Audições
foram solicitadas pelo Bloco de Esquerda
As
audições da ministra das Finanças e do governador do Banco de Portugal (BdP) na
Assembleia da República (AR), solicitadas pelo Bloco de Esquerda (BE) devido à
demissão da equipa de gestão de Vítor Bento, foram hoje aprovadas por
unanimidade.
"Foi
hoje aprovado por unanimidade, na Comissão de Orçamento e Finanças, o
requerimento do Bloco para audição, com caráter de urgência, da ministra das
Finanças, Maria Luís Albuquerque, e do governador do Banco de Portugal, Carlos
Costa, a propósito da demissão da administração do Novo Banco", lê-se num
comunicado do BE.
"Alegou-se
divergências entre a administração, que pretendia uma reestruturação sólida do
Novo Banco, e os objetivos políticos que pressionam para uma venda rápida da
instituição. Perante esta situação, que mantém a turbulência do caso BES [Banco
Espírito Santo], e tendo em conta que o Novo Banco, detido pelo Fundo de Resolução,
é uma entidade bancária capitalizada com dinheiros públicos, são necessárias
mais explicações, assim como a clarificação dos objetivos do governo e do Banco
de Portugal para o Novo Banco", justificou o BE no documento.
O
BdP confirmou no domingo que Eduardo Stock da Cunha foi o escolhido para
suceder a Vítor Bento na liderança do Novo Banco, depois de o último ter pedido
para deixar o cargo na semana passada, apenas dois meses depois de ter sido
nomeado.
Da
equipa de gestão do Novo Banco, também o vice-presidente, José Honório, e o
administrador financeiro, João Moreira Rato, acompanham a decisão de Vítor
Bento e vão deixar a instituição.
Já
a nova equipa de gestão inclui ainda Jorge Freire Cardoso (administrador
financeiro), Vítor Fernandes e José João Guilherme.
No
dia 03 de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, depois de o banco ter
apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a
separação da instituição em duas entidades distintas.
No
chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES mas que está
em liquidação, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim
como os acionistas.
No
'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os
ativos e passivos considerados não problemáticos.
Foto
Rodrigo Cabrita
Lusa,
em jornal i
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