António Veríssimo
Existe um ditado português que diz que “de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos”. Isso porque os reis de Espanha sempre tiveram uma grande tendência para ocupar e anexar Portugal e nunca aprendiam que as suas trpas chegavam ao país, invadiam-no, mas acabavam sempre por levar porrada e fugir. Daí o ditado e o asco a Espanha. Isso era noutros tempos. Na atualidade nada move os portugueses contra Espanha e – esperemos – vice-versa. Somos vizinhos e até se diz que “hermanos”.
Exatamente por serem “nuestros hermanos” é que devemos lamentá-los. Então não é que eles, os espanhóis, ainda têm mais azar que nós com Cavaco Silva, o presidente da República? Ah, pois têm! A família real é um desastre pegado! Aquele rei o que precisa é de reforma, os príncipes idem, o genro do rei também… E agora nem me lembro de mais nenhum. Resuma-se:
Ora, que conste, o genro do rei foi apanhado há uns tempos num cambalacho e teve ou tem de ir a tribunal… Parece que uma vigarice com uma das suas empresas é o motivo. Um dia destes, há duas semanas ou assim, o príncipe de 14 ou 15 anos deu um tiro no pé… Mas deu mesmo, não é força de expressão. Agora, há um dia ou dois, surgiu nas notícias que o rei estava doente e em tratamento em África… Claro, andou por lá aos tiros.
Este rei, que pertence a uma Liga Qualquer da Proteção da Natureza, andava em África em safari a sério. A matar grandes e preciosos elefantes. Imaginem o contra-senso. Protege a natureza a matá-la. Há ainda o agravante de se ter escapulido de Espanha sem o povinho saber. Ele sabia que ia fazer trampa e então não disse ao que ia. Pois.
Dizem agora na comunicação social que ele teve um ataque de uma maleita qualquer… Cá para mim ele levou foi uma trombada do elefante moribundo. Bem feito. Eu disse bem, não disse que ele fez uma trombada (isso é normal) mas sim que o elefante que matou antes de ir para o céu ainda lhe deu uma trombada. Em tudo isto há um pormenor interessante: reparem que o rei (a acreditar nas fotografias que se clicarem ampliam) tem tendência para matar animais com cornos… Esperemos que com aquela tendência não aconteça um dia que se suicide.
E o príncipe pequenito que anda a “brincar” com armas? Como estará o pezito do pré-adolescente? Esperemos que melhor e que ao menos as unhas tenham ficado aparadas. Esperemos também que não mate nenhum dos irmãos. Sim, que não siga o exemplo do rei, que quando era miúdo matou o irmão com uma arma… distraidamente. Foi um acidente.
Bem, mas rei, é rei. Um rei não tem traumas. Lá porque matou o irmão quando era imberbe isso não quer dizer que não mate outras coisas. De preferência com cornos. Aaaaah, por isso é que os espelhos lá do palácio duram pouco tempo, inteiros. Pois. Está sempre a disparar zagalotes para os desgraçados. É só ver-se num espelho e bumba!
“Nuestros hermanos” têm é de se livrar daquela gentinha com tendências para estas cenas malucas, desastrosas e dignas de parasitas. III República! Pois então!
*Publicado originalmente em Página Lusófona, blogue do autor
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