Lisboa,
30 mai (Lusa) - O economista português Francisco Murteira Nabo criticou hoje a
falta de coordenação da CPLP no setor económico, considerando que a área foi a
que menos cresceu desde a criação da organização em 1996, se comparada à
cultura.
Falando
numa conferência sobre o "Espaço Lusófono (1974-2014): Trajetórias
económicas e políticas", Francisco Murteira Nabo defendeu uma mudança da
estratégia dos oito estados membros da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) visando o reforço da cooperação económica.
"Passados
18 anos já não se justifica certas coisas", disse na intervenção feita no
painel que discutiu a Cooperação, Empresas e Investimentos nos países
lusófonos.
Francisco
Murteira Nabo considerou, por exemplo, que Portugal perdeu uma "enorme
oportunidade" de negócio ao voltar as costas ao Atlântico, nomeadamente o
Brasil.
Contudo,
criticou a atitude de certas empresas portuguesas que ignoram os riscos de
investimentos no Brasil, por achar que a língua é um fator de aproximação.
Citando
o caso da Portugal Telecom, na altura em que era dirigida pelo próprio
economista português, Murteira Nabo reconheceu que a empresa ignorou o risco do
mercado ao se instalar no Brasil baseando-se no fator língua, quando, neste
campo de telefonia móvel, o mercado brasileiro é tradicionalmente virado para
as regras de negócios norte-americanas.
Para
Murteira Nabo, verifica-se "negligência de análise dos novos
mercados" por parte de certas empresas portuguesas.
"A
língua é igual, mas a realidade é diferente. O fator de proximidade, por vezes,
leva à negligência por aspetos técnicos", pelo que "o risco tem que
ser avaliado", afirmou.
Na
opinião do economista, as empresas portuguesas devem procurar uma integração
mais fácil nos países de língua portuguesa, porque no "espaço
lusófono" existe "oportunidade para todos".
MMT
// EL - Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário