JSD – VM - Lusa
Cidade da Praia, 14
abr (Lusa) - A ministra das Finanças de Cabo Verde afirmou que o Fundo
Monetário Internacional (FMI) "errou" ao escrever no seu relatório de
novembro de 2012 que o rácio da dívida é de 97% do Produto Interno Bruto (PIB).
Reagindo à descida
(de BB- para B+) de Cabo Verde no "rating" da agência de notação
financeira Fitch, anunciada há cerca de uma semana, Cristina Duarte afirmou que
o FMI reconheceu que o stock da dívida do país em relação ao PIB sobre os
rácios de 2012 ronda os 83% e não os 97%.
Segundo Cristina
Duarte, o FMI endereçou já uma comunicação à Diretora do Tesouro cabo-verdiano
reconhecendo o engano.
"Alertámos que
os dados do «stock» da dívida não estavam corretos, porque o rácio de 2012 não
poderia estar em torno dos 96%/97 %. Houve uma troca de emails e, na
sexta-feira, tivemos uma comunicação via e-mail, por parte do FMI, reconhecendo
que se enganaram nos cálculos e repondo as informações que tínhamos
fornecido", explicou, reafirmando que a dívida externa em 2012 estava em
torno dos 83% do PIB.
Cristina Duarte
garantiu que o Ministério das Finanças "esteve sempre ciente" que os
dados estavam incorretos e assegurou que o FMI irá repor a informação recebida
na próxima missão a Cabo Verde.
Já em relação à
avaliação da Fitch, Cristina Duarte afirmou que a queda do "rating"
está relacionada com o facto de a estratégia do endividamento do país ter sido
feita, referencialmente, através de moeda estrangeira.
A ministra garante
que o risco não foi alterado, embora o Outlook da Fitch tenha passado de
"estável" para "negativo", descendo um patamar, o suficiente
para que o arquipélago caia para o de "país altamente especulativo".
"Cabo Verde,
até à data, praticou intencionalmente uma política de endividamento
essencialmente em moeda estrangeira, e não em moeda local. Isto porque a
comunidade internacional deu a grande possibilidade a Cabo verde de continuar a
gozar de financiamento concessional, com juros baixos", afirmou.
"Dado o nosso
regime cambial, o nosso endividamento não pode ultrapassar o intervalo de 20% a
25%, em termos brutos, do PIB. O nosso regime cambial privilegia o
endividamento interno para financiar o programa de investimentos
públicos", realçou.
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