quinta-feira, 21 de maio de 2015

Angola. RAFAEL MARQUES E GENERAIS CHEGAM A “ACORDO TÁCITO”




Generais predispõem-se a ajudar Marques no seu activismo a favor do respeito pelos direitos humanos nas Lundas.

Alvaro Ludgero Andrade Voz da América

O activista e jornalista Rafael Marques, autor do livro Diamantes de Sangue, chegou a um “acordo tácito”  nesta quinta-feira, 21, com os generais que o levaram a tribunal para não republicar a obra que denunciou supostas violações dos direitos humanos nas Lundas por parte de empresas pertencentes a altos membros do regime angolano.

A audiência no Tribunal Provincial de Luanda decorreu a porta fechadas, sem a presença de jornalistas ou activistas, mas o advogado do activista, David Mendes, confirmou à VOA o “acordo tácito” entre as partes, depois de Marques ter explicado o por quê de não ter ouvido os generais antes da publicação do livro”.

Segundo Mendes, o activista e jornalista disse ter contactado algumas pessoas que deveriam ter feito chegar aos generais em causa as suas preocupações, o que não aconteceu. “Concluiu-se que se eles tivessem tido acesso ao pedido do Rafael, eles o teriam auxiliado na aclaração de algumas coisas e na tomada de algumas medidas”, explicou o advogado.

Com este entendimento, os generais acham não ser necessário avançar com o caso, apesar dos seus advogados não terem pedido formalmente a absolvição de Rafael Marques, como os próprios confirmaram à VOA.

Na segunda-feira, 25, serão feitas as alegações finais e lida a sentença que deve passar pelo arquivamento do processo.

Entretanto, na audiência de hoje, Rafael Marques reiterou o seu empenho em continuar o activismo nas Lundas e os generais predispuseram-se a colaborar com o activista de modo “a evitar qualquer violações de direitos humanos”, explicou Mendes.

O advogado considera que o desfecho desta caso “inaugura um novo precedente em Angola que permite às partes chegaram a acordos sem terem de recorrer à barra dos tribunais”.


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