Correio do Brasil,
com agências internacionais - de Caracas
Presidente eleito
da Venezuela, Nicolás Maduro foi foi proclamado no cargo nesta
segunda-feira pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A solenidade ocorreu na
capital Caracas, cerca de 18 horas após proclamado o resultado das urnas e
minutos depois de a presidenta Dilma Rousseff ligar para Maduro, após um longo
período de silêncio no Palácio do Planalto. Em seu primeiro discurso na condição
de presidente proclamado da República da Venezuela, Maduro ressaltou a
necessidade de se observar as instituições democráticas como pilares da
sociedade venezuelana. A mensagem foi dirigida à oposição que, segundo Maduro,
tenta fabricar mais “um golpe de Estado” no país.
O candidato de
ultradireita, Henrique Capriles, adversário da revolução bolivariana, iniciada
com o líder Hugo Chávez, teimava em não reconhecer o resultado chegou a exigir
uma recontagem “voto a voto” dos mais de 19 milhões de eleitores daquele país.
Por conta da exigência, Capriles queria impedir a proclamação do resultado
eleitoral.
Maduro venceu com
50,75% dos votos, contra 48,98% do adversário Capriles.
Capriles convocou
marchas pelo país caso Maduro fosse proclamado presidente, mas não há sinais de
protestos nas ruas das principais cidades do país.
– Que se escutem
panelas e caçarolas em toda a Venezuela, no mundo. Para que escutem nossa
indignação, nossa raiva – incitou.
Em uma clara
tentativa de influir na decisão soberana dos eleitores venezueanos,
representada no CNA, o governo dos Estados Unidos seguiu em linha com os
aliados da extrema direita e pediu a recontagem dos votos devido ao resultado
“extremamente acirrado”, com a vitória de Nicolás Maduro por uma estreita
margem, ainda que esta diferença seja maior do que aquela ocorrida na reeleição
do presidente George W. Bush, há oito anos.
A Casa Branca, por
meio de nota, reafirma no entanto que busca dialogar com a Venezuela sobre
assuntos “como o combate conjunto ao narcotráfico e ao terrorismo”. As relações
entre Venezuela e EUA atravessam atualmente um de seus piores momentos desde
que em 2010, em meio a uma troca de acusações, o embaixador dos EUA foi
retirado da Venezuela e vice-versa.
A presidenta Dilma
Rousseff, em
seu telefonema para felicitar Maduro pela vitória, disse que está “pronta”
para trabalhar com o país vizinho. Dilma considera a disputa acirrada uma
demonstração da “vitalidade” da democracia na Venezuela.
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