sexta-feira, 7 de março de 2014

Angola: UMA MÁQUINA AFINADA



Jornal de Angola, editorial

Os preparativos para a realização do Censo da População e da Habitação atravessam uma fase satisfatória na medida em que ao recrutamento de pessoal, entre técnicos e recenseadores, se junta a componente logística.

De 16 a 31 de Maio, Angola realiza o primeiro Censo do período pós-independência, um facto que se torna hoje exequível em função da paz e estabilidade que o país vive. A nível do Instituto Nacional de Estatística (INE), a julgar pelos ensaios feitos, encontra-se tudo a postos para que se efective a contagem da população nos próximos 60 dias.

O Censo da População e Habitação é já uma realidade em todo o país na medida em que foram já dados passos importantes tais como o Censo Piloto, que decorreu no ano passado em alguns municípios.

Com mais de 100 mil funcionários recrutados, não há dúvida de que os preparativos para a realização do Censo da População e da Habitação caminham bem. Estamos satisfeitos com o facto de o Gabinete Central do Censo ter elaborado atempadamente todo o esquema logístico das acções formativas e ter estabelecido um calendário das etapas dos cursos de capacitação. Isto é hoje uma realidade de Cabinda ao Cunene, o que augura que o Censo da População e Habitação vai ser um sucesso.

Ao lado destes passos fundamentais, a formação dos futuros técnicos que vão fazer o chamado trabalho de campo, recolhendo informações junto das comunidades, aldeias e bualas, apresenta-se como esteio de todo o processo. 

É bom ouvir que, um pouco por todo o país, estão a decorrer acções de formação dos assistentes técnicos e recenseadores para o processo de contagem da população.
 
Esses assistentes técnicos comunais vão capacitar os assistentes técnicos locais e recenseadores nas respectivas zonas de origem.

Apenas com pessoas devidamente formadas para a actividade do Censo vamos ter a certeza da quantidade, qualidade e fiabilidade das informações a ser recolhidas. Os actos de preparação, acompanhados de vários seminários de capacitação, indicam que daqui a cerca de 60 dias Angola vai dar início a um processo histórico que contribui para mudar a percepção sobre uma série de factores na nossa sociedade. 

Importa que se continue a passar as informações correctas sobre o Censo da População e Habitação para que as populações entendam o que é o Censo e os fins perseguidos com o acto. As campanhas de sensibilização são importantes porque permitem a produção de resultados que se aproximam da realidade. Quanto mais bem informadas as populações estiverem melhor preparadas vão estar para colaborar com os recenseadores. 

Este trabalho está a ser feito de forma competente pelos órgãos de informação e demais entidades engajadas para que a realização do Censo alcance os resultados esperados. É oportuna a parceria que o INE estabeleceu com os órgãos de comunicação social para facilitar e acelerar a compreensão por parte das comunidades de todo o processo do Censo da População e Habitação em Angola. 

A recolha de dados dos agregados familiares visa tão-só contribuir para que as autoridades governamentais conduzam as políticas públicas com base em dados fiáveis. "O Censo não vai exigir a identidade a alguém mas sim saber o número dos habitantes nacionais e estrangeiros residentes em Angola para que o Governo possa planificar melhor a vida da população", explicou Sebastião Chilikuiza, ligado ao grupo técnico do Censo em Cabinda. É preciso que as entidades provinciais, municipais e comunais continuem a reforçar o apelo para a mobilização da população da sua área de jurisdição para o verdadeiro objectivo do processo. Como disse um membro do grupo técnico do Censo na província no Cuanza Sul, “é necessário informar a população de que a realização do censo vai permitir ao Governo saber quantos habitantes tem Angola, onde e como vivem para melhorar a oferta de bens e serviços à população, sobretudo no meio rural”. 

Com a realização do Censo o país ganha valiosos instrumentos na materialização das suas políticas no campo da saúde, educação, emprego, gestão da força de trabalho activa e das políticas com vista à paridade no género. É de louvar a estratégia do Executivo no sentido de efectivar o Censo da População e Habitação de Cabinda ao Cunene. 

Tudo indica que a máquina censitária está a ser testada em todo o país. O repto cabe agora a dois segmentos que vão ter papel instrumental na realização do Censo, a numerosa equipa do INE que percorre toda a Angola e as populações que devem receber os recenseadores e dar informações verdadeiras sobre os seus agregados familiares.

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