Tuíte
do veículo RT reproduz imagens cedidas pelo Ministério da Defesa
russo, supostamente indicando que radar russo detectou presença de caça
ucraniano em direção à aeronave malaia
Opera
Mundi, São Paulo
Segundo
oficial russo, aeronave militar ucraniana estava a cerca de 5 km do Boeing malaio; Moscou
também nega ter fornecido armamentos a separatistas
As
Forças Armadas russas informaram nesta segunda-feira (21/07) que seu sistema de
radar detectou um caça ucraniano voando em direção ao Boeing MH17 da Malaysia
Airlines no dia da tragédia, quinta-feira (17/07). Além de pedir explicações à
Ucrânia, militares russos também afirmam que a aeronave ucraniana é equipada
com poder de fogo que seria capaz de atingir, àquela distância, a aeronave
civil.
"Um
caça da Força Aérea ucraniana foi detectado ganhando altitude, sua distância do
Boeing malaio era de 3 a
5 km ",
declarou hoje em uma conferência de imprensa o tenente-general Andrey
Kartopolov, chefe da Diretoria de Operações Principais do quartel-general do
Exército russo, citado pela agência Efe.
Segundo
Kartopolov, a aeronave militar modelo SU-25 pode atingir até 10 km de altitude e é
equipada com mísseis R-60 ar-ar, capazes de atingir um alvo a até 12 km de distância —
"seguramente até 5 km ",
observou o oficial.
"Nós
gostaríamos de pedir explicações quanto ao porquê do caça militar estar voando
junto a um corredor da aviação civil praticamente na mesma hora e no mesmo
nível de uma aeronave cheia de passageiros", afirmou Kartopolov,
acrescentando que a presença do caça ucraniano pode ser confirmada por imagens
capturadas pelo centro de monitoramento do Exército russo.
Moscou
nega ter enviado armamentos
A
Rússia também afirmou que não forneceu aos grupos separatistas do leste
ucraniano os sistemas de mísseis do tipo Buk, supostamente utilizado para
derrubar o avião malaio, com suas 298 pessoas a bordo. Moscou também nega que
"qualquer outro tipo de armamento" tenha sido entregue aos
separatistas da região de Donetsk.
A
inteligência norte-americana rebate a afirmação russa ao dizer ter
"detectado aumento na quantidade de armamento pesado chegando nas mãos de
separatistas e cruzando a fronteira entre Rússia e Ucrânia".
O
Ministério da Defesa russo também afirmou que as Forças Armadas ucranianas
possuem bases para lançar mísseis terra-ar em locais muito próximos ao
território controlado por separatistas. "Temos imagens aéreas de certos
locais onde a Defesa Aérea ucraniana esteve instalada no sudeste do país",
disse Kartapolov.
A
Rússia também afirma que um satélite de monitoramento norte-americano
sobrevoava a região separatista onde o avião caiu no dia da queda. Moscou pediu
para os EUA divulgarem as imagens obtidas pelo suposto satélite.
Um
grupo de especialistas ouvidos pela agência de notícias russa Itar-Tass classificou
como "falsa" a gravação sonora divulgada pela Ucrânia, em que
combatentes dos grupos separatistas ucranianos supostamente conversavam sobre a
derrubada do avião malaio. Após estudar a gravação, o grupo de experts chegou à
conclusão que a fita foi produzida a partir de diversas gravações diferentes.
"Esta
gravação de áudio não é um arquivo integral e foi produzida a partir de vários
fragmentos", disse Nikolai Popov, especialista em som e análise de voz.
Cessar-fogo
no local da queda
O
presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, ordenou hoje um cessar-fogo em um raio
de 40 quilômetros ao redor do local onde supostamente foi abatido há quatro
dias o Boeing 777 da Malaysia Airlines.
"Eu
dei a ordem. Os militares ucranianos não devem fazer operações nem abrir fogo
em um raio de 40 quilômetros a partir do local da tragédia", disse o líder
ucraniano aos jornalistas, após visitar a embaixada da Malásia em Kiev.
Por
sua vez, Andrei Purguin, um dos líderes dos separatistas de Donetsk, região
onde caiu o avião malaio, assegurou que "os milicianos garantiram a
segurança na região da catástrofe desde o primeiro dia após o acidente".
"No
entanto, junto ao lugar da tragédia se concentram muitas forças ucranianas.
Temo que não se possam evitar escaramuças locais. São possíveis provocações da
parte ucraniana", advertiu Purguin.
(*)
Com informações da Agência Efe
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