segunda-feira, 17 de junho de 2024

Rússia considera que Cimeira de paz para a Ucrânia teve efeitos "quase nulos"

Segundo Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, muitos dos participantes da cimeira, que terminou no domingo, compreenderam "que qualquer discussão séria não tem futuro sem a presença da Rússia".

A Rússia considerou, esta segunda-feira, que a Cimeira de Paz para a Ucrânia, realizada no fim de semana na Suíça sem participação russa e chinesa, teve resultados quase nulos.

"Se falarmos sobre os resultados desta reunião, eles são quase nulos", comentou o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitry Peskov, citado pela agência francesa AFP. Segundo Peskov, muitos dos participantes compreenderam "que qualquer discussão séria não tem futuro sem a presença da Rússia".

O documento final da conferência foi assinado por países tidos como próximos da Rússia, como a Hungria, a Turquia e a Sérvia.

Na cimeira, o Ocidente reforçou o apoio a Kiev e rejeitou os termos apresentados por Moscovo para um cessar-fogo. A cimeira reuniu mais de 90 países, incluindo Portugal, que esteve representado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo chefe da diplomacia, Paulo Rangel.

Quanto à futura participação russa numa cimeira para resolver o conflito, Peskov disse que a posição da Rússia é clara e foi definida na sexta-feira pelo Presidente Vladimir Putin.

"A iniciativa de paz que o Presidente Putin apresentou no final da semana passada ainda está na ordem do dia", afirmou.

Putin condicionou a paz na Ucrânia à retirada das tropas ucranianas das quatro regiões anexadas por Moscovo, ao reconhecimento por Kiev das quatro regiões e da Crimeia como territórios russos e ao abandono de planos de adesão à NATO.

Se Kiev aceitasse as condições, Putin disse que ordenaria imediatamente a cessação da ação militar e o início de negociações de paz.
A iniciativa incluiria ainda o levantamento de todas as sanções ocidentais contra a Rússia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e os principais líderes ocidentais rejeitaram a proposta de Putin, afirmando que se tratava de uma rendição da Ucrânia.

"Continuaremos a trabalhar com todos os países que o desejarem. Esta é a posição do nosso Presidente, que continua aberto ao diálogo", disse Peskov, citado pela agência espanhola EFE.

A Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014 e, na sequência da invasão do país vizinho em fevereiro de 2022, fez o mesmo às regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.

Kiev, que rejeita as anexações, disse que as tropas russas ocupam atualmente cerca de 20% do território da Ucrânia.

A cimeira na Suíça reuniu mais de 90 países, incluindo Portugal, que esteve representado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo chefe da diplomacia, Paulo Rangel.

O documento final da conferência foi assinado por países tidos como próximos da Rússia, como a Hungria, a Turquia e a Sérvia.
Sobre a decisão desses países, Peskov disse que o Kremlin tomou nota e continuará a explicar-lhes os seus argumentos.

Disse também que a assinatura do documento pelos países amigos de Moscovo não vai prejudicar as relações da Rússia com eles.

Em declarações à agência oficial TASS, o chefe dos serviços secretos russos, Serguei Narishkin, advertiu esta segunda-feira que os requisitos para uma futura paz serão mais duros se a Ucrânia não aceitar a proposta de Putin.

"As próximas condições em que será possível alcançar a paz e assinar algum tipo de acordo serão mais difíceis e mais duras para a Ucrânia", afirmou Narishkin, citado pela agência espanhola Europa Press.

SIC Notícias | Lusa | Na imagem: Peskov, porta-voz do Kremlin

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