sexta-feira, 3 de março de 2023

MIDIA OCIDENTAL SERÁ A RESPONSAVEL PELO COLAPSO DA SUA CREDIBILIDADE

A calúnia desenfreada contra a China por alguns grupos ocidentais como a FCCC inevitavelmente acelerará o colapso da credibilidade da mídia ocidental

Nie Shujiang* | Global Times | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Na quarta-feira, o Clube de Correspondentes Estrangeiros da China (FCCC), uma organização ilegal, publicou seu chamado Relatório de Liberdades de Mídia 2022 em seu site, alegando que as liberdades de imprensa em toda a China diminuíram em um ritmo "acelerado" e resumindo 2022 como " mais um ano difícil e desgastante" em termos de condições de trabalho para jornalistas estrangeiros na China. 

Este relatório afirma que é "baseado em uma pesquisa com jornalistas que pertencem ao Clube de Correspondentes Estrangeiros da China". Na verdade, a FCCC é uma organização ilegal que a China nunca reconheceu. Os membros da organização são compostos por menos da metade de todos os jornalistas estrangeiros estacionados na China e são essencialmente um pequeno círculo de jornalistas de vários países europeus e dos EUA com preconceito contra a China. Que credibilidade pode ter este chamado relatório investigativo de tal organização? Tudo o que faz mostra o forte preconceito ideológico e difamação maliciosa dessa organização ilegal contra a China.

Esta não é a primeira vez que a FCCC emite declarações ou relatórios criticando a deterioração do ambiente para reportagens e a liberdade de imprensa na China. A organização está acostumada a distorcer fatos, desacreditar e difamar o ambiente de relatórios da China, e tem um histórico notório a esse respeito. Em vez de falar sobre a enorme ajuda e conveniência que a China oferece aos jornalistas estrangeiros em seu trabalho, ou criticar a mídia estrangeira individual por reportagens imprecisas e distorcidas, eles culpam indiscriminadamente as chamadas condições de trabalho na China, que desconsideram completamente o certo e o errado e invertendo preto e branco.

Qualquer jornalista que pisar em território chinês deve cumprir as leis chinesas. Este é um princípio básico da comunicação internacional. A difamação da China pela FCCC é um ato ilegal, indelicado e inapropriado. A calúnia deles tem fins políticos. Na verdade, algumas organizações e associações ilegais no Ocidente não são independentes, mas ferramentas e equipes avançadas enviadas para conter a China, em uma tentativa de servir aos objetivos diplomáticos dos EUA e de alguns países ocidentais. Nesse sentido, precisamos estar muito vigilantes.

Na verdade, em comparação com os EUA e o Ocidente, a China é bastante tolerante com os jornalistas legais e complacentes na China. Mesmo alguns jornalistas que difamam a China podem vir à China para conduzir entrevistas. No entanto, em vez de agradecer, eles sempre veem o desenvolvimento e a realidade da China de maneira arrogante.

Angola | ENTREVISTA FORA DO CESTO E AMEAÇAS À CHINA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Exalgina Gamboa demitiu-se da presidência do Tribunal de Contas. Fez bem porque foi constituída arguida num processo em que é suspeita de ter cometido três crimes. Alguém explique aos comilões do banquete da TPA, que essa situação processual é para lhe garantir todas as condições de defesa e não o reconhecimento de qualquer crime. 

Nunca esqueçam um ponto importantíssimo assinalado no comunicado da Procuradoria-Geral da República: É preciso respeitar escrupulosamente a presunção de inocência a que todos temos direito até uma sentença judicial transitar em julgado. Assim, a demissionária presidente do Tribunal de Contas é tão inocente como João Lourenço, o seu condecorado Rafael Marques ou o seu inquisidor Fernando Miala. Nem mais, nem menos. 

Por agora não adianta usar o Maka Angola como Tribunal da Inquisição. Tenham paciência e esperem o dia do julgamento, se o processo chegar a esse ponto. Mas não se esqueçam das provas. Ordens superiores não chegam. Olhem Para a manifestação de magistrados judiciais e agentes do Ministério Público que hoje decorreu em frente ao Palácio Dona Ana Joaquina. A palavra de ordem foi exigir condições de trabalho e mais independência nos Tribunais.

O Presidente João Lourenço deu uma entrevista à RFI herdeira da “Radio Poste Colonial”, que Paris usou para atingir o seu império colonial. A France Internacional continua a ser um instrumento do neocolonialismo francês. Em certos aspectos é mil vezes pior do que Voz da América, estação da CIA. 

O Chefe de Estado falou das makas no seio do Poder Judicial e com um sorriso aberto assegurou que não existe uma crise institucional, apesar der ter sido adiada, sem data, a abertura do Ano Judicial.

Nigéria | OPOSIÇÃO CONTESTA ELEIÇÃO DE BOLA TINUBU

A eleição de Bola Tinubu nas presidenciais da Nigéria está a suscitar críticas não só por parte de partidos políticos, como também da sociedade civil. O Partido Trabalhista promete contestar o escrutínio em tribunal.

De acordo com a Comissão Nacional Eleitoral Independente (INEC) da Nigéria, Bola Tinubu ganhou as eleições presidenciais do país realizadas no sábado passado (25.02). O antigo governador de Lagos obteve 8,79 milhões de votos, ou seja, 37% dos votos, de acordo com os resultados oficiais anunciados.

No entanto, os principais partidos da oposição descreveram o resultado das eleições como "fraudulento" e Peter Obi, candidato do Partido Trabalhista, que ficou em terceiro lugar, já avançou que pretende recorrer à Justiça e pedir a impugnação dos resultados.

"Os alegados resultados não cumpriram os critérios mínimos de uma eleição transparente, livre e justa. Iremos a tribunal", confirmou Yusuf Datti Baba-Ahmed, candidato à vice-Presidência do Partido Trabalhista, que pediu calma aos apoiantes do partido. 

Os candidatos que quiserem contestar as eleições têm um prazo de 21 dias após o anúncio dos resultados para levar o caso aos tribunais.

Angola | O MILAGRE DO UISQUE SBEL -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Hoje é o Dia da Mulher Angolana no Março Mulher. Não é mais uma data na rotina dos dias sombrios, tragicamente assombrados pela violência doméstica, o abuso sexual de crianças, sobretudo meninas, pelas berridas desumanas às mamãs zungueiras. As mulheres de Angola bateram-se contra os ocupantes estrangeiros. Deram à luz a Pátria que temos e amamos. 

Hoje é o dia da Mamã Maria Eugénia Neto e de Engrácia Cabenha, a Rainha do 4 de Fevereiro. Elas são símbolos vivos da luta do Povo Angolano pela Liberdade. São a vanguarda das mulheres que todos os dias nos dão coragem, força e determinação para lutarmos pela Dignidade. Às Mulheres Angolanas devemos a vida mas também a Nacionalidade. O imenso orgulho de sermos angolanos. Grande Dia!

Entre as mulheres da minha vida está Mary Lu Monroe. Muito mais bonita do que a artista de cinema, mais sensível e desesperadamente livre. Frequentámos a tertúlia de filosofia do Mesquita Brehm no último andar do prédio número três da Rua 5 de Outubro, ali na Maianga. No primeiro andar viviam dois padres que davam explicações de Latim. E no terceiro morava eu, que andava a traduzir as Bucólicas de Virgílio. Por isso fiquei assim e nunca mais recuperei.

A Mary Lu foi estudar inglês na própria Inglaterra e alemão em Berlim. Quando acabou os estudos regressou a Angola e arranjou trabalho nos escritórios do Caminho de Ferro de Benguela (CFB) como tradutora e intérprete. Nessa altura andava eu de repórter, aos caídos. Fui salvo pelo Orlando de Albuquerque que me pôs a fazer a página de Artes e Letras do jornal O Lobito, único diário fora de Luanda. Nos intervalos fazia reportagens que vendia (a quem comprava…) por 50 paus a peça ou menos.

Um dia fui reportar a Quilengues e Lola, onde se produzia o melhor tabaco do mundo. Como grande intelectual, à noite fui jogar lerpa nos fundos do bar da vila. Lá conheci o Maciel, regente agrícola que dirigia uma grande fazenda da Algodoeira Agrícola de Angola. A notícia estava ali. Na pátria do tabaco existia uma propriedade com 2.000 hectares de algodão e girassol. Um dos vizinhos era alemão e cultivava sisal. Publiquei a reportagem no semanário Sul e além das despesas ainda recebi 20 paus.

Mais tarde recebi a visita do Maciel em Benguela. Vinha com Herr Schlz Umlaut (não me lembro do seu nome…), o fazendeiro de sisal. Levei-os ao bar da Praia Morena, sentámo-nos ao balcão e pedi três uísques. O meu, sem extras. Se aquilo fosse com gelo e água o fabricante metia esses produtos na garrafa. O qual não. Fizemos um brinde e o senhor karkamano quando levou o copo à boca expeliu o líquido e berrou: Querrem mi matarrr! Não gostei nada daquela repulsa pelo uísque fabricado pelo Artur Pires nas caves do Lobito.

EMMANUEL MACRON VISITOU ANGOLA E ASSINOU ACORDOS DE COOPERAÇÃO

Emmanuel Macron deixa Angola

O Chefe de Estado de França, Emmnuel Macron, deixou, esta tarde, Angola, onde cumpriu uma visita oficial, a convite do seu homólogo, João Lourenço, no quadro do reforço da cooperação entre os dois países.

No Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, o estadista francês recebeu cumprimentos de despedida do ministro das Relações Exteriores, Téte António, e de outros membros do Executivo.

Angola e a França assinaram hoje quatro acordos de cooperação com destaque para os sectores das Telecomunicações e Finanças. 

Ao que o JA Online sabe, Emmanuel Macron segue agora viagem para a República de Democrática do Congo (RDC), no âmbito de um périplo pelo continente africano.

Angola e França relançam cooperação com assinatura de quatro acordos

Angola e França relançaram, esta sexta-feira, em Luanda, a cooperação bilateral com a assinatura de quatro acordos com destaque para os sectores das Finanças e Telecomunicações, testemunhados pelos Presidentes João Lourenço e Emmanuel Macron.

Macron destaca papel essencial de Angola na Região dos Grandes Lagos

O Presidente de França, Emmanuel Macron, destacou, esta sexta-feira, em Luanda, em declarações aos jornalistas, no Palácio Presidencial, o papel essencial que Angola desempenha em termos estratégicos na Região dos Grandes Lagos.

O estadista europeu também falou da cooperação relevante estabelecida entre os dois Estados na formação e capacitação da segurança marítima, para quem é igualmente importante para Angola e os países vizinhos.

Chefe de Estado reitera cooperar com a França em vários domínios

O Presidente da República, João Lourenço, reiterou, esta sexta-feira, em Luanda, o interesse de Angola cooperar com a França em vários domínios, nomeadamente na Agricultura, no Agropecuária e na Energia.

Em declarações à imprensa, no Palácio Presidencial, João Lourenço sublinhou, também, que o seu homólogo, Emmanuel Macron, tem Angola como um parceiro no continente africano que vai cooperar com a França, incluindo no domínio da Paz e da Segurança.

Jornal de Angola

Angola | MARÇO MULHER E POESIA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Alda Lara colocou a Mulher Angolana no mapa da poesia. A sua vida breve (morreu com 31 anos) foi um longo poema de amor. Uma trova dolente no combate incessante pela liberdade e a dignidade. Em 1965, 30 de Janeiro, fomos ao cemitério do Dondo prestar-lhe homenagem. A acácia rubra que Ernesto Lara Filho tinha plantado à cabeceira da sua campa estava quase uma árvore e já dava sombra mas ainda não espargia pétalas vermelhas sobre a tumba da poetisa. Declamámos os seus poemas. 

No grupo iam os poetas Álvaro Novais (Caixa de Fósforos), Joca Luandense e Ernesto Lara Filho que compuseram poemas especialmente para aquele momento. O comandante Leopoldo cantou um sucesso de Belita Palma enquanto o Belini chorava à viola. Se já existisse, tínhamos levado Té Macedo, a diva com voz que chora. Mas mestre Jorge Macedo ainda não tinha filhos. A sua família era a música e a poesia. Seu amor a marimba. 

Alda Lara (Aldinha) era médica na barragem de Cambambe e nas horas vagas percorria as sanzalas prestando cuidados de saúde primários às populações. Amava Angola e o Povo Angolano acima de tudo. Entrou na luta pela Independência Nacional como quem respira. Ela, Noémia de Sousa (Moçambique) e Alda Espírito Santo (São Tomé e Príncipe) são as vozes africanas mais sonantes na poesia. E do melhor que existe na Língua Portuguesa. Orlando de Albuquerque, seu marido e também poeta, juntou toda a sua obra em livro, postumamente. Um serviço inestimável à Literatura Angolana.

Neste Março Mulher recordo aquela romagem ao cemitério do Dondo. Do grupo já todos partiram para o reino do nada. Ficaram na minha memória. E escrevo para que Alda Lara, a primeira poetisa angolana de voz universal, entre na memória de alguns. Talvez se multipliquem e alguém se lembre de estudar a vida e obra dessa voz singular da Poesia Angolana. Quando existia o jornal “Cultura” desafiei José Luís Mendonça a dedicar um suplemento a Alda Lara. Não foi possível. Um dia será.

Macron em África: Menor presença militar não é "descomprometimento"

Presidente francês garantiu hoje, em Libreville, que a reorganização do dispositivo militar francês em África "não é uma retirada nem um descomprometimento" e que a França tem uma nova forma de relação com o continente.

"Não se trata nem de uma retirada nem de um descomprometimento, mas de adaptar um dispositivo", redefinindo as "necessidades" dos países parceiros e oferecendo "mais cooperação e formação", disse Emmanuel Macron num encontro com a comunidade francesa na capital gabonesa, onde vai participar numa cimeira sobre a proteção das florestas tropicais.

O Presidente francês reafirmou também perante a comunidade francesa que era da 'Françafrique', termo habitualmente usado para definir a relação de França com as suas antigas colónias em África, "acabou" e que o país é agora um "interlocutor neutro" no continente.

O chefe de Estado francês havia anunciado na segunda-feira (27.02), num discurso em Paris, uma redução da presença militar francesa, que se concentra há dez anos na luta contra os combatentes extremistas na região do Sahel, e apelou a novas parcerias no continente, longe de ligações opacas e de apoio a líderes locais herdados do período colonial e inerentes à 'Françafrique'.

"A era de 'Françafrique' já passou e às vezes tenho a sensação de que as mentalidades não evoluem ao mesmo ritmo que nós - quando leio, ouço, vejo que são atribuídas à França intenções que ela não tem, que já não tem", declarou Macron.

"Parece que ainda se espera da França posições que ela se recusa a tomar e eu assumo isso totalmente. No Gabão, como noutros lugares, a França é um interlocutor neutro que fala com todos", sublinhou. 

A LIBERDADE DE IMPRENSA ESTÁ MESMO A MORRER?

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião 

Eu bem tentei, fartei-me de dedilhar nas caixas de pesquisa dos sites dos principais jornais e televisões portugueses, mas, até às 18 horas de ontem, quando comecei a escrever este texto, não encontrei uma única referência a esta notícia: passa um ano desde que o jornalista espanhol Pablo Gonzaléz foi preso na Polónia, suspeito de espionagem para a Rússia.

Desde esse dia 28 de fevereiro de 2022 González cumpre uma detenção que a Federação Internacional e Europeia de Jornalistas considera ser "um ataque à liberdade de imprensa e à democracia". "É inaceitável que um estado-membro da União Europeia detenha um jornalista de forma tão arbitrária", concluiu o último comunicado dessa organização, emitido ontem, e que a imprensa portuguesa não citou.

Fui ver os grandes jornais espanhóis.

El Pais: nada. El Mundo: nada. ABC: nada. La Razón: nada. La Vanguardia: peça grande. Público de Espanha (jornal digital para quem González trabalhava): peça grande, mantida todo o dia no topo da primeira página do site.

Leio então o que dizem os artigos dos jornais espanhóis que abordaram o assunto e onde se fala também de algumas intervenções no parlamento espanhol.

González só teve direito a receber a visita da mãe dos seus filhos em novembro, nove meses depois da prisão. Os três filhos foram proibidos de visitá-lo. A prisão preventiva já foi renovada quatro vezes e, na Polónia, isso pode ser feito eternamente, enquanto a investigação durar (que bela democracia!).

As cartas que lhe são enviadas de Espanha demoram em média três meses a serem entregues. O repórter está sozinho dentro de uma pequena cela, 23 horas por dia, diz-se mal alimentado e sem aquecimento ou roupas suficientemente quentes.

A Amnistia Internacional pediu ontem a sua libertação imediata até um julgamento justo e fala em "tratamento desumano" por parte da justiça polaca.

Portugal | SEBASTIANISMO - VELHA GUARDA PSD REGRESSA AO LOCAL DO CRIME

Montenegro diz que regresso de Passos à política será "sempre motivo de satisfação"

Presidente da República sublinhou que não "interfere na vida partidária" e rejeitou especular sobre um eventual regresso à vida política do ex-primeiro-ministro.

O presidente do PSD afirmou esta quarta-feira que um eventual regresso de Passos Coelho à política ativa será "sempre um motivo de satisfação" para o partido e para si próprio, poucos minutos após um breve encontro com o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro visitaram esta quarta-feira a Bolsa de Turismo de Lisboa -- o Presidente chegou antes do meio-dia e o líder social-democrata uma hora mais tarde -, mas o cruzamento acabou por acontecer na zona dedicada à região do Porto.

As perguntas dos muitos jornalistas centraram-se no jantar que juntou na segunda-feira o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, no Grémio Literário, na comemoração dos dez anos do Senado, mas esta quarta-feira nem Marcelo nem Montenegro quiseram prolongar o tema.

De acordo com o Expresso, na segunda-feira, o antigo líder do PSD apontou a falta de um desígnio para o país, mencionou o seu "horizonte político," e o chefe de Estado, que discursou depois, assinalou que "vale a pena fixar este dia", em que Passos Coelho "definiu a sua vida política e pessoal, falando do futuro".

Questionado se tinha falado com Luís Montenegro sobre este tema, o chefe de Estado respondeu: "Falamos sempre, mas não dizemos à comunicação social".

"Quase dia sim, dia sim", acrescentou Montenegro.

"Eu não conto as conversas que tenho aqui com o presidente", disse Marcelo, o que Montenegro confirmou: "E eu muito menos".

TAP | HÁ UM PRENÚNCIO DE MORTE

Miguel Guedes* | Jornal de Notícias | opinião

Uma companhia aérea destas atreve-se a ser má companhia. Depois de arrastar o ministro e putativo líder Pedro Nuno Santos para uma travessia do deserto, a TAP conduziu o poder político para o descrédito.

Esta TAP é um avião em queda a pique e morte lenta, não fosse património, bandeira e viveiro de trabalhadores desconsiderados em nome próprio, sistemática e vergonhosamente, por anos a mais de gestão danosa com o alto patrocínio de quem decide. No momento em que se considera a reintegração de Alexandra Reis ou a devolução de parte da indemnização que lhe foi atribuída ao sair pelo próprio pé, a piada faz-se sozinha. O poder que teima em dar tiros nos pés está em rota livre de colisão e faz-se à pista.

Infelizmente, aqui nada acaba em bem quando tão mal começa. O que se sabe sobre a saída de Alexandra Reis da TAP não configura fundamentação alguma para uma indemnização que só poderia ter lugar por cessação unilateral e forçada. Isso será evidente no parecer da Inspecção-Geral de Finanças e, pela reacção de Christine Ourmières-Widener, já fez soar os alarmes na administração da companhia aérea que promete uma reacção em conformidade. Sabendo-se que Alexandra Reis já prometera repor tudo o que tivesse recebido indevidamente, criam-se condições para que tudo acabe em bem. Ou em mais uma indemnização, agora à CEO da TAP.

A aterragem fora de pista de Marcelo Rebelo de Sousa pedia consequências entretanto esclarecidas: apenas jurídicas, não políticas. O esclarecimento do presidente da República (PR) surge em tempo, até porque sabe não poder desencadear um prenúncio de crise política com a demissão de Fernando Medina. A demissão de Medina seria, neste contexto, um abalo fatal para o Governo e, caso o Governo caísse, a oposição de Luís Montenegro ainda não se encontra requalificada para vencer.

Num cenário de crise política, em sinergia de aliança negativa, as forças à direita do PSD iriam crescer, nomeadamente a extrema-direita. Marcelo não quer ficar com esse ónus. Por outro lado, as forças à esquerda do PS tenderiam a ter voto útil em António Costa, como sucedeu nas últimas eleições perante a ameaça da aliança do PSD com a extrema-direita. Mais do que Rui Rio, Luís Montenegro só reforçou, incompreensivelmente, essa "certeza".

E, depois, o fantasma de Passos Coelho. Marcelo dá sinais de esperar por Passos Coelho como antes se esperava por D. Sebastião. "Vale a pena fixar este dia", extraordinária sentença adivinhatória do PR. Não será por acaso que o PS anunciou querer investigar o contrato de venda da TAP a David Neeleman, da responsabilidade do Governo de Passos Coelho. O PS a fazer oposição ao futuro, de braço dado com Luís Montenegro. Sente-se, onde quer que seja, um prenúncio de morte.

*Músico e jurista

CURTO | Assim vai o inferno e coio de vigaristas e energumenos donos de Portugal

Perdeu o cabelo há uns anos quando foi primeiro-ministro do governo escabroso que quase tudo vendeu mas que os pobretes e alegretes de Portugal continua a pagar com línguas de palmo e meio, de carências na saúde, na educação, na justiça e etc., etc.. Quem não sabe como foi e como é?

Pois é. Esse tal careca está de volta e já não é o vaidoso penteadinho mais preocupado com a queda de cabelo do que com a queda do país.

Ele, esse, só não voltou porque nunca se foi embora - esse tal famigerado mal-afamado Passos Coelho. A estratégia cumpre-se e lá vem o Sebastião Passos numa manhã de sol fazer chover se houver seca, ressuscitar mortos dos tempos dos cortes financeiros, da miséria e da fome que gerou arregimentado com uns quantos 'dêdêtês' - donos disto tudo para melhor entenderem. Afinal nossos donos e deste país à beira mar mal plantado, desta plebe que anda a zanzar pelas cidades, vilas e aldeias, nos campos e nas partes já desertificadas a contar cêntimos e a fazer cruzes abençoadas de boca aberta, abençoando a fome de tudo. Principalmente fome de políticos e empresários honestos. Não uns que são doentiamente focados nos seus umbigos, familiares e amigos do mesmo jaez. Corrupção, conluio e nepotismo é o que os alimenta e a fonte que os sustenta nas mordomias  são todos os escravos da plebe lusa e agora já a plebe imigrante, igualmente iludida e mal paga. Ainda mais mal paga e superiormente explorada.

O "caldinho" há muito que está feito nas cozinhas das elites constituídas pelos mesmos de sempre. Um Cavaco bisou e trisou, um Soares idem, ambos no passado mais distante. Desse par um ainda respira em formato de múmia, ainda esgana arremedos de sorrisos e bota palavra sem consciência daquilo que representa, Fiel às suas origens salazaristas e pidescas. Esses, então, foram os 'papas' da mentira, anunciando falsamente liberdade e esperança de justiça. Afinal, 'comeram' demais e geraram a fome que não nos larga. Ambos deixaram discípulos. Ei-los agora na ribalta, a fazer o mesmo que aprenderam cpm o duo ido dos maus exemplos. Sempre rumo à direita desumana, a vender o país e os plebeus que forçadamente laboram nas proximidades do esclavagismo e em lodos putrefactos da indignidade e mais além...

Dizer mais para quem e para quê? Se o rebanho caminha cego, surdo e quase mudo. Só balindo de vez em quando, raramente. E na hora de votar vai nas loas dos credenciados aldrabões e às vezes ladrões do costume.

A estrumeira da política lusa é o que é. Só não vê e repudia veementemente a realidade quem não quer ou também está a ganhar algumas migalhas com o imenso estrume que as elites produzem...

Bom dia. Este é o Expresso Curto que vale sempre ler. Hoje na lavra de Martim Silva, em ascensão no burgo de Balsemão Impresa de Bilderberg. Nem mais, nem menos. É qb.

Novidades constantes no Curto: "Estado não sabe"... (sobre habitação). "Novo Banco acelera reforço do Estado..." (um esgoto que come tudo sem parar). Sobre Cavaco Silva e seu plano da treta em 1980... Deu para os portugueses arrotarem a fome proporcionada pelo professor e PIDE de Salazar, também professor esse tal Cavaco. Vale o tempo ler a anunciada realidade. Também histórias que foram e continuam infelizmente a ser realidades tenebrosas para os milhões de portugueses ludibriados e famintos de uma elite de qualidade, humana, honesta em todas as vertentes. Mas isso não se aprende nas universidades como nos mostra a lusa predação desses tais... Adiante, para acabar por aqui.

Bom fim de semana, se descobrir como tal será possível neste inferno e coio de vigaristas e energumenos donos de Portugal. Adiante, pois.

MM | PG

Portugal | EFEITO TRAMPOLIM


Henrique Monteiro | Henricartoon

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