Desacato,
editorial
A
agenda comunicacional dos países hegemônicos de Ocidente não é um invento
contemporâneo. Sempre funcionou e funciona ainda de acordo com os interesses
políticos e econômicos do capital; também em união de forças com a interferência
cultural, exportando modelos, estéticas e paradigmas desses países.
Nesse
marco os heróis sempre são soldados norte-americanos (chamados de ‘americanos’,
o resto somos brasucas, sudacas, bárbaros, terroristas, pessoal de serviço,
etc.), charmosos combatentes franceses, sonhadores italianos, austeros
germanos, tudo, menos latino-americanos ou caribenhos, russos, chineses,
africanos ou indígenas de qualquer latitude.
Essa
desordem histórico-comunicacional proposital de Ocidente costuma vir à tona
desde que a internet socializa algo da verdade histórica, e desde que cada vez
mais setores da sociedade se propõem informar e ser informados por outras vias
que não as ‘histórias oficiais’ dos dominadores e sua mídia.
Essas
histórias oficiais omitem os heroicos 27 milhões de cidadãos
soviéticos que deram sua vida pela humanidade contra a loucura nazista, na
Grande Guerra Patriótica da qual se fizeram 70 anos na semana que findou. A
história malversada determina em livros, jornais, universidades, e especialmente
através do cinema, a impressão que poucos ousam discutir segundo a qual temos
sido salvos da barbárie nazista graças, para variar, aos heróis
norte-americanos e seus sócios britânicos, dentre outros atores. Mas, isto não
só acontece por responsabilidade dos asseclas do Império. Muitas vezes setores
redutores da esquerda mundial confundem o despotismo stalinista com o heroico
povo soviético, como se este não tivesse sofrido os desmandos ditatórias do
mesmo.
Quando
a comunicação seja livre, e um dia o será, a história, a outra informação, a
verdade, surgirão para serviço da independência definitiva dos Povos e para o
avanço da civilização, ainda perturbada em labirintos de mentiras e meias
verdades.
*Título
PG
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