quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Conversas para Boi Dormir – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

 O HAMAS é um partido político. Elegeu autarcas e deputados. É governo na Faixa de Gaza, tem ministros e secretários de estado. Os serviços públicos têm na cúpula, dirigentes do movimento. Há funcionários nas repartições públicas que são seguramente do HAMAS. Quando os nazis de Telavive dizem que vão destruir a organização, querem dizer que vão matar tudo quanto é palestino. Hoje bombardearam o campo de refugiados de Jabalia. Vegetam lá 120.000 palestinos, há décadas. O bombardeamento fez 400 mortos. Israel confirmou o ataque porque “estava lá um alto quadro do HAMAS”. 

Para matarem um “alto quadro” do partido que governa Gaza trucidaram 400 refugiados palestinos. Foi essa a ordem que receberam de Washington, Londres, Paris, Bruxelas e Berlim: Matem-nos até onde for preciso! Estão a cumprir. Nomes dos genocidas: Biden. Blinken, Austin, Sunak, Macron, Úrsula, Scholtz. Os sargentos de Israel cumprem ordens. 

Um dia pagam pelos seus crimes. Só hoje assassinaram 402 crianças. É matar palestinos até onde for preciso. E se amanhã, assassinos ainda mais assassinos que os mandantes e executantes destes crimes começarem a matar israelitas inocentes, britânicos inocentes, cidadãos dos países da União Europeia inocentes e inocentes do estado terrorista mais perigoso do mundo? Impossível não acontecer.

Os ajudantes de Hitler julgavam-se donos do mundo e intocáveis. O Tribunal de Nuremberga aplicou-lhes penas pesadas, desde a morte à prisão perpétua. Os genocidas de hoje já foram condenados no tribunal da decência humana. Chegará a hora da execução das sentenças. Como chegou a Goering (Biden), Ribbentrop (Blinken), Keitel (Sholtz), Kaltenbrunner (Macron), Rosenberg (Sunak), Frank (Itamar Ben-Gvir) Frick (Yoav Galant), Streicher ( Herzi Halevi), Sauckel (Roberta Metsola) Jodl (Charles Michel), SeyssInquart (Úrsula) e Bormann ( Benjamin Netanyahu). 

No meio do genocídio em directo, os matadores enternecem-nos com estórias da carochinha. Os “rambos” nazis anunciaram que libertaram uma prisioneira militar durante uma operação em Gaza. A moça estava com ar feliz, limpinha, sem sinais de quem esteve mais de meio mês enfiada em túneis sem água nem comida. Tudo mentira. Não libertaram ninguém. Mas a partir de agora vamos assistir a mais prisioneiros libertados dos esconderijos onde os nazis têm as suas “reservas” de presos, para enganarem a opinião pública israelita e internacional.

No bombardeamento de hoje ao campo de refugiados de Jabalia, a historinha é ainda mais insultuosa. Puseram um figurão da Mossad disfarçado de jornalista do canal português SIC, dizendo que a operação se destinou na matar um alto quadro do HAMAS que estava escondido em túneis por baixo do campo! Mas só destruíram e mataram à superfície! O genocídio continua e não há força humana que o trave. Vamos todos pagar pela conivência criminosa. Fingir que não estamos a ver é crime. Silêncio em vez de gritar protestos é criminoso. 

A Humanidade ficou com a honra manchada pelo nazismo alemão. Com as bombas de Hiroxima e Nagasaki. Com o regime de apartheid na África do Sul, Rodésia (Zimbabwe) e Namíbia. Com os morticínios em Angola depois de 4 de Fevereiro de 1961. Com a guerra do Vietname. Com a guerra no Iraque. Com a destruição da Jugoslávia. Com a destruição da Líbia. E agora com o genocídio na Palestina. Já não há remédio.

O desertor das Forças Armadas Angolanas e criminoso de guerra Abílio Camalata Numa continua a falsificar a História Contemporânea de Angola. Ele dá o nome e uns portuguesitos “doutorados” escrevem prosas provocatórias como se Lisboa ainda mandasse em Angola. Desta vez pegou na Constituição da República Popular de Angola (1975) para concluir que o MPLA tomou conta de tudo! 

Nesse tempo a FNLA embrulhou-se com a CIA, as tropas zairenses e os mercenários. Não conseguiu entrar à força em Luanda e decidiu brincar à independência na cidade do Uíge. A UNITA serviu dois donos ao mesmo tempo, os independentistas brancos de Angola e o regime racista de Pretória. Brincou à independência na cidade do Huambo. Quem assumiu as responsabilidades todas, sobretudo enfrentar os exércitos invasores, foi o MPLA. Mas o desertor, assassino e criminoso de guerra Abílio Numa diz que o movimento usurpou!

O cúmulo do banditismo político tem a ver com o seu comentário ao Artigo 35º (Conselho da Revolução) do nosso primeiro texto constitucional. Ele cita: “Enquanto não se verificar a total libertação do território nacional e não estiverem preenchidas as condições para a instituição da Assembleia do Povo, o órgão supremo do poder do Estado é o Conselho da Revolução.”

O assassino e criminoso de guerra escreve isto: “Enquanto não se verificar a total libertação do território nacional … Total libertação do território nacional contra quem se a partir do dia 22 de Janeiro de 1976 em Adis-Abeba, numa conferência extraordinária convocada pela OUA (Organização da Unidade Africana), ficou determinado que todas as forças sul-africanas já se tinham retirado de Angola”. 

Abílio Camalata Numa é desertor das FAA, assassino, criminoso de guerra e falsário da História Contemporânea de Angola. O nosso país foi admitido na ONU depois de aprovada a Resolução 397/76, no dia 1 de Dezembro desse ano. As últimas tropas invasoras sul-africanas abandonaram Angola, vergadas ao peso da derrota, no dia 27 de Março de 1976.

Apesar dessa vitória militar estrondosa, os racistas da África do Sul voltaram a agredir o Povo Angolano, até à derrota definitiva na Batalha do Cuito Cuanavale. Nessa altura, segundo o comandante do Batalhão Búfalo, coronel Ian Breytenbach, o “brigadeiro Numa, cunhado de Savimbi, colocava-se sempre pelo menos a 30 quilómetros dos locais de combate”. Desertor, traidor, assassino, criminoso de guerra e cobarde!

O Estado Angolano paga-lhe um salário de general e oferece-lhe todas as mordomias de antigo deputado da UNITA! Luanda paga aos traidores dos seus generais.

* Jornalista

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