MB – JMR - Lusa
Bissau, 15 abr
(Lusa) - O Ministério Publico da Guiné-Bissau quer reabrir o processo dos 674
quilos de cocaína desaparecidos do cofre do Tesouro Público em 2007 sem que se
saiba do seu rasto, disse hoje à Lusa fonte judicial.
De acordo com a
fonte, o Ministério Publico enviou para o Parlamento uma carta solicitando o
levantamento de imunidade parlamentar a alguns deputados que à época do
desaparecimento da droga eram responsáveis no Governo.
Os procuradores
afetos ao gabinete de luta contra a corrupção e delitos económicos da
Procuradoria-Geral guineense "querem atacar" vários processos
relacionados com crimes ocorridos no país nos últimos anos, adiantou a fonte, e
contam com a colaboração do Parlamento "uma vez que vários implicados são
hoje deputados", disse.
A fonte lembrou o
último episódio ocorrido entre o Ministério Público e o Parlamento, quando o
próprio Procurador-Geral da República, Abdu Mané, se deslocou pessoalmente ao
Parlamento para pedir o levantamento de imunidade parlamentar do deputado
António Óscar Barbosa "Cancan", pedido recusado pelo presidente do
hemiciclo, Ibraima Sory Djaló.
"Infelizmente
vários processos não podem ser concluídos porque o Parlamento se recusa a
levantar a imunidade dos deputados em causa, alegando que os mesmos só podem
ser ouvidos na sua sede", lamentou a fonte judicial.
"O Ministério
Público não vai baixar os braços e continuará a insistir no pedido do levantamento
de imunidade parlamentar desses deputados suspeitos, para as suas
audições", acrescentou a fonte, realçando que "os próximos dias"
serão decisivos uma vez que se espera uma resposta do Parlamento.
Era
primeiro-ministro Aristides Gomes e ministro das Finanças Vítor Mandinga
(atualmente deputado) quando 674 quilos de cocaína pura desapareceram dos
cofres do Tesouro Público onde tinham sido guardados após uma apreensão da
Polícia Judiciária.
Desde 2007 que o
Ministério Público tem tentado levar a julgamento os indiciados no processo,
mas sempre sem sucesso.
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