Bocas
do Inferno
Mário Motta, Lisboa
A
MANELA ANDA PASSADA
Moderadora
num programa da TVI “passa-se” e abandona programa em direto. Daria para rir se não fosse
triste. Um profissional não faria aquilo. A Moura Guedes de há uns anos atrás,
uns anos largos, não faria aquilo. Reformem-na, porque já não há remédio que
cure os excessos da Manela. Verdade que ela sempre foi intempestiva, verdade
que a vida lhe tem pregado grandes e desagradáveis partidas, verdade que já foi
uma boa e grande profissional da televisão e da informação… Tudo verdade. Mas a
Manela já não reúne as condições mínimas para estar frente às câmeras a moderar
e conduzir um programa. A Manela anda passada, sem paciência, sem tabelas para
a sua própria condução profissional. Manela, com muito apreço e carinho: devia
ter saído pela porta grande e anda a escavar para saír a rastejar. Chega.
Basta. Não tem o direito de fazer tanto mal à Manuela Moura Guedes!
LIBERTEM
SÓCRATES E DEPOIS LEVEM COM ELE
Sócrates,
o ex-primeiro-ministro, está preso em Évora há seis meses. Preso sem acusação
formada. Esquisito. É adverso à democracia e ao Estado de Direito em que se
pretende viver - em que alguns dizem (mentindo) que é isso que se vive em
Portugal – manter em prisão alguém pela real gana de um juiz com alegados
argumentos que não lembram ao diabo. Lembrou a Carlos Alexandre, aquele a quem
chamam super-juíz. Super pelos excessos, provavelmente. Super por se sentir bem no
personagem de ditador. E aos ditadores não é reconhecida razoabilidade. Aqui há
gato. Há qualquer coisa em todo o processo que nos escapa (ou não). Por isso o
Carlos não é super na profissão que se exige seja desempenhada com toda a
dignidade e moralidade que a justiça exige em Estado de Direito, numa sociedade
efetivamente democrática. Que andam muitos milhões na baila é verdade, que Sócrates
pode ter algo que ver com isso e até poder ser um dos que não se coibiu de
cometimento de ilegalidades também é verdade. E provas? E acusação fundamentada
das ilegalidades cometidas? Quer dizer, prende-se primeiro e depois
investiga-se? E seis meses não chegam? Carlos Alexandre meteu a pata na poça ou
tem muito mais alguma coisa neste processo de “queimar” o PS pela via de Sócrates?
Acusem o homem com provas fundamentadas e que sejam criminosas e então depois
prendam-no. Assim é que não é nada. Faz bem Sócrates em dar luta, agora que o
querem mandar para casa. Com esta Carlos Alexandre não contava, nem o Ministério
Público. Querem lavar a alma? Pois então expliquem lá realmente de que crimes Sócrates
é realmente acusado? Que fundamentos? Que provas inequívocas? Acusem-no
formalmente. Há milhões e milhões no caso mas… isso incrimina Sócrates? Se sim,
acusem-no, formalmente. Milhões também há em casos como Cavaco Silva, Paulo
Portas (CDS), Dias Loureiro, e tantos outros. E isso, saído na imprensa, deu em nada. Loureiro até
teve “cunha” para que não mexessem mais no caso. Certamente que não foi o Zé da
Esquina que intercedeu para que “deixassem o caso de Loureiro nas faldas do
esquecimento, da ignorância”. Justiça? Onde pára a justiça? Não a vimos. O que
vimos é saber que há poderosos que mandam parar investigações. Poderosos da máfia,
certamente. Há ou não uma teia criminosa que envolve políticos e a política? Acusam ou não acusam objetivamente e legalmente José Sócrates? Não?
Então deixem o homem em paz. Libertem-no.
Levem com ele por o terem privado da liberdade que qualquer
cidadão em Portugal deve ter se não existirem provas concretas e incriminatórias
que levem a uma acusação fundamentada de facto. Libertem Sócrates e levem com
ele. É disso que têm medo? Já agora, que jogada suja é que será toda esta “história”?
Pergunta-se pelas ruas. O juiz que responda. Ele melhor que ninguém deverá
saber. Saberá também que é por estas e outras que a justiça está tão
desacreditada? Carlos Alexandre esticou-se indevidamente? Então ficará na memória
dos do Portugal dos Pequeninos, talvez na fila de Cavaco Silva e outros. Que
pena. Parece que Carlos Alexandre, o pseudo super-juíz, afinal não tem a vassoura que possa arrasar a teia. Que pena, se fosse, nesse caso, efetivamente justo. Sem sofismas. Sem teias.
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