Generais
predispõem-se a ajudar Marques no seu activismo a favor do respeito pelos
direitos humanos nas Lundas.
Alvaro
Ludgero Andrade Voz da América
O
activista e jornalista Rafael Marques, autor do livro Diamantes de Sangue,
chegou a um “acordo tácito” nesta quinta-feira, 21, com os generais que o
levaram a tribunal para não republicar a obra que denunciou supostas violações
dos direitos humanos nas Lundas por parte de empresas pertencentes a altos
membros do regime angolano.
A
audiência no Tribunal Provincial de Luanda decorreu a porta fechadas, sem a
presença de jornalistas ou activistas, mas o advogado do activista, David
Mendes, confirmou à VOA o “acordo tácito” entre as partes, depois de Marques
ter explicado o por quê de não ter ouvido os generais antes da publicação do
livro”.
Segundo
Mendes, o activista e jornalista disse ter contactado algumas pessoas que
deveriam ter feito chegar aos generais em causa as suas preocupações, o que não
aconteceu. “Concluiu-se que se eles tivessem tido acesso ao pedido do Rafael,
eles o teriam auxiliado na aclaração de algumas coisas e na tomada de algumas
medidas”, explicou o advogado.
Com
este entendimento, os generais acham não ser necessário avançar com o caso,
apesar dos seus advogados não terem pedido formalmente a absolvição de Rafael
Marques, como os próprios confirmaram à VOA.
Na
segunda-feira, 25, serão feitas as alegações finais e lida a sentença que deve
passar pelo arquivamento do processo.
Entretanto,
na audiência de hoje, Rafael Marques reiterou o seu empenho em continuar o
activismo nas Lundas e os generais predispuseram-se a colaborar com o activista
de modo “a evitar qualquer violações de direitos humanos”, explicou Mendes.
O
advogado considera que o desfecho desta caso “inaugura um novo precedente em
Angola que permite às partes chegaram a acordos sem terem de recorrer à barra
dos tribunais”.
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