O eurodeputado
comunista João Ferreira afirmou hoje que a Comissão Europeia (CE) se comporta
"quase com a arrogância do colono" e acusou o Governo de servir
interesses que não os do país, comentando o Conselho de Ministros
extraordinário.
"A intenção da
CE é, quase com a arrogância do colono que chega à colónia, dizer que ‘você
cumpriram o que determinamos nos últimos anos, mas, atenção, este caminho é
para continuar nos próximos anos'. Uma decisão que os portugueses têm nas mãos
na próxima semana é se querem continuar este caminho. A CE veio lembrar que é
para seguir, independentemente do fim do período formal de vigência deste
programa", disse, numa ‘arruada’ bastante participada, em Setúbal.
Em comunicado, o
comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Siim Kallas,
advertiu Portugal para o facto de não existir "complacência" no
‘pós-troika', tendo que ser mantidas nos próximos meses e anos as políticas
orçamentais sólidas e assegurado o compromisso com reformas que estimulem o
crescimento.
"Por acaso, é
significativo que os documentos tenham sido escritos primeiro em inglês e
depois traduzidos para português. Mostra bem que interesses este Governo e esta
política estão a servir", declarou João Ferreira sobre a reunião
governamental que assinala hoje o fim do programa de assistência
económico-financeira, acrescentando que "não é com aqueles que
trouxeram" Portugal "ao buraco que se vai sair dele".
Entre apelos ao voto
na CDU, "a única força que afirma, sem ambiguidades, a importância de uma
profunda e genuína mudança, desejada por cada vez mais portugueses", o
cabeça de lista de PCP, "Verdes" e Intervenção Democrática viu o
desfile engrossar-se dada a coincidência do encontro anual de "cante
alentejano", no largo da Misericórdia.
"Como digo,
temos sentido, nos últimos dias, não apenas aqui em Setúbal, mas também no
norte do país, a adesão crescente de setores da população às propostas e
programas da CDU. Gente cansada com o que tem sido uma alternância, falsas
promessas de mudança feitas por gente que quer que fique tudo na mesma. Gente,
sobretudo, cansada com o que tem sido uma dança de cadeiras, alternância sem
alternativa", afirmou.
João Ferreira
respondeu desta forma quando foi questionado sobre o apoio do antigo dirigente
social democrata António Capucho ao PS e ao encontro de hoje entre o líder
socialista, António José Seguro, e a Associação Renovação Comunista, marcado
para o início da tarde.
Lusa, em jornal i –
foto Rodrigo Cabrita
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