quarta-feira, 3 de abril de 2024

Pedro Nuno atira à "vitimização" de Montenegro e reitera lugar na "oposição"

O líder do PS considera que o discurso de Montenegro, durante a cerimónia de posse do novo Governo, foi "muito focado na oposição".

O socialista referiu que o PSD "não pode esperar que o PS resolva dar-lhes a maioria que o povo não deu à AD" e apontou o dedo a Montenegro por ter criado uma "chantagem sobre o PS, como se o PS estivesse obrigado a sustentar o Governo com o qual discorda".

"Se o não é não é para levar a sério, também é para levar a sério votarmos contra o que não concordamos", atirou, reforçando que os socialistas dificilmente viabilizarão o Orçamento do Estado da direita. "O PS será oposição, uma oposição responsável", garantiu, sublinhando que Portugal precisa de "um Governo para governar, não de um governo de combate com a oposição".

Pedro Nuno disse que irá conversar com Luís Montenegro sobre o orçamento retificativo, “por iniciativa própria”, lamentando que, até agora, ainda não tenha existido “uma reação” à disponibilidade socialista. Já sobre o excedente orçamental, o secretário-geral do PS indica que "não é o excedente que coloca pressão sobre a governação, mas o programa económico do PSD e da AD".

"A teoria dos cofres cheios não nasceu com o PS nem resulta do excedente. Resultou de uma campanha eleitoral em que a AD prometeu tudo a todos", afirmou, avisando que "assistimos à preparação do terreno político para a não concretização de tudo aquilo que foi sendo prometido".

O discurso de Montenegro foi, de resto, “típico dos governos da direita e do PSD” com a ideia de que “não há dinheiro, a propósito de um debate nas últimas semanas sobre o excedente orçamental”:  O que coloca pressão sobre esta governação é o programa económico do PSD, da AD. A pressão vem daí”, defendeu.

O líder socialista sublinhou que o PS "fará o seu trabalho na oposição" e deixou uma garantia: "O trabalho do PS não é ser bengala do PSD." "O PS não cede nem tem receio de chantagens de que nos encostem. O PS é fiel e firme na defesa daquilo em que acredita", referiu.

Pedro Nuno Santos assinalou que é "praticamente impossível" que haja uma convergência do PS e do PSD na proposta de Orçamento de Estado para 2025. "Se levam a sério o não é não de Luís Montenegro, levem também a sério quando dizemos que é praticamente impossível", disse.

Francisco Nascimento, Carolina Quaresma | TSF

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