sábado, 8 de novembro de 2014

Portugal - BE. Cavaco é "o verdadeiro vice-primeiro-ministro" do Governo




O BE considerou hoje a garantia do Presidente da República de que só antecipará eleições legislativas se a lei for alterada ou se houver uma "grave crise política" mostra que Cavaco Silva "é o verdadeiro vice-primeiro-ministro".

Em entrevista ao semanário Expresso, publicada hoje, Cavaco Silva garantiu que irá respeitar a lei e a Constituição na marcação das legislativas do próximo ano, sublinhando que só uma alteração da lei eleitoral pelo parlamento ou uma "grave crise política" poderiam antecipar o calendário previsto (entre 14 de Setembro e 14 de Outubro conforme a lei eleitoral de 1999), através da dissolução do parlamento.

Contactado pela Lusa, o deputado do Bloco de Esquerda José Manuel Pureza afirmou que estas afirmações mostram que "Cavaco Silva está totalmente alinhado com o Governo, com a sua política" e com "a política de austeridade e de sujeição à União Europeia".

"Tudo aquilo que o Governo e a sua política pretendem, Cavaco Silva faz. Isto faz-nos pensar que Cavaco Silva é o verdadeiro vice-primeiro-ministro deste Governo e esta entrevista mostra isso de uma maneira muito vincada", disse José Manuel Pureza.

O deputado do BE considerou ainda que o facto de o Presidente da República afirmar que é preciso que a Assembleia da República altere a lei eleitoral de 1999 para que possa mexer no calendário eleitoral é "um artifício puro e uma posição cínica", porque Cavaco Silva "sabe que há uma maioria parlamentar no parlamento que irá blindar" qualquer tentativa de alteração neste sentido.

Na entrevista ao Expresso, Cavaco Silva reitera que "se a Assembleia da República não mudar a lei eleitoral que aprovou em 1999, se não ocorrer uma grave crise política que ponha em causa a governabilidade, então as próximas eleições legislativas terão lugar em 2015, entre 14 de Setembro e 14 de Outubro".

Nos últimos tempos, a oposição em bloco tem reclamado a antecipação das eleições legislativas, mas os líderes da maioria PSD e CDS-PP, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, já recusaram essa possibilidade.

Lusa, em jornal i

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