Díli,
19 jan (Lusa) - As autoridades timorenses vão reforçar a segurança em algumas
missões diplomáticas em Díli e em pontos da cidade, com "algumas
restrições ao movimento" durante a noite e pontos de controlo, disse hoje
o comandante da polícia (PNTL).
Estas
medidas foram adotadas depois de na noite de domingo um engenho explosivo, que
as autoridades suspeitam tratar-se de uma granada artesanal, ter sido lançado
para o perímetro de um complexo residencial da embaixada dos Estados Unidos em
Díli.
"O
reforço vai ser feito de acordo com o grau de ameaça considerado. Vamos
reforçar a segurança em algumas embaixadas e missões diplomáticas. Estamos a
trabalhar em colaboração estreita com o corpo diplomático", afirmou o
comandante da Polícia Nacional de TImor-Leste (PNTL), Longuinhos Monteiro.
O
responsável policial falava numa conferência de imprensa conjunta com o
vice-ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, Constâncio Pinto, depois de
uma reunião sobre "a situação de segurança" em Timor-Leste
relativamente ao corpo diplomático acreditado em Díli.
Os
dois responsáveis disseram não haver ainda mais detalhes sobre o incidente de
domingo, não estar claro se este caso estará relacionado com incidentes
recentes em Díli ou Baucau, sublinhando que a investigação está ainda a
decorrer.
Em
comunicado enviado aos cidadãos norte-americanos, a embaixada dos EUA explica
não ser ainda conhecida a motivação do incidente, que apenas causou danos
materiais, explicando que as autoridades locais reforçaram a segurança e estão a
investigar o caso.
"Na
sequência do que aconteceu domingo à noite (...) vão-se efetuar a partir da
noite de hoje algumas restrições de movimento na capital e em algumas zonas
onde a polícia, depois de analisar a informação disponível, considera merecer mais
atenção no contexto de policiamento de proximidade", afirmou Longuinhos
Monteiro, que apelou à população "para colaborar com a ação policial".
O
responsável policial explicou que "é um processo de identificação de quem
segue nas viaturas, que demora menos de um minuto", e apelou à
"colaboração de todos", advertindo que no caso dos que não
colaborarem serão tomadas "medidas sérias".
O
vice-ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, Constâncio Pinto, confirmou
à Lusa que as autoridades timorenses solicitaram o apoio do FBI para ajudar na
investigação do caso e dos incidentes recentes.
O
diplomata afirmou que estes casos "fazem crer que há uma ação
coordenada" para causar instabilidade em Timor-Leste, desconhecendo-se a
origem desses movimentos.
"Há
alguém que está a tentar danificar a imagem de Timor-Leste. Desde 2006, a
estabilidade tem prevalecido, apesar de alguns pequenos incidentes. Esta é mais
uma tentativa. Estamos a investigar", declarou.
Nas
últimas semanas têm-se registado vários incidentes de segurança em Timor-Leste,
os mais graves no final do ano passado, quando morreram quatro pessoas, três em
Baucau e uma em Díli, em confrontos entre grupos rivais de artes marciais.
Na
semana passada, o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, o comandante das forças de
defesa, Lere Anan Timur, e o comandante das PNTL, Longuinhos Monteiro,
deslocaram-se à região de Laga, depois de incidentes envolvendo agentes
policiais e elementos do grupo de um antigo comandante da resistência
timorense, Paulino Gama ou Mauk Moruk, como é conhecido.
Nesses
incidentes ficaram feridos dois agentes da PNTL e foram feitos reféns dois
outros, que acabaram por ser entregues a Xanana Gusmão.
A
situação na zona está "calma, mas tensa", segundo testemunhos locais,
continuando destacado na zona um contingente de efetivos das F-FDTL e agentes
da PNTL.
ASP
// ARA
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