O secretário-geral
do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou hoje, em Peniche, o Governo de estar a
"especializar-se no roubo por esticão", reagindo assim ao aumento da
Compensação Extraordinária de Solidariedade e dos descontos para a ADSE.
"O Governo
chama-lhe plano B, mas acho que o Governo está a especializar-se no roubo por
esticão sobre os mesmos do costume, de quem trabalhou uma vida inteira",
declarou aos jornalistas Jerónimo de Sousa.
Para o líder
comunista, o anúncio de medidas alternativas ao corte das pensões, chumbado
pelo Tribunal Constitucional (TC), "é escandaloso quando ainda está fresca
a decisão do Governo, juntamente com o PS, de baixar o IRC sobre os grandes
lucros".
"Esta política
de desastre está a afundar o país e, nesse sentido, pensamos que não há nenhum
plano B. Por este caminho, vai esgotar o abecedário todo com esta política
desgraçada de ofender, de humilhar quem trabalha, deixando intocáveis os
poderosos", criticou.
Jerónimo de Sousa
falava em Peniche, no final das comemorações dos 60 anos da fuga do histórico
líder Álvaro Cunhal da cadeia política de Peniche, data que coincide com o encerramento
das comemorações do centenário do seu nascimento.
O Governo anunciou na
quinta-feira, depois de uma reunião do Conselho de Ministros, a intenção de
alargar a aplicação da CES a mais pensionistas e agravar os descontos dos
funcionários públicos para a ADSE, como forma de compensar o chumbo do Tribunal
Constitucional à questão da convergência de pensões.
Atualmente, a
Contribuição Extraordinária de Solidariedade aplica-se às pensões a partir de
1350 euros, com uma taxa de 3,5 por cento.
Os descontos para a
ADSE são, desde agosto de 2013, de 2,25% e estava previsto que aumentassem para
2,5% a 01 de janeiro deste ano. Este aumento, somado aos das contribuições dos
subsistemas dos militares e dos polícias, representa 132 milhões de euros,
segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2014.
Lusa, em Notícias
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