segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Angola: A ARTE DE GOVERNAR PARA TODOS



Filomeno Manaças – Jornal de Angola, opinião

Falar da paz e da reconciliação nacional não é demais. Nunca será demais mesmo daqui a 50 ou 1000 anos.

Fazemo-lo com entusiasmo porque sabemos o sofrimento que a guerra causou na vida das pessoas e o atraso económico e social que provocou ao país, o qual agora, com alegria transbordante, caminha para se tornar num potentado. 

Temos razões muito fortes para estar optimistas em relação ao futuro, porque os 12 anos de paz deram-nos provas bastantes, em termos de obra realizada, para acreditar que Angola vai crescer ainda mais. É preciso ter coragem para reconhecer que foi feito muito e se houve erros eles são assumidos e corrigidos sem nunca perder de vista que esta Angola tem rumo.

Nunca é demais recordar, porque nos orgulha a todos, que assim que terminou a guerra fizemos o que estava ao nosso alcance para conseguir o apoio de quem, por dever, nos devia estender a mão. Falo de uma conferência de doadores, que tanto precisámos, mas que nos foi redondamente negada. Não cruzamos os braços. Fomos nós os angolanos de Cabinda ao Cunene, fartos do sofrimento causado pela guerra e pelo isolamento, que galgamos cheios de vontade, com passos firmes, até ao lugar merecido no quadro internacional.

Recuperamos infra-estruturas económicas e construímos outras que nos enchem de orgulho, pois já não estamos de rastos como alguém pretendeu que fosse o nosso destino. Construímos hospitais, escolas e estradas. Nessas estradas circulam todos. Angolanos e estrangeiros. Cristãos, muçulmanos e até hindus. Militantes do MPLA, da UNITA, da CASA-CE, do PRS, de outros partidos e mesmo quem não tem filiação partidária. E é assim que tem de ser porque o Governo, embora eleito por uma maioria, trabalha para todos.

Da mesma forma que decidiu reabilitar as estradas, que nos permitem hoje nos deliciarmos com as maravilhas das nossas paisagens, o Executivo, diante da falta de habitação que grassa pelo país, lançou o programa nacional de construção com o qual espera eliminar o défice existente e dar dignidade às famílias angolanas. É assim que vemos hoje centralidades em Luanda, na Lunda Norte, em Cabinda, no Uíge, no Bié e elas vão surgir também em praticamente todas as províncias do país. E ninguém está a ser preterido ou impedido de ter acesso a essas habitações em razão da sua filiação partidária. É um direito inalienável e o Executivo tem na sua agenda como uma prioridade. 

Esforços idênticos, com maior ou menor margem de acerto, estão à vista de todos nos domínios da Saúde, da Educação, da Agricultura, da Energia e Águas, da concessão de crédito bancário para promover o empreendedorismo, promover o surgimento de uma classe empresarial forte, e, por via disso, capaz de proporcionar mais postos de trabalho e apoiar a economia nacional.

O Encontro Nacional da Juventude e o Fórum Nacional de Auscultação às Mulheres Rurais lançaram novas luzes para a melhoria da governação, que está apostada num diálogo fecundo com as diversas franjas da sociedade. O objectivo destas iniciativas é claro: nos vários programas de desenvolvimento em curso há que ver reflectido em todos eles os anseios, as preocupações e aspirações das populações, que são, em bom rigor, os principais destinatários.

Recentemente o líder da UNITA, Isaías Samakuva, visitou Benguela e foi ao Lobito onde o Presidente José Eduardo dos Santos inaugurou, semanas antes, uma série de empreendimentos de impacto económico regional. O líder do maior partido da oposição não escondeu a boa impressão com que ficou perante as obras realizadas e as em curso naquela província. Obras que dão emprego a muitos jovens, independentemente da cor política da sua camisola, porque o mais importante é fazer o país avançar e recuperar o atraso.

E porque o Executivo tem pressa em trabalhar para melhorar as condições de vida das populações, o Titular do Poder Executivo tratou de pôr em marcha o processo de desconcentração administrativa de Luanda, tendo como inovação a equiparação, para afeitos orçamentais, das administrações municipais às províncias, de modo a imprimir um novo dinamismo à gestão da capital. “Pôr a funcionar o aparelho da administração provincial e das administrações municipais em pleno para superar o atraso (em que Luanda se encontra) e ajustar o passo da governação ao crescimento da procura dos serviços públicos”, foi o grande objectivo que norteou a tomada dessa decisão, pois é preciso melhorar as condições de vida de muitas populações que vivem na cidade capital e nos seus arredores.

Esse processo de desconcentração profunda do governo provincial de Luanda, nos moldes em que está a ser implementado, tem em conta a futura instauração do poder autárquico. Não é difícil perceber que estão a ser lançadas as bases para que o processo das autarquias não descarrile na primeira esquina. E isso desmente as teses de inconstitucionalidade por omissão, como de resto alvitrou o líder do maior partido da oposição. Há que rever os conceitos...

Em boa verdade o Executivo está a trabalhar e a superar as expectativas. Tanto assim é que cada vez mais novos investidores se interessam por Angola e, quando assim acontece, só pode ser sinal de que o país está no bom caminho. Tudo isso é feito, repito, em prol de todos os angolanos, indistintamente, sem olhar à sua cor partidária, sexo, religião, ou qualquer outra característica particular, porque o lema do Executivo é “trabalhar para o povo, resolver os problemas do povo”.

Mas há ainda quem fale da paz e da reconciliação nacional com amargura e acalente sonhos de que ainda possa haver recuos. Há ainda quem, obrigado a ter uma certa lucidez por já ter experimentado até cargos de responsabilidade na governação do país, ainda destile em conferências alguma angústia por ver que as coisas estão a caminhar bem. Essas personagens devem perceber que reprovar tudo o que se lhe é dado a ver, apenas porque não tem a sua impressão digital, é uma manifestação de intolerância. 

Quem fez a guerra, quem a conhece e a sentiu na alma, não a quer mais e afirma de modo convicto que os angolanos têm de reconciliar-se, desenvolver o país e saber viver na diferença. Quem fez a guerra e soube pôr ponto final ao derramamento de sangue não troca a PAZ em Angola por alguns minutos de fama numa confortável poltrona de um hotel qualquer a incitar de novo ao ódio.

Os angolanos de Cabinda ao Cunene sabem quem são os seus heróis do 4 de Abril de 2002, os que abriram caminho a uma nova Angola em paz, em prosperidade. E não vão permitir que, a coberto da democracia, umas quantas pessoas queiram baralhar as suas mentes e instalar dúvidas, que são desfeitas pelo labor de todos os dias, rumo à construção de um novo país.

É visível a olho nu que estamos a construir uma nova Angola, com mudanças profundas, onde cada um e todos se sintam felizes e tenham oportunidade de realização pessoal, sem preconceitos de qualquer tipo, sem discriminações.

Sem comentários:

Mais lidas da semana