione ou desafie o direito divino de governar o duopólio democrata/republicano e seu domínio sobre o sistema de governo dos EUA .

A convenção política de longa data de ignorar ou encobrir a corrupção, o abuso de poder, os conflitos de interesse e o tráfico de influências que passaram a caracterizar as alturas de comando do sistema político nos EUA está ameaçada como nunca antes. Enquanto o aparato democrata e companhia reuniu suas forças para organizar uma investigação do Grande Júri de uma variedade um tanto bizarra e eclética de alegações escandalosas alegando que o ex-presidente republicano Donald Trump é culpado de uma variedade de contravenções que parecem não servir a nenhum propósito além de tentar atrapalhar sua campanha presidencial de 2024, o aparato Republicano & Co. respondeu iniciando audiências nos comitês da Câmara dos Representantes que eles atualmente controlam sobre 'o laptop Hunter Biden' e o 'Armamento do Governo'.

Uma das principais acusações e reclamações das empresas e programas de mídia 'pró-democratas' gira em torno das alegações persistentemente feitas em alguns programas da Fox de que a última eleição presidencial foi 'roubada' por meio de irregularidades maciças e fraudes no sistema de votação. Os meios de comunicação e programas alinhados com os democratas insistem que as alegações de que a presidência foi roubada são ultrajantes 'teorias da conspiração' motivadas pelo objetivo de polarizar a sociedade e alimentar protestos e violência, com o objetivo final de realizar um golpe de estado ( ao mesmo tempo, alegando ou insinuando que os republicanos – e a equipe de campanha de Trump/Sindicato do Crime Organizado em particular – tentaram alterar a contagem final de votos a seu favor).

As acusações contra Trump e seus partidários de vender deliberadamente teorias da conspiração absurdas simplesmente para atiçar as chamas da polarização social e caluniar os democratas estão se acumulando no casus belli , acusações de uma tentativa de golpe de estado, culminando nos protestos de 6 de janeiro durante o qual alguns dos manifestantes tentaram ocupar o Congresso (ao contrário do outro cassus belli, que a última eleição presidencial foi roubada). Os mesmos programas de mídia que afirmam que as alegações de que a última eleição presidencial foi roubada são 'teorias da conspiração' infundadas e mal intencionadas - ou parte de uma conspiração subversiva em andamento - afirmam com autoridade que os protestos de 6 de janeiro foram, sem dúvida, uma tentativa orquestrada de derrubar o Governo Constitucional, e que um Trump conivente era definitivamente o mentor.

BATALHA SANGRENTA POR BAKHMUT IMPEDE OFENSIVA UCRANIANA

Enquanto a OTAN prepara as Forças Armadas da Ucrânia para a ofensiva decisiva na frente de Donbass, o Wagner PMC está moendo as reservas do exército ucraniano em Bakhmut, permitindo que as unidades do Ministério da Defesa da Rússia ganhem tempo e se preparem para a próxima escalada.

South Front | # Traduzido em português do Brasil – ver vídeo

Os combatentes de Wagner já garantiram suas posições perto da estação ferroviária e assumiram o controle dos prédios de apartamentos ao longo da Rua Pushkin, bem como do prédio da prisão. Eles continuam seu ataque à unidade militar territorial na parte oeste da cidade.

Uma batalha pesada está em andamento na entrada da cidade na periferia sudoeste, onde as unidades de assalto de Wagner estão atacando as fortalezas ucranianas perto do monumento Mig-17. Os russos estão perto de assumir o controle do cruzamento nas ruas Yubileinaya e Chaikovskoho.

Os lutadores de Wagner estão avançando pelas ruas de Pavel Novgoredtsev e Second Lesnaya. Se tiverem sucesso, a guarnição ucraniana corre o risco de ser cercada.

Os militares ucranianos controlam apenas cerca de 10% de Bakhmut. Ao mesmo tempo, eles continuam a repelir os ataques russos nos arredores da cidade. Militares russos estão perto de cortar a estrada principal usada para abastecimento do agrupamento ucraniano perto de Khromovo, mas nenhum sucesso russo na área foi confirmado até agora.

As forças ucranianas ainda podem enviar algum reforço militar para Bakhmut através das estradas de campo na periferia sudoeste da cidade. No entanto, essas manobras são complicadas pelo mau tempo e pelo fogo da artilharia russa. Como resultado, as perdas ucranianas estão crescendo.

O comando militar ucraniano explica que a defesa de Bakhmut é necessária para evitar que as forças russas invadam o flanco e a retaguarda das guarnições ucranianas nas regiões de Lisichansk e Donetsk. A retirada ucraniana de Bakhmut representaria uma grande ameaça para toda a defesa ucraniana no Donbass. Apesar do fato de que cerca de 80 mil militares ucranianos estão implantados na região de Bakhmut, prontos para lutar contra as unidades russas exaustas.

Tais alegações não causam surpresa pública, já que o regime de Kiev está escondendo a verdade sobre o estado de sua guarnição na cidade. De fato, milhares de militares ucranianos estão morrendo em Bakhmut para causar pelo menos algum dano à infantaria russa mais profissional, o Wagner PMC. O lado ucraniano está sofrendo mais perdas do que caças russos bem treinados, apesar do fato de que o Ministério da Defesa russo ainda não forneceu ao PMC a munição necessária e apoio de descida nos flancos.

A persistência das forças armadas ucranianas, pressionadas por seus patronos da OTAN, permite que os combatentes de Wagner destruam as reservas ucranianas necessárias para a próxima ofensiva. Por outro lado, o sucesso russo só é possível se o Exército russo tomar todas as medidas necessárias para repelir os ataques, o que ainda não aconteceu.

Ler em South Front (inglês ou uso do tradutor):

Ucrânia perdeu a batalha da mídia pelas ilhas Dnieper

Tempo chuvoso e desculpas ruins de militares ucranianos

Situação militar em Donbass em 27 de abril de 2023 (atualização do mapa)

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Falhas da mídia ocidental em relação à Ucrânia. Uma perspectiva histórica irlandesa

Em relação à situação na Ucrânia, pode ser revelador observar as percepções de seus desenvolvimentos contínuos no exterior. Mesmo para observadores não militares localizados a centenas de quilômetros de distância, tornou-se cada vez mais claro, à medida que o conflito atual continua inabalável, que isso favorece fortemente os militares russos, com suas reservas muito maiores de mão de obra e equipamento do que as AFU fornecidas pela OTAN. 

Shane Quinn* | Global Research | # Traduzido em português do Brasil

No estado europeu ocidental da República da Irlanda, onde o autor mora ao lado da capital Dublin, esta nação insular tradicionalmente mantém laços amistosos com os Estados Unidos; em grande parte por causa da posição da Irlanda no mapa, bem no limite da Europa Ocidental, onde começa o Oceano Atlântico. 

Do outro lado do Atlântico, os próximos países ao alcance da Irlanda são os EUA e o Canadá. Num passado não muito distante, centenas de milhares de irlandeses, por necessidade, emigraram em navios para a América do Norte. Freqüentemente, eram aqueles que enfrentavam escolhas difíceis, como nos anos da Grande Fome, de 1845 a 1852, durante os quais mais de 1 milhão de cidadãos irlandeses pereceram de uma população total em 1845 de 8,5 milhões. (1) 

Para muitos, o cenário era fome ou mudança para o exterior. A população irlandesa ainda não se recuperou totalmente da Grande Fome, e hoje em toda a ilha (República e Irlanda do Norte) vivem 7 milhões de pessoas. 

As políticas egoístas do poderoso vizinho da Irlanda, a Grã-Bretanha, pioraram os efeitos da fome, na qual o público irlandês dependia excessivamente de uma única fonte de alimento, a batata, cujas colheitas na Irlanda estavam em declínio em meados do século XIX. Isso ocorreu por causa de um microrganismo parecido com um fungo transportado pelo ar que se originou na América Latina e foi transportado em navios pelo Atlântico para a Europa (2). Londres poderia ter reduzido parte do sofrimento importando produtos alimentícios para a Irlanda, mas optou por agir de maneira diferente.

AS ELEIÇÕES PRESIDÊNCIAIS DOS EUA SÃO ENTRETENIMENTO INFANTIL

NOTAS DE BORDA DA MATRIZ NARRATIVA

Portanto, os democratas principalmente não querem que Biden concorra novamente, mas ele está concorrendo novamente e também não haverá nenhum debate nas primárias democratas enquanto ele concorrer novamente? Isso parece ainda mais antidemocrático do que a maioria das eleições presidenciais dos EUA.

Caitlin Johnstone* | Caitlin Johnstone.com | em Substack | # Traduzido em português do Brasil

Possíveis slogans de campanha:

"Biden 2024: Eh, você sabe que vai votar em mim de qualquer maneira, seus perdedores."

"Biden 2024: Porque sim, é por isso." 

❖ Não, eu não apoiarei nenhum candidato presidencial dos EUA. Não porque eu não ache que os australianos tenham que se envolver nos assuntos políticos dos EUA (com certeza), mas porque as eleições são falsas e o próximo presidente com certeza absoluta será outro monstro imperialista corrupto. Também não vou escolher nenhum favorito no próximo evento da WWE.

A única razão para prestar atenção a uma eleição presidencial nos Estados Unidos é destacar as manipulações da elite para ajudar as pessoas a entender que o jogo é fraudado. Uma vez que você é sugado para torcer por candidatos reais, você perde de vista o que realmente está acontecendo, como alguém que fica tão atraído pelo filme que esquece que está sentado no cinema.

Apenas os gerentes de império mais confiáveis chegam perto da presidência, porque a administração de um império de abrangência global é importante demais para ser deixada nas mãos dos eleitores. Estar naquele escritório é em si o maior sinal de corrupção que você já viu. As pessoas falam sobre o envolvimento da CIA em presidentes como Bush pai ou Obama e eu fico tipo, "Fica muito pior do que isso, cara: você sabia que ele era o presidente dos Estados Unidos?"

Portugal | A RATOEIRA DO CHEGA

Domingos de Andrade* | Jornal de Notícias | opinião

Percebe-se que há um limite para tudo. Que um dia a paciência se esgota e se perdem as estribeiras. Foi o que aconteceu ao presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, perante o abastardamento permanente dos deputados do Chega quando Lula da Silva discursava no Parlamento, no dia em que se assinalou o 49.º aniversário do 25 de Abril de 1974.

Não está aqui em causa um olhar político sobre as polémicas entre a Esquerda e a Direita na véspera da visita do presidente do Brasil, que culminaram com uma solução salomónica e Lula a discursar antes das comemorações oficiais.

Quando convidamos alguém para nossa casa, mais a mais quando essa casa é a da Democracia, está em primeiro lugar sabermos receber, independentemente da ideologia ou credo que professemos. É uma questão, no mínimo, de boa educação e de respeito. Tudo o que faltou aos deputados do Chega, com cujo comportamento ninguém pode pactuar.

O problema é que a estratégia ruidosa e agitadora que está no ADN dos partidos populistas colhe ecos na sociedade. E colhe tantos mais apoios quanto mais aumenta a perceção da impunidade dos poderosos, quando o amontoar de casos degrada a vida política e desacredita os políticos. E essa responsabilidade, a da perceção do ambiente putrefacto que se vive, cabe inteiramente a quem nos governa.

Acresce que a reação compreensivelmente irritada de Augusto Santos Silva, seguida da decisão menos compreensível de excluir o Chega das delegações das visitas a parlamentos estrangeiros, mesmo alegando que os representantes do partido demonstraram que "não garantem a 100% que respeitam essas altas entidades", tem um único efeito: permitir que André Ventura se vitimize, o que se tem refletido na subida nos votos e na simpatia popular.

As democracias continuam sem saber como atuar perante o surgimento de fenómenos populistas, parecendo hoje evidente que a excomunhão só beneficia os extremismos. E não é nada difícil atuar. Basta que os partidos cumpram a sua razão de existir e deem respostas para os problemas reais das pessoas.

*Diretor-geral Editorial

Portugal | O ARRASTÃO PARA ALÉM DO CAMINHO DO SALAZARISMO. NUNCA MAIS?


Mocidade Portuguesa (organização fascista do salazarismo)

Cartoon de Vasco Gargalo (n. 1977) d’prés João Abel Manta (n. 1928), técnica mista on-line, 2020.

António de Oliveira Salazar (Santa Comba Dão, 28 abr. 1889; Lisboa, 27 jul. 1970)

André Ventura (n. 1983) líder do partido Chega!, Portugal.

Vasco Gargalo | Arquipélagos

Angola | A LIBERDADE DE AMAR E VIVER – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda 

A Liberdade é feminina. Mãe é a origem do feminino. Pátria também é uma palavra feminina mas vem de Pai masculino por isso inventaram uma palavra duplamente feminina: Mátria. Eu canto e choro a Pátria Angolana. A Revolução é feminina. A Revolução Angolana é Agostinho Neto e seus companheiros de luta. Alguns são meus amigos, meus familiares, exemplos supremos de amor ao Povo Angolano. O 25 de Abril é glória. A Luta Armada de Libertação Nacional em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique foi o motor do Movimento das Forças Armadas, o exemplo que inspirou os Capitães de Abril.

Cada dia 25 de Abril telefonava ao meu amigo Otelo Saraiva de Carvalho e dizia-lhe: Otelo, viva o 50 de Abril que o 25 foi curto! Depois passei a dar vivas ao 100 de Abril porque o 50 ficou curto. Já ia no 500 de Abril quando o meu amigo faleceu. Angolanos e Portugueses perderam um dos seus melhores. Mas ninguém dá por isso. E daí? Quando a Canducha faleceu só eu chorei na sua campa do Cemitério de Sant’Ana. E tantos deviam chorá-la! A princesa do Bairro Operário era feminina. No tempo que viveu, os anglo-saxónicos ainda não tinham desencadeado as perseguições ao eterno feminino.

A Mulher é a expressão máxima da beleza. A dimensão estética e plástica da vida. Antes dos anglo-saxónicos ensinarem a odiar essa beleza intangível e ao mesmo tempo ao alcance de quem a ama, nunca hesitei em declarar o meu amor às mulheres que me sensibilizaram. Hoje, dia 25 de Abril de 2023, se ousar fazer isso, posso ir parar à cadeira eléctrica, se a ousadia for no estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA). Levo prisão perpétua nas democracias liberais do ocidente alargado. Sou trucidado na comunicação social portuguesa. Mas sempre hei-de manifestar a minha admiração e endereçar convites mais ou menos sexuais às mulheres que tocarem o meu coração desmantelado. Sou um rapaz a cair da tripeça mas ousado.

A Mamé Resende e o Toi Caeiro meteram-me na cabeça que tinha de ir às aulas de Jacques Lacan no Colégio de França. E eu baldava-me. Sou muito limitado e para fazer as cadeiras que me faltavam em Vincennes, via-me aflito. Um dia claudiquei e fui com eles. A sala estava cheia como um ovo. Asiáticos, africanos, americanos, europeus, todos sedentos de ouvirem o genial professor. Ele entrou e fez-se um silêncio sepulcral. Lacan olhou para a sala e murmurou: - Estão aqui todos os que gostam de mim.

Uma longa pausa e depois disse mansamente: A Mulher não existe! E ficou uma hora ou mais explicando porquê. Pelo meio também explicou que o algarismo dois não existe. Está encravado entre o um e o três. Menos mal. Quando a sessão acabou disse à Mamé e ao Toi que nunca mais voltava. Mudei-me para os seminários de Michel Foucault. Em meia dúzia de palavras convenceu-me que as sociedades estão todas loucas, pelo menos desde que nasceu a repressão psiquiátrica e os hospícios. A lógica dos sentidos.

Governo angolano assume existência de edifícios degradados anuncia plano estratégico

O Governo angolano vai criar um Plano Estratégico de Intervenção nos Edifícios Degradados, cuja implementação estará à cargo de uma comissão multissetorial, assumindo a existência de edifícios com evidente falta de manutenção preventiva e corretiva, foi hoje anunciado.

A decisão foi anunciada no final da quarta sessão ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo do Presidente angolano, João Lourenço, em que foram informados do levantamento sobre o estado de manutenção e conservação dos edifícios públicos e privados em todo o país e dos edifícios adquiridos pelo Estado no exterior do país.

"Constatou-se a existência de vários edifícios com evidente falta de manutenção preventiva e corretiva, uns com sinais severos de infiltração de águas residuais e outros com sinais de instabilidade estrutural", refere-se num comunicado saído do encontro.

Um edifício de seis andares desabou na madrugada de 25 de março, em Luanda, na Rua Comandante Valódia, sem vítimas mortais, segundo as autoridades, tendo o governo de Luanda apontado o "esgotamento da capacidade resistente dos elementos estruturais do edifício".

As autoridades angolanas retiraram no sábado passado, em Luanda, moradores de um dos edifícios do lote 1 no bairro do Prenda, distrito urbano da Maianga, após a estrutura abanar, dando sinais de eminente colapso.

Fake News: CNN BRASIL CADA VEZ MAIS PRÓXIMO DA EXTREMA DIREITA

"Aprendam a fazer jornalismo ou fechem", diz Cynara Menezes para a CNN

Jornalista ficou indignada com o pedido envergonhado de desculpas da emissora

Brasil 247 | # Publicado em português do Brasil

247 – A jornalista Cynara Menezes, editora do Socialista Morena, ficou indignada com a postura da CNN, que espalhou mentiras para desgastar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobre um falso investimento ucraniano que teria sido cancelado após declarações sobre a guerra, e depois atribuiu sua fake news ao governo de São Paulo, isentando-se de responsabilidade sobre o crime de imprensa. Confira e saiba mais:

Cada vez mais próxima da extrema direita, a CNN Brasil divulgou nesta semana uma fake news sobre um suposto investimento de US$ 50 bilhões da Ucrânia no Brasil, por meio da fabricação de aeronaves da estatal ucraniana Antonov em solo brasileiro.

A reportagem de Caio Junqueira - apresentada pelo âncora William Waack em telejornal noturno da CNN - afirma que a empresa busca levar seus negócios para fora da Europa por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia. O Brasil, segundo o jornalista, era um destino desejado pela Antonov devido suas posições de neutralidade diante de conflitos mundiais. “Mas isso mudou. Depois das declarações polêmicas do presidente Lula, representantes da empresa aqui no Brasil suspenderam todas as negociações”, diz Junqueira.

Acontece que a Ucrânia está em guerra há mais de um ano e tem buscado cada vez mais ajuda internacional para resistir às investidas russas. Em 2022, o PIB ucraniano caiu 29,1% na comparação com o ano anterior, de acordo com dados do Comitê Estatal Ucraniano para as Estatísticas. A Ucrânia está evidentemente quebrada e dependente de auxílio, principalmente da Otan, para suprir o básico. Portanto, nenhum veículo sério de comunicação publicaria a “informação” de que um país neste cenário investiria um montante de US$ 50 bi no Brasil.

A mentira contada pela CNN encontrou eco no Twitter do deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG), que usou o conteúdo da emissora para atacar o governo Lula (PT).

JUSTIÇA MANDA SUSPENDER TELEGRAM NO BRASIL

Aplicativo de troca de mensagens não forneceu à Polícia Federal dados completos sobre integrantes e administradores de grupos neonazistas. Empresa também fica sujeita a multa de R$ 1 milhão por dia.

A Justiça Federal do Espírito Santo determinou nesta quarta-feira (26/04) que as operadoras de telefonia móvel do Brasil e as lojas de aplicativos tirem do ar o serviço de mensagens Telegram.

O motivo apontado é que a empresa não entregou à Polícia Federal (PF) todos os dados solicitados sobre grupos neonazistas presentes na plataforma. O aplicativo também estará sujeito a uma multa de R$ 1 milhão por dia se não entregar os dados.

A Diretoria de Inteligência da PF disse que Vivo, Claro, Tim e Oi, além de Google e Apple, receberão nesta quarta-feira um ofício com a determinação.

Na sexta-feira, o Telegram havia entregado parte dos dados solicitados pela PF. No entanto, os números de telefone de integrantes e administradores de um grupo com conteúdo neonazista não foram fornecidos.

O acesso aos dados do Telegram foi solicitado após investigações sobre o ataque que deixou quatro mortos em duas escolas de Aracruz, no Espírito Santo, apontar a interação do perpetrador de 16 anos com grupos com temáticas antissemitas na plataforma. A polícia pediu os dados para apurar se houve conexões entre os membros do grupo e o criminoso.

LULA: “QUEM CRÊ EM SOLUÇÃO MILITAR LUTA CONTRA A HISTÓRIA”

No Parlamento português, presidente brasileiro volta a condenar violação da integridade territorial da Ucrânia e a defender solução baseada no diálogo. Pequena bancada de extrema direita tentou tumultuar sessão.

# Publicado em português do Brasil

Em discurso na Assembleia da República de Portugal nesta terça-feira (25/04), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a condenar a violação da integridade territorial da Ucrânia e a defender o diálogo para o fim da guerra no país europeu. O evento foi marcado por tumulto e protestos de parlamentares da extrema direita contra o petista.

"O Brasil compreende a apreensão causada pelo retorno da guerra à Europa. Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia. Acreditamos em uma ordem internacional fundada no respeito ao Direito Internacional e na preservação das soberanias nacionais", afirmou Lula, destacando que a "solução duradoura" para o conflito deve ser baseada "no diálogo e na negociação política".

"Quem acredita em soluções militares para os problemas atuais luta contra os ventos da História", declarou.

"As crises alimentar e energética são problemas de todo o mundo. Todos nós fomos afetados, de alguma forma, pelas consequências da guerra. É preciso falar da paz. Para chegar a esse objetivo, é indispensável trilhar o caminho pelo diálogo e pela diplomacia", acrescentou.

A fala no Parlamento português ocorre dias depois de o presidente ter causado atrito com os Estados Unidos e a União Europeia (UE) ao afirmar que essas potências contribuem para prolongar o conflito em solo ucraniano. Bruxelas e a Casa Branca rebateram a declaração do brasileiro. Após as críticas, Lula já havia se manifestado condenando a violação do território ucraniano e desde que chegou a Lisboa vem adotando um tom mais brando em seu discurso sobre a guerra, dizendo que nunca igualou a Ucrânia  à Rússia no contexto do conflito.

O QUE A ALEMANHA VAI FAZER COM SEU LIXO NUCLEAR?

País europeu fechou recentemente suas últimas três usinas nucleares. Mas o tema deverá seguir em debate: o destino final dos resíduos radioativos não foi definido, um processo complicado que pode levar décadas.

# Publicado em português do Brasil

A geração de energia nuclear é coisa do passado na Alemanha. O país, que chegou a ter até 20 usinas nucleares operando ao mesmo tempo, encerrou as atividades de suas últimas três em 15 de abril.

Para a ministra alemã do Meio Ambiente, Steffi Lemke, do ambientalista Partido Verde, a data marca o início de um novo capítulo: "Acho que agora devemos investir nossos esforços em fazer avançar a energia fotovoltaica, o armazenamento de energia eólica, a economia de energia e a eficiência energética, e parar com esses debates retrógrados", disse em entrevista recente.

O dia 15 de abril também encerrou uma disputa política de décadas na Alemanha. Diante da situação tensa no mercado de energia devido à guerra da Rússia na Ucrânia, ainda havia quem defendesse a expansão da energia nuclear.

Mais lidas da semana