Crime pandémico
O País (mz)
Uma criança
aparentemente de oito anos de idade foi na tarde de ontem raptada na cidade da
Beira por três indivíduos munidos de uma pistola.
Depois de uma
relativa calmia de cerca de um mês e meio, os sequestros voltam a criar pânico
nas cidades de Maputo e Beira. Só este ano, já foram sequestradas quatro
pessoas, curiosamente, todas num espaço de uma semana, ou seja, entre os dias
10 e 16 de Janeiro em curso.
O primeiro caso
relatado deste ano ocorreu no passado dia 10 de Janeiro em curso, quando um
cidadão de ascendência hindu, identificado por Kishoor Chootalal, dono da “Casa
Pandia”, destinada à venda de capulanas, foi raptado por indivíduos
desconhecidos munidos de armas de fogo, na Avenida Filipe Samuel Magaia,
próximo do Hotel Moçambicano. Os meliantes dispararam e feriram o motorista da
vítima ora em parte incerta.
Dois dias depois,
quatro indivíduos não identificados sequestraram um cidadão de nome de Nasser
Momad, no bairro Bunhiça, no município da Matola.
Já no dia 15, um
outro cidadão de ascendência hindu, identificado pelo nome de Subshash Chandra,
foi raptado por cinco indivíduos desconhecidos munidos de uma arma de fogo do
tipo AKM. Os sequestradores faziam-se transportar numa viatura de marca não
apurada, no bairro de Sommerschild.
Menor raptado ontem
na Beira
O quarto caso do
ano deu-se ontem, no bairro de Esturo, quando, por volta das 15h00, um grupo
composto por três indivíduos, dois negros e um mulato, ameaçou o motorista que
transportava a criança e sua mãe, na porta do quintal da casa de um dos
familiares, localizada naquela zona, munido de pistola, e sequestrou o menino.
Segundo Maite
Paulo, motorista do carro, no momento que estes (mãe e filho) se preparavam
para descer, depararam com os raptores, tendo estes ameaçado com uma pistola e
de seguida desferido golpes ao condutor.
“Foi tudo rápido e
não dispararam, só nos ameaçaram de morte. Nós saíamos de Palmeiras, em casa,
para Esturo, na casa de um dos familiares da senhora. Quando estávamos mesmo
prestes a descer do carro, vieram três senhores com uma pistola, bateram-me e
ameaçaram a senhora e, de seguida, levaram a criança e o telemóvel da patroa”,
contou.
O motorista afirma
ainda que não conseguiu fixar a cara de nenhum deles e nem a matrícula do carro
que os transportava. Aliás, avança com a hipótese dos raptores terem seguido o
carro desde Palmeiras até Esturo.
“Suponho que eles
nos seguiram desde Palmeiras. Quando nós estávamos a chegar, não vimos nenhum
carro estacionado por perto. Quando parei o motor para que a senhora e seu
filho descessem, surgiram aqueles homens com arma... foi tudo rápido que não
sabemos explicar a origem do carro que os transportava”, disse.
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