Hong
Kong, China, 11 jul - Deputados ligados ao campo da pró-democracia em Hong Kong criticaram
hoje a Grã-Bretanha sobre o conteúdo de um relatório parlamentar que dizem não
demonstrar qualquer "compromisso" para com a cidade e ser um esforço
para evitar embaraços perante Pequim.
O
relatório semestral do parlamento britânico sobre Hong Kong surge numa altura
em que aumentam as tensões sobre alegadas ingerências de Pequim em Hong Kong.
Numa
reação ao relatório, divulgado na quinta-feira, o ministro dos Negócios
Estrangeiros britânico, William Hague, disse que "o quadro único
constitucional da cidade tem funcionado bem" e que não há um "modelo
perfeito" para a reforma eleitoral.
"O
importante é que os residentes de Hong Kong tenham uma escolha genuína e sintam
que têm uma participação real no resultado", disse.
Mas
os deputados da ala pró-democracia criticam o relatório. "Penso que o
Governo do Reino Unido está a levar os aspetos económicos muito mais em
consideração do que as diferenças políticas", disse à AFP Claudia Mo, do
Partido Cívico.
A
Grã-Bretanha e a China assinaram acordos de comércio no valor de 24 mil milhões
de dólares (cerca de 18 mil milhões de euros) em junho, durante a visita a
Londres do primeiro-ministro chinês Li Keqiang.
Hague
afirmou que, enquanto "algumas vozes" invocam que o "Livro
Branco" representa uma ameaça para a autonomia de Hong Kong, ele nota que
"ambos os governos de Hong Kong e de Pequim foram explícitos ao indicarem
que o documento não comoprta mudanças na política".
A
presidente do Partido Democrata, Emily Lau, disse que o Reino Unido "devia
ser condenado" por não ter emitido uma posição forte contra o "Livro
Branco", segundo o South China Morning Post.
Já
o deputado do Partido Democrata Albert Ho considerou que o Reino Unido deve a
Hong Kong "a obrigação moral de garantir que o princípio "Um país,
dois sistemas" é efetivamente implementado".
Hong
Kong vai anunciar o resultado de uma consulta pública oficial sobre a reforma
política na terça-feira.
Esta
consulta segue um referendo informal realizado em junho, em que quase 800 mil
pessoas votaram sobre a forma como o próximo chefe do Executivo da antiga
colónia britânica deve ser eleito em 2017.
A
China prometeu instaurar o sufrágio universal direto para a eleição do chefe do
Executivo em 2017 e para o Conselho Legislativo (parlamento) em 2020. Mas todos
os candidatos devem ser aprovados por um comité de nomeação, premissa que é
recusada pelos democratas em
Hong Kong.
FV
(DM) // PJA - Lusa
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