Macau,
China, 18 set (Lusa) - A Universidade de Macau foi hoje eleita para a
presidência da Associação de Universidades de Língua Portuguesa (AULP) no
triénio 2014-2017, disse à agência Lusa o vice-reitor Rui Martins.
A
eleição dos novos corpos sociais foi realizada por unanimidade, na sequência da
apresentação de uma lista única de consenso, durante o XXIV encontro da AULP, a
decorrer até sexta-feira na Região Especial Administrativa chinesa.
A
Universidade de Macau, que ocupava, desde 2006, uma das vice-presidências da
AULP para a Ásia-Pacífico, sucede à Universidade Lúrio (Moçambique) na
liderança da organização.
A
vice-presidência da AULP vai também ser ocupada pela Universidade de Coimbra
(Portugal), Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil), e Universidade
Mandume Ya Ndemufayo (Angola).
A
secretaria-geral da AULP vai ser assumida por Cristina Sarmento, da
Universidade de Lisboa. Já o Instituto Politécnico de Lisboa vai continuar a
presidir ao Conselho Fiscal, onde o Instituto Politécnico de Macau vai manter a
presença.
No
triénio 2014-2017, a
AULP vai continuar a dar prioridade à organização dos encontros anuais, tendo a
associação decidido hoje que o próximo será realizado em Cabo Verde , entre 15 e
17 de julho de 2015, afirmou Rui Martins, que vai exercer a presidência da
associação em representação do reitor, Wei Zhao.
O
vice-reitor da Universidade de Macau explicou que a AULP vai continuar a apoiar
o programa de intercâmbio da CAPES [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior] - entidade brasileira equivalente à Fundação da Ciência e
Tecnologia de Portugal -, o qual abrange mais de 50 projetos e envolve mais de
600 professores e alunos do ensino superior.
"Os
programas que estão a decorrer e que foram lançados no mandato anterior, de
cooperação, por exemplo, do Brasil e dos países africanos [de Língua
Portuguesa] e de Portugal são uma prioridade importante", sublinhou.
Outro
objetivo é o reforço da relação entre os diversos países de língua portuguesa,
numa altura em que se assiste a um aumento exponencial do número de
universidades.
"Só
em Angola e Moçambique são cerca de 100 universidades: 72 em Angola, e cerca de
30 em Moçambique. Há
todo um espaço de grande apetência pelo ensino superior, e de investigação, e
nós vamos contribuir o melhor que pudermos para essa contínua integração de
universidades", salientou, ao apontar que a AULP vai dar "especial
atenção à ligação às universidades em Timor-Leste e na Guiné-Bissau".
"Há
todo um diferente nível de desenvolvimento nos diferentes países, que vamos
procurar estimular", adiantou, destacando, pela positiva, a recente
criação de uma universidade em
São Tomé e Príncipe, onde só havia um instituto politécnico.
Rui
Martins invocou ainda a maior interligação entre a AULP e a Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa: "A AULP é mais antiga do que a CPLP, e essa
também é uma das áreas que estamos a tentar dinamizar, mas é um plano para o
futuro".
Outra
das matérias a estudar é a questão da uniformização dos sistemas de avaliação
das universidades lusófonas. "Mas não é uma área muito fácil, porque há um
sistema de avaliação em Portugal, há outro no Brasil, os países africanos estão
agora a começar a desenvolver os seus sistemas. É uma das áreas que vamos
analisar, mas isto não é para um ano ou dois", explicou.
A
AULP vai continuar a atribuir anualmente o prémio Fernão Mendes Pinto, para a
melhor tese de doutoramento no espaço de língua portuguesa, e a publicar a
Revista Internacional em
Língua Portuguesa (RILP), acrescentou.
Fundada
em 1986, a
AULP reúne cerca de 150 universidades públicas e privadas e institutos
politécnicos nos países da CPLP e em Macau.
FV
(DM)// APN - Lusa
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