sábado, 14 de abril de 2012

CELEBRAR O CAFÉ, ESSE HÁBITO TÃO PORTUGUÊS…


A embaixadora de Timor-Leste, Natália Carrascalão, está "encoberta"
Rui Miguel Melo – A Bola

Não deve existir hábito mais português do que ir beber um café. Altura de estar com os amigos, de conversar e confraternizar, enquanto se mexe uma chávena. Para assinalar o Dia Mundial do Café, a Confraria do Café entronizou os novos membros, esta sexta-feira, em Cascais. Uma oportunidade para celebrar e divulgar o café português.

Foi o segundo encontro da organização fundada em 2005. Várias personalidades foram entronizadas, desde empresários, investigadores, diplomatas e cantores, todos unidos por um gosto em comum: o café. Entre os novos confrades estavam Natália Carrascalão, embaixadora de Timor Leste em Portugal, Mário Vivalva, embaixador do Brasil, Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, Rui Nabeiro, administrador da Delta Cafés e o cantor Camané.

O fadista revelou um ritual antes dos concertos. «Bebo sempre um café antes de cantar. Aquece-me a voz», contou. Por dia, Camané chega a beber seis cafés por dia, três expressos e os restantes em casa, de saco. Já percorreu o Mundo e elege o café português e italiano com os melhores. E os piores? «Espanhol e americano», contou.

Foi a segunda vez que a Confraria entronizou novos membros. Maria José Barbosa é a grã-mestre e foi a responsável pela admissão nos confrades. Empresária do ramo, bebe três por dia e explicou a importância do valor do café.

«Tem um valor inegável. O café tem um valor económico, social e, agora, tem um valor de benefício para a saúde. É a segunda matéria-prima mais transacionada no Mundo, a seguir ao petróleo. Em Portugal temos hábito de consumir o café fora de casa por motivos sociais», sublinhou a grã-mestre da Confraria.

Os benefícios para a saúde

Entre os novos confrades estava Rodrigo Cunha, professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Há vinte anos que investiga os benefícios da cafeína na saúde. E são mais do que se julgam. Serve até para normalizar o humor.

«É benéfica para a diabetes, alguns tipos de cancros e a doenças do sistema nervoso central. Previne a perda de memória, situações de Alzheimer, doença de Parkinson e melhora o humor», explicou Rodrigo Cunha. O docente aconselha apenas uma dosagem moderada a grávidas.

Fica a pergunta: quantos cafés se devem beber por dia? O especialista não é exemplo para ninguém. «Sete a oito», por culpa do metabolismo. «Devemos ter uma dose diária de três cafés expressos», refere o professor universitário.

Mais uma dúvida? O café engorda? Em Portugal, sim. Culpa dos pacotes de açúcar. Afinal, por cada café que se bebe, é um pacote de açúcar que se come. Rodrigo Cunha alerta para a quantidade excessiva de açúcar nos pacotes, em Portugal.

«É um problema de saúde pública. Devíamos mudar a quantidade de açúcar de cada pacote de sete ou oito gramas para dois. É o suficiente para reduzir o número de diabéticos em Portugal», concluiu o investigador.

Fotos de Álvaro Isidoro/ASF

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