quinta-feira, 4 de junho de 2015

Angola. Governo vai precisar de mais USD 5 mil milhões emprestados




Orçamento rectificativo previa financiamento de USD 20 mil milhões mas afinal serão precisos USD 25 mil milhões.

O Governo reviu em alta as necessidades de financiamento, antecipando agora que precisa de USD 25 mil milhões este ano e não dos USD 20 mil milhões previstos no Orçamento do Estado rectificativo.

De acordo com uma proposta elaborada pelo Ministério das Finanças, hoje noticiada pela agência financeiraBloomberg, Angola pretende emitir títulos de dívida pública no valor de USD 15 mil milhões, recorrendo à banca internacional para obter os restantes USD 10 mil milhões, que calcula necessitar para fazer face à descida das receitas provenientes do petróleo.

Os USD 25 mil milhões de que o Estado necessita para fazer face às previsões de despesa para este ano, no total, vão servir para compensar a quebra nas receitas provenientes do petróleo, cujo preço caiu mais de 40 por cento durante o ano passado.

“A maioria dos empréstimos internacionais será obtido através de linhas de crédito de países como a China ou o Brasil”, considerou à Bloomberg o director da consultora britânica Faktor Consult, Markus Weimer, lembrando que, em Fevereiro, o Governo cortou o Orçamento em 26 por cento para USD 49 mil milhões, adiando os esforços para construir um novo aeroporto e um sistema de trânsito de refinaria, ao mesmo tempo que aumentou a previsão de défice das contas públicas para 7 por cento do PIB.

Entre os vários empréstimos que o Governo confirma que já contraiu ou está a negociar estão os USD 500 milhões do Banco Mundial, USD 250 milhões da Goldman Sachs e mais USD 500 milhões da Societe Generale, além de outro da Gemcorp Capital, que aumentou o financiamento de USD 250 para USD 550 milhões.

A descida do preço e o impacto na economia angolana levaram as agências de rating a descerem a avaliação e as perspectivas de evolução da economia de Angola: a Fitch piorou a previsão de evolução da economia, de Estável para Negativo, no final de Março, enquanto a Moody’s cortou o rating para Negativo no princípio de Março, duas semanas depois de a Standard & Poor’s ter reduzido a avaliação do país em quatro níveis abaixo do nível de investimento (conhecido tradicionalmente como ‘lixo’).
Lusa, em Rede Angola

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