segunda-feira, 20 de março de 2023

20 MENTIRAS SOBRE A GUERRA DO IRAQUE

Em comemoração ao 20º aniversário da invasão da OTAN liderada pelos EUA no Iraque, republicamos este artigo publicado em julho de 2003 por Glen Rangwala e Raymond Whitaker. 

A administração Bush iniciou a guerra sob o pretexto de que o Iraque possuía armas de destruição em massa (WMD), que os governos dos EUA e do Reino Unido sabiam ser falsas mesmo antes da invasão. 

Depois de 20 anos, o Iraque está em frangalhos. A presença contínua de militares dos EUA no país só causou mais sofrimento e dificuldades aos iraquianos.

A invasão deve nos ensinar lições sobre a “guerra ao terror” e os “esforços humanitários” dos Estados Unidos.

O artigo abaixo nos lembrará de 20 mentiras que foram usadas para justificar a guerra ilegal.

Glen Rangwala e Raymond Whitaker | Global Research, 19 de Março  de 2023 | The Independent 13 de julho de 2003 | # Traduzido em português do Brasil

AS MENTIRAS

1 - O Iraque foi responsável pelos ataques de 11 de setembro

Um suposto encontro em Praga entre Mohammed Atta, líder dos sequestradores de 11 de setembro, e um oficial da inteligência iraquiana foi a principal base para essa afirmação, mas a inteligência tcheca mais tarde admitiu que o contato do iraquiano não poderia ter sido Atta. Isso não impediu o fluxo constante de afirmações de que o Iraque estava envolvido no 11 de setembro, que foi tão bem-sucedido que, a certa altura, as pesquisas de opinião mostraram que dois terços dos americanos acreditavam que a mão de Saddam Hussein estava por trás dos ataques. Quase o mesmo número acreditava que sequestradores iraquianos estavam a bordo dos aviões acidentados; na verdade, não havia nenhum.

2 - Iraque e al-Qa'ida estavam trabalhando juntos

Alegações persistentes de líderes americanos e britânicos de que Saddam e Osama bin Laden estavam em conluio entre si foram contrariadas por um relatório vazado da equipe de inteligência de defesa britânica, que dizia não haver vínculos atuais entre eles. Os "objetivos de Bin Laden estão em conflito ideológico com o atual Iraque", acrescentou.

Outra vertente das alegações era que os membros da Al Qaeda estavam sendo abrigados no Iraque e montaram um campo de treinamento de venenos. Quando as tropas americanas chegaram ao campo, não encontraram vestígios químicos ou biológicos.

3 - O Iraque estava buscando urânio da África para um programa de armas nucleares “reconstituído”

O chefe da CIA agora admitiu que os documentos que pretendiam mostrar que o Iraque tentou importar urânio do Níger, na África Ocidental, foram forjados e que a alegação nunca deveria ter estado no discurso do presidente Bush sobre o Estado da União. A Grã-Bretanha mantém a afirmação, insistindo que tem “inteligência separada”. O Ministério das Relações Exteriores admitiu na semana passada que esta informação está agora “em revisão”.

NA GUERRA ENTRE O JUDAÍSMO E A DEMOCRACIA EM ISRAEL, TUDO É POSSÍVEL

Michael Omer-Man escreve : Quase exatamente 10 anos atrás, uma jovem estrela em ascensão no partido Likud, falou para uma audiência comprometida com a anexação definitiva dos territórios palestinos ocupados, apresentando seu projeto. Um ano depois, esse mesmo orador estabeleceu alguns pré-requisitos para a anexação total: primeiro, uma mudança na forma como o público israelense pensa sobre uma 'solução de dois Estados' para a Palestina; e, em segundo lugar, uma reformulação radical do sistema jurídico “que nos permitirá dar os passos no terreno … que avançam a soberania”.

Alastair Crooke* | Strategic Culture Foundation ! # Traduzido em português do Brasil

O que foi refletido nesta declaração é a dicotomia estrutural inerente à 'idéia' de 'Israel': O que é então 'Israel'? Um lado sustenta que Israel foi fundado como um 'equilíbrio' entre o judaísmo e a democracia. O outro diz 'absurdo'; sempre foi o estabelecimento de Israel na “Terra de Israel”.

Ami Pedahzur, um cientista político que estuda a direita israelense, explica que a direita religiosa “sempre considerou a Suprema Corte de Israel uma abominação”. Ele aponta que o extremista Meir Kahane “uma vez escreveu extensivamente sobre a tensão entre o judaísmo e a democracia e a necessidade de um Sinédrio [um sistema bíblico de juízes] em vez do sistema judicial israelense existente”.

Na tentativa de Israel  equilibrar essas visões e interpretações opostas da história, a direita israelense vê o judiciário como tendo sido deliberadamente inclinado para a democracia (por uma parte da elite israelense). Essa tensão latente finalmente explodiu com a alegação de 1995 da Suprema Corte de que ela possuía poder de revisão judicial sobre a legislação do Knesset (parlamentar) considerada em conflito com as quase constitucionais Leis Básicas de Israel. (Uma constituição israelense foi considerada desde 1949, mas nunca atuou.)

Bem, aquela 'jovem estrela' de 10 anos atrás – que afirmou com tanta força “Não podemos aceitar…" hoje é o Ministro da Justiça de Israel, Yariv Levin.

E com o tempo, Netanyahu de fato já trouxe esse primeiro pré-requisito (delineado por Levin há quase uma década): a perspectiva pública israelense sobre a fórmula de Olso de dois estados mudou radicalmente. O apoio político a esse projeto paira próximo de zero na esfera política.

Mais do que isso, o primeiro-ministro de hoje, Netanyahu, compartilha explicitamente a mesma ideologia de Levin e seus colegas – ou seja, que os judeus têm o direito de se estabelecer em toda e qualquer parte da 'Terra de Israel'; ele também acredita que a própria sobrevivência do povo judeu depende da atuação dessa obrigação divina na prática.

A viagem do presidente Xi a Moscovo solidifica a entente sino-russa

Assim como essas duas Grandes Potências sincronizaram anteriormente a Parceria da Grande Eurásia da Rússia e a Iniciativa do Cinturão e Rota da China, agora também estão prontas para sincronizar o Manifesto Revolucionário Global da primeira com as iniciativas globais da segunda sobre desenvolvimento, segurança e civilização, que solidificarão sua nascente entente e, assim, acelerar sem precedentes a transição sistêmica global para a multipolaridade.

Andrew Korybko* | Substack | # Traduzido em português do Brasil

trifurcação iminente das Relações Internacionais resultará na formação de três blocos de fato da Nova Guerra Fria : o Bilhão de Ouro do Ocidente liderado pelos EUA , a Entente Sino-Russo e o Sul Global informalmente liderado pela Índia . Leitores intrépidos podem revisar a análise de hiperlinks anterior para aprender mais sobre as grandes dinâmicas estratégicas por trás desta última fase da transição sistêmica global , enquanto a presente irá elaborar sobre aqueles conectados à Parceria Estratégica Russo-Chinesa em particular.

Essas duas grandes potências eurasianas já haviam alinhado estreitamente suas políticas externa e econômica muito antes de a Rússia ser forçada a iniciar sua operação especial na Ucrânia no ano passado, depois que a OTAN cruzou clandestinamente suas linhas vermelhas e se recusou a resolver diplomaticamente seu dilema de segurança. Isso se deveu à sua visão multipolar compartilhada, que por sua vez resultou em Moscou sincronizando sua Parceria da Grande Eurásia (GEP) com a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) de Pequim.

O propósito por trás disso era potencializar os processos multipolares em todo o supercontinente com vistas a tornar as Relações Internacionais mais democráticas, igualitárias, justas e previsíveis muito mais cedo do que os observadores mais otimistas poderiam esperar. Nada disso foi impulsionado pela animosidade antiocidental, já que ambos imaginavam que a UE e os EUA desempenhariam papéis pragmáticos nesta ordem mundial emergente, o que é comprovado por seu engajamento proativo de cada um ao longo dos anos.

A Rússia esperava poder resolver diplomaticamente seu dilema de segurança com os EUA sobre a expansão da OTAN, ao mesmo tempo em que o encorajava e à UE a fazer com que Kiev implementasse os Acordos de Minsk , encerrando assim a então Guerra Civil ucraniana e otimizando o comércio transeurasiano. Enquanto isso, muitos países da UE aderiram ao BRI e a China chegou a firmar um pacto de investimento com o bloco, ao mesmo tempo em que buscava resolver diplomaticamente seu próprio dilema de segurança com os EUA e elaborar um novo acordo comercial com eles.

Putin anuncia disposição para discutir o plano da China para a Ucrânia com Xi Jinping

Putin em uma reunião com Xi Jinping anunciou sua disposição para discutir o plano de Pequim para a Ucrânia

MOSCOU, 20 de março - RIA Novosti. Moscou tomou conhecimento do plano para um acordo na Ucrânia proposto por Pequim, disse Vladimir Putin no início de uma reunião informal com o presidente chinês, Xi Jinping, no Kremlin.

# Traduzido em português do Brasil

O líder chinês chegou hoje à Rússia em visita de Estado.

"Estudamos cuidadosamente suas propostas para resolver a crise aguda na Ucrânia. <...> Estamos sempre abertos ao processo de negociação. Discutiremos, é claro, todas essas questões, incluindo suas iniciativas, que consideramos, é claro , com respeito", disse o presidente da Rússia.

Ele parabenizou seu convidado por sua reeleição para o cargo principal pela terceira vez, o que mostra que o povo da China apreciou o trabalho de Xi Jinping na década anterior.

"Nos últimos anos, a China deu um salto colossal em seu desenvolvimento. Em todo o mundo, isso é de interesse genuíno e até o invejamos um pouco", disse Putin.

O chefe de Estado acrescentou que Moscou e Pequim ainda têm muitas tarefas e objetivos conjuntos.

Por sua vez, Xi Jinping recorreu a Putin como seu amigo.

"Caro presidente Putin, sempre o chamo de meu querido amigo. <...> Estou muito satisfeito em fazer uma visita de estado à Rússia mais uma vez a seu convite, especialmente imediatamente após minha próxima reeleição como presidente da RPC, " ele disse.

A Rússia alcançou sucesso e prosperidade graças à forte liderança de seu presidente, enfatizou o líder chinês. Ele expressou confiança de que o povo russo apoiaria Putin em seus empreendimentos.

"O lado chinês presta muita atenção ao desenvolvimento das relações sino-russas, pois isso tem sua própria lógica histórica, já que somos os maiores países vizinhos, somos parceiros em uma cooperação estratégica abrangente. É esse status que determina o que deve ser entre estreita relação entre nossos países", afirmou.

Após os comentários de abertura, os dois líderes iniciaram conversas em formato tête-à-tête, e a comunicação continuará durante o jantar.

A reunião oficial entre Putin e Xi Jinping será realizada no Grande Palácio do Kremlin amanhã às 15:00.

Esta é a primeira viagem internacional de um líder chinês desde a sua reeleição, e decorrerá de 20 a 22 de março.

Xi Jinping, como chefe de Estado, visitou a Rússia oito vezes desde 2013, mais do que qualquer outro país. No total, nos últimos dez anos, Vladimir Putin e Xi Jinping se encontraram mais de 40 vezes em vários formatos.

Imagem: © RIA Novosti / POOL - Ir para o bancode mídia - O presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, durante uma reunião

China e Rússia são vizinhos amigáveis e parceiros confiáveis, diz Xi Jinping

É relatado que os dois países aprofundaram a confiança política mútua, expandiram a cooperação prática e continuam a cooperação estreita e eficiente na arena global

MOSCOU, 20 de março. /TASS/. Pequim e Moscou são vizinhos amigáveis ​​e parceiros confiáveis, disse o presidente chinês, Xi Jinping, na segunda-feira, ao chegar à capital russa em uma visita de Estado.

# Traduzido em português do Brasil

"É um grande prazer pisar novamente no solo da Rússia, nosso vizinho amigo, e fazer uma visita de Estado à Federação Russa a convite do presidente Vladimir Putin", disse o líder chinês.

"Em nome do governo e do povo chinês, desejo estender calorosas saudações e votos de felicidades ao governo e ao povo russo", acrescentou. "China e Rússia são vizinhos amigáveis ​​e parceiros confiáveis ​​conectados por montanhas e rios compartilhados", enfatizou Xi Jinping.

"Dez anos atrás, fiz minha primeira visita de Estado à Rússia como presidente chinês e, junto com o presidente Putin, abri um novo capítulo no desenvolvimento geral das relações China-Rússia", disse o presidente.

"Na última década, nossos dois países consolidaram e desenvolveram o relacionamento bilateral com base na não-aliança, no-confronto e sem visar terceiros, e deram um bom exemplo para o desenvolvimento de um novo modelo de relações entre os principais países, apresentando respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ganha-ganha", enfatizou.

Os dois países aprofundaram a confiança política mútua, expandiram a cooperação prática e continuam a cooperação estreita e eficiente na arena global, disse o líder chinês.

A China e a Rússia "forjaram uma amizade de longa data" entre seus povos", enfatizou Xi. "O crescimento das relações China-Rússia não só trouxe benefícios tangíveis para o povo de nossos dois países, mas também fez contribuições importantes para o desenvolvimento e progresso do mundo", disse.

Imagem: Presidente chinês Xi Jinping © Sergei Savostyanov/TASS

Rússia e China contribuem para fortalecer mundo multipolar, diz Putin

Nota-se que tanto a Rússia quanto a China têm muitos assuntos a discutir na esfera da interação econômica também.

MOSCOU, 20 de março. /TASS/. As relações entre Moscou e Pequim contribuem para fortalecer o mundo multipolar, disse o presidente russo, Vladimir Putin, em uma reunião com o líder chinês Xi Jinping na segunda-feira.

# Traduzido em português do Brasil

"Como um todo, nossa interação no cenário internacional sem dúvida contribui para fortalecer os princípios fundamentais da ordem mundial e do sistema multipolar", enfatizou o líder russo.

Ambos os países têm muitas questões a discutir também na esfera da interação econômica, disse Putin.

"Amanhã poderemos falar sobre isso com a participação de nossos parceiros e contrapartes. Hoje estou feliz que você tenha considerado possível encontrar tempo e vir à noite para conversar com calma sobre todos os assuntos de interesse para nós em um ambiente informal e amigável", disse o presidente russo.

"De nada", disse Putin, cumprimentando seu homólogo chinês.

Putin e Xi Jinping realizarão suas conversas básicas em 21 de março com a participação de delegações de ambos os países.

Imagem: O presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente chinês, Xi Jinping © Alexei Druzhinin/Serviço de Imprensa Presidencial da Rússia/TASS

O DECLÍNIO DE PORTUGAL -- Eugénio Rosa

– numa UE em rápido e acentuado declínio
– numa UE que deixou de ser um interlocutor válido e ouvido internacionalmente
– numa UE cada vez mais dependente e atrelada aos EUA
– num mundo em rápida mudança onde estão a surgir novos blocos políticos
– num mundo em fragmentação e com uma desglobalização crescente tornando mais difíceis os fluxos internacionais

Eugénio Rosa [*]

Arrisco-me a que este estudo seja considerado longo e cause a desistência do leitor, mas mesmo assim aventurei-me a publicá-lo, pois dividi-lo em partes poderia levar a que se considere o momento em que vivemos, de um confronto crescente entre grandes potencias e de fragmentação mundial, como menos perigoso do que é. Só a analise conjunta das diversas partes é que poderá dar uma ideia da gravidade da situação que se procura esconder com faits divers nos media.

É impossível compreender as graves dificuldades que o país e os portugueses enfrentam atualmente se a análise for desligada do contexto mundial como alguns fazem. Crescimento anémico, inflação, aumento vertiginoso dos preços da energia e dos produtos alimentares, subida das taxas de juro com efeitos dramáticos para as famílias e para as empresas, falências de empresas, instabilidade crescente no sistema financeiro, a perda de acesso a mercados importantes quer de exportações quer de importações devido à guerra e às sanções, o ascendente de uma Comissão Europeia, sem visão estratégica e totalmente subserviente ao poder americano o qual colocou a UE num beco sem saída, que se assume como governo da UE, como aconteceu na recente ida de Úrsula von der Leyen aos EUA onde negociou um acordo sobre matérias-primas com Biden sem conhecimento dos governos dos países europeus (só possível pelo facto destes governos serem submissos a tudo que vem de Bruxelas), a degradação da democracia em que os sintomas mais visíveis são “ quem pensa diferentemente do pensamento dominante veiculado pelo governo e pelos medias é considerado amigo do inimigo” e “a proibição de acesso a meios de comunicação que não sejam de países do ocidente alargado” (agora pretendem proibir os europeus de ter acesso ao TikTok mas não ao Facebook ou o Twitter porque são americanos). “Eles”, os “senhores” é que querem escolher o que podemos ver e ouvir como acontecia no salazarismo, com a justificação semelhante à que Salazar utilizava para impedir que os europeus sejam enganados pela propaganda inimiga como se estes fossem crianças, etc, etc. Repetindo, é impossível compreender os problemas que o país e os portugueses enfrentam se a análise for desligada do contexto internacional pois há causas internas (por ex., incompetência e paralisia do governo), mas também existem causas externas de peso que estão a afetar muito a vida dos portugueses e a causar os problemas graves ao país. A escalada de preços não resulta apenas da especulação interna como o governo e os seus defensores pretendem fazer crer.

A ADESÃO À UE NÃO TROUXE NEM MAIOR CRESCIMENTO ECONÓMICO NEM MAIOR JUSTIÇA NA REPARTIÇÃO DA RIQUEZA CRIADA NO PAÍS ENTRE O TRABALHO E O CAPITAL. AS DESIGUALDADES ESTÃO A AUMENTAR

Segundo o INE, nos 11 anos posteriores ao 25 de Abril até adesão à União Europeia (1975-1985) a média das taxas de crescimento económico do país foi de 2% ao ano, após a entrada para UE (1986-2022) caiu para 1,9%.

Mas não foi só a nível da taxa de crescimento económico que a adesão à UE não trouxe melhorias. Tão pouco isso se verificou na repartição mais justa da riqueza criada no país. Segundo dados do INE, a parcela da riqueza criada no país (PIB) que os trabalhadores recebem sob a forma de “Ordenados e salários” correspondia, em 1973, a 49,5% do PIB; em 1975 a 62% do PIB; em 1985 (véspera da adesão à UE) a 37,6%; em 2011 a 36,1%; em 2015 a 34% e em 2021, a 37,3% do PIB, ou seja, menos do que no ano anterior à adesão à UE (1985) que fora 37,6%. Portanto, também na repartição mais justa da riqueza criada no país (PIB) entre o Trabalho e o Capital, a adesão à UE não trouxe para os portugueses qualquer melhoria.

NA ÚLTIMA DECADA O CRESCIMENTO ECONÓMICO DA UE FOI ANÉMICO, MAS O DE PORTUGAL FOI PIOR

Entre 2011 e 2022, a média das taxas de crescimento económico (PIB real) da UE foi de 1,4% ao ano, enquanto a do nosso país a média das taxas de crescimento económico foi apenas 0,9%/ano. E as previsões para 2023 e 2024 são respetivamente de 0,7% e 1% para a União Europeia, e 1% e 1,8% para Portugal. Taxas que confirmam a continuação do declínio da UE e de Portugal, pois com taxas desta natureza inferiores ao crescimento mundial o declínio da UE será inevitável e o nosso país não sairá da situação de atraso em que se encontra 37 anos após ter aderido à UE.

Interessa referir que há países da UE onde o crescimento foi muito superior ao de Portugal, nomeadamente os que aderiram mais recentemente (após o ano de 2000). No período 2011-2022, a média das taxas de crescimento económico foi na Bulgária de 2,2%/ano; na Estónia 3,3%/ano; na Letónia 2,8%/ano; na Lituânia 3,5%/ano, na Roménia 3,5%/ano; na Eslovénia 2,3%/ano; na Eslováquia 2,1%/ano; e na Hungria de 2,9%/ano.

A questão que se coloca é esta: Por que razão Portugal tem tido um crescimento económico anémico, inferior mesmo ao da UE que tem sido muito inferior ao crescimento económico mundial (por ex., em 2023, prevê-se que crescimento mundial seja 2,9% e o da UE apenas 0,7%, ou seja, menos de um quarto)?

Portugal | SIGA A MARINHA SEM NARCISOS NEM PASSO TROCADO. VIVA NABEIRO!

Henrique Monteiro em Henricartoon

Priorizando o navio Mondego da Armada Portuguesa eis o Expresso Curto, por Candeias. Relacionado com o caso Mondego e em última hora adiantamos no PG que sobre a referência ao caso em que, como descrito mais em baixo, os 13 marinheiros seriam hoje presentes à justiça para audiência ocorreu um adiamento/anulação por ordem do Ministério Público sem data marcada. Veja em baixo.

Rui Nabeiro faleceu. Viva Nabeiro! Um dos melhores campomaiorenses. O mais que tudo e do melhor em Campo Maior. Quem lhe batesse à porta tinha sempre ajuda e resposta pronta o mais possível de acordo com a sua solicitação. Sentimos no PG a perda de um bom e grande homem, como todos os que conheciam a sua solidariedade e humanismo. Portugal ficou ainda mais pobre.

Outros assuntos no Curto de hoje espicaçam o interesse de lerem. Recomendamos. Boa semana, se conseguirem. (PG)

SIGA A MARINHA 

Pedro Candeias, editor de Sociedade | Expresso

Antes de mais, uma pausa para compromissos promocionais: se é assinante do Expresso, não perca o próximo “Junte-se à Conversa” de 22 de março (quarta-feira), às 14h, subordinado ao tema “Apoios às famílias: as medidas temporárias chegam?”. Desta discussão farão parte o diretor-adjunto David Dinis e o editor de Economia João Silvestre. Inscreva-se

Bom dia,

O HDMS Glenten foi comprado à Dinamarca pelo estado português em 2014 por seis milhões de euros e depois rebatizado NRP (Navio da República Portuguesa) Mondego. Tem 54 metros, uma dimensão relativamente pequena, uma guarnição de 25 a 26 homens, número razoavelmente baixo, e é uma das nossas três embarcações da classe Tejo. As outras são o NRP Tejo e o NRP Douro, e são todos navios-patrulha costeiros, uma designação autoexplicativa já que vigiam, fiscalizam e patrulham.

Nada por aí além, portanto, sobretudo quando pensamos em navios de guerra, com aqueles canhões, aquela artilharia pesada, as plataformas concorridas e as coreografias no convés que sugerem que algo de bastante importante poderá estar para acontecer.

Mas o NRP Mondego está metido numa encrenca que extravasa o seu modesto tamanho e as suas circunscritas competências: está metido num caso nacional, que também é um caso de política e a partir de hoje um caso de polícia militar.

Portugal | BANANAS DA MADEIRA

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião

Gouveia e Melo atribuiu o caso Mondego a uma cabala política para o prejudicar nas Presidenciais. Talvez o inverso seja mais verdadeiro: se não andasse tão ocupado a promover a sua imagem - violando o recato que a sua posição obriga, mesmo por lei -, enfim, se seguisse a disciplina que tanto apregoa, problemas deste calibre seriam prevenidos.

De resto, toda a gestão com que o Capitão-Campeão das vacinas tem conduzido este caso é um tiro no porta-aviões. Desde estes taticismos políticos incompatíveis com a carreira de armas, até à Justiça Militar concluída e aplicada em directo para as televisões (sem inquérito, nem peritagem): a coisa não apenas soa a bota da tropa, como desenha o pior prognóstico político. Onde está a presunção de inocência? E os regulamentos e códigos de Justiça Militar?

A sério que era necessário, perante a passagem normativa e ordeira de um vaso oceanográfico, montar a narrativa para papalvos do "navio russo espião"? Saiu-lhe mal.

Por muito que custe ao Chefe do Estado-Maior da Armada, que pretende ser o próximo dono disto tudo, é a Constituição e a Lei que limitam a autoridade militar, que ainda não sabemos se foram desrespeitadas (e por quem) no caso em apreço. Isso é matéria para os tribunais.

Aliás, os juízes considerarão se os limites ao exercício do poder foram violados de acordo com o artº. 19º do Estatuto dos Militares das Forças Armadas.

TPI: Mandado de prisão para Putin. Também para crimes de guerra dos EUA, Bush e etc?

China pede ao TPI "postura objetiva e imparcial" após mandado de prisão para Putin

Declaração do porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês acontece poucas horas antes do início da visita de Estado do presidente da China, Xi Jinping, à Rússia.

A China pediu hoje ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que evite "dois pesos e duas medidas", depois de este ter emitido um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, por crimes de guerra.

"O TPI deve adotar uma postura objetiva e imparcial, respeitar a imunidade jurídica dos chefes de Estado (...) e evitar a politização e a duplicidade de critérios", afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, poucas horas antes do início da visita de Estado do presidente da China, Xi Jinping, à Rússia.

O Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, acusou Putin de ser pessoalmente responsável pelo rapto de milhares de crianças da Ucrânia. Os governos que reconhecem a jurisdição do tribunal vão ser assim obrigados a deter Putin se ele visitar o seu país.

Putin ainda não comentou o anúncio, mas o Kremlin rejeitou a medida e considerou-a "escandalosa e inaceitável".

Questionado se o mandado de prisão contra Putin ou a sua viagem - relâmpago à cidade de Mariupol vai afetar a visita do presidente chinês, Xi Jinping, a Moscovo, que arranca hoje, o porta-voz limitou-se a responder que Pequim "sempre defendeu o diálogo e a negociação para resolver a crise ucraniana".

"A comunidade internacional deve desempenhar um papel construtivo para alcançar um acordo pacífico e fazer mais para promover a paz e as negociações", acrescentou.

Canberra diz ser um negociante duplo em sua política para a China após acordo AUKUS

Canberra alertou sobre ser um negociante duplo em sua política para a China após um acordo agressivo com a AUKUS

Analistas pediram a Pequim que fique alerta em relação a Canberra, que pode ser uma vigarista em relação à sua política para a China, depois que o ministro da Defesa da Austrália afirmou que a Austrália "absolutamente não" deu aos EUA o compromisso de se juntar a seu principal aliado de segurança em um potencial conflito sobre a questão de Taiwan nas negociações AUKUS.

Xu Keyue | Global Times | # Traduzido em português do Brasil

Richard Marles, ministro da Defesa australiano, fez o comentário no domingo enquanto continuava a defender o plano de várias décadas da Austrália de adquirir submarinos movidos a energia nuclear com a ajuda dos EUA e do Reino Unido, a um custo total de até US$ 368 bilhões entre agora e o meados da década de 2050, informou a mídia.

Marles disse à mídia australiana ABC que os submarinos AUKUS apoiariam os interesses da Austrália em "proteger o comércio e a liberdade de navegação e voo no Mar da China Meridional". Ele também citou o chamado rápido crescimento militar da China, que "molda o cenário estratégico em que vivemos".

"Queremos o melhor relacionamento possível com a China e estamos trabalhando muito para estabilizar esse relacionamento", disse Marles.

Expatriados encontram vantagens em criar suas famílias na China mais do que bem

Um artigo do The New York Times intitulado A China ajudou a criar meus filhos americanos e eles se saíram bem, escrito por uma mãe americana, pode explicar parcialmente por que um número crescente de famílias de expatriados está escolhendo escolas chinesas para seus filhos, dado que cada vez mais pessoas de países ocidentais Os países têm gostado de trabalhar e viver na China, à medida que o país continua a expandir a abertura.

Feng Yu, em Ningbo | Global Times | # Traduzido em português do Brasil

Essas famílias de expatriados acreditam que viver em um país em rápido desenvolvimento com taxas de criminalidade muito baixas faz muito mais bem do que mal, e seus filhos podem aprender chinês, uma língua estrangeira muito importante. Eles se consideram uma parte ativa da economia chinesa e também contribuem com os esforços que fazem em suas carreiras.

Educação local

Entre eles estão John Burrows, da Grã-Bretanha, que trabalha na Universidade de Nottingham Ningbo China, e sua esposa sul-coreana Rachel Kim. O casal mora em Ningbo, uma cidade na província de Zhejiang, no leste da China. Seus filhos, John, de 9 anos, e Ella, de 7 anos, estão estudando na escola privada chinesa Huamao International, no distrito de Yinzhou.

"Por que decidimos nos mudar para a China? Houve muitos fatores, incluindo a experiência internacional para as crianças e as oportunidades de trabalho. Sentimos que seria bom criá-los internacionalmente para que se tornassem mais como cidadãos internacionais. Naturalmente, nos envolvemos no sistema educacional chinês, e o mais importante é que queremos que aprendam chinês", disse Burrows ao Global Times.

"Tanto meu filho quanto minha filha estão muito felizes por estar nesta escola internacional com o programa International Baccalaureate [IB]. Todos os dias, quando eles voltam para casa, eles contam o que fizeram e, especialmente, minha filha está muito animada em compartilhar sobre o que ela fez na escola. Estamos bastante satisfeitos com a escola, o curso IB e o ambiente bilíngue inglês e chinês", ecoou Kim. 

"Não acho que exista um sistema educacional ideal. É fortemente baseado em cultura e valores. Certos aspectos do sistema educacional chinês ou do sistema educacional oriental são melhores do que o sistema educacional ocidental. O sistema educacional chinês é baseado no respeito; esse é um valor realmente importante. Isso explica muito sobre por que as taxas de criminalidade são muito mais baixas em cidades como Ningbo e grandes cidades como Xangai em comparação com as cidades europeias", disse Burrows.

Burrows disse que ficou muito satisfeito ao ler o artigo do The New York Times, concordando especialmente com um parágrafo, que dizia: "Com o crime e as preocupações com a segurança pessoal praticamente eliminadas, nossas filhas estavam andando de metrô sem supervisão em uma cidade de cerca de 26 milhões de pessoas de aos 11 anos de idade."

Sobre a questão da liberdade, Burrows disse que há diferentes atitudes em relação a ela. 

"No Ocidente, às vezes vemos a liberdade em um sentido muito restrito de ter mais opções políticas, mas coisas como prosperidade econômica e baixas taxas de criminalidade são, na verdade, liberdades muito maiores", disse Burrows.

Ele disse que sentiu que viver em um país com uma taxa de criminalidade muito baixa é algo que provavelmente é o mais importante. Em seus seis anos e meio morando em Ningbo, a família testemunhou a cidade se transformar em um lugar mais vibrante e emocionante.

"Agradecemos o fato de que nos deu muito. Somos uma parte ativa da economia. Temos a oportunidade de ganhar dinheiro aqui e também damos valor. Eu ensino alunos, estou agregando valor à sociedade chinesa. É' 

"Pessoalmente, tenho uma forte sensação de liberdade aqui em relação a essas coisas sobre as quais eu estava falando, especialmente o crime, e a sensação de que você não precisa estar no limite tanto quanto pode estar em certos países ocidentais", disse Burrows. .

Kim disse que apoia as medidas de gerenciamento da COVID-19 na China desde o início. "Estivemos bem protegidos nos últimos três anos e o recente ajuste de rebaixamento também é apropriado." 

A visita de Xi à Rússia transmite grande significado, injeta certeza e energia positiva

Bai Yunyi em Moscou e Chen Qingqing em Pequim | Global Times | Imagem: VCG | # Traduzido em português do Brasil

Espera-se que a visita de Estado do presidente chinês Xi Jinping a Moscou nesta semana atraia a atenção global, já que a visita – a primeira visita ao exterior do principal líder chinês em 2023 após as duas sessões – é descrita como uma viagem de amizade, cooperação e paz. A visita, incorporando a amizade tradicional e transmitindo grande significado, aprofundará a confiança mútua estratégica e a cooperação entre a China e a Rússia e trará mais certeza e energia positiva a um mundo turbulento. 

No entanto, os EUA e seus aliados estão vendo a próxima visita através de "óculos escuros", distorcendo a natureza das relações China-Rússia, manchando o possível papel da China como mediadora na crise da Ucrânia e rejeitando seus pedidos de cessar-fogo no conflito. Alguns observadores chineses e russos acreditam que a questão é se os EUA e o Ocidente querem um mediador agora ou apenas querem que a crise na Ucrânia se prolongue o máximo possível, usando a Ucrânia como um peão para enfraquecer a Rússia e controlar a Europa, mantendo sua hegemonia na o mundo. 

A convite do presidente russo, Vladimir Putin, o presidente Xi fará uma visita de Estado à Rússia de segunda a quarta-feira. Durante a visita, Xi terá uma profunda troca de opiniões com Putin sobre as relações bilaterais e as principais questões internacionais e regionais de interesse mútuo, impulsionará a coordenação estratégica e a cooperação prática entre os dois países e dará um novo impulso ao crescimento das relações bilaterais, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da China . 

Os dois líderes também assinarão documentos bilaterais importantes, incluindo uma declaração sobre os laços entrando em uma nova era e outra delineando planos para desenvolver áreas-chave da cooperação econômica russo-chinesa até 2030, informaram alguns meios de comunicação russos, citando o conselheiro de política externa do Kremlin, Yury Ushakov. 

Enquanto o mundo está observando de perto a viagem, algumas autoridades dos EUA e a mídia ocidental têm falado mal do papel da China como um possível pacificador na crise da Ucrânia, continuando a exagerar na reivindicação do envio de armas letais da China para as forças da Rússia na Ucrânia e lançando dúvidas sobre a capacidade da China posição neutra em relação à crise. 

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