sábado, 23 de maio de 2015

Portugal. Jerónimo de Sousa diz que PSD e PS estão a encenar divergências - PCP




O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje, na Ribeira Brava, que o PSD e o PS começaram a encenar "divergências e desacordos", tendo em vista as eleições legislativas de outubro, mas são "farinha do mesmo saco".

"A verdade é que, olhando para o que o PSD e CDS propõem e o que o PS apresenta no seu programa eleitoral, bem se pode concluir que, no que é estruturante e decisivo, difícil é encontrar diferenças. Mais moída, menos moída, é farinha do mesmo saco", declarou Jerónimo de Sousa, num jantar/convívio que reuniu 500 militantes e simpatizantes da CDU na Ribeira Brava, zona oeste da Madeira.

O secretário-geral dos comunistas considerou que aqueles partidos apresentam os "mesmos compromissos" com a União Europeia, bem como a "mesma submissão aos constrangimentos externos" e a "mesma posição de amarramento a uma dívida insustentável", realçando que a diferença é apenas ao nível do ritmo.

"PSD e CDS propõem privatizar a 66%, o PS a 49%. Uns propõem prolongar o roubo nos salários e pensões por quatro anos, o outro por dois anos. Uns admitem retirar a sobretaxa sobre o IRS em três anos, o outro em dois", explicou, sublinhando que "é tudo uma questão de estilo" e que a diferença está entre uma "austeridade à bruta" e uma "austeridade inteligente".

"Não faltarão por aí as manobras do costume para iludir os eleitores, procurando garantir que a política de direita continue, fingir que se muda para que tudo o que é decisivo continue na mesma", reforçou.

Jerónimo de Sousa defendeu a necessidade de dar mais força à CDU como "fator crucial" para derrotar a política do PS, PSD e CDS e destacou que, na Região Autónoma da Madeira, a coligação PCP-PEV ficou a cinco votos de eleger mais um deputado e retirar a maioria absoluta aos sociais-democratas nas eleições de março.

"Que melhor prova para cada um ver quanto o seu voto na CDU pode pesar", realçou.

O jantar/convívio teve por objetivo, precisamente, assinalar o aumento do número de votos na CDU, o que lhe permitiu constituir um grupo parlamentar de dois deputados na Assembleia Regional.

O coordenador regional CDU, Edgar Silva, considerou o último resultado eleitoral uma "etapa histórica" e vincou o facto de os deputados terem votado hoje contra a moção de confiança ao Governo Regional, no encerramento do debate sobre o programa do executivo.

Edgar Silva disse que assim se estabelece uma "rotura" com as políticas do governo social-democrata de Miguel Albuquerque, considerando que nada tem de novo, a não ser uma "fidelidade canina" ao Programa de Ajustamento Económico e Financeiro.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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