domingo, 17 de novembro de 2013

SUÍCIDIO EM PORTUGAL TAMBÉM É A LUZ AO FUNDO DO TÚNEL

 

Romano Prates
 
Portugal, 2013. Último ano de subvida para muitos portugueses. Vem aí o Natal
 
Segundo o constante nos cânones da Wikipédia foi há 49 anos e meio que veio ao mundo um tal Pedro Manuel Mamede Passos Coelho. Coimbrão de nascimento (Sé Velha) foi tenrinho para Vila Real (Trás-os-Montes), passando a infância em Angola - onde o pai foi médico. De Angola veio em 1974 ao arrepio engrossar o exército de retornados na Pátria Lusa. Desconhece-se se ele ou a família receberam subsídios e outras benesses do organismo (IARN) que apoiava os retornados refugiados de Angola e de outros país africanos chamados colónias mas que não passavam de territórios ocupados por colonos e pelo exército português. E cá está, este Pedro Coelho. O Passos Boa Vida.
 
Há quase meio século que este Coelho anda pelo mundo e ainda era muito imberbe quando aderiu ao PPD/PSD, daí foi um pulo e um festival de expedientes e malabarismo para se guindar a chefe da Juventude Social Democrata – entretanto o PPD passou a PPD/PSD – diga-se em abono da verdade que de social-democrata não tem quase nada. No decorrer dos anos na política, quase mais nada fez, de malabarismo em malabarismo, de expediente em expediente, de mentira em mentira, o certo é que este Coelho malandro – conhecido como o Passos – conseguiu ser eleito presidente do seu partido em 2010 e em 2011 viu o PSD ser o partido mais votado nas eleições legislativas, guindando-se a primeiro-ministro (por tanto prometer e mentir) também com os votos do aliado CDS de Paulo Portas. Só assim conseguindo mairia parlamentar. Entretanto em Belém estava um seu apaniguado partidário, Cavaco Silva, Presidente da República. A direita portuguesa conseguiu assim concretizar um antigo sonho, que também era do falecido Sá Carneiro e, sobretudo, um Presidente da República, uma maioria, um governo. Finalmente, ao fim de quase 40 anos de democracia, a direita mais retrógrada, concretizava o seu sonho. O resultado está à vista e o desastre nacional também. Assim como o regresso da exploração selvagem dos trabalhadores, o desemprego, a fome, a miséria, a destruição da cultura, da educação, do Serviço Nacional de Saúde, da Segurança Social. A agravar tudo, inflação e aumento de impostos. Subserviência antipatriótica ao neoliberalismo que raza em muitos aspetos o fascismo de há décadas atrás. Para Portugal tem sido o descalabro total. Em pouco mais de dois anos o país regrediu mais de dez na economia, no desenvolvimento… em quase tudo. De referir que todo o descalabro também tem acontecido sob a batuta da UE dominada pela neoliberal Merkel, rodeada de títeres como Durão Barroso, entre outros. Portugal afunda-se e a outros países da Europa está a acontecer o mesmo.
 
Volvidos mais de dois anos de “austeridade”, uma santa esfingica que é o ídolo de Passos, de Cavaco e de Portas, em Portugal – e de inúmeros dirigentes europeus – dizem eles que “estamos a recuperar”. Portugal está a recuperar, a Europa também. Mas que grandes mentirosos. Acenam com estudos, estatísticas, e outras panóplias em números que só estão certas (se estiverem) nas suas páginas de canhenhos, mas a verdade é que a vida dos portugueses piora de dia para dia. O desemprego sobe (eles dizem que baixa porque a juventude e os de meia-idade está a emigrar, não contando com os que já nem se inscrevem ou foram alienados pelos Centros de Emprego), as prestações sociais são eliminadas em pouco tempo aos desempregados, muitos outros não preenchem os condicionalismos para usufruírem esses direitos devido à barreiras criadas pelo governo. As famílias, perdem a capacidade de suportar despesas que lhes garantam a possibilidade de pagarem as contas de eletricidade, de gás, de água ou telefone. Os transportes são “luxo” inacessível para imensos portugueses, mesmo para procurarem emprego… Um drama.
 
Drama quotidiano agravado, que se arrasta no tempo e no desespero, é o que vivem cerca de dois milhões de portugueses. Outros dois milhões estão um pouco melhor… Mas estão mal. E caminham para pior. Depois há os remediados e envergonhados. É a pobreza envergonhada. Estimam-se em três milhões. Esses vão fintando a miséria, a fome, o descalabro, mas estão a rebentar pelas costuras e não vão suportar muito mais tempo a “santa austeridade”. Somando isto e lembrando que são pessoas, portugueses, existem sete milhões de portugueses na miséria ou à beira da miséria. E os idosos, desses é melhor nem falarmos. Deixem-nos morrer, para se livrarem desta miséria provocada pelos políticos, banqueiros e associados do grande capital, pelos mercados… Descansem em paz.
 
E então, perante este panorama que vimos todos os dias, como é que é possível dizerem que Portugal está a recuperar? Mentiras. Mentira de um Coelho malandro que se arrisca a acabar misturado com arroz na caçarola. Mentiras de um bando de mentirosos que todos os dias e a toda a hora são desmentidos pela realidade. Eles bem podem dizer isto e aquilo, fazer promessas, querer vender esperanças fraudulentas, que o certo é que cada vez a miséria é maior em Portugal e entre os portugueses. Insuportável. Tanto que para muitos a saída é o suícidio. Vejam as estatísticas e leiam nas entrelinhas os encobrimentos que possam existir. Quando um país apresenta aos seus cidadãos o suícidio como a luz ao fundo do túnel o que merecem esses dirigentes?
 

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