quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Ataques suicidas matam 38 pessoas. Boko Haram ameaça impedir eleições na nigéria




Lagos, 18 Fev (AIM) Dois ataques suicidas no nordeste da Nigéria fizeram 38 mortos esta terça-feira, a menos de seis semanas das eleições, enquanto o líder da seita islâmica Boko Haram promete impedir a realização do escrutínio no país.

A rebelião islâmica já forçou ao adiamento das eleições, inicialmente agendadas para 14 de Fevereiro, e oficiais do governo tinham esperança de que uma ofensiva militar regional poderia conter o derramamento de sangue antes do dia das eleições, a 28 de Março.

Mas a última onda de ataques, atribuída aos rebeldes revelou-se um desafio à Nigéria e aos países vizinhos, nomeadamente o Camarões, Chade e Níger, apesar de alegações de sucesso da operação conjunta lançada este mês.

Este escrutínio não será realizado, nem que estejamos mortos, disse o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, em vídeo, onde aparece pela primeira vez publicado pelo grupo no Twitter.

Falando antes da ameaça de Shekau, o presidente do Níger, Mahamadou Issoufou disse que o seu país vai pôr fim à rebelião nigeriana, cuja actividade já matou mais de 13 mil pessoas em seis anos.

O Níger vai ser a morte do Boko Haram, disse ele perante uma multidão que aplaudia depois de uma manifestação contra os rebeldes na capital, Niamey.

Mas o Boko Haram parece ter capacidade de resistência e peritos questionam se o grupo pode ser derrotado a curto prazo.

No estado nigeriano de Borno três atacantes em motorizadas detonaram explosivos num ponto de controlo na aldeia de Yamarkumi, perto da cidade de Biu à 1:00 hora da tarde de terça-feira.

O ataque suicida matou 36 pessoas e feriu outras 20, disse à AFP uma fonte do Hospital Geral de Biu, que pediu anonimato.

A maioria das vítimas eram crianças vendedoras ambulantes e pedintes que geralmente se aglomeram naquele local, acrescentou a fonte.

O Boko Haram tem estado a tentar tomar Biu, a cerca de 180 quilómetros de Muiduguri, a capital do estado de Borno.

Algumas horas mais tarde, em Potiskum, a capital económica do vizinho estado de Yobe, uma bomba explodiu no restaurante de Al-Amir, uma popular cadeia destes serviços no norte da Nigéria.

O gerente do restaurante e um outro trabalhador foram mortos no ataque, e 13 clientes foram feridos com gravidade, disse um oficial da polícia e uma enfermeira do Hospital Geral de Potiskum.

Enquanto isso, o exército chadiano disse que as suas tropas envolveram-se em duros combates com militantes do Boko Haram perto da cidade de Dikwa, a cerca de 90 quilómetros da Maiduguri.

Dois soldados chadianos e
vários militantes rebeldes foram mortos durante as confrontações, disse uma fonte militar chadiana, sob condição de anonimato.

(AIM) Times/bm/mz

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