Agências
de espionagem britânicas terão solicitado aos Estados Unidos que o Reino Unido
fosse omitido no relatório que denuncia os métodos de tortura usados pela
CIA.
Expresso
Um dia depois de o Reino Unido ter negado qualquer tipo de ligação aos "interrogatórios intensivos" da Agência Central de Informação (CIA), um porta-voz de Downing Street admitiu terem ocorrido trocas de informação com os Estados Unidos, antes da publicação do relatório da CIA.
Um
comunicado emitido pelo porta-voz do primeiro-ministro britânico, refere que
"existiram conversas entre as agências britânicas e os homólogos
norte-americanos sobre o resumo do relatório".
O
comunicado não esclarece se no relatório da CIA foram omitidas informações que
envolvessem o Reino Unido, mas acrescenta que "qualquer censura de
informação terá sido por razões de segurança nacional".
O
documento divulgado esta terça-feira descreve em seis mil páginas as práticas
de interrogatório realizadas pela CIA, após os atentados de Nova Iorque em 11
de setembro de 2001. Mas em todo o relatório não existem referências aos
serviços secretos do Reino Unido.
As
alusões às "agências de inteligência da Grã-Bretanha foram suprimidas do
relatório dos Estados Unidos", segundo o jornal britânico "The
Guardian".
Com
a publicação do documento pelo Senado americano, o governo de David Cameron
vê-se agora pressionado a iniciar uma investigação sobre as atividades dos
serviços de espionagem britânicos M15 e M16.
O
Reino Unido é acusado de cumplicidade com os Estados Unidos nos sequestros de
Binyam Mohamed, um cidadão britânico levado para a ilha de Guantánamo, e dos
líbios Abdel Hakim Belhaj e Sami al-Saadi. O Reino Unido sempre defendeu que a
tortura não devia de ser praticada.
Sem comentários:
Enviar um comentário