O
Ministério da Saúde autorizou até agora 802 tratamentos para a hepatite C, dos
quais 633 com os medicamentos mais recentes, 302 desses com sofosbuvir,
anunciou hoje a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde
(Infarmed).
Em
comunicado, o Infarmed precisa que há 302 tratamentos com sofosbuvir ou suas
combinações, e 331 tratamentos por via de ensaios clínicos (170) ou através de
acesso sem custos para o Serviço Nacional de Saúde (161 casos).
O
comunicado foi divulgado depois de uma reunião do Ministério da Saúde com os
hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), marcada na sequência do acordo de
terça-feira entre o ministério e a farmacêutica Gillead para a comparticipação
a 100 por cento dos medicamentos para a hepatite Sovaldi (sofosbuvir) e Harvoni
(sofosbuvir e ledipasvir).
A
reunião de hoje serviu para dar início ao dispositivo nacional para o
tratamento imediato da hepatite C e dizer aos hospitais a estratégia para o
tratamento da doença.
Segundo
a nova estratégia as Comissões de Farmácia e Terapêutica (CFT) de cada hospital
devem de pronunciar-se no prazo de cinco dias para decidir a utilização dos
medicamentos, cabendo à Administração Central do Sistema de Saúde gerir o
modelo de financiamento. Todo o processo será gerido através do Portal da
hepatite C.
"Desta
forma pretende-se promover uma maior celeridade aos pedidos de tratamento no
mais curto espaço de tempo e com critérios claros, protocolados e
monitorizados", diz-se no comunicado, no qual se salienta a "mudança
de paradigma" no tratamento da hepatite C.
A
questão da hepatite C e dos medicamentos para a doença (um universo de cerca de
13.000 pessoas) foi recentemente polémica, depois de uma doente ter morrido
enquanto esperava autorização para a toma de um novo fármaco e dos protestos de
outro doente numa comissão parlamentar na qual estava o ministro da Saúde.
A
farmacêutica Gillead chegou a pedir 48 mil euros para curar cada doente com
hepatite C através de um medicamento inovador (sofosbuvir). O Ministério da
Saúde negociou durante um largo período para conseguir preços mais baixos.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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