O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje, na Ribeira Brava, que o
PSD e o PS começaram a encenar "divergências e desacordos", tendo em
vista as eleições legislativas de outubro, mas são "farinha do mesmo
saco".
"A
verdade é que, olhando para o que o PSD e CDS propõem e o que o PS apresenta no
seu programa eleitoral, bem se pode concluir que, no que é estruturante e
decisivo, difícil é encontrar diferenças. Mais moída, menos moída, é farinha do
mesmo saco", declarou Jerónimo de Sousa, num jantar/convívio que reuniu
500 militantes e simpatizantes da CDU na Ribeira Brava, zona oeste da Madeira.
O
secretário-geral dos comunistas considerou que aqueles partidos apresentam os
"mesmos compromissos" com a União Europeia, bem como a "mesma
submissão aos constrangimentos externos" e a "mesma posição de
amarramento a uma dívida insustentável", realçando que a diferença é
apenas ao nível do ritmo.
"PSD
e CDS propõem privatizar a 66%, o PS a 49%. Uns propõem prolongar o roubo nos
salários e pensões por quatro anos, o outro por dois anos. Uns admitem retirar
a sobretaxa sobre o IRS em três anos, o outro em dois", explicou,
sublinhando que "é tudo uma questão de estilo" e que a diferença está
entre uma "austeridade à bruta" e uma "austeridade
inteligente".
"Não
faltarão por aí as manobras do costume para iludir os eleitores, procurando
garantir que a política de direita continue, fingir que se muda para que tudo o
que é decisivo continue na mesma", reforçou.
Jerónimo
de Sousa defendeu a necessidade de dar mais força à CDU como "fator
crucial" para derrotar a política do PS, PSD e CDS e destacou que, na
Região Autónoma da Madeira, a coligação PCP-PEV ficou a cinco votos de eleger
mais um deputado e retirar a maioria absoluta aos sociais-democratas nas
eleições de março.
"Que
melhor prova para cada um ver quanto o seu voto na CDU pode pesar",
realçou.
O
jantar/convívio teve por objetivo, precisamente, assinalar o aumento do número
de votos na CDU, o que lhe permitiu constituir um grupo parlamentar de dois
deputados na Assembleia Regional.
O
coordenador regional CDU, Edgar Silva, considerou o último resultado eleitoral
uma "etapa histórica" e vincou o facto de os deputados terem votado
hoje contra a moção de confiança ao Governo Regional, no encerramento do debate
sobre o programa do executivo.
Edgar
Silva disse que assim se estabelece uma "rotura" com as políticas do
governo social-democrata de Miguel Albuquerque, considerando que nada tem de
novo, a não ser uma "fidelidade canina" ao Programa de Ajustamento
Económico e Financeiro.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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