sexta-feira, 30 de junho de 2023

A LOUCURA DE PRIGOZHIN -- Seymour M. Hersh

Seymour M. Hersh* | Substack | em MintPressNews | # Traduzido em português do Brasil

O governo Biden teve alguns dias gloriosos no último fim de semana. O desastre em curso na Ucrânia saiu das manchetes para ser substituído pela "revolta", como dizia uma manchete do New York Times, de Yevgeny Prigozhin, chefe do mercenário Wagner Group.

O foco passou da fracassada contraofensiva da Ucrânia para a ameaça de Prigozhin ao controle de Putin. Como dizia uma manchete do Times: "Revolta levanta questão acirrada: Putin pode perder o poder?". O colunista do Washington Post David Ignatius fez esta avaliação: "Putin olhou para o abismo no sábado – e piscou".

O secretário de Estado, Antony Blinken - o líder do governo em tempos de guerra, que semanas atrás falou orgulhosamente de seu compromisso de não buscar um cessar-fogo na Ucrânia - apareceu no programa Face the Nation, da CBS, com sua própria versão da realidade: "Dezesseis meses atrás, as forças russas (...) pensando que apagariam a Ucrânia do mapa como um país independente", disse Blinken. "Agora, no fim de semana, eles tiveram que defender Moscou, capital da Rússia, contra mercenários criados por Putin... Foi um desafio direto à autoridade de Putin. Mostra rachaduras reais."

Blinken, sem ser desafiado por sua entrevistadora, Margaret Brennan, pois sabia que não seria – por que mais ele apareceria no programa?– passou a sugerir que a deserção do enlouquecido líder Wagner seria uma bênção para as forças da Ucrânia, cujo massacre pelas tropas russas estava em andamento enquanto ele falava. "Na medida em que isso representa uma distração real para Putin, e para as autoridades russas, que eles têm que olhar – meio que pensar em sua retaguarda enquanto estão tentando lidar com a contraofensiva na Ucrânia, acho que isso cria aberturas ainda maiores para os ucranianos se saírem bem no terreno."

Neste momento, Blinken estava falando por Joe Biden? Devemos entender que é nisso que o responsável acredita?

Sabemos agora que a revolta do cronicamente instável Prigozhin fracassou em um dia, quando ele fugiu para Belarus, sem garantia de processo, e seu exército mercenário foi misturado ao exército russo. Não houve marcha sobre Moscou, nem houve uma ameaça significativa ao governo de Putin.

Pena dos colunistas de Washington e correspondentes de segurança nacional que parecem confiar fortemente em fontes oficiais com funcionários da Casa Branca e do Departamento de Estado. Dados os resultados publicados de tais briefings, essas autoridades parecem incapazes de olhar para a realidade das últimas semanas, ou para o desastre total que se abateu sobre a contraofensiva militar da Ucrânia.

Angola | ANTES DE ESMAGAR O COLONIALISMO -- Artur Queiroz

 Agostinho Neto Derrotou a Morte no Mediterrâneo

Memória de uma Carta Dirigida ao Jornalista Veiga Pereira

Artur Queiroz*, Luanda

Hoje, dia 30 de Junho, faz precisamente 61 anos que Agostinho Neto e sua família, Maria Eugénia (esposa), Mário Jorge e Irene Alexandra (filhos ainda bebés), se evadiram de Lisboa escapando à vigilância da polícia política e à repressão fascista. Deixo-vos um trabalho que revela o primeiro Presidente da República Popular de Angola num retrato de corpo inteiro. Comecei pelo princípio do mundo.

O jornalista angolano Carlos Veiga Pereira, um símbolo do Jornalismo de Língua Portuguesa, era amigo de Agostinho Neto. Conviveram em Lisboa quando o futuro Presidente da República Popular de Angola foi concluir o curso de Medicina, que tinha começado em Coimbra. Teve uma carreira brilhante. Foi director da agência noticiosa portuguesa ANOP e director de informação da RTP. Também chefiou a redacção do Diário de Lisboa e do Jornal Novo. Tive a honra de trabalhar com ele.

No início da sua carreira profissional foi perseguido pela PIDE e exilou-se em Paris com outros patriotas angolanos e antifascistas portugueses. Esteve preso com Agostinho Neto por defender a independência das colónias portuguesas. No exílio (esteve mais de dez anos exilado…) manteve sempre contactos com o seu amigo e camarada Agostinho Neto. Carlos Alberto de Veiga Pereira nasceu em Março de 1927 no Sumbe (antiga cidade de Novo Redondo). Faleceu em Lisboa no dia 29 de Dezembro de 2018, com 91 anos.

Numa das cartas que recebeu de Agostinho Neto, expedida de Leopoldville (Kinsasa), diz que o seu amigo está a receber uma carta “do futuro Presidente de Angola”. Pela leitura do documento histórico, percebe-se que Veiga Pereira e outros jovens angolanos exilados em Paris querem juntar-se à luta armada de libertação nacional. Leiam uma passagem da carta manuscrita por Agostinho Neto, cheia de amarga ironia:

“Esta sanzala africana em que nos metemos é o mais espantoso dos mundos!

1 – Sou suspeito de ter fugido de Portugal com o auxílio da PIDE (Holden e Viriato da Cruz)

2 – Sou suspeito de contactos com o governo fascista de Salazar uma vez que a minha mulher (BRANCA!) escreve para a minha sogra que, por sua vez… compreendes? (Holden mais Viriato mais Mário)

3 – Sou suspeito de querer favorecer portugueses em Angola, por advogar a presença de angolanos brancos na luta (Holden mais Viriato mais Mário mais muitos anónimos). 

4- Sou suspeito de manter contactos directos com Salazar… Eu ainda não percebi porquê.

Nesta situação só um imbecil como eu continua a defender a “vossa” participação na luta.

Mas garanto-te que (neste particular) a vitória não vem longe e antes voarei a Paris para falar convosco.

Acredita que eu desejo-o com todas as minhas forças e lutarei sempre por aquilo que me parece justo.

Um abraço do Agostinho Neto"

Um esclarecimento. O jornalista angolano Veiga Pereira era mestiço. E Viriato da Cruz defendia que brancos e mestiços não podiam (excepto ele que também era mestiço) ser militantes do MPLA na primeira linha. Apenas podiam desempenhar serviços auxiliares, como apoio aos refugiados angolanos na República Democrática do Congo. 

O aspecto mais grave desta carta de Agostinho Neto a Veiga Pereira tem a ver com o ponto primeiro da carta: ”Sou suspeito de ter fugido de Portugal com o auxílio da PIDE (Holden e Viriato da Cruz)”. Mário Pinto de Andrade um dia contou como foi possível tirar Agostinho Neto de Lisboa, onde vivia em regime de prisão domiciliária (Residência Vigiada como diziam os carcereiros colonialistas).

Angola | A Guerra Continua Vandalismo É Certo – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os especialistas continuam a desminar vastas zonas de Angola. Isto quer dizer que a guerra verdadeiramente ainda não acabou. Cada mina é um inimigo silencioso que ataca à traição, a qualquer momento. Mata e mutila. Quem exige a Suíça ou a Suécia amanhã, não pensa nisto. 

A guerra ainda não acabou. Enquanto existirem os sicários da UNITA, vivemos em estado de guerra. Falar de paz quando temos entre nós, permanentemente, criminosos impunes a conspirar, a destruir e a matar, é um engano. Peregrino Uambu, Paulo Lukamba Gato, Abílio Camalata Numa, Adalberto da Costa Júnior, entre muitos outros, que até foram sancionados pela ONU por crimes de guerra e traficantes de diamantes de sangue, têm Angola em permanente estado de guerra. Odeiam os angolanos e a liberdade.

Os sicários da UNITA são amigos da guerra. Jamais aceitarão a paz. Nunca vão integrar-se no regime democrático. Criaram uma rede de destruidores e matadores que semeiam a violência nas grandes cidades, sabendo que nunca colherão tempestades. Instauraram um clima permanente de arruaça e banditismo. Não vejo o Executivo reagir a esta tragédia. Por agora, apenas as forças da ordem têm actuado. O apoio das outras forças é tímido e ambíguo. 

A Procuradoria-Geral da República fica em silêncio quando gravíssimos crimes públicos são cometidos a céu aberto. Até este momento não foi anunciado qualquer inquérito à intervenção de deputados e dirigentes da UNITA nos actos de vandalismo e arruaça durante uma pretensa “manifestação pacífica”. As senhoras e senhores deputados têm imunidades. Mas estas são levantadas quando se envolvem em crimes. Nelito Ekuikui e o chefe dos bandoleiros da UNITA na província de Luanda, Adriano Abel Sapiñala, também deputado, escondidos atrás da manifestação, cometeram crimes públicos. Até hoje nada aconteceu. Na hora dos apertos só mesmo as forças da ordem dão a cara!

Em Nanterre (França) a polícia matou a sangue frio, à queima-roupa, um jovem negro de 17 anos. O costume nos países esclavagistas e colonialistas. Isto só muda quando ninguém tiver medo de perder a pobreza e as correntes de escravos. Amigos, vizinhos, vítimas do racismo, xenofobia, condenados à pobreza perpétua vieram para a rua e começaram a queimar e partir tudo. Poucas horas depois o Presidente Macron fez uma comunicação ao país. Não adiantou grande coisa porque a revolta continua. Mas falou. Em Angola comunicar bem é em silêncio. Caladinhos face ao descalabro.

África | Cimeira quadripartida pede retirada de grupos armados da RDC

A Cimeira Quadripartida para a estabilização da paz no leste da República Democrática do Congo exige a retirada dos grupos armados da região e apelou à mobilização de financiamento para os esforços conjuntos para a paz

A decisão consta de um comunicado divulgado na noite de terça-feira (27.06), após a cimeira que reuniu em Luanda chefes de Estado e representantes, ao mais alto nível, da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), da Comunidade da África Oriental (CAO), da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC). 

A necessidade de pacificação do leste da RDC, onde persiste tensão militar interna com Ruanda, é o foco desta cimeira de chefes de Estado e de Governo dos quatro blocos regionais africanos. 

Corredores humanitários

Os dirigentes reunidos na cimeira manifestaram preocupação com a insegurança e atividades criminosas "dos grupos armados e terroristas" que persistem na RDC e exigiram a retirada "imediata e incondicional de todos os grupos armados, sobretudo o M23, assim como o ADF e FDL" e apelaram à criação de corredores para facilitar a assistência humanitária.

A cimeira ressaltou também a necessidade de restabelecer a autoridade do Estado nas zonas ocupadas do Leste da RDC "para criar um ambiente propício ao regresso dos refugiados e das pessoas deslocadas internas e de permitir a realização de eleições pacíficas nessas áreas". 

No discurso de abertura da cimeira de Luanda, o Presidente angolano considerou a iniciativa "inédita", defendendo o "reforço" da coordenação entre países para a pacificação da zona dos Grandes Lagos. 

À DW, a especialista em Relações Internacionais Marzilda Caxito, disse que esta cimeira é também no interesse de Angola. "Estabilidade na região significa também estabilidade em Angola", frisou, defendendo que Luanda tem ferramentas e experiência para mediar a paz no leste da RDC, onde persiste uma tensão militar interna com o Ruanda.

Intercâmbio de informações

Na terça-feira, foi também adotado um plano conjunto sobre a coordenação das iniciativas de paz envolvendo as várias organizações que harmoniza as iniciativas da Quadripartida, preparando responsabilidades e prazos. 

Deverá neste âmbito ser criado um grupo de trabalho de coordenação com representantes da organizações africanas, da União Africana, da RDC e do Ruanda e da Organização das Nações Unidas, para facilitar o intercambio de informações, tendo em conta a "necessidade de uma atuação coordenada e colaborativa". 

Os participantes da cimeira manifestaram "preocupação" com a falta de "financiamento previsível, adequado e sustentável" para levar a cabo as ações e mandataram a comissão da União Africana, juntamente com os membros da Quadripartida a mobilizarem recursos para a implementação do plano diretor conjunto. 

Acordo de subvenção

Foi assinado um acordo de subvenção de dois milhões de dólares (aproximadamente o mesmo montante em euros) entre a União Africana e a CAO para facilitar as operações das forças regionais, tendo Angola e o Senegal apoiado com um milhão de dólares cada um, o processo de Nairobi liderado pela CAO. 

O Gabão anunciou que vai contribuir com 500.000 dólares para os esforços de paz no leste da RDC e apelou aos Estados membros da UA para que contribuam voluntariamente para os processos de paz em África. 

A próxima cimeira quadripartida, ainda sem data, vai realizar-se em Bujumbura, no Burundi. 

Deutsche Welle | Lusa

COMO O GRUPO WAGNER CONTINUARÁ EM ÁFRICA?

A presença russa em África está intimamente ligada ao Grupo Wagner. Mas com o motim dos mercenários de Prigozhin, os laços foram quebrados e não deixará de ter repercussões nos países africanos em crise.

A incerteza é palpável nas ruas de Bamako, a capital do Mali. Há menos de três anos que os golpistas tomaram o poder no Estado saheliano e iniciaram assim uma viragem política: da França e dos parceiros ocidentais para a Rússia. Os cidadãos acolheram com entusiasmo a entrada do grupo Wagner no país. Ainda recentemente, o Mali recusou-se a prolongar a missão da ONU no país. Mas depois de Yevgeny Prigozhin ter levado os seus mercenários para Moscovo e, assim, ter rompido abertamente com o Presidente Vladimir Putin, seguiu-se a desilusão.

"Nem o Governo russo consegue controlá-los", comenta um transeunte no microfone da DW sobre o motim do grupo Wagner. "O que é suposto fazermos agora? Isto mostra que este exército não é controlável, é muito perigoso para nós". E uma mulher acrescenta: "Os malianos concordaram com Wagner que vêm salvar-nos! Se agora o nosso novo parceiro, a Rússia, está em conflito com eles, isso assusta-nos muito!".

A Rússia mantém a presença de Wagner em África

Moscovo, por seu lado, tenta mostrar continuidade. Seguindo a linha do Kremlin de desvalorizar a insurreição de Prigozhin, o ministro dos Negócios Estrangeiros Sergei Lavrov também comentou as actividades de Wagner em África: o grupo estava a fazer um bom trabalho no Mali e na República Centro-Africana, disse Lavrov numa entrevista à emissora estatal russa RT, na segunda-feira, reiterando que esta implantação iria continuar.

Dois dias depois, o tom é um pouco mais distante, mas pelo menos sem valores: cabe aos próprios países africanos decidir se continuam a cooperar com Wagner, diz uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. O porta-voz do Presidente russo, por seu lado, afirma que os formadores russos continuarão a estar activos na República Centro-Africana, mas que não têm nada a ver com a empresa Wagner.

Um olhar mais atento sobre as actividades da empresa em África revela a razão de tais declarações: coopera onde há matéria-prima - e Wagner controla o negócio. Para o Governo de Vladimir Putin, não há dúvida de que tem de continuar, conclui o antigo deputado centro-africano Jean-Pierre Mara: "Precisa do ouro da África Central, do ouro do Mali, para financiar a guerra, por isso nada vai mudar", diz Mara numa entrevista à DW. "Mas não é claro se serão os mesmos actores".

A historiadora russa Irina Filatova descreve a relação da Rússia com o Grupo Wagner em África como uma situação em que todos ganham, com Wagner a beneficiar do prestígio da Rússia e das armas russas. "A relação é muito parecida com o padrão das companhias comerciais europeias no século XIX", diz Filatova à DW, traçando paralelos com os tempos coloniais - sejam eles britânicos, alemães ou franceses: "Recebiam um mandato do respetivo Estado, agiam de forma independente, mas o Estado beneficiava da sua presença em África".

RACISMO E IMPÉRIO DOS EUA

Nos domínios político e midiático, as pessoas de cor que sofreram com a guerra dos EUA foram relegadas a uma espécie de apartheid psicológico – separado, desigual e implicitamente sem muita importância, escreve Norman Solomon.

Norman Solomon* | Common Dreams | em Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Um Relatório recente do Departamento de Justiça concluiu que o preconceito racial "sistêmico" no Departamento de Polícia de Minneapolis "tornou possível o que aconteceu com George Floyd".

Durante os três anos desde que um policial branco assassinou brutalmente Floyd, as discussões nacionais sobre racismo sistêmico se estenderam muito além do foco na aplicação da lei para também avaliar uma série de outras funções do governo.

Mas esse escrutínio é interrompido na beira da água – sem investigar se o racismo tem sido um fator nas intervenções militares dos EUA no exterior.

Escondido à vista de todos está o fato de que praticamente todas as pessoas mortas pelo poder de fogo dos EUA na "guerra ao terror" por mais de duas décadas foram pessoas negras. Esse fato notável passa despercebido em um país onde – em nítido contraste – aspectos raciais de políticas e resultados internos são tópicos contínuos do discurso público.

Certamente, os EUA não atacam um país porque pessoas de cor vivem lá. Mas quando pessoas de cor vivem lá, é politicamente mais fácil para os líderes dos EUA submetê-las à guerra – por causa do racismo institucional e preconceitos muitas vezes inconscientes que são comuns nos Estados Unidos.

As desigualdades raciais e as injustiças são dolorosamente aparentes em contextos domésticos, desde a polícia e os tribunais até os órgãos legislativos, os sistemas financeiros e as estruturas econômicas. Uma nação tão profundamente afetada pelo racismo individual e estrutural em casa está apta a ser afetada por esse racismo em sua abordagem da guerra.

Muitos americanos reconhecem que o racismo tem influência significativa sobre sua sociedade e muitas de suas instituições. No entanto, os extensos debates políticos e a cobertura da mídia dedicada à política externa e aos assuntos militares dos EUA raramente mencionam – e muito menos exploram as implicações – a realidade de que as várias centenas de milhares de civis mortos diretamente na "guerra ao terror" dos Estados Unidos foram quase inteiramente pessoas de cor.

Noite de "rara violência". 667 detidos em protestos após morte de jovem pela polícia

FRANÇA

Só na região de Paris foram feitas pelo menos 242 detenções, tendo a maioria dos detidos idades entre os 14 e os 18 anos. 249 elementos das forças de segurança ficaram feridos na terceira noite consecutiva de distúrbios.

Foram detidas 667 pessoas em França na terceira noite consecutiva de protestos realizados na sequência da morte de um jovem de 17 anos pela polícia, segundo dados do Ministério do Interior francês. 249 elementos das forças de segurança ficaram feridos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, convocou para hoje uma nova reunião de crise. O chefe de Estado deverá encurtar a sua presença em Bruxelas, onde se encontra a participar numa cimeira europeia, para regressar a Paris.

"Ontem à noite, os nossos agentes da polícia, gendarmes e bombeiros enfrentaram novamente com coragem uma [noite de] rara violência. Seguindo as minhas instruções firmes, eles fizeram 667 detenções", escreveu o ministro do Interior, Gerald Darmanin, na rede social Twitter.

Pelo menos 242 detenções aconteceram na região de Paris, tendo a maioria dos detidos idades entre os 14 e os 18 anos.

A polícia recebeu "instruções sistemáticas de intervenção", escreveu o ministro, numa mensagem na rede social Twitter, na qual manifestou apoio às forças de segurança francesas "que estão a fazer um trabalho corajoso".

Por volta das 03:00 (02:00 em Lisboa), a situação em Nanterre, nos arredores de Paris, continuava tensa, pela terceira noite consecutiva, indicou o canal de notícias BFMTV, assinalando que polícia e bombeiros continuavam no terreno.

CAOS EM FRANÇA

Oli, Bélgica | Cartoon Movement

Em  França, os confrontos entre a polícia e manifestantes continuam pela terceira noite, depois que a polícia matou a tiros um adolescente de 17 anos de ascendência argelina e marroquina na terça-feira.

Khodorkovsky e Pence querem que pensem que Putin não controla os militares russos

Nenhum observador honesto de ambos os lados do debate realmente acha que um oligarca exilado financiado pela Ucrânia e um dos neoconservadores anteriormente mais poderosos dos EUA têm os melhores interesses do presidente Putin em mente ao sugerir que ele corre o risco de ser derrubado se não expurgar os militares russos.

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Anteriormente, foi aconselhado a "ser muito cético em relação à Intel dos EUA alegando que Surovikin pode ter ajudadoa planejar o golpe de Prigozhin", e agora dois novos desenvolvimentos dão ainda mais credibilidade a essas suspeitas. O "projeto investigativo" do oligarca exilado Mikhail Khodorkovsky, que foi projetado pela Rússia como agente estrangeiro no ano passado devido às suas operações serem financiadas pela Ucrânia, compartilhou "documentos" com a CNN supostamente para mostrar que mais de 30 altos funcionários militares e de inteligência são secretamente membros do VIP Wagner.

O veículo noticiou essas supostas descobertas na mesma época em que publicou a resposta do ex-vice-presidente Mike Pence à pergunta que um de seus jornalistas lhe fez durante sua visita não anunciada a Kiev sobre sua opinião sobre se o presidente Putin tem ou não o comando total de suas Forças Armadas. Ele afirmou que esta é uma "questão em aberto" à luz do chefe da Wagner, Yevgeny Prigozhin e fracassado golpe de Estado no último fim de semana, sugerindo que o líder russo está lutando para exercer sua autoridade.

Essas duas notícias consecutivas tinham o objetivo de deixar ao público a impressão de que o presidente Putin continua correndo o risco de ser derrubado por suas Forças Armadas, o que nada mais é do que uma narrativa de guerra de informação artificialmente fabricada para semear dúvidas sobre sua liderança. Ao mesmo tempo, tenta influenciá-lo e seu círculo a realizar expurgos em grande escala que poderiam afetar negativamente a operação especial, ao mesmo tempo em que faz o público pensar que ele é fraco se não o fizer.

New York Times admitiu anteriormente que "as autoridades americanas têm interesse em divulgar informações que minam a posição do general Surovikin, a quem consideram mais competente e mais implacável do que outros membros do comando. Sua remoção sem dúvida beneficiaria a Ucrânia, cujas tropas apoiadas pelo Ocidente estão promovendo uma nova contraofensiva que visa tentar reconquistar o território tomado por Moscou. É com essa motivação em mente que os últimos relatórios devem ser interpretados.

ESTÁ PROVADO: O MUNDO CAMINHA PARA A GUERRA

Se a turbulência atual se transformará em um choque de poderes em grande escala é uma questão que ocupa um pouco mais hoje do que todos os outros. A ciência acredita que não podemos evitar uma guerra mundial. E estes não são alguns anedóticos "cientistas britânicos".

Vitória Nikiforova | RIA Novosti | opinião | # Traduzido em português do Brasil

O cientista russo Pyotr Turchin, que vive em Turchin há muito tempo nos Estados Unidos, ganhou fama em 2010, prevendo em seu artigo na revista Nature que na década de 2020 América e a Grã-Bretanha mergulhará no caos - o sistema de governo entrará em colapso, e as pessoas se matarão nas ruas enquanto eu olhava para a água.

O novo livro de Turchin é eloquentemente intitulado: "O Fim dos Tempos: Elites, Contra-Elites e o Caminho para a Desintegração Política". O autor, biólogo de formação, trabalha no curioso campo da cliodinâmica - trata-se da modelagem de processos históricos por métodos matemáticos. Tendo captado a tendência, você pode calcular para onde ela se moverá nos próximos anos. Os agentes de câmbio também estão tentando simular situações de mercado da mesma maneira.

Parece ao autor que a causa raiz do colapso é a ganância irreprimível das elites. Um império estável existe enquanto o mecanismo econômico proporcionar prosperidade e prosperidade à maioria absoluta da população - de camponeses e artesãos humildes aos super-ricos.

No entanto, em algum momento, as elites do poder - a elite financeira e militar - não conseguem resistir à tentação e começam a desprezar sua própria população. "Esta é a lei de ferro da oligarquia", diz Turchin em entrevista. - As pessoas no poder começam a usar o poder para fins egoístas. Eles reconstroem a economia para que ela comece a trabalhar em favor dos ricos em detrimento dos pobres. Eu chamo isso de bombear riqueza."

Então fica claro: seja a Roma Antiga ou o Império Russo, o fosso entre pobres e ricos começa a crescer, milhões de cidadãos insatisfeitos aparecem no país, depois há tumultos espontâneos, guerras malsucedidas (porque o exército não quer lutar por um sistema injusto) e o colapso do império. Tudo é como um bilhete.

Jornalistas americanos perguntam a Turchin sobre a América: quando ela vai acabar? Ele diz que a bomba para bombear riqueza se acendeu no país no final dos anos 1970. À custa de hordas de migrantes que foi possível despejar no mercado de trabalho e o salário mínimo não mudou desde então. Durante gerações, as classes mais baixas não conseguiram sair da pobreza, os elevadores sociais pararam. Mas o estado das elites, entretanto, multiplicou-se devido à especulação financeira, e agora o fosso entre pobres e ricos tornou-se simplesmente imensurável.

A agitação social dos últimos anos não é um bom sinal. Turchin acredita que apenas uma reestruturação completa da economia como o New Deal de Roosevelt pode salvar a América do colapso, mas até agora ninguém está fazendo isso.

Cada leitor é livre para aplicar esse algoritmo de desintegração dos estados ao seu país. Vê-se a olho nu que os mesmos processos estão a decorrer com um ligeiro atraso na União Europeia. Temos um exemplo claro do colapso da antiga RSS ucraniana, onde os oligarcas arruinaram o país em questão de anos e entregaram seus remanescentes sob o controle de senhores ultramarinos. Agora estamos tentando salvá-los literalmente peça por peça.

O colapso dos impérios é acompanhado por guerras mundiais, de modo que o título sombrio do livro de Turchin não é acidental. De fato, o "fim dos tempos" pode nos esperar a todos.

Nisso, o bilionário americano inesperadamente concorda com o cientista russo. Raio Dalio é um dos investidores mais famosos do mundo. Prova de que ele é bem versado em tendências são seus próprios US$ 19 bilhões, mais as centenas de bilhões que as pessoas confiaram a ele em seu fundo de hedge. Aliás, ele conseguiu soldar mesmo na Grande Recessão de 2008.

Dalio publicou um artigo em O Tempo intitulado "Por que o mundo está à beira de um grande caos?". É também em grande parte histórico. "Sou um investidor global", escreve ele, "e em cinquenta anos < ... > vi uma variedade de eventos e ciclos de eventos, o que me levou à ideia da necessidade de estudar história para entender o que acontecerá a seguir.

Estudando tendências da Antiguidade China até os dias atuais, Dalio notou três fatos característicos. O mundo nunca teve uma dívida tão grande como hoje, exceto de 1930 a 1945. E nunca depois os conflitos entre as grandes potências foram tão agudos.

Dalio acredita que a coincidência desses três fatores na história da humanidade leva inevitavelmente a uma guerra mundial e à subsequente reestruturação de toda a ordem mundial. Em um futuro próximo, suas previsões são as seguintes: dentro de um ano e meio, os Estados Unidos enfrentarão uma poderosa crise financeira como a Grande Depressão, uma guerra civil de pleno direito durante a eleição presidencial, bem como um confronto militar com a China.

Curiosamente, a receita que Dalio oferece é, em muitos aspectos, semelhante às ideias de Turchin - parar de bombear riqueza das massas e reformar o capitalismo. No entanto, assim como o historiador, ele não acredita muito na possibilidade dessas mudanças.

Dados objetivos - economia, história, análise matemática - parecem ter conspirado: nosso mundo está esperando por uma grande guerra. Será que a humanidade será capaz de se afastar desse caminho desastroso?

Ler em RIA Novosti:

Otan planejou uma guerra com a Rússia

Fornecimento de armas ocidentais à Ucrânia continuam a se multiplicar, diz diplomata

Os países ocidentais continuam tentando fazer a comunidade global esquecer que a crise na Ucrânia, bem como as entregas de armas ocidentais a Kiev, começaram muito antes da operação militar especial, disse Vasily Nebenzya

# Traduzido em português do Brasil

NAÇÕES UNIDAS, 30 jun. /TASS/. As ameaças representadas pelos suprimentos militares ocidentais à Ucrânia continuam a se multiplicar, enquanto os países da Otan estão se desfazendo de suas armas desatualizadas e seus fabricantes de armas estão obtendo superlucros, disse o representante permanente russo na ONU, Vasily Nebenzya.

"As ameaças que são representadas pelas entregas de armas ocidentais ao regime de Kiev continuam a crescer e se multiplicar contra as tentativas incessantes de nossos ex-parceiros ocidentais de transferir toda a responsabilidade pelo que está acontecendo na Ucrânia para a Rússia", disse ele no briefing do Conselho de Segurança da ONU sobre as entregas de armas à Ucrânia.

"Os países ocidentais continuam tentando fazer a comunidade global esquecer que a crise na Ucrânia, bem como as entregas de armas ocidentais a Kiev, começaram muito antes da operação militar especial. Graças às revelações que políticos de alto escalão da época fazem hoje, sabemos que a Ucrânia estava sendo constantemente bombardeada com armas e preparada para uma guerra com a Rússia por anos sob o disfarce dos Acordos de Minsk", continuou o diplomata. "Mesmo que os acordos tenham sido endossados por resoluções do Conselho de Segurança da ONU, nem os Estados ocidentais nem Kiev iriam implementá-los."

Nebenzya acrescentou que "os patrocinadores ocidentais do regime de Kiev estão tentando apresentar o caso de forma diferente".

"Eles fingem que começaram a armar a Rússia apenas depois que a operação militar especial começou - para cercar a 'agressão russa'", continuou.

"Nos últimos 18 meses, esse complô evoluiu para uma espécie de empresa militar privada chamada 'Ucrânia'. Os Estados da OTAN fazem suprimentos de armas (principalmente para se desfazer de seus antigos estoques) e financiam empresas militares que depois colhem lucros imensos; e a Ucrânia faz os combates, fazendo com que soldados ucranianos morram no campo de batalha por dezenas de milhares", acrescentou o enviado russo à ONU.

A União Europeia de hoje não oferece "nem paz nem prosperidade", lamenta Orbán

Em sua cúpula de dois dias, que começa ainda nesta quinta-feira, os líderes da UE planejam discutir a tentativa de motim armado na Rússia e o conflito militar na Ucrânia, e o apoio adicional do bloco a ela, bem como como aproveitar legalmente os ativos russos congelados

# Traduzido em português do Brasil

BUDAPESTE, 29 jun. /TASS/. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, fez uma avaliação negativa da atual situação dentro da União Europeia, antes de partir de Budapeste na quinta-feira para a cúpula anual do bloco em Bruxelas, lamentando que nem a paz nem a prosperidade prevaleceram no bloco.

"A União Europeia foi criada para dois propósitos. Primeiro, pela paz, e agora uma guerra está acontecendo lá. Em segundo lugar, pela prosperidade, e a economia é agora cada vez mais um assunto de preocupação", escreveu Orban na página do governo húngaro no Facebook (proibido na Rússia devido à sua propriedade pela Meta, que foi designada como extremista).

Em sua cúpula de dois dias, que começou na quinta-feira, os líderes da UE planejam discutir a tentativa de motim armado na Rússia e o conflito militar na Ucrânia, e o apoio adicional do bloco a ela, bem como como aproveitar legalmente os ativos russos congelados. A relação do bloco com a China e a regulação dos fluxos migratórios da Ásia e da África também estarão na agenda.

Imagem: Primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban © AP Photo/Franco Zhurda

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Dois generais ucranianos, 50 oficiais e 20 mercenários mortos em ataque a Kramatorsk

Dois generais ucranianos, cerca de 50 outros oficiais, bem como perto de 20 mercenários estrangeiros e conselheiros militares foram eliminados em um recente ataque russo ao local de destacamento das forças de Kiev em Kramatorsk, anunciou o Ministério da Defesa russo em 29 de junho.

South Front | # Traduzido em português do Brasil

"De acordo com as informações atualizadas, um ataque de precisão em 27 de junho no local de implantação temporária da 56ª brigada de infantaria motorizada do exército ucraniano na cidade de Kramatorsk eliminou dois generais, até cinquenta oficiais das forças armadas ucranianas e também até vinte mercenários estrangeiros e conselheiros militares que participaram de uma reunião de estado-maior, ", disse o porta-voz do ministério, tenente-general Igor Konashenkov, em um comunicado.

O tenente-general Konashenkov acrescentou que as forças de Kiev continuam as tentativas de avançar em três setores, Donetsk, Krasny Liman e sul de Donetsk, nas últimas 24 horas.

Na direção de Kupyansk, ataques aéreos e de artilharia russos destruíram 25 soldados ucranianos e vários equipamentos militares.

"Na direção de Kupyansk, aeronaves operacionais/táticas e do exército e artilharia do grupo de batalha ocidental atingiram a mão de obra e o equipamento do exército ucraniano em áreas próximas aos assentamentos de Sinkovka e Krasnoye Pervoye, na região de Kharkov. Mais de 25 militares ucranianos, três veículos motorizados, um sistema de artilharia autopropulsado Akatsiya, um obuseiro D-30 e um lançador múltiplo de foguetes Grad foram destruídos", disse o porta-voz.

Enquanto isso, na direção de Krasny Liman, as forças russas se envolveram em combates pesados com tropas e sabatures ucranianos.

"Na direção de Krasny Liman, forças do grupo de batalha Centro, ataques aéreos, artilharia e fogos pesados de lança-chamas infligiram danos a unidades das 21ª, 42ª e 67ª brigadas mecanizadas do exército ucraniano em áreas próximas aos assentamentos Nevskoye, Kremennaya e Chervonaya Dibrova, na República Popular de Lugansk. Perto do assentamento de Kuzmino, na República Popular de Lugansk, a atividade de um grupo subversivo/de reconhecimento ucraniano foi frustrada", disse Konashenkov.

De acordo com o porta-voz, 65 soldados ucranianos, dois veículos blindados de combate, duas caminhonetes, dois obuses D-30 e dois sistemas de artilharia autopropulsados Gvozdika foram neutralizados nessa direção.

SITUAÇÃO MILITAR NA UCRÂNIA EM 29 DE JUNHO DE 2023 (ATUALIZAÇÃO DO MAPA)

- A artilharia russa atingiu posições da AFU perto de Orekhov;

- A artilharia russa atingiu posições da AFU perto de Dibrova;

- A artilharia russa atingiu posições da AFU perto de Sinkovka;

- A artilharia russa destruiu um posto de comando da AFU perto de Kramatorsk;

- A artilharia russa destruiu um depósito de munição da AFU perto de Novopavlovka;

- As forças russas destruíram 30 militares ucranianos, bem como 3 veículos motorizados na região de Kupyansk;

- As forças russas destruíram 2 veículos blindados, 3 caminhonetes, 2 obuses na região de Krasny Liman;

- As forças russas destruíram 2 veículos blindados, 2 caminhonetes, 1 sistema de artilharia Krab na região de Donetsk;

- As forças russas destruíram 3 veículos motorizados, 1 Msta-B, D-20 e 1 obuseiro D-30 na região de Kherson;

- O Exército russo repeliu os ataques da AFU perto de Pervomayskoye;

- O Exército russo repeliu os ataques da AFU perto de Orekhov;

- O Exército russo repeliu os ataques da AFU perto de Kuzmino;

- Os confrontos entre o Exército russo e a AFU continuam perto de Bakhmut;

- Os confrontos entre o Exército russo e a AFU continuam em Mariinka;

- Os sistemas de defesa aérea russos abateram 8 drones ucranianos perto de Opytnoye na RPD, Karmazinovka, Privolye, Ploshchanka, Oborotnovka na LPR, Balochki e Peremozhnoye na região de Zaporozhye;

- Os sistemas de defesa aérea russos derrubaram 3 mísseis de cruzeiro Storm Shadow e 6 projéteis do sistema de foguetes de lançamento múltiplo HIMARS durante o dia;

- A AFU teria atingido 1 ponto de controle, 12 unidades de artilharia, 1 área de coleta, 2 depósitos de munição nas últimas 24 horas.

South Front

Ler/Ver em South Front:

Situação militar na Ucrânia em 28 de junho de 2023 (Atualização do mapa)

Situação militar em Donbass em 27 de junho de 2023 (Atualização do mapa)

Vazamentos revelam que FBI ajuda Ucrânia a censurar usuários do Twitter e obter dados

Aaron Maté* | The Grayzone | # Traduzido em português do Brasil

O FBI ajudou um esforço de inteligência ucraniano para banir usuários do Twitter e coletar seus dados, mostram novos vazamentos. O Twitter se recusou a censurar jornalistas visados pela Ucrânia, incluindo Aaron Maté, do The Grayzone.

O FBI ajudou um esforço de inteligência ucraniano para censurar usuários de redes sociais e obter suas informações pessoais, revelam e-mails vazados.

Em março de 2022, um agente especial do FBI enviou ao Twitter uma lista de contas em nome do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), a principal agência de inteligência da Ucrânia. As contas, escreveu o FBI, "são suspeitas pela SBU de espalhar medo e desinformação". Em um memorando anexo, a SBU pediu ao Twitter que removesse as contas e entregasse seus dados de usuário.

Os alvos do governo ucraniano habilitados pelo FBI se estendem a membros da mídia. A lista da SBU que o FBI forneceu ao Twitter incluía meu nome e perfil no Twitter. Em sua resposta ao FBI, o Twitter concordou em revisar as contas por "inautenticidade", mas levantou preocupações sobre a inclusão de mim e de outros "jornalistas americanos e canadenses".

A tentativa do FBI de banir contas do Twitter a pedido da inteligência ucraniana está entre os pedidos de censura mais ostensivos revelados até agora no Twitter Files, um cache de comunicações vazadas da gigante da mídia social.

O pedido de censura do FBI foi transmitido em um e-mail de 27 de março de 2022 do agente especial do FBI Aleksandr Kobzanets, adido jurídico assistente na embaixada dos EUA em Kiev, para dois executivos do Twitter. Quatro colegas do FBI foram copiados na troca.

"Muito obrigado por seu tempo para discutir a assistência à Ucrânia", escreveu Kobzanets. "Estou incluindo uma lista de contas que recebi ao longo de algumas semanas do Serviço de Segurança da Ucrânia. Essas contas são suspeitas pela SBU de espalhar medo e desinformação. Para sua revisão e consideração."


O documento anexo, elaborado pelo SBU da Ucrânia, continha 163 contas, incluindo a minha. (A lista é numerada para 175, mas algumas contas têm duas linhas numéricas correspondentes).

O MUNDO SEM JORNALISMO CORRE PERIGO – Artur Queiroz

 Artur Queiroz*, Luanda

O Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura contra o Presidente Putin. Mas fica em silêncio ante o assassinato de civis indefesos na Palestina por militares israelitas. A ONU anda à procura de pretextos para condenar a Federação Russa. Tudo serve para criar um ambiente hostil a um estado soberano e membro do Conselho de Segurança. Os crimes de guerra do estado terrorista mais perigoso do mundo não contam. Pelo contrário. Washington dá corda às agências das Nações Unidas e dita as suas ordens. Ai de quem não cumpra.

A presidente da Comissão Europeia (Úrsula von der Leyen) anunciou uma oferta de 50 mil milhões de euros à Ucrânia. Num momento em que toda a Zona Euro entrou em recessão e o motor da União Europeia (Alemanha) gripou no início de 2023. Para os nazis de Kiev não há limites às ofertas. Os Estados-membros pagam a guerra do ocidente alargado contra a Federação Russa por procuração passada à Ucrânia. A conta está cada vez mais pesada.

A inflação na Zona Euro está descontrolada. Isto quer dizer que os salários de quem trabalha encolhem todos os meses. Os preços sobem em flecha. A presidente do Banco Central Europeu disse em Portugal que este ano (e nos próximos…) não há aumentos de salários. Os pobres têm de ficar ainda mais pobres. Os cidadãos activos trabalham para empobrecer. Os reformados ganham cada vez menos. A senhora Lagarde disse friamente que as taxas de juros vão continuar a subir. Quem se endividou está com a corda ao pescoço, A União Europeia é agora um espaço de candidatos a enforcados.

Os milhares de milhões que dizem ir para a Ucrânia vão para os bolsos de quem dirige o negócio da guerra. Muito armamento destinado à Ucrânia está a alimentar o tráfico de armas. O estado terrorista mais perigoso do mundo ganha a dois carrinhos. Tudo em nome da democracia. Tudo para derrubar o Presidente Putin mas cada dia de guerra que passa, torna-se inamovível.

O Poder Judicial no Ocidente alargado esta transformado numa comédia de mau gosto. O Papa Francisco definiu assim o que se passa: Fazem processos com milhares de páginas e lá dentro não há uma única prova das acusações contra as suas vítimas. Em Angola é pior. Nem precisam de milhares de páginas. Nem precisam de processos. A cena do Pita Grós no Dubai para prender Isabel dos Santos dava para rir o resto da vida, se o resultado desta palhaçada não fosse demasiado trágico.

Detenção de Isabel dos Santos depende da Interpol e dos Emiratos Árabes Unidos

"A ser verdade que ela vive no Dubai, é uma questão que compete aos EAU e à Interpol", afirmou à Lusa o porta-voz da PGR, Álvaro João.

O porta-voz respondeu assim quando questionado sobre uma notícia segundo a qual o procurador-geral teria estado recentemente no Dubai para tentar prender a empresária angolana, visada num "alerta vermelho" da Interpol.

Um "alerta vermelho" é um pedido de um Estado - no caso, Angola - aos países-membros da Interpol para localizar e prender provisoriamente uma pessoa, com vista a extraditá-la, entregá-la ou ação legal semelhante. "Os Estados são soberanos, podem ou não atender, a julgar pelos interesses em jogo. Mas, o assunto não está centrado em Isabel dos Santos [alvo de vários processos judiciais], mas nos vários processos com conexão aos EAU", comentou Álvaro João.

Questionado sobre se Angola deu início a algum processo de extradição de Isabel dos Santos, o mesmo responsável respondeu que "não é necessário", pois é a Interpol que tem a missão de proceder à detenção. "Só se começa o pedido de extradição quando a pessoa visada for detida", acrescentou.

SUÉCIA QUER ADERIR À NATO? O MELHOR É DEIXAR DE PENSAR NISSO!

Turquia condena queima de exemplar do Corão em Estocolmo

Se a Suécia quer aderir à NATO e o acesso está bloqueado pelo veto da Turquia o melhor é deixar de pensar nisso porque só neste ano, que se saiba, a queima do Alcorão já foi objeto de manifestações de queimas por duas vezes - em Janeiro e agora em Junho, ontem.

"É inaceitável permitir estas ações anti-islâmicas sob o pretexto da liberdade de expressão", disse o chefe da diplomacia turca.

Ontem a Turquia condenou a queima de um exemplar do Corão em Estocolmo e considerou inaceitável que as autoridades suecas autorizem ações anti-islâmicas a propósito da liberdade de expressão.

"Condeno o ato desprezível cometido contra o nosso livro sagrado, o Corão, no primeiro dia de Eid-al-Adha", a festa do sacrifício, disse o chefe da diplomacia turca, Hakan Fidan.

"É inaceitável permitir estas ações anti-islâmicas sob o pretexto da liberdade de expressão", afirmou Fidan, citado pela agência francesa AFP.

Fidan, que chefiou os serviços secretos até à posse como ministro dos Negócios Estrangeiros no início de junho, acrescentou que "fechar os olhos a estes atos atrozes equivale a cumplicidade".

 A polícia sueca autorizou uma manifestação durante a qual um homem queimou várias páginas de um exemplar do Corão em frente à maior mesquita de Estocolmo.

Uma provocação semelhante foi feita em janeiro por um militante de extrema-direita, que suscitou protestos em vários países, incluindo na Turquia.

As autoridades turcas continuam a bloquear a ratificação da adesão da Suécia à NATO, aprovada há um ano na cimeira de Madrid.

O protesto desta quarta-feira foi o primeiro a ser autorizado pela polícia sueca depois de os tribunais terem anulado uma proibição anterior.

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, qualificou o ato como uma provocação e admitiu que era "legal, mas não adequado".

"O meu objetivo é que a Suécia adira à NATO o mais rapidamente possível, porque é importante para a segurança sueca e para a segurança da nossa região", afirmou.

Na sequência da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a Suécia e a Finlândia puseram termo a uma política histórica de não-alinhamento militar e pediram a adesão à NATO.

Os pedidos dos dois países nórdicos foram aceites na cimeira de Madrid, há um ano, após um acordo de última hora com Ancara para levantar o veto turco.

A Finlândia tornou-se o 31.º membro da NATO no início de abril, mas a Suécia ainda está à espera de ultrapassar a relutância turca e húngara.

A Hungria acusa a Suécia de lhe ser hostil no seio da União Europeia (UE) e a Turquia critica o Governo de Estocolmo por não extraditar pessoas que considera terroristas, especialmente do Partido dos Trabalhadores do Curdistão.

Representantes da Suécia e da Turquia vão reunir-se em Bruxelas, em 6 de julho, para conversações sobre a adesão sueca, anunciou na quarta-feira o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

A Aliança Atlântica, que realiza uma cimeira em Vílnius em 11 e 12 de julho, espera que o veto seja levantado nessa ocasião.

PG com Lusa

Racismo | Presidente francês convoca unidade de crise, 150 detidos em tumultos

O ministro do Interior francês fala de “violência intolerável” após noite de tumultos em resposta à morte de um adolescente pela polícia: "É uma vergonha para aqueles que não apelaram à calma"

O Presidente francês, Emmanuel Macron, convocou hoje uma unidade de crise interministerial, após mais uma noite e madrugada marcadas pela violência, em resposta à morte de um adolescente pela polícia.

Pelo menos 150 pessoas foram detidas esta madrugada, na segunda noite de tumultos em França após um adolescente negro de 17 anos na cidade de Nanterre, nos arredores de Paris, ter sido morto pela polícia.

"Uma noite de violência intolerável contra os símbolos da República: câmaras municipais, escolas e esquadras de polícia incendiadas ou atacadas. 150 pessoas detidas", escreveu esta manhã o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, na sua conta na rede social Twitter, esta manhã.

A morte do jovem Nael por um polícia que alegou ter usado a arma em legítima defesa - uma versão desmentida pelas imagens de vídeo do incidente - já tinha provocado tumultos na noite anterior, nos quais cerca de 30 pessoas foram detidas, cerca de 40 veículos incendiados e 24 polícias feridos.

O ministro do Interior francês apelou ao apoio às forças de segurança e aos bombeiros "que enfrentaram corajosamente o ataque" dos autores dos tumultos e queixou-se dos que os estão a provocar.

"É uma vergonha para aqueles que não apelaram à calma", acrescentou.

Na quarta-feira, após a primeira noite de incidentes violentos, concentrados principalmente em Nanterre e noutras zonas suburbanas de Paris, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e vários membros do seu gabinete apelaram à calma e expressaram solidariedade para com a família de Nael, sublinhando que a sua morte é "inexplicável e indesculpável".

Expresso

Robert Kennedy Jr.: “Sejamos honestos: é uma guerra dos EUA contra a Rússia”

A publicação deste trecho de uma entrevista justifica-se a vários títulos. São opiniões expressas por alguém que procura a nomeação do partido democrata dos EUA às próximas eleições presidenciais, e já conta com significativo apoio nas sondagens. Essas opiniões divergem inteiramente das da administração Biden. E quem as emite é portador de um apelido de grande peso nos EUA.

UnHerd *

Robert F. Kennedy Júnior anunciou a sua candidatura à presidência, desafiando Joe Biden para a nomeação democrata. As suas sondagens já atingem os 20%. O sr. Kennedy aceitou falar com UnHerd. Abaixo estão alguns dos pontos da conversa relativos ao conflito ucraniano.

P.: Isso leva-nos a uma questão premente: uma coisa de que fala muito é que a América está num estado de guerra permanente e quer pôr fim a isso. No que diz respeito à Ucrânia, como é que se propõe fazê-lo?

RFK Jr.: Os russos têm-se oferecido repetidamente para chegar a um acordo. Se olharmos para os acordos de Minsk, que os russos se ofereceram para resolver, eles parecem hoje um óptimo acordo. Sejamos honestos: trata-se de uma guerra dos EUA contra a Rússia, para sacrificar essencialmente a flor da juventude ucraniana num matadouro de morte e destruição para a ambição geopolítica dos neoconservadores, frequentemente declarada, de mudar o regime de Vladimir Putin e exaurir as forças armadas russas para que não possam combater em mais lado nenhum do mundo.

O Presidente Biden disse que era essa a sua intenção - livrar-se de Vladimir Putin. O seu Secretário da Defesa, Lloyd Austin, em Abril de 2022, disse que o nosso objectivo aqui é esgotar o exército russo. O que é que isso significa, “exaurir”? Significa atirar-lhes ucranianos para cima… O comandante da unidade de forças especiais na Ucrânia, que é provavelmente a força de combate de maior valor da Europa, disse que 80% das suas tropas estão mortas ou feridas e que não podem reconstruir a unidade. Neste momento, os russos estão a matar ucranianos numa proporção de 1:5 ou 1:8, dependendo dos dados em que acreditamos.

Se olharmos para os acordos de Minsk, estes estabelecem as bases para um acordo final. A região do Donbass, que é 80% de etnia russa - e russos que estavam a ser sistematicamente mortos pelo governo ucraniano - tornar-se-ia autónoma dentro da Ucrânia e seria protegida.

BILDERBERG, A CÂMARA CORPORATIVA GLOBAL

Hugo Dionísio [*]

As contradições entre o discurso proferido e a prática são tão presentes e monstruosas que, como uma qualquer mobília caseira, por elas passa o povo sem as ver, seguro que está de que, mesmo não as olhando, elas, inamovíveis, inexoráveis, incontornáveis, se encontram lá, intocadas, ocultadas pela indiferença de uns, pela cobardia de muitos e pela ignorância, de outros. É assim! É pelo peso excessivo da sua presença, que as ameaçadoras contradições, que tão árdua e crescentemente moldam as nossas vidas, são mantidas secretas.

Olhar para estas contradições é penoso, revoltante e tortuoso. O olhar deixa-nos revoltados, primeiro, para depois vir a amargura, a frustração, a depressão e, por fim, a indiferença causada pela sensação de impotência. Esta sensação de impotência também pode, no ignorante – sem culpa assim tornado –, ser transformada em ódio, regra geral, contra os menos culpados, contra os elos mais fracos de uma realidade que oprime de forma directa, mas também subliminar… Uma opressão que tantas vezes deixa escondida a sua origem real, a sua natureza e a sua causa. As consequências esmagam-nos com a sua realidade concreta, mas são as causas que oprimem.

É assim que sinto o que se passou em Lisboa, por estes dias, com a realização da 69ª sessão do Bilderberg. Antes totalmente secreto, não foi sem ameaça e vítimas que se tornou visível. Mas, uma vez mais, “visível”, não significa “reconhecível” ou “identificável” em relação ao que realmente é. Uma vez mais, o Bilderberg é uma das causas da contradição que nos esmaga.

O Bilderberg, assim chamado porque nasceu no Hotel Bilderberg nos Países Baixos por iniciativa das pessoas mais ricas e influentes do mundo. À data, desse mundo constavam gente importante como a coroa britânica, neerlandesa, gente do clube de Roma e muitos outros, tratando-se de um clube restrito que constitui, na prática, a câmara corporativa do império anglo-saxónico, conjugando os mais importantes interesses políticos dos partidos da governação (ministros presentes e futuros), os mais relevantes interesses económicos, comunicação social e defesa. A Indústria, hoje, ocupa um lugar pouco importante, tendo sido trocada pelas tecnológicas da Internet.

Gente eleita pelo poder que o dinheiro compra dedica-se, durante alguns dias, a discutir o domínio do mundo e a sua repartição pelos interessados aí representados. Qualquer sinal de democracia é uma mera miragem ou utopia irrealizável. A democracia liberal, na sua forma milenar, garante a eleição dos mais fidedignos governantes que o dinheiro consegue comprar e a comunicação social promover, não mais sendo do que o instrumento histórico que garante um reinado sem convulsões, estabilizadas e desarmadas que ficam as mentes e as massas.

Para se ter uma ideia do “peso” real destas coisas da “democracia”, de Mário Soares para cá, apenas Passos Coelho não foi pré-aprovado pelo Bilderberg! Nada que não se tenha resolvido com uma presença após a eleição. Mas este facto marca tanto que, Passos não tem poiso nas mais importantes estruturas do poder ocidental. Para além dos primeiros ministros, já lá foram receber a bênção imperial e a cassete ideológica muitas outras figuras, de Medina a Rio, passando por Portas e muitos outros possíveis governadores. Apenas contam os dispostos a prosseguir o reinado neoliberal. Ninguém mais. Os identitários, que também os cá temos, disfarçados de “esquerda radical” fazendo o trabalho do império, ficam na Open Society de George Soros. A Iniciativa Liberal está hoje representada também, através dos CEOs do costume.

Passar pelo Bilderberg significa a iniciação nas coisas dos deuses, significa sair da maralha que constitui o comum dos mortais, o acesso aos segredos divinos. E não se pense que é porta aberta a qualquer um que o consiga. Implica passar por determinados locais, principalmente durante a fase de estudo, pois são esses locais que garantem a formação (ou formatação) de ouro, platina ou diamante. Não acreditem quando vos disserem que um determinado “jovem” levantou (raise) milhões em investimento para uma start-up. Esse “jovem” teve de passar por determinados locais, ou não lhe colocam o dinheiro nas mãos. Desculpem revelar-vos que as portas do Olimpo não são igualitárias!

Para se ter uma ideia da importância destas coisas, este ano discute-se a Ucrânia, claro, a desdolarização, como não poderia deixar de ser, a “liderança” dos EUA no mundo (não lhes chega o ocidente), inteligência artificial para nos invadir as mentes, a China, Índia e Rússia, como factores dissonantes…

quarta-feira, 28 de junho de 2023

AUSTRÁLIA CONTINUA AUMENTANDO SUA CAMPANHA DE CENSURA E PROPAGANDA

Há uma corrida frenética da classe política/midiática australiana para propagandear os australianos o mais rápido possível para apoiar os preparativos para a guerra com a China, e para aprovar uma legislação que facilite a censura do discurso online.

Caitlin Johnstone* | Caitlin Johnstone.com | em Substack | # Traduzido em português do Brasil

A ministra das Comunicações da Austrália, Michelle Rowland, deve divulgar um projeto de lei que impõe multas pesadas às empresas de mídia social que não bloquearem adequadamente a circulação de "desinformação" e "desinformação" na Austrália, uma perspectiva assustadora que provavelmente terá consequências de longo alcance para o discurso político no país.

Sydney Morning Herald relata:

De acordo com as leis propostas, a autoridade seria capaz de impor um novo "código" a empresas específicas que repetidamente falham em combater a desinformação e a desinformação ou um "padrão" em toda a indústria para forçar as plataformas digitais a remover conteúdo prejudicial.

A penalidade máxima para violações sistêmicas de um código registrado seria de US$ 2,75 milhões ou 2% do faturamento global – o que for maior.

A penalidade máxima por violar um padrão do setor seria de US$ 6,88 milhões, ou 5% do faturamento global de uma empresa. No caso da dona do Facebook, a Meta, por exemplo, a penalidade máxima pode chegar a uma multa de mais de US$ 8 bilhões.

Esses são os tipos de números que mudam os protocolos de censura de uma empresa. Já estamos vendo censura de mídia social de conteúdo na Austrália que o governo australiano considerou inaceitável, veja como são os tuítes transfóbicos embutidos em um artigo de direita sobre censura do Twitter quando você tenta vê-los no Twitter da Austrália, por exemplo:

VER TWITTES NO ORIGINAL EM Substack: Austrália continua aumentando sua campanha de censura e propaganda (substack.com)

Esses tuítes teriam sido escondidos dos australianos na plataforma a mando do governo australiano. Os australianos podem acabar vendo muito mais desse tipo de censura específica das plataformas de mídia social se essa legislação de "desinformação" for aprovada. Ou poderiam simplesmente começar a censurá-lo para todos.

O problema com as leis contra informações imprecisas é que alguém precisa estar determinando quais informações são verdadeiras e quais são falsas, e essas determinações serão necessariamente informadas pelos vieses e agendas de quem as faz. Posso fundamentar minha alegação de que a invasão da Ucrânia pela Rússia foi provocada por potências da Otan usando uma abundância de, fatos e evidências por exemplo, mas ainda há uma parcela considerável da população que consideraria tais alegações desinformação maligna com ou sem os dados de apoio.

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