João Novaes, São Paulo – Opera Mundi
Segundo jornal Asahi Shimbun, 24 dos 89 integrantes receberam algum tipo de pagamento das empresas
Quase um terço dos integrantes da comissão governamental japonesa responsável pela questão da segurança nuclear já chegou a receber doações financeiras da própria indústria energética do país. A denúncia foi publicada pelo jornal japonês Asahi Shimbun, que questionou a neutralidade desse grupo.
O órgão é responsável por orientar decisões do Estado japonês sobre instalações nucleares de maneira independente.
De acordo com o jornal, dois dos cinco membros permanentes e 22 dos 84 observadores externos da comissão receberam doações de empresas e organizações industriais vinculadas ao setor nuclear. Os pagamentos teriam sido feitos em um período de cinco anos, até 11 março de 2011, quando ocorreu o acidente de Fukushima.
A catástrofe, um terremoto seguido de tsunami, que deixou 20 mil mortos ou desaparecidos e provocou um grande acidente na central nuclear de Fukushima, colocou em dúvida a capacidade do país em lidar com esse tipo de energia de forma segura.
As doações chegaram a 85 milhões de ienes, ou 1,08 milhão de dólares, segundo o jornal. Pelo menos 11 integrantes receberam doações de fabricantes de reatores nucleares e empresas ligadas à produção de combustível nuclear e que eram objeto de análise da própria comissão.
Segundo o Asahi Shimbun, o presidente da comissão, Haruki Madarame, recebeu quatro milhões de ienes da Mitsubishi Heavy Industries entre 2006 e 2009, quando lecionava na Universidade de Tóquio antes de assumir o controle do grupo, no último mês de abril.
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