Díli,
03 ago (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, deu hoje sinais
de aceitar um período de transição política para a nova geração e uma
remodelação do Governo proposto pelo Conselho Nacional da Reconstrução de
Timor-Leste (CNRT), partido que preside.
"Não
decidi resignação, mas aceito remodelação", afirmou Xanana Gusmão, durante
uma intervenção de quase duas horas na conferência extraordinária do CNRT,
iniciada no sábado, para debater e decidir sobre a possível resignação do
primeiro-ministro timorense.
Em
declarações à agência Lusa, o secretário-geral do partido, Dionísio Babo,
afirmou que o primeiro-ministro deu sinais de aceitar o período de transição e
de uma remodelação governamental, mas, acrescentou, será "ele (Xanana
Gusmão) que vai determinar" como.
"O
CNRT vai apresentar estas resoluções, mas ele já deu sinal, ainda não deu uma
decisão final", salientou.
O
CNRT encontra-se agora reunido à porta fechada para debater e aprovar as duas
resoluções.
Desde
final de 2012, que Xanana Gusmão tem reafirmado a intenção de abandonar o cargo
de primeiro-ministro.
Em
julho, em entrevista à agência Lusa, o primeiro-ministro de Timor-Leste disse
que vai sair do Governo para contribuir melhor para a construção do Estado, mas
evitou avançar uma data precisa para a sua demissão.
O
CNRT defende que seja criado um período de transição do poder para a nova
geração e uma remodelação do Governo de coligação, composto por mais de 50
elementos.
Em
2012, Xanana Gusmão formou um Governo de coligação com o Partido Democrático,
liderado por Fernando La Sama
de Araújo, atual vice-primeiro-ministro, e a Frente Mudança, chefiado pelo
ministro dos Negócios Estrangeiros, José Luís Guterres.
Xanana
Gusmão, de 68 anos, foi um dos líderes da luta contra a ocupação indonésia de
Timor-Leste, entre 1975 e 1999, que culminou com a realização de um referendo a
30 de agosto de 1999, que determinou a independência do território.
A
20 de maio de 2002, dia da restauração da independência do país, tomou posse
como Presidente do país. Em 2007, tomou posse como primeiro-ministro e em 2012
foi reconduzido no cargo.
MSE
// MSF - Lusa
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