Em comemoração ao 20º aniversário da invasão da OTAN liderada pelos EUA no Iraque, republicamos este artigo publicado em julho de 2003 por Glen Rangwala e Raymond Whitaker.
A administração Bush iniciou a guerra sob o pretexto de que o Iraque possuía armas de destruição em massa (WMD), que os governos dos EUA e do Reino Unido sabiam ser falsas mesmo antes da invasão.
Depois de 20 anos, o Iraque está em frangalhos. A presença contínua de militares dos EUA no país só causou mais sofrimento e dificuldades aos iraquianos.
A invasão deve nos ensinar lições sobre a “guerra ao terror” e os “esforços humanitários” dos Estados Unidos.
O artigo abaixo nos lembrará de 20 mentiras que foram usadas para justificar a guerra ilegal.
Glen Rangwala e Raymond Whitaker | Global Research, 19 de Março de 2023 | The Independent 13 de julho de 2003 | # Traduzido em português do Brasil
AS MENTIRAS
1 - O Iraque foi responsável pelos ataques de 11 de setembro
Um suposto encontro em Praga entre Mohammed Atta, líder dos sequestradores de 11 de setembro, e um oficial da inteligência iraquiana foi a principal base para essa afirmação, mas a inteligência tcheca mais tarde admitiu que o contato do iraquiano não poderia ter sido Atta. Isso não impediu o fluxo constante de afirmações de que o Iraque estava envolvido no 11 de setembro, que foi tão bem-sucedido que, a certa altura, as pesquisas de opinião mostraram que dois terços dos americanos acreditavam que a mão de Saddam Hussein estava por trás dos ataques. Quase o mesmo número acreditava que sequestradores iraquianos estavam a bordo dos aviões acidentados; na verdade, não havia nenhum.
2 - Iraque e al-Qa'ida estavam trabalhando juntos
Alegações persistentes de líderes americanos e britânicos de que Saddam e Osama bin Laden estavam em conluio entre si foram contrariadas por um relatório vazado da equipe de inteligência de defesa britânica, que dizia não haver vínculos atuais entre eles. Os "objetivos de Bin Laden estão em conflito ideológico com o atual Iraque", acrescentou.
Outra vertente das alegações era que os membros da Al Qaeda estavam sendo abrigados no Iraque e montaram um campo de treinamento de venenos. Quando as tropas americanas chegaram ao campo, não encontraram vestígios químicos ou biológicos.
3 - O Iraque estava buscando urânio da África para um programa de armas nucleares “reconstituído”
O chefe da CIA agora admitiu que os documentos que pretendiam mostrar que o Iraque tentou importar urânio do Níger, na África Ocidental, foram forjados e que a alegação nunca deveria ter estado no discurso do presidente Bush sobre o Estado da União. A Grã-Bretanha mantém a afirmação, insistindo que tem “inteligência separada”. O Ministério das Relações Exteriores admitiu na semana passada que esta informação está agora “em revisão”.