Governo
procura ex-guerrilheiros da Renamo nos distritos de Nampula para beneficiarem
do Fundo de Paz e Reconciliação Nacional
Luís Rodrigues –
Verdade (mz)
Uma
equipa das direcções Provincial dos Combatentes, do Centro de Recrutamento e
Mobilização, dos Registos e Notariado e de Identificação Civil em Nampula
escala as antigas bases da Renamoem Naquira e Cunqui (Meconta), Namilase
(Murrupula), Grácio e Nanticua (Muecate), Namaquetho (Nacaroa ), Namige
(Mogincual ), Mecua e Nampotho (Mogovolas), entre outras, paraidentificar e
registar os ex-guerrilheiros da Renamo com vista a beneficiarem do Fundo de Paz
e Reconciliação Nacional, aprovado no ano passado. Porém, a
“Perdiz” recusa ocupar os seus lugares na Assembleia-Geral deste organismo
porque reivindica igualdade na composição do mesmo.
Aliás,
não é a primeira vez que o Governo mobiliza funcionários para o terreno com o
objectivo de registar os desmobilizados de guerra do antigo movimento
beligerante em Moçambique, mas nunca logrou sucesso porque poucos ou nenhum
elemento deste partido dá a cara. José Graminho, director provincial dos
Combatentes em Nampula, reconhece a situação.
Para
a concretização deste plano foram previamente reunidos, entre 30 e 31 de Julho
findo, os pontos focais dos 23 distritos que compõem Nampula, onde estão
inscritos pelo menos 16.700 mil combatentes, excepto os ex-guerrilheiros da
Renamo, que alegam que não se submetem a tal processo porque ainda aguardam
ordens superiores.
O
Executivo moçambicano injectou 10 milhões de dólares norte-americanos no Fundo
de Paz e Reconciliação Nacional para a reintegração social dos desmobilizados
de guerra, em particular do pessoal que esteve envolvido no último conflito
militar, que terminou a 05 de Setembro passado com a assinatura do segundo
Acordo de Paz, o qual está a ser infringido, de acordo com os signatários.
Na
Assembleia-Geral do mesmo organismo, a “Perdiz” entende que, na qualidade de
ela e o Governo serem os signatários dos acordos de paz, é legítimo que tenha
três membros, os mesmos que a Frelimo, não quer também ser excluída da direção
executiva do Fundo, pretende presidir o Conselho Fiscal e ter o mesmo número de
directores-adjuntos, declarou António Muchanga, em declarações ao @Verdade.
Refira-se
que o maior partido da oposição em Moçambique detém um número desconhecido de
guerrilheiros e armas, o que contraria a Constituição, e nem o diálogo político
com o Executivo tem sido a via eficaz para que o partido entregue os
instrumentos bélicos em sua posse e “liberte” os seus homens para que o país
não esteja numa situação de brincadeiras “aos soldadinhos”, conforme alude
Ivone Soares, chefe da bancada parlamentar.
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