sexta-feira, 11 de julho de 2014

Deputados da ala pró-democracia de Hong Kong criticam Grã-Bretanha




Hong Kong, China, 11 jul - Deputados ligados ao campo da pró-democracia em Hong Kong criticaram hoje a Grã-Bretanha sobre o conteúdo de um relatório parlamentar que dizem não demonstrar qualquer "compromisso" para com a cidade e ser um esforço para evitar embaraços perante Pequim.

O relatório semestral do parlamento britânico sobre Hong Kong surge numa altura em que aumentam as tensões sobre alegadas ingerências de Pequim em Hong Kong.

Numa reação ao relatório, divulgado na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, disse que "o quadro único constitucional da cidade tem funcionado bem" e que não há um "modelo perfeito" para a reforma eleitoral.

"O importante é que os residentes de Hong Kong tenham uma escolha genuína e sintam que têm uma participação real no resultado", disse.

Mas os deputados da ala pró-democracia criticam o relatório. "Penso que o Governo do Reino Unido está a levar os aspetos económicos muito mais em consideração do que as diferenças políticas", disse à AFP Claudia Mo, do Partido Cívico.

A Grã-Bretanha e a China assinaram acordos de comércio no valor de 24 mil milhões de dólares (cerca de 18 mil milhões de euros) em junho, durante a visita a Londres do primeiro-ministro chinês Li Keqiang.

Hague afirmou que, enquanto "algumas vozes" invocam que o "Livro Branco" representa uma ameaça para a autonomia de Hong Kong, ele nota que "ambos os governos de Hong Kong e de Pequim foram explícitos ao indicarem que o documento não comoprta mudanças na política".

A presidente do Partido Democrata, Emily Lau, disse que o Reino Unido "devia ser condenado" por não ter emitido uma posição forte contra o "Livro Branco", segundo o South China Morning Post.

Já o deputado do Partido Democrata Albert Ho considerou que o Reino Unido deve a Hong Kong "a obrigação moral de garantir que o princípio "Um país, dois sistemas" é efetivamente implementado".

Hong Kong vai anunciar o resultado de uma consulta pública oficial sobre a reforma política na terça-feira.

Esta consulta segue um referendo informal realizado em junho, em que quase 800 mil pessoas votaram sobre a forma como o próximo chefe do Executivo da antiga colónia britânica deve ser eleito em 2017.

A China prometeu instaurar o sufrágio universal direto para a eleição do chefe do Executivo em 2017 e para o Conselho Legislativo (parlamento) em 2020. Mas todos os candidatos devem ser aprovados por um comité de nomeação, premissa que é recusada pelos democratas em Hong Kong.

FV (DM) // PJA - Lusa

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