O
político russo de oposição Boris Nemtsov foi assassinado a tiros no centro de
Moscou nesta sexta-feira. A informação é da Interfax.
Um
colega de seu partido, o RPR-Parnas, Ilya Yashin, confirmou à RIA Novosti que
Nemtsov foi morto.
"Infelizmente,
estou neste momento olhando para o corpo de Nemtsov na ponte
Zamoskvoretskiy", afirmou. "Vejo o corpo e muitos policiais."
O
chefe do departamento de polícia de Moscou está na cena do crime, segundo
informa a agência Tass.
A
representante do Ministério do Interior Elena Alekseyeva informou que a polícia
de Moscou iniciou a operação “Interceptação”, para encontrar o mais rápido
possível os culpados pelo crime. Segundo a oficial, o ministro do Interior,
Vladimir Kolokoltsev, já está a par da situação.
Segundo
Alekseyeva, o político estava caminhando pela ponte Bolshoi Kamenny,
acompanhado de uma mulher ucraniana, quando foi atingido pelas costas por
quatro disparos letais. “A mulher está sendo interrogada no momento na delegacia
da polícia”, informou a representante do ministério.
Boris
Nemtsov tinha 55 anos. Ele foi vice-primeiro ministro do governo russo na época
do presidente Boris Yeltsin. Na ocasião, o político foi considerado um possível
candidato à presidência. Em dezembro de 2007, o seu partido Soyuz Pravykh
Sil (União das Forças de Direita) propôs Boris Nemtsov como o candidato para o
cargo de Presidente da Rússia nas eleições de março de 2008. Em dezembro de
2007, o rating da sua candidatura à presidência foi inferior a 1%. Em 26
de dezembro, antes do início da campanha eleitoral, Nemtsov retirou a sua
candidatura a favor de Mikhail Kasianov.
Desde
o início da presidência de Vladimir Putin, Nemtsov se posicionou como um
crítico ativo da sua administração.
Desde
então, Nemtsov ocupou diversos cargos públicos e foi eleito sucessivas vezes
para o parlamento. Desde 2012, ele é co-preside o Partido Republicano da
Rússia — Partido da Liberdade Popular (RPR-PARNAS). Desde 2013, foi
deputado da Duma da região de Yaroslavl, cidade satélite de Moscou.
O
presidente Putin foi informado imediatamente do assassinato de Nemtsov, segundo
o secretário de imprensa da presidência Dmitry Peskov. Segundo ele, Putin
transmitiu profundas condolências à família e amigos de Nemtsov. O presidente
afirmou que esse assassinato cruel apresenta todos os elementos de ser por
encomenda e possuiu um caráter de provocação, disse Peskov.
O
Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou o assassinato e exigiu a
investigação rápida, imparcial e transparente sobre as circunstâncias do
crime.
A
chancelaria do Reino Unido também condenou o assassinato e disse que irá
acompanhar a investigação.
O
ministro das Relações Exteriores do Canadá, Rob Nicholson, em sua mensagem no
Twitter chamou o assassinato de ultraje.
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